Transcrição da Teleconferência Resultados do Exercício de 2007 São Martinho 29 de junho de 2007

Transcrição

1 Operadora: Boa tarde, senhores e senhores, e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da S.A. para discussão dos resultados referentes ao exercício de 2007, ano-safra 2006/2007. Informamos que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas para investidores e analistas, quando mais instruções serão fornecidas. Logo após as perguntas dos analistas, iniciaremos a sessão para os jornalistas. Caso alguém necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor, solicite a ajuda de um operador, digitando *0. O áudio e os slides dessa teleconferência estão sendo transmitidos simultaneamente pela Internet no site A apresentação será feita pelo Sr. João Carvalho do Val, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, e pelo Sr. Felipe Vicchiato, Relações com Investidores. Informarmos que algumas informações contidas nesse conference call podem ter projeções ou afirmações sobre expectativas futuras. Tais informações estão sujeitas a riscos conhecidos e desconhecidos, e incertezas que podem fazer com que tais expectativas não se concretizem ou sejam substancialmente diferentes do que era esperado. Agora, gostaria de passar a palavra ao Sr. João Carvalho do Val, que iniciará a conferência. Obrigada. Boa tarde, e obrigado por participarem de nossa teleconferência sobre os resultados do ano de Vamos fazer alguns breves comentários a respeito dos resultados, últimos desdobramentos e perspectivas para as próximas safras. Em seguida, abriremos para a seção de perguntas e respostas. Primeiramente, gostaria de comentar nosso IPO, concluído em fevereiro deste ano, totalizando aproximadamente R$ 424 milhões, somando a oferta primária e secundária. Sem dúvida, grande parte do sucesso de nosso IPO é devido à listagem da Companhia no Novo Mercado da Bovespa, segmento esse que permite a todos acionistas tratamento igualitário e total transparência de nossa empresa. Gostaríamos de ratificar o compromisso e o comprometimento da com as regras do Novo Mercado e da Bovespa, além de expressar a satisfação em pertencer ao mais elevado nível de governança corporativa. Indo para a apresentação, diretamente ao slide 3, nós podemos ver que o ano-safra 2006/2007 foi positivo para a. Apesar do menor volume de vendas, tivemos preços médios mais elevados nesse período. Encerramos o exercício de 2007 com um robusto EBITDA de R$ 290,1 milhões, o que representou 34,2% da receita líquida, nos firmando a cada dia como a empresa referência em produtividade e tecnologia industrial. Apesar de moermos 9,27 milhões 1

2 de toneladas em 2007, isto é, 5% menos que em 2006, conseguimos produzir praticamente a mesma quantidade de açúcar e álcool. Como todos devem saber, isso foi devido ao clima, devido ao tempo seco, e uma moagem praticamente sem paradas durante a safra. Outro destaque do ano foi a sólida posição financeira da. Nossa posição de caixa mostra que estamos prontos para fazer frente ao crescimento orgânico do grupo ou, ainda havendo oportunidades, realizar aquisições no mercado. Passando para o slide seguinte, página quatro, temos um breve descritivo das últimas realizações da. Em abril desse ano, anunciamos a aquisição de 41,67% da Usina Santa Luiza, em uma operação conjunta com Usina Santa Cruz e com a Cosan, que tem uma usina também nas proximidades. Essas empresas ficaram com participações menores que a. Devido à proximidade da planta com a Usina, teremos ótimas sinergias operacionais e logísticas. Em relação à Usina Boa Vista, tivemos dois acontecimentos importantes nesse exercício. Primeiramente assinamos um contrato com a Mitsubishi Corporation, pelo qual a Boa Vista venderá 30% de sua produção em um prazo de 30 anos. Além disso, a Mitsubishi participará do capital da Usina Boa Vista somente com 10%. Em 18 de junho de 2007, o Conselho de Administração da aprovou também a antecipação dos investimentos na Usina Boa Vista. A primeira meta era moer 3 milhões de toneladas de cana em Com esta nova situação, isto deve antecipar-se em um ano, para 2010, moendo 3,4 milhões de toneladas que é a capacidade máxima da primeira etapa deste projeto. Passado para os slides cinco e seis, nós vamos comentar um pouco a construção da Usina Boa Vista. Hoje nós estamos na primeira fase de implantação da planta; nós estamos já implantando canavial, já faz dois anos que iniciamos esse processo. Contamos hoje com cerca de 9 mil hectares de cana plantados, e a nossa expectativa é chegar a 14 mil hectares até o fim de dezembro de Esse canavial já é suficiente para iniciarmos a moagem no ano que vem. Toda a parte relacionada à contratação de equipamentos a serem implantados na usina já está concluída, e o andamento da obra está em dia com o cronograma. Sendo assim, não temos dúvida de que iniciaremos a moagem no período ideal, no ano de Lembramos que a Usina Boa Vista terá seu processo de colheita 100% mecanizado, co-geração de energia elétrica, além de planta industrial de última geração. Esperamos, assim, ganhos operacionais significativos com o início de suas operações na safra 2008/2009. Finalmente, em relação à Usina Boa Vista, é importante ressaltar que o contrato da Mitsubishi permite elevar as exportações de álcool para o Japão além dos 30% da produção já definidos. Esta elevação só ocorrerá se houver comum acordo entre as partes, evidente. Sendo interessante, nosso Grupo vai exportar mais para o Japão. No slide número sete apresentamos os principais aspectos do racional estratégico da aquisição da Usina Santa Luiza. Além da vantagem geográfica, que nos trará 2

