XII PRÊMIO TESOURO NACIONAL Impactos da Desoneração Fiscal na Receita Tributária, Emprego e Renda e Cálculo do Payback Tributário
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- David de Sousa Morais
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1 XII PRÊMIO TESOURO NACIONAL Tema 3: Tributação, Orçameto e Sistemas de Iformação sobre a Admiistração Fiaceira Pública Impactos da Desoeração Fiscal a Receita Tributária, Emprego e Reda e Cálculo do Payback Tributário
2 RESUMO O objetivo do trabalho é aalisar o impacto sobre o emprego e reda da desoeração fiscal de bes de cosumo além de estimar o tempo de recuperação da receita tributária (payback) Para tato, foi utilizada metodologia baseada em retoros de ivestimetos cojugada com a matriz isumo-produto e simulações com as elasticidades (preço, oferta, reda, e imposto) e crescimeto ecoômico Os resultados mostram que a dimiuição da alíquota provoca a queda imediata a receita tributária, cotudo a redução do preço possibilita o crescimeto da demada e aumeto da arrecadação, isso permite que a receita tributária seja recuperada a curto prazo, o que demostra a viabilidade ecoômica da redução da carga fiscal com retoros sociais em termos de geração de emprego e reda ii
3 SUMÁRIO RESUMO ii 1 INTRODUÇÃO 1 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS3 3 METODOLOGIA E FONTE DE DADOS 6 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 17 5 CONCLUSÃO25 REFERÊNCIAS 27 ANEXOS30 iii
4 1 INTRODUÇÃO É de certa forma ituitivo que, se o govero reduzisse a carga tributária sobre o cosumo ocorreria um efeito positivo sobre os preços, reduzido-os Isso possibilitaria o crescimeto da demada e, coseqüetemete, aumeto da arrecadação que compesaria a perda iicial de receita gerada pela redução da carga Em termos empíricos, poucos trabalhos procuram mostrar os beefícios ecoômicos da redução da carga fiscal Um exemplo pode ser ecotrado em Ferades et al (2004) que, utilizado um modelo de equilíbrio geral computável, cocluíram que uma redução da carga tributária em 10% possibilitaria melhoras o produto e emprego formal sem afetar a arrecadação a logo prazo Castro e Teixeira (2004) demostram que o gasto do govero com a equalização da taxa de juros 1 para o crédito rural gera beefícios diretos e idiretos para o govero pelo aumeto de arrecadação de imposto e do PIB Uma característica comum aos artigos acima é que ão especificam o tempo em que os beefícios resultates de desoerações fiscais e dos gastos do govero ocorrem Isso costitui uma lacua a literatura a respeito desse tema A questão temporal é fator importate devido ao caráter imediatista das ações goverametais que buscam soluções cujos resultados apareçam a curto prazo ou, o máximo, o período do madato Por outro lado, medidas que visem à redução da receita tributária são difíceis de serem implemetadas devido ao volume de gastos do govero Por isso, a importâcia da sialização do ível de queda da receita 1 De acordo com os autores, correspode aos gastos do govero o pagameto do diferecial etre as taxas de juros de mercado e as taxas praticadas 1
5 tributária associadas à desoeração fiscal e do tempo de recuperação da receita bem como os beefícios sociais em termos de produção, emprego e reda Este trabalho tem como objetivo aalisar impacto sobre o emprego e reda em termos setoriais e globais e estimar o tempo de retoro (payback) da receita tributária dada uma redução dos impostos o setor automobilístico 2 e, com isso, mostrar a viabilidade ecoômica de reduções potuais da carga tributária idireta Para tato, será utilizada metodologia baseada em retoros de ivestimetos cojugada com a matriz isumo-produto Esse artigo é composto de 5 seções, icluido a itrodução Na próxima, será feita uma abordagem teórica Na Seção 3 é apresetada a metodologia e fote de dados, a quarta, é feita a aálise dos resultados e, por fim, a Seção 5 as coclusões 2 O setor automobilístico foi escolhido, pela dispoibilidade da série de quatidade, o que permite calcular o preço médio e por sua importâcia a cadeia produtiva, cotudo, o estudo se aplica aos demais setores da ecoomia 2
6 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS Apesar de ievitáveis e ecessários a qualquer ecoomia, os impostos causam má alocação dos recursos, distorcedo os preços relativos 3, reduzido o poder de compra das famílias e o bem-estar ecoômico 4 [Sachs e Larrai (2000)] O cotrário também é verdadeiro, ou seja, a redução do imposto ou uma carga tributária mais baixa dimiui os impactos egativos em termos de alocação e bem-estar O impacto da desoeração fiscal sobre o ível de preços, a demada e o emprego podem ser visualizados de forma esquemática a Figura 1, ode o lado superior esquerdo mostra as curvas de oferta e demada de um bem em determiada idústria Partido do poto iicial ode o bem é tributado em p+t a demada e a oferta se equilibram a quatidade d, ode S é a curva de oferta iicial A esse ível de preço e demada, a produção e emprego se ecotram os potos Q e L, respectivamete Com a redução do imposto, o ível de preços cai para p+t, a oferta se desloca para S devido à redução dos custos de produção; a demada aumeta para d Como coseqüêcia, a produção em termos omiais se desloca ao logo da curva H e produto real se eleva para Q equato o emprego aumeta para L A receita tributária reduz o motate do retâgulo A, passado para E+F+G 3 Exemplos dos efeitos distorcivos dos preços relativos podem ser ecotrados em e Pereira e Ikeda (2001), Varsao et al (2001) e Domigues e Haddad (2003) e mostram os efeitos sobre a competitividade brasileira Sobre a distribuição da carga fiscal e os efeitos sobre os preços, salários e o capital ver Stiglistiz (2000) e Fullerto e Metcalf (2002) 4 Vale lembra que há aumeto o bem estar da população suprida com bes púbicos custeados pelos impostos 3
