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- Eduardo Neiva Diegues
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1 PROJETO VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (VER-SUS) VER-SUS OESTE CATARINENSE - VERÃO À 19 DE FEVEREIRO DE 2016 RELATÓRIO DEVOLUTIVA VER-SUS GRUPO 1 REDE CEGONHA FACILITADORA: Thiane Cristina Wosniak Acadêmica de Enfermagem - UNIVALI CAMPUS ITAJAÍ VIVENTES: Amanda Ferronato Vivente e acadêmica de Jornalismo - UNOCHAPECÓ CAMPUS CHAPECÓ Húndra Prestes de Godoi Vivente e acadêmica de Enfermagem - UFSC CAMPUS FLORIANÓPOLIS Lucas Miguel Vivente e acadêmico de Medicina - UFSM CAMPUS SANTA MARIA Micheli Biondo Vivente e acadêmica de Enfermagem -UDESC CAMPUS CHAPECÓ Thaís Bolognini Vivente e acadêmica de Psicologia -UNIVALI CAMPUS ITAJAÍ Entre os dias 12 a 18 de fevereiro de 2016, os 60 viventes selecionados para o projeto VERSUS foram separados em 12 grupos, a partir de temas relacionados a Redes de Atenção de Saúde (RAS). Cada grupo continha um facilitador e cinco viventes, sendo o grupo 1 como já mencionado, responsável pelo tema Saúde da Mulher com foco de aprendizagem na Rede Cegonha. Levando-se em conta os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013, indicam que viviam no Brasil 103,5 milhões de mulheres, o equivalente a 51,4% da população. Sendo de tal importância durante nossas vivências conhecermos com mais propriedade a realidade dos serviços de atenção a mulher.
2 Lançada em 2011 pelo Ministério da Saúde, a Rede Cegonha tem como objetivo qualificar o atendimento e assistência à mulher durante a gestação, o parto e puerpério e ao bebê até os dois anos de idade. (BRASIL, 2011). Diversos serviços foram vivenciados durante quatro dias, desse modo em sequência iremos destacar os principais pontos positivos e negativos de cada experiência, bem como nossas reflexões acerca das realidades observadas. Primeira vivência 15 de Fevereiro de 2016 Período matutino Unidade Básica de Saúde (UBS) - Belvedere Ao chegarmos na UBS fomos recepcionados pela auxiliar administrativa Cidia, a qual explicou a realidade do bairro, funcionamento e rotina da unidade sendo que a mesma atua em três turnos e é a porta de entrada da comunidade. Logo após acompanhamos a visita domiciliar junto a duas agentes comunitárias que nos levaram até a Vila Rica e realizamos três visitas e conhecer o caso de três gestantes cada qual em seu contexto e singularidade. Pudemos observar alguns pontos relevantes sobre o território, no que diz respeito a saneamento básico percebemos um grande déficit relacionado a lixo espalhado na rua, mau cheiro devido ao esgoto a céu aberto, entre outros os quais potencializam a ocorrência de doenças oportunistas. Junto a isso notamos que a população deste território encontra-se em condições de grande vulnerabilidade social afetados por fatores econômicos e culturais. Durante as visitas observamos uma grande disparidade de realidades em uma mesma microarea, onde nos defrontamos com uma gestante que teve sua gravidez embasada no planejamento familiar; outra gestante menor de idade apresentando DST associada e uma terceira gestante com extrema vulnerabilidade social, econômica e cultural. Uma grande resistência pela população local à adesão aos tratamentos recomendados foi percebida pelos viventes. Também é nítida a essencialidade da rede de atenção primária como primeiro acesso às ações de saúde, assim como sua complexidade.
3 A falta de acesso a informação se apresenta como uma das principais causas geradoras de situações de vulnerabilidade social e não inclusão do usuário ao sistema. Segunda vivência 15 de Fevereiro de 2016 Período vespertino Conselho Municipal de Saúde Em visita ao Conselho Municipal de Saúde, realizado no prédio da Secretaria Municipal de Saúde, ocorreram: discussão em grupo acerca da importância e da definição do papel do conselho, prestação de contas, e divulgação de pautas de reuniões posteriores e formação das comissões. Marco importante para o estabelecimento da cidadania e inclusão da população na organização dos programas de saúde.
4 Terceira vivência 16 de Fevereiro de 2016 Período matutino Clínica da Mulher e do Bebê Fomos recebidos pela Enfermeira Vanessa, que nos explicou sobre todos os aspectos do funcionamento da clínica. A clínica atende gestantes de até 15 anos de idade, com mais de 40, ou em situações de alto risco, independentemente da idade. Atende também não gestantes em especialidades como mastologia e ginecologia. Presta atendimento também de neuro e gastropediatria. Dentre suas atribuições, deve-se destacar: atendimento especializado e centralizado na mulher; prestação de exames como teste do pezinho e ultrassonografia; desenvolvimento de projetos de assistência como o Mais Amor, que incentiva a amamentação; atuação de equipe multidisciplinar, possibilitando a prestação de um atendimento integral; boa infraestrutura, permitindo otimização dos espaços interno e externo; presença de central de distribuição de fármacos anexo ao local; sistema totalmente informatizado; contra referência e referência positiva e efetiva. Como pontos a serem melhorados, pontuamos a ausência de um banco de leite e melhor acompanhamento durante o puerpério.