3 sinergias, podemos melhorar a produtividade agrícola através de aumento da mecanização na colheita e introdução, também, de modernas tecnologias no campo. Lembramos que a Usina Santa Luiza, estando bastante próxima à, poderá aproveitar toda a estrutura de pessoas, de técnicos, além de aproveitar equipamentos que já estão testados na Usina, podendo esses equipamentos serem utilizados também em parceria pela Usina Santa Luiza. Lembramos que a administração da Usina Santa Luiza, com essa compra, com a associação com a Cosan e com a Santa Cruz, poderá ser muito simplificada, e ter seu custo reduzido significativamente. A partir do slide oito, vamos falar um pouco das perspectivas para as próximas safras. Desde meados de 2006, os preços do açúcar no mercado internacional vêm caindo, em virtude principalmente da recuperação da produção em volumes acima do esperado na Índia, China, EUA, Paquistão e Rússia. Se olharmos o início do 4T07, observaremos que a queda de preços foi ainda mais acentuada, dada a produção recorde no Brasil na safra 2006/2007 e as perspectivas de incremento da safra 2007/2008, além ainda da expectativa de que a Índia eleve sua produção em cerca de 30% na safra atual, o que pressionará os preços do açúcar no curto-prazo. Esperamos que o preço do açúcar se recupere no longo prazo, uma vez que o custo de produção dos principais produtores, exceto o Brasil, ainda é superior a US$0,15 centavos/libra-peso. Finalmente, porque acreditamos no aumento mundial da demanda por álcool, esperamos uma redução no crescimento futuro da produção de açúcar. Apesar das boas expectativas em relação ao álcool, o mesmo vem apresentando preços declinantes desde o início da safra 2007/2008. Especialistas de mercado indicam que essa redução vem ocorrendo devido ao aumento da moagem das unidades existentes, além da entrada em operação de novas plantas. Entretanto, acreditamos que essa situação não deve perdurar, uma vez que é preciso levar em consideração um crescimento da frota de automóveis flex fuel e seu impacto no consumo de álcool no país. Olhando para o mercado externo, existe o fato irreversível da busca por fontes de energia limpa e, sobretudo, combustíveis renováveis, que ofereçam menor risco geopolítico. Com isso, o etanol é um forte candidato a tornar-se um dos principais combustíveis dessa nova era. Como demonstração dessa tendência, temos a recente decisão dos EUA em substituir 20% dos derivados de petróleo por biocombustíveis, e a expectativa de o Japão, China e países que fazem parte da União Européia seguirem o mesmo caminho. Passando para o próximo slide, e para quase encerrar nossa apresentação, mostramos uma atualização do nosso racional estratégico, que discutimos ao longo do nosso processo de abertura de capital. 3