7 A receita do govero ates do imposto é dada por A+E e o peso morto 5 era B+F+G, com a redução da carga tributária, o peso morto cai para G equato B+F agora é apropriado pelo govero (aumeto da eficiêcia fiscal) Por isso a receita reduz meos que proporcioal à queda do imposto Figura 1 Represetação do impacto da desoeração fiscal sobre a oferta, preços, produção, emprego e receita tributária Preços Preços P+t P+t Po A E I B F C G J S S So H D D H d d Quatidade Produção Emprego M L L L Q Q Q Produção Fote: elaboração própria baseado em Musgrave e Musgrave (1980) e Variam (2006) 5 O govero retira recursos moetários de um agete ecoômico e esse de alguma forma altera o seu comportameto diate da redução do seu ível de reda ocasioada pelo tributo, de forma que as distorções do sistema tributário são associadas à tetativa dos agetes de reduzir o ôus tributário Como os impostos distorcem os icetivos, eles implicam em peso morto, que é a medida de ieficiêcia de um imposto [Barbosa e Siqueira (2001)] Para uma discussão mais aprofudada ver em Atkiso e Stiglistz (1980), Lima (1999) e Besako e Brautigam (2002) 4
8 Se houver aumeto da reda, com a mauteção do imposto em p+t, a curva de demada (D) se desloca para a direita (D ), a quatidade aumeta de d para d, a produção aumeta de Q para Q e o emprego passa para o ível L, logo, a receita tributária passa a ser A+B+I+E+F Isso demostra que o crescimeto ecoômico, além do emprego e reda, aumeta a receita tributária e que a desoeração fiscal pode ter um impacto equivalete ao aumeto da reda acioal 6, o etato, o peso morto se matém alto Se houver combiação dos dois fatores (redução da tributação e crescimeto ecoômico), o ível de produção e emprego aumetam mais aida, passado para Q e L, respectivamete A respeito da Figura 1, algumas observações se fazem ecessárias: i) curva de oferta totalmete elástica ão sigifica a facilidade de etrada e saída da empresa a idústria e sim a possibilidade de repasse do ôus tributário para os demadates; 7 ii) a queda a receita tributária depede da elasticidade da oferta e da demada; iii) a curva M, demostra que, dado um estoque de capital, cada ível de produção correspode a um ível de emprego; iv) a redução da carga fiscal sobre bes de cosumo dimiui o preço, o que provoca o deslocameto ao logo da curva de demada e ão o deslocameto da curva 8 ; v) o aumeto da massa salarial omial é coseqüêcia direta do aumeto do emprego 6 Cabe ressaltar que isso ocorre desde que a ecoomia esteja operado com capacidade ociosa No caso de pleo emprego, a produção ão aumeta o curto prazo e o excesso de demada provoca iflação 7 O que é factível tedo em vista que o ôus tributário sobre vedas de bes de cosumo é repassado para os preços e recai sobre os cosumidores [Musgrave e Musgrave (1980)] No etato Scutella (1997) alerta que isso ão seja verdade para todas as atividades, visto que muitas ão coseguem repassar os impostos para os preçospara o Brasil, Siqueira, Sataa e Nogueira (1998), usado a matriz isumo-produto de 1995, estimaram que cerca de 93,5% dos impostos icidem sobre o cosumo das famílias Veja mais sobre o tema em Fullerto e Metcalf (2002) e Siqueira e Ramos (2004) 8 É comum a literatura represetar o aumeto do imposto pelo deslocameto da curva de demada para a esquerda Ver, por exemplo Logo (1984) e Riai (1990) No etato, é mais razoável supor que o deslocameto ocorre a curva de oferta, represetado a redução dos custos e portato, uma variação ao logo da curva de demada haja vista que ocorre variação o preço 5
9 3 METODOLOGIA E FONTE DE DADOS O modelo apresetado utiliza um dos métodos de previsão de mercado usado para estimar a quatidade demadada de um bem 9 com a implatação de um ovo projeto de ivestimeto, dado pelas equações a seguir 10 : Q ) = Qe ( 1+ iq (1) Cosiderado a projeção para o período de 1 ao (=1) e que a variação da quatidade demadada é fução da elasticidade-preço, da elasticidade-reda e do crescimeto da reda, temos que: P Q e = Q0 + Q ε p (1 + i ) Q (2) P Qe Q0 Q = + ; 2 Pe P0 P = + ; P Pe P0 2 = e iq = ε yi y (3) Ode: Q = quatidade demadada o período ; Q = quatidade demadada esperada após a redução do imposto; e Q = demada atual; 0 P = preço atual de mercado; 0 P = preço esperado após a redução do imposto; e 9 Produzido e cosumido iteramete 10 As equações de (1) a (3) foram baseadas em Neves (1998) 6
10 i = taxa de crescimeto do cosumo global; Q ε p = elasticidade-preço da demada; ε y = elasticidade-reda da demada por automóveis; i = taxa de crescimeto da reda (PIB) y O preço de mercado esperado após a redução dos impostos é obtido pela equação (4) ode a alíquota vigete é retirada do preço e posteriormete é majorado pela ova alíquota Levado-se em cota aida que a redução da carga fiscal pode ão ser totalmete repassada para os preços, temos: P e P (1 + t ) 0 e = ; 1 < r < 0 1+ t 0 c r c (4) A receita tributária atual do govero é dada por: R t (1 0 = P0 Q0t0 τ ) (5) equato a receita esperada do govero e o ível de soegação são dados por: t R P Q t ( 1 τ ) 1 < τ < 0 (6) e = e e e ode: R = receita tributária esperada após a redução do imposto; t e t R 0 = receita tributária atual; 7