5 Quarta vivência 16 de Fevereiro de 2016 Período vespertino Hospital Regional São Paulo Em visita ao HRSP, fomos recebidos pelo coral de funcionários, uma das várias iniciativas do Grupo de Humanização do hospital, que promove também ações de humanização como os projetos Plantão Palhaço, Aniversário Feliz, Espaço Kids/Brinquedoteca, Contando e Encantando, Cinoterapia, Grupo de Pais da UTI Neonatal, Comissão de Aleitamento da Criança e Acolhimento Corresponsável(projeto piloto no estado). O hospital dispõe de ambiente e infraestrutura humanizados; realiza também método canguru efetivo e parto humanizado. Possui o título de Hospital Amigo da Criança, título cedido a hospitais/maternidades que preconizam o aleitamento materno. Em parceria com a Rede Cegonha, o HRSP realiza 97% de seus atendimentos através do Sistema Único de Saúde, sendo a maioria de seus pacientes, então, encaminhados à partir das UBS. É evidente que todas essas conquistas adquiridas somente são possíveis pela união de seus colaboradores, em efetiva equipe multidisciplinar.
6 Quinta vivência 17 de Fevereiro de 2016 Período matutino Setor de Hepatite, Tuberculose e Hanseníase O Setor de Hepatite, Tuberculose e Hanseníase presta atendimentos à população de Chapecó sem a necessidade de um encaminhamento à partir das UBS. Catalogando com excelência os dados epidemiológicos e mantendo seu banco de dados atualizado, a clínica busca alternativas para reduzir a incidência de Hepatites B e C no município, que dispõe do maior número de casos no estado. Há também o acompanhamento das gestantes que possuem Hepatite e seus bebês até 9 meses após o parto. A clínica, ainda, atende casos de Tuberculose e Hanseníase, tendo à disposição uma médica em período integral(40 horas) e mais dois médicos em período parcial(20 e 10 horas). A excelência em suas ações de saúde contrasta nitidamente com a deficiência em sua estrutura física. A falta de acessibilidade, a indisposição de um sistema informatizado, a insalubridade da sala de espera, seu pouco espaço físico e a ausência de mais profissionais impossibilita que a clínica realize tratamentos com plenas universalidade e equidade. Sexta vivência 17 de Fevereiro de 2016
7 Período matutino Hospital DIA O Hospital DIA foi uma experiência totalmente diferente de todas as outras instituições visitadas. O Hospital presta atendimento a portadores de DST oriundos de Chapecó e mais 36 municípios, e registrou na década de 80 o primeiro caso de HIV do estado de Santa Catarina. Serviços tais quais consultas, Profilaxia Pós Exposição(PPE), testes rápidos de HIV, Hepatite B e C e Sífilis são oferecidos abertamente à comunidade, sem a necessidade de encaminhamento de UBS. A alta demanda de atendimentos não é plenamente suprida devido deficiência no quadro de colaboradores e precariedades na estrutura física do local. A falta de espaço físico faz com que o armazenamento de arquivos ou mesmo o expurgo tenham de ser improvisados.
8 Sétima vivência 18 de Fevereiro de 2016 Período matutino Rede Feminina de Combate ao Câncer A Rede Feminina de Combate ao Câncer é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos que possui parceria(convênio) com a prefeitura e mantém seu funcionamento através de doações da comunidade. A instituição é formada por voluntários e funcionários contratados pagos pela entidade e/ou município. Realiza exames preventivos(papanicolau) e mamografias por ordem de chegada ou agendamento, sem necessidade de direcionamento pelas UBS. Possui o sistema todo informatizado e laboratório próprio. Ações sociais tais como empréstimo de perucas, banco de lenços e doações de sutiãs com prótese de silicone são também realizados pela instituição, que no momento se prepara para abrir uma casa de apoio para crianças em tratamento de câncer oriundas de outros municípios. Algumas ações da instituição são prejudicadas pelo baixo numero de funcionários, devido aos recursos angariados. Maior investimento na instituição por parte da prefeitura municipal traria maior estrutura para a contratação de um quadro de funcionários mais completo.
9 Oitava vivência 18 de Fevereiro de 2016 Período vespertino CRAS Efapi O CRAS Efapi trata de assuntos de assistência social no bairro EFAPI. É uma estratégia do SUAS(Sistema Único de Assistência Social) criado em 2005, com intuito de prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e riscos sociais nos territórios. Este serviço é de caráter preventivo e protetivo. O público referenciado são famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade. A instituição opera como porta de entrada para assistência social, porém o SUAS não possui vínculo com o SUS. Realidades discordantes, visto que saúde e assistência social são complementares uma à outra. CONTRIBUICÕES O VER SUS contribui com os acadêmicos por proporcionar vivencias nos serviços de saúde, ligados direta ou indiretamente com o SUS. Permite o desenvolvimento e aprimoramento do acadêmico a respeito de questões sociais e políticas, além de instigar o senso crítico, olhar ampliado sobre o sistema e reflexão acerca do seu funcionamento, organização e redes de atenção.
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