11 t = alíquota atual de imposto; 0 t = ova alíquota de imposto; e c = coeficiete de repasse da redução do imposto para os preços 11 ; r τ = ível de soegação; Cosiderado que a receita tributária também é fução da reda da ecoomia, temos: t f t = R ( 1+ i ε t (7) R ) e y y Para mater o atual ível de arrecadação, t t Re R0 =, logo: t = R (1 + i t (8) R ) t 0 e yε y Operado a equação acima temos que: t t R l 0 t Re = ; i y > 0 (9) l(1 + i ε ) y t se i = 0 o tempo de retoro é determiado em fução do crescimeto da demada y agregada, de forma que a equação acima fica da seguite forma: t t R l 0 t Re = (10) l(1 + x) 11 O coeficiete de repasse pode ser iterpretado como a elasticidade da oferta O coeficiete 1 implica em uma curva totalmete elástica e vai se torado ielástica à medida que se aproxima de zero 8
12 com: t Re = receita tributária futura para o período t x = variação percetual da demada agregada; ε t = elasticidade-reda do imposto; t = payback tributário A elasticidade-reda e do imposto foram estimadas pelo método dos Míimos Quadrados Ordiários a forma de duplo logarítmo, respectivamete, da seguite forma: lq = α + β y ly + e (11) lt = α + β t l y + e (12) ode: lq = logarítmo da quatidade; ly = logarítmo da reda; lt = logarítmo do imposto; β y, β t e α = coeficietes estimados; e = termo erro Os coeficietes β y e β t correspodem à elasticidade-reda e elasticidadeimposto, respectivamete, e represetam a mudaça percetual a quatidade demada de automóveis e a receita tributária devido à variação de 1% a reda Pelas equações (9) e (10) calcula-se o tempo que o govero leva para recuperar a receita tributária, dada uma redução de imposto de determiado produto Cotudo, o aumeto da produção de um bem fial estimula a produção de 9
13 todos os isumos requeridos para a sua produção, de forma que para produzir automóveis adicioais, é ecessária a fabricação de peças, peus, etre outros produtos, estimulado a produção de setores como peças, siderurgia, máquias e equipametos, gerado ovos postos de trabalho esses setores Desse modo, um aumeto de demada em um setor específico (o caso, automóveis) provoca um aumeto de produção ão apeas do setor automobilístico, mas ao logo de toda a cadeia produtiva Um aumeto a demada de um bem fial implicará, portato, um aumeto a demada dos bes itermediários, coseqüetemete aumetado sua produção e realimetado o processo de geração de emprego [Najberg e Ikeda (1999)] Para verificar o impacto a demada global bem como a variação da receita tributária total, recorre-se à matriz isumo-produto Para tato, tomou-se com base os dados de a preços corretes forecidos pelo IBGE para costruir a matriz iversa de Leotief, que é a matriz de requisitos diretos e idiretos por uidade de demada fial, de forma que o impacto de um aumeto da demada de um produto de um determiado setor seja refletido os demais setores da ecoomia Portato, parte-se da matriz aditiva básica que possui seguite formato: X X X X = x = x = x = x x + x + x + x x + x + x + x 3 + x + x + x x + Y + Y + Y Y (13) Ode: X = demada total do setor i; i 12 Foi utilizada a matriz de 2003 devido à dispoibilidade de iformações pela ova metodologia (Referêcia 2000) Para maiores detalhes ver IBGE (2007) 10
14 Y = demada fial atedida pelo setor i; i x = demada itermediária ou forecimeto do setor i para o setor j ij Cosiderado que o coeficiete técico é dado por as matrizes a forma vetorial temos que 13 : xij a ij = e, colocado X j Y = [ I A] X (14) em que: A = matriz dos coeficietes técicos (42 x 42) I = matriz idetidade de ordem ; X = matriz dos valores brutos da produção de cada setor (42x1); Y = matriz da demada fial (42x1) Para cohecer os valores brutos da produção decorretes dos efeitos diretos e idiretos de determiada expasão da demada fial de um setor específico, é ecessário isolar X a equação (14), de forma que: X 1 = [ I A] Y (15) ode [ I A] 1 é a matriz de requisitos diretos e idiretos da produção ou iverso da matriz de Leotief (matriz 42x42) 15 A equação (15) correspode ao modelo multiplicativo da matriz isumo-produto e possibilita calcular os impactos itersetoriais o valor bruto da produção devido às mudaças os impostos, coforme será descrito mais adiate 13 O coeficiete técico idica o grau de iterdepedêcia etre o setor que i (que forece) e o setor j (que utiliza) 14 (1 a11) a12 a13 Em termos matriciais: I = a (1 a ) a a a (1 a 15 A matriz de iversa de Leotief está o aexo A1 33 ) 11
15 A matriz fial tem a cofiguração a seguir 16, obtida a partir dos dados desagrupados de produção, cosumo itermediário, impostos e compoetes do valor adicioado 17 Tabela 1 Produto Isumo Setor 1 Setor 1 Modelo aditivo das relações itersetoriais 18 Demada Itermediária Demada Fial Demada Total Setor Setor Comsummeto tação Ivesti- Expor- Setor Total 2 3 Total x 11 x 12 x 13 1 x j= 1 1 j C 1 I 1 E 1 Y 1 X 1 Setor 2 x 21 x 22 x 23 2 x j= 1 2 j C 2 I 2 E 2 Y 2 X 2 Setor 3 x 31 x 32 x 33 x 3 x j= 1 3 j C 3 I 3 E 3 Y 3 X 3 Setor x 1 x 2 x 3 x x j C j= 1 I E Y X Total da Oferta Itermediária x i 1 x i 2 x i 3 x i i= 1 i= 1 i= 1 i= 1 x ij i= 1 C I E Y X Remuerações S 1 S 2 S 3 Importações 1 M 1 M 2 M 3 Impostos T 1 T 2 T 3 Valor V Adicioado 1 V 2 V 3 Oferta Total X 1 X 2 X 3 1 Salários + excedete operacioal bruto 2 Formação bruta de capital fixo + variação de estoques S M T V X S M T V X 16 Para maiores detalhes sobre a costrução e o fucioameto da matriz isumo-produto, ver, por exemplo Filellii (1994), Adrade e Najberg (1997) e Touriho (2006) 17 A agregação por atividade está demostrada o aexo A2 18 Cabe observar que o IBGE calcula a demada total da mesma forma do aqui apresetado, o etato, a oferta é obtida pela soma da produção do setor, das importações, margem, de trasporte, margem de comércio e impostos líquidos Ver tabela-resumo com os valores o aexo A3 12
16 Pela Tabela 1 fica evidete que: x + S + M + T = x j + C j + I j + E i i i i i= 1 j= 1 j (16) De acordo com IBGE (2004) a variável T compreede impostos, taxas e cotribuições que icidem sobre a produção, distribuição e veda, trasferêcias, exportação e importação de bes e serviços, sedo que os mais importates são: Imposto de Importação, ISS, ICMS e IPI Nas remuerações, além dos salários, estão icluídas as cotribuições para a previdêcia oficial e privada, FGTS e o excedete operacioal bruto 19 C correspode ao cosumo das famílias e do govero, equato I egloba a formação bruta de capital e variação de estoques 20 A equação (16) e a Tabela 1 mostram o fechameto etre a oferta e demada total da ecoomia pelo modelo aditivo, que será usado para calcular a receita tributária setorial e global, equato o impacto do cosumo itermediário sobre a demada global é obtido utilizado o modelo multiplicativo represetado pela equação (15) Após calcular a ova demada (Q e ) e preço (P e ) pelas equações (2) e (4), o valor (P e x Q e ) é itroduzido a matriz (Tabela 1), especificamete o cosumo das famílias, equato o aumeto percetual da quatidade demadada é distribuído proporcioalmete pelos demais setores que possuem ligação com o setor automotivo de acordo com o coeficiete técico, de forma que, tato o cosumo 19 Somete os salários serão utilizados como reda tedo em vista que o excedete operacioal bruto represeta o lucro das empresa, que apesar de também ser beeficiado pelo aumeto das vedas ão será tratado este trabalho 20 Cabe ressaltar que Y = Ci + I i + E e i V j = S j + M j + T, sedo que última equação correspode ao PIB j 13
17 itermediário, o ivestimeto (FBCF) 21 e o valor bruto da produção sofrem os impactos do aumeto da demada de automóveis 22 Da matriz alimetada com os ovos dados retira-se o valor da ova receita do govero que é itroduzida a equação (9), para obter o payback tributário setorial e global A receita atual do govero é obtida diretamete da variável T da Tabela 1, com a alíquota setorial de imposto dada por T i X i, que fica bem abaixo dos valores divulgados pela Afavea (2004), de 30,0% em média sobre o preço Aqui será utilizada como base de cálculo o valor bruto da produção para obteção da receita tributária equato a alíquota sobre preço de veda será usada para estimar o ovo preço e quatidade, porém aplicado a mesma redução os dois casos para mater a proporcioalidade O impacto o ível de emprego e reda são dados por: L = [ I A] 1 l X (17) 1 R = [ I A] s X (18) ode, l e s são os vetores liha dos coeficietes do emprego e reda, respectivamete, por uidade de produto de cada atividade (matriz 1x42) 23 e X a matriz diagoal da variação da demada agregada Para calcular a elasticidade-reda foi utilizada a série de veículos vedidos aualmete, de 1970 a 2006, usado o PIB per capita a preços de 2006 para 21 Nem sempre o aumeto da demada implica em aumeto dos ivestimetos Pode haver, por exemplo, redução da capacidade ociosa De forma que o aumeto do ivestimeto pode ser iterpretado como dimiuição da ociosidade A variação de estoques será matida costate 22 A atividade 12 correspode a automóveis, camihões e ôibus, cotudo somete automóveis de passeio e utilitários leves etram o cosumo das famílias, equato camihões e ôibus são classificados como ivestimetos 23 Ver Costa et al (2003) 14
18 represetar a reda 24 Os dados acima foram obtidos em wwwipeadatagovbr A elasticidade-preço da demada foi retirada de De Negri (1998), devido à dificuldade de obteção da série de preços de veículos 25 Os dados de emprego, reda 26 e os valores desagrupados de 2003 (ível 80) foram forecidos pelo IBGE, dispoíveis em wwwibgegovbr Para o cálculo da elasticidade do imposto foi utilizado o PIB a preços de 2006 como proxy para reda A série de receita tributária foi obtida pelo produto da carga tributária pelo PIB Com relação à elasticidade do imposto, o Gráfico 1 mostra a evolução da receita tributária e do PIB, tomado como base o ao de 1970 Observa-se que a partir de 1994 a receita tributária fica acima do PIB 27, o que sugere uma elasticidade bem acima de 1 Cotudo, a metodologia de cálculo da receita tributária, depededo da fote 28, apreseta problemas de superestimação, tedo em vista que ão coseguem segregar a arrecadação proveiete de medidas discricioárias por parte do govero (aumeto de alíquota, por exemplo) de outros fatores que iduzam o aumeto da base tributável (ver ota 27) Para corrigir esta distorção, foi utilizada a variável dummy zero de 1970 a 1993 e 1 de 1994 em diate 24 O período de aálise iicia-se em 1970 por cotemplar os impactos da reforma tributária de 1965/67 A respeito da reformas tributárias o Brasil ver Cóssio (1998) e Giambiagi e Além (2000) 25 O trabalho traz um resumo das elasticidades-preços de diversos autores em diferetes períodos e variam de -037 a -1,87 A elasticidade escolhia correspode ao poto médio etre a meor e maior (-1,12) 26 Para os empregos foi utilizado o pessoal ocupado a produção de cada setor e icluem trabalhadores com e sem carteira assiada e por cota própriaver aexos A3 e A4 27 O pricipal fator foi a estabilização da ecoomia promovida pelo Plao Real que produziu um efeito Tazi reverso, pricipalmete o ICMS, [Afoso et al (1998) e Araújo Neto e Sousa (2003)] além da maior eficiêcia a arrecadação 28 O cálculo efetuado pela Receita Federal, por exemplo, ão cosidera os valores das multas, juros e correção moetária e as arrecadações tributárias muicipais são estimadas, equato o IBGE ão computa as cotribuições de melhoria teham como cotrapartida a prestação de serviços bem como a cotribuição para a previdêcia dos servidores federais estatutários 15
19 Gráfico 1 Evolução do ídice PIB e da receita tributária (1970=1) º ídice 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1, Receita tributária PIB Fote:Tabela A4 Para verificar o comportameto da receita tributária, do tempo de retoro, reda e emprego às mudaças as demais variáveis serão feitas simulações com as elasticidades, redução da alíquota do imposto, crescimeto da reda, soegação e coeficiete de repasse (elasticidade da oferta) Na seção seguite são apresetados os resultados 16
20 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS As elasticidades-reda e do imposto com os respectivos testes são apresetados a Tabela 2 29 O valor da elasticidade-reda está compatível com os apresetados por De Negri (1998) Tabela 2 Elasticidade-reda e do imposto Elasticidade Valor Teste t Test F R 2 DW Reda 1, , , , ,69402 Imposto 1, , , , ,84536 A elasticidade do imposto próxima a 1 é semelhate à ecotrada por Rodrigues (1999), de 1,08; Maciel (2007) de 1,02 e Hagema (1999) para os países da OCDE, variado de 0,95 a 1,25 Como poto de partida para os cálculos, a elasticidade-preço utilizada será de -1,12 Para o crescimeto aual da reda, será adotado com hipótese iicial de 3,0% e redução de 50% as alíquotas dos impostos, sem soegação e coeficiete de repasse de 100% A quatidade de automóveis vedidos em 2003 foi de uidades ao preço médio de R$ 25306,00 30 Coforme demostrado a Tabela 3, com uma dimiuição de 50% a alíquota média, o preço médio reduz em 11,54% o que permite o aumeto da demada itera em 20,57% em um ao, tedo como coseqüêcia crescimeto de 0,41% o emprego, o que correspode a ovos postos de trabalho Desse total correspodem aos empregos diretos (gerados pelo setor beeficiado pela 29 Os cálculos foram feitos com ível de sigificâcia de 5%, apresetado resultados cosistetes e ausêcia de autocorrelação 30 O preço médio foi obtido dividido-se o cosumo das famílias pela quatidade vedida 17
21 redução do imposto) e são gerados pelos demais setores 31 A reda aumeta 0,47% o que equivale a R$ 3,16 bilhões a mais de salários a ecoomia Variável Tabela 3 Valores iiciais e fiais Valor iicial Valor esperado Variação (%) Alíquota média (sobre o preço) 30,00% 15,00% -50,00% Quatidade (uidades) ,57% Preço médio (R$) ,54% Receita gov setorial (R$ milhões) ,55% Receita gov global (R$ milhões) ,32% Reda global (R$ milhões) ,47% Emprego global (postos de trabalho) ,41% A receita tributária do setor reduz 45,55% e demora 20,57 aos para ser recuperada No etato, a receita global cai apeas 1,32%, levado apeas 0,45 aos de retoro 32 Observa-se que a receita do govero setorial ão reduz a mesma proporção da redução da alíquota, isso ocorre devido ao efeito compesador provocado pelo aumeto da eficiêcia tributária (dimiuição do peso morto) A difereça etre o tempo de retoro setorial e global deve-se a dois fatores: o primeiro e mais relevate é a proporção da receita setorial em relação à receita global, esse caso, de apeas 3,47%, em segudo, a arrecadação os demais setores 33 O efeito da elasticidade do imposto sobre a receita tributária está demostrado o Gráfico 2, ode se observa que quato maior a elasticidade, meor 31 Os setores que mais geram emprego e reda são, respectivamete: comércio, outros veículos e peças, serviços prestados às empresas e máquias e tratores (ver Tabela A5) 32 Apesar da queda da receita tributária setorial e o tempo de retoro serem sigificativos, o que realmete importa para o govero são os impactos em termos agregados 33 Os setores que mais cotribuem para a arrecadação global são, por ordem de importâcia: outros veículos e peças, refio do petróleo, material elétrico e serviços idustriais de utilidade pública (ver Tabela A5) 18
22 o tempo de retoro, ou seja, a dimiuição da alíquota provoca uma queda imediata a receita tributária, cotudo o crescimeto da ecoomia possibilita a recuperação da receita que será mais rápida quato maior for a elasticidade do imposto 34 Gráfico 2 Variação a elasticidade do imposto e tempo de retoro da receita tributária 60,0 1,2 50,0 1,0 Payback setorial (aos) 40,0 30,0 20,0 10,0 0,8 0,6 0,4 0,2 Payback global (aos) 0,0 0,0 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 Elasticidade do imposto Payback setorial Payback global Valores calculados cosiderado redução de 50% a alíquota do imposto, elasticidade-preço de -1,12, elasticidade-reda de1,7, crescimeto do PIB de 3,0%, repasse de 100% e ausêcia de soegação Com relação à elasticidade-preço, observa-se a Tabela 4 que quato maior a elasticidade, maior será o cosumo, logo, mais emprego e reda são gerados, equato a receita tributária e o payback agregados são pouco afetados O pequeo impacto sobre a mão-de-obra e os salários quado a elasticidade é baixa deve-se ao aumeto da demada em proporção meor que a redução do preço, o que dimiui o cosumo das famílias em termos moetários Há aida pouco efeito sobre 34 O emprego e reda ão são afetados pela elasticidade do imposto coforme demostrado pelas equações (8) e (9) 19
23 a o cosumo itermediário e ivestimeto 35 Isso demostra que, para bes bastate ielásticos, a redução do imposto, dimiui a arrecadação sem trazer beefícios sociais sigificativos 36 Tabela 4 Variação a elasticidade-preço Elasticidade preço Receita setorial Receita global Payback setorial Payback global Impacto emprego Impacto reda -0,2-49,97% -1,72% 23,43 0, ,02% -0,4-49,05% -1,64% 22,82 0, ,11% -0,6-48,12% -1,55% 22,20 0, ,21% -0,8-47,15% -1,46% 21,58 0, ,31% -1,0-46,16% -1,38% 20,95 0, ,41% -1,2-45,14% -1,28% 20,31 0, ,51% -1,4-44,09% -1,19% 19,67 0, ,62% -1,6-43,00% -1,09% 19,02 0, ,73% Valores calculados cosiderado redução de 50% a alíquota do imposto, elasticidade-reda de 1,7, elasticidade do imposto de 1,0, crescimeto do PIB de 3,0%, repasse de 100% e ausêcia de soegação Pela Tabela 5 fica evidete que o PIB ifluecia diretamete e de forma acetuada o ível de emprego da ecoomia Para cada 0,5 poto percetual de aumeto do PIB, cerca de 25 mil ovos postos de trabalho são criados 37 O reflexo a reda é coseqüêcia do aumeto do emprego A queda da receita tributária dimiui à medida que PIB cresce, logo, o tempo de retoro dimiui sigificativamete 35 O cosumo das famílias é obtido pelo produto do preço esperado pela quatidade esperada Se o aumeto da quatidade for meor que proporcioal a queda dos preços, o cosumo das famílias reduz e o cosumo itermediário e ivestimetos ão coseguem compesar essa redução 36 Isso cofirma a regra de Rasey que afirma que o govero deve taxar mais fortemete os bes mais ielásticos A esse respeito ver Armstrog, Doyle e Vickers (1996) e Costa O que equivale uma elasticidade-produto de 0,03, semelhate ao ecotrado em estudos específicos Para uma aálise detalhada ver Gozaga e Corseuil (2001) e Chahad, Diaz e Pazello (2002) 20
24 Variação PIB Receita setorial Tabela 5 Variação o crescimeto da reda Receita global Payback setorial Payback global Impacto emprego Impacto reda 0,0% -47,57% -1,50% 261,83 6, ,26% 0,5% -47,23% -1,47% 128,17 2, ,30% 1,0% -46,90% -1,44% 63,61 1, ,33% 1,5% -46,56% -1,41% 42,09 0, ,37% 2,0% -46,23% -1,38% 31,33 0, ,40% 2,5% -45,89% -1,35% 24,87 0, ,44% 3,0% -45,55% -1,32% 20,57 0, ,47% 3,5% -45,22% -1,29% 17,49 0, ,51% 4,0% -44,88% -1,26% 15,19 0, ,54% Valores calculados cosiderado redução de 50% a alíquota do imposto, elasticidade-preço de -1,12, elasticidade-reda de 1,7, elasticidade do imposto de 1,0, repasse de 100% e ausêcia de soegação Observa-se que caso ão haja crescimeto ecoômico, a dimiuição do imposto propicia a criação de postos de trabalho e aumeto da reda em 0,26% Nesse ceário o tempo de retoro agregado é de 6,14 aos No etato, se a ecoomia crescer 4% em média ao ao, o payback reduz para apeas 0,32 aos A Tabela 5 cofirma a importâcia do crescimeto ecoômico para a geração de emprego, reda e receita tributária, equato a Tabela 6 mostra que o retoro social será maior quato maior for a elasticidade-reda, mas com pouca ifluêcia sobre a receita tributária e o payback Note que há redução o ível de queda da receita tributária à medida que a elasticidade-reda aumeta, isso se deve ao aumeto da demada 21
25 Elasticidade reda Receita setorial Tabela 6 Variação a elasticidade-reda Receita global Payback setorial Payback global Impacto emprego Impacto reda 0,4-47,09% -1,46% 21,54 0, ,31% 0,6-46,86% -1,44% 21,39 0, ,34% 0,8-46,62% -1,42% 21,24 0, ,36% 1,0-46,38% -1,40% 21,09 0, ,39% 1,2-46,15% -1,37% 20,94 0, ,41% 1,4-45,91% -1,35% 20,79 0, ,43% 1,6-45,67% -1,33% 20,64 0, ,46% 1,8-45,43% -1,31% 20,49 0, ,48% Valores calculados cosiderado redução de 50% a alíquota do imposto, elasticidade-preço de -1,12, elasticidade do imposto de 1,0, crescimeto do PIB de 3,0%, repasse de 100% e ausêcia de soegação Pela Tabela 7 fica ratificado que à medida que se reduz a carga tributária sobre o cosumo, maior a queda da receita tributária e o tempo de retoro Apesar do aumeto acetuado o retoro setorial, em termos globais a variação é muito pequea, mas com reflexos sociais positivos 38 Redução da Alíquota Receita setorial Tabela 7 Variação a redução do imposto Receita global Payback setorial Payback global Impacto emprego Impacto reda 0,0% 3,73% 0,23% -1,24-0, ,19% 10,0% -5,81% -0,07% 2,02 0, ,24% 20,0% -15,49% -0,38% 5,69 0, ,29% 30,0% -25,33% -0,69% 9,88 0, ,35% 40,0% -35,35% -1,00% 14,76 0, ,41% 50,0% -45,55% -1,32% 20,57 0, ,47% 60,0% -55,96% -1,64% 27,74 0, ,54% 70,0% -66,58% -1,97% 37,08 0, ,61% Valores calculados cosiderado elasticidade-preço de -1,12, elasticidade-reda de 1,7, elasticidade do imposto de 1,0, crescimeto do PIB de 3,0%, repasse de 100% e ausêcia de soegação 38 Os dados da Tabela 7 mostram que para cada poto percetual de redução da alíquota, 4 mil ovos postos de trabalho são gerados em média 22
26 Cabe ressaltar que o aumeto da receita tributária, do emprego e reda quato a redução da alíquota é zero, deve-se ao efeito do crescimeto do PIB de 3,0% É importate observar que a redução da alíquota propicia gahos adicioais de reda e emprego, ou seja, uma dimiuição de 40% a carga fiscal, por exemplo, gera ovos postos de trabalho ( ) Isso demostra a importâcia da política tributária a geração de emprego com impacto muito pequeo a arrecadação global A tabela 8 mostra os efeitos da variação do coeficiete de repasse A receita tributária cai em decorrêcia da redução da alíquota idepedete do repasse para os preços No etato, o emprego e a reda são fortemete atigidos à medida que a desoeração fiscal é repassada para os preços Quato maior o repasse (ou elasticidade da oferta), meor será o preço fial, maior a demada, o emprego e a reda Coef Repasse Receita setorial Tabela 8 Variação o coeficiete de repasse Receita global Payback setorial Payback global Impacto emprego Impacto reda 30,0% -49,16% -1,67% 22,88 0, ,08% 40,0% -48,65% -1,62% 22,55 0, ,13% 50,0% -48,13% -1,57% 22,21 0, ,19% 60,0% -47,62% -1,52% 21,88 0, ,25% 70,0% -47,11% -1,47% 21,55 0, ,30% 80,0% -46,59% -1,42% 21,22 0, ,36% 90,0% -46,07% -1,37% 20,89 0, ,41% 100,0% -45,55% -1,32% 20,57 0, ,47% Valores calculados cosiderado redução de 50% a alíquota do imposto, elasticidade-preço de -1,12, elasticidade-reda de 1,7, elasticidade do imposto de 1,0, crescimeto do PIB de 3,0%, e ausêcia de soegação Por fim, a Tabela 9 mostra que quato maior o ível de soegação, maior a queda da receita e o tempo de retoro, o emprego e a reda ão são afetados A 23
27 coclusão óbvia é que políticas de desoeração fiscal surtem mais efeito aqueles setores bes cuja fiscalização e cotrole são melhores Nível soegação Receita setorial Tabela 9 Variação o ível de soegação Receita global Payback setorial Payback global Impacto emprego Impacto reda 0,0% -45,55% -1,32% 20,57 0, ,61% 10,0% -51,00% -1,51% 24,13 0, ,61% 20,0% -56,44% -1,70% 28,12 0, ,61% 30,0% -61,89% -1,89% 32,63 0, ,61% 40,0% -67,33% -2,08% 37,85 0, ,61% 50,0% -72,78% -2,27% 44,02 0, ,61% 60,0% -78,22% -2,45% 51,57 0, ,61% 70,0% -83,67% -2,64% 61,30 0, ,61% Valores calculados cosiderado redução 50% a alíquota do imposto, elasticidade-preço de -1,12, elasticidade-reda de 1,7, elasticidade do imposto de 1,0, crescimeto do PIB de 3,0% e repasse de 100% Em resumo, os resultados mostram que redução da carga fiscal sobre bes de cosumo aumeta de emprego e reda a ecoomia, equato a perda de receita é recuperada em curto prazo Os efeitos depederão das elasticidades (preço, reda e do imposto), e do crescimeto da ecoomia o que corrobora os preceitos teóricos 24
28 5 CONCLUSÃO O objetivo deste trabalho foi aalisar o impacto da desoeração fiscal sobre o emprego e reda em termos setoriais e globais, estimar o tempo de retoro da perda da receita tributária (payback) e mostrar a viabilidade ecoômica e social de reduções potuais da carga fiscal idireta A metodologia utilizada foi baseada em retoros de ivestimetos cojugada com a matriz isumo-produto Os resultados mostraram que a dimiuição da alíquota provoca uma queda imediata a receita tributária, cotudo a redução do preço possibilita o crescimeto da demada e aumeto da arrecadação que compesa a perda iicial de receita o curto prazo Foi aalisado o impacto de outras variáveis e costatou-se que a elasticidadepreço é fator importate os resultados, pois quato maior a elasticidade maior será o cosumo, mais emprego e reda são gerados Por outro lado, para bes ielásticos, a redução do imposto, dimiui a arrecadação sem trazer beefícios sociais sigificativos Como era de se esperar, o crescimeto ecoômico propicia o aumeto o ível emprego e reda da ecoomia Estimou-se que para cada 0,5 poto percetual de aumeto do PIB, cerca de 25 mil ovos postos de trabalho são criados além de amortecer a queda da receita tributária, o que cotribui para dimiuir o payback A elasticidade-reda tem pouca ifluêcia sobre a receita tributária e o tempo de retoro equato uma maior elasticidade do imposto permite a recuperação da receita de forma mais rápida, O emprego e a reda são beeficiados à medida que a desoeração fiscal é repassada para os preços, o que sigifica que quato maior o repasse (ou 25
29 elasticidade da oferta), meor será o preço fial, maior a demada, mais emprego e a reda são gerados O ível de soegação afeta diretamete a queda da receita e o tempo de retoro, de forma que políticas de desoeração fiscal surtem mais efeitos aqueles setores cuja fiscalização e cotrole são melhores Os resultados demostram a viabilidade ecoômica da redução da carga fiscal idireta uma vez que a receita tributária global retora a curto prazo com resultados sociais positivos em termos de emprego e reda 26
30 REFERÊNCIAS AFONSO, R R, VARSANO, R, RAIMUNDO, JCM, ARAÚJO, E A e SILVA, N L C Tributação o Brasil: características marcates e diretrizes para a reforma Revista BNDES, v 5, 9, Rio de Jaeiro: BNDES, ju 1998 ARMSTRONG, M, DOYLE, C, VICKERS, J, The access pricig problem: a sythesis, Joural of Idustrial Ecoomics, vol44, 2, 1996 ATKINSON, A ad STIGLISTZ, J E Lectures o publics ecoomics, New York: McGraw-Hill, 1980 ANDRADE, S C de e NAJBERG, S Uma matriz de cotabilidade social atualizada para o Brasil, Rio de Jaeiro: BNDES, jul 1997 (Texto para discussão, 58) ANFAVEA Associação Nacioal dos Fabricates de Veículos Automotores Auário da idústria automobilística brasileira, São Paulo, Afavea, 2004 ARAÚJO NETO, V B de, e SOUSA, M da C S de, Tributação da reda e do cosumo o Brasil: uma abordagem macroecoômica Estudos Ecoômicos, Vol 33, 1,São Paulo, ja-mar 2003 BARBOSA, A L N H e SIQUEIRA, R B Imposto ótimo sobre o cosumo: reseha da teoria e uma aplicação ao caso brasileiro Rio de Jaeiro: Ipea, jul 2001 (Texto para discussão, 811) BESANKO, D ad BRAUTIGAM Microecoomics a itegrated approach First editio, Joh Wiley & Sos Ic 2002 CASIMIRO FILHO, F e GUILHOTO, J J M Matriz isumo-produto para a ecoomia turística brasileira: costrução e aálise das relações itersetoriais Revista Aálise Ecoômica Ed Nº 40, Faculdades de Ciêcias Ecoômicas, UFRGS, Porto Alegre, setembro, 2003 CASTRO E R, E TEIXEIRA, E C Retoro dos gastos com a equalização das taxas de juros do crédito rural a ecoomia brasileira Revista de Política Agrícola, ao XIII, º 3 jul/set 2004 CHAHAD, J P Z, DIAZ, MD M, E PAZELLO, E T A elasticidade empregoproduto setorial o Brasil: ovas evidêcias Fipe, São Paulo, fev 2002 CÓSSIO, F A B Disparidades ecoômicas iter-regioais, capacidade de obteção de recursos tributários, esforço fiscal e gasto público o federalismo brasileiro, 21º Prêmio BNDES de Ecoomia, Rio de Jaeiro, BNDES, 1998 COSTA, C da Tributação ótima XXVI Ecotro da Sociedade Brasileira de Ecoometria, EPGE/FGV, dez
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33 ANEXOS (Tabelas) 30
34 CÓDIGO ATIVIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Tabela A1 Matriz iversa de Leotief AGROPECUÁRIA EXTRATIVA EXTRAÇÃO DE MINERAIS SIDERURGIA METALÚRGIA OUTROS MINERAL PETRÓLEO E GÁS NÃO-METÁLICOS NÃO-FERROSOS METALÚRGICOS 1 Agropecuária 1, , , , , , , Extrativa mieral (exceto combustíveis) 0, , , , , , , Extrde petróleo e gás atural, carvão e outros combustíveis 0, , , , , , , Fabricação de mierais ão-metálicos 0, , , , , , , Siderurgia 0, , , , , , , Metalurgia dos ão-ferrosos 0, , , , , , , Fabricação de outros produtos metalúrgicos 0, , , , , , , Fabricação e mauteção de máquias e tratores 0, , , , , , , Fabricação de aparelhos e equipametos de material elétrico 0, , , , , , , Fabricação de aparelhos e equipametos de material eletrôico 0, , , , , , , Fabricação de automóveis, camihões e ôibus 0, , , , , , , Fabricação de outros veículos, peças e acessórios 0, , , , , , , Serrarias e fabricação de artigos de madeira e mobiliário 0, , , , , , , Idústria de papel e gráfica 0, , , , , , , Idústria da borracha 0, , , , , , , Fabricação de elemetos químicos ão-petroquímicos 0, , , , , , , Refio de petróleo e idústria petroquímica 0, , , , , , , Fabricação de produtos químicos diversos 0, , , , , , , Fabricação de produtos farmacêuticos e de perfumaria 0, , , , , , , Idústria de trasformação de material plástico 0, , , , , , , Idústria têxtil 0, , , , , , , Fabricação de artigos do vestuário e acessórios 0, , , , , , , Fabricação de calçados e de artigos de couro e peles 0, , , , , , , Idústria do café 0, , , , , , , Beeficiameto de produtos de origem vegetal, iclusive fumo 0, , , , , , , Abate e preparação de cares 0, , , , , , , Resfriameto e preparação do leite e laticíios 0, , , , , , , Idústria do açúcar 0, , , , , , , Fabe refio de óleos vegetais e de gorduras p/ alimetação 0, , , , , , , Outras idústrias alimetares e de bebidas 0, , , , , , , Idústrias diversas 0, , , , , , , Serviços idustriais de utilidade pública 0, , , , , , , Costrução civil 0, , , , , , , Comércio 0, , , , , , , Trasporte 0, , , , , , , Comuicações 0, , , , , , , Istituições fiaceiras 0, , , , , , , Serviços prestados às famílias 0, , , , , , , Serviços prestados às empresas 0, , , , , , , Aluguel de imóveis 0, , , , , , , Admiistração pública 0, , , , , , , Serviços privados ão-mercatis 0, , , , , , ,00087 Fote: valores calculados com base os dados forecidos pelo IBGE 31
35 CÓDIGO ATIVIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Tabela A1 Matriz iversa de Leotief (cotiuação) MÁQUINAS E MATERIAL EQUIPAMENTOS AUTOMÓVEIS,CA- OUTROS VEÍCU- MADEIRA E PAPEL TRATORES ELÉTRICO ELETRÔNICOS MINHÕES E ÔNIBUS LOS E PEÇAS MOBILIÁRIO E GRÁFICA 1 Agropecuária 0, , , , , , , Extrativa mieral (exceto combustíveis) 0, , , , , , , Extrde petróleo e gás atural, carvão e outros combustíveis 0, , , , , , , Fabricação de mierais ão-metálicos 0, , , , , , , Siderurgia 0, , , , , , , Metalurgia dos ão-ferrosos 0, , , , , , , Fabricação de outros produtos metalúrgicos 0, , , , , , , Fabricação e mauteção de máquias e tratores 1, , , , , , , Fabricação de aparelhos e equipametos de material elétrico 0, , , , , , , Fabricação de aparelhos e equipametos de material eletrôico 0, , , , , , , Fabricação de automóveis, camihões e ôibus 0, , , , , , , Fabricação de outros veículos, peças e acessórios 0, , , , , , , Serrarias e fabricação de artigos de madeira e mobiliário 0, , , , , , , Idústria de papel e gráfica 0, , , , , , , Idústria da borracha 0, , , , , , , Fabricação de elemetos químicos ão-petroquímicos 0, , , , , , , Refio de petróleo e idústria petroquímica 0, , , , , , , Fabricação de produtos químicos diversos 0, , , , , , , Fabricação de produtos farmacêuticos e de perfumaria 0, , , , , , , Idústria de trasformação de material plástico 0, , , , , , , Idústria têxtil 0, , , , , , , Fabricação de artigos do vestuário e acessórios 0, , , , , , , Fabricação de calçados e de artigos de couro e peles 0, , , , , , , Idústria do café 0, , , , , , , Beeficiameto de produtos de origem vegetal, iclusive fumo 0, , , , , , , Abate e preparação de cares 0, , , , , , , Resfriameto e preparação do leite e laticíios 0, , , , , , , Idústria do açúcar 0, , , , , , , Fabe refio de óleos vegetais e de gorduras p/ alimetação 0, , , , , , , Outras idústrias alimetares e de bebidas 0, , , , , , , Idústrias diversas 0, , , , , , , Serviços idustriais de utilidade pública 0, , , , , , , Costrução civil 0, , , , , , , Comércio 0, , , , , , , Trasporte 0, , , , , , , Comuicações 0, , , , , , , Istituições fiaceiras 0, , , , , , , Serviços prestados às famílias 0, , , , , , , Serviços prestados às empresas 0, , , , , , , Aluguel de imóveis 0, , , , , , , Admiistração pública 0, , , , , , , Serviços privados ão-mercatis 0, , , , , , ,00041 Fote: valores calculados com base os dados forecidos pelo IBGE 32
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