4 Nosso principal foco estratégico é ser um produtor de baixo custo, pois entendemos que isso é um diferencial crucial em um mercado de commodities; lembrando que corte de cana, carregamento e transporte são custos importantes em todo o processo. Nós estamos elevando para 78% da colheita de cana crua mecanizada, isto é, cana verde, sem queimar, toda essa cana mecanizada, incluindo nossa cana e cana de fornecedores. A porcentagem de nossas canas é muito superior a isso. O segundo pilar estratégico do nosso grupo é aumentar nossa escala de produção. A é uma empresa focada na eficiência agrícola e industrial. Na área agrícola, que representa 70% do custo do produto final, atingimos um alto grau de eficiência. Acreditamos que a implantação de novas unidades, como o nosso projeto Boa Vista, é de grande interesse para nosso grupo. O país precisa expandir seus canaviais para atender a demanda prevista para o futuro, e nós devemos colaborar com essa necessidade. Também estaremos atentos a possíveis aquisições no mercado, lembrando que a São Martinho priorizará aquisições que façam sentido dentro do modelo de negócios atual, e que permita rápida captação de sinergias. Assim sendo, esperamos elevar nossa capacidade de produção dos atuais 10,3 milhões de toneladas, sem incluir aí a Santa Luiza, para algo próximo a 20 milhões de toneladas, em sete anos. Já estamos trabalhando para alcançar esta meta. A primeira etapa foi a aquisição da Santa Luiza. A segunda etapa foi a aceleração dos investimentos da Usina Boa Vista, que deverá já em 2010 moer 3,4 milhões de toneladas. Finalmente, o sucesso do produtor de commodities depende de um trabalho eficiente de mercado. Como vocês sabem, commodity é um produto que vale muito pouco pelo peso que ele representa. Para resolver este problema e nos auxiliar nisto, nós contamos com a expertise da Copersucar, através de ganho de escala e logística eficiente no escoamento de nossos produtos para todos os mercados, internos e externos, de açúcar e de álcool. Posso afirmar, finalmente, que o exercício de 2007 foi um marco histórico para a São Martinho. Como um dos produtores com menor custo de produção do mercado, estamos preparados para o cenário de preços adversos no curto prazo. Também estaremos atentos a oportunidades que surgirem, dado o cenário atual. Esses foram meus comentários, e agora gostaria de passar para a sessão de perguntas e respostas. Obrigado. Marcelo Brisac, Itaú Corretora: Boa tarde, João; boa tarde, Felipe. É uma pergunta um pouco a respeito do mercado de álcool. A gente tem visto o preço de álcool caindo bastante para a usina, mas essa redução não está chegando na bomba, na verdade. E tem um pouco de discussão do governo, o que pode ser feito com distribuidoras, enfim, eu queria um pouco o update de vocês, sobre se existe alguma coisa que possa ser feita. 4

5 E a segunda pergunta é se faz sentido fazer alguma coisa. Porque a dúvida que eu tenho é se existe mesmo essa elasticidade de substituição de gasolina por etanol em função do preço, ou seja, uma vez que o preço já está com desconto em relação à gasolina, se descontar mais esse preço aumenta o uso de etanol ou não. Boa tarde. Com relação à primeira pergunta que você fez, realmente o governo está muito preocupado com o repasse dessa redução de preço que nós estamos observando nas usinas para o consumidor final. Eu já estou há muito tempo no mercado, e eu tenho percebido que em todos os anos em que acontece uma redução de preço, o preço na bomba demora de um a dois meses para ocorrer. O que acontece é que eles normalmente dão a desculpa de que estão vendendo estoques antigos. Segundo, quando uma bomba começa a baixar, aí a reação vem em cadeia. Aí realmente o preço vai baixar, e as margens vão voltar aos patamares antigos. Isso é normal. Mas quando sobe, sobe tudo de uma vez só, você sabe disso. Quanto à elasticidade, nós temos visto, nos acompanhamentos que a Copersucar tem feito, que quando a paridade baixa dos 55%, 60%, a paridade entre etanol e gasolina, o consumo do carro flex aumenta demais, chega a aumentar até 30% ao mês. Isso eu sinto que é um colchão muito interessante para o nosso setor, que não permite mais que os preços caiam abaixo de um certo piso. Como você pode lembrar, três anos atrás, quando não tinha o carro flex, o nosso preço, apesar de um estoque baixo de passagem, chegou a cair para perto de R$ 320 o m 3, e hoje eu sinto que ele não deve ir muito abaixo desse patamar que está hoje; eu penso que esse patamar de hoje é o piso. Não sei, Marcelo, se eu esclareci suas perguntas. Marcelo Brisac: Esclareceu, sim. Muito obrigado. Felipe Vicchiato: Na verdade, abaixo de 70% você tem certo número de usuários que já começam a usar etanol, mas abaixo de 55%, você consegue trazer 30% a mais, quase. Marcelo, você consegue subir o consumo em 30%. Sabe por quê? Os usuários do carro flex estão ainda acostumando com esse produto. Muitos usuários... São carros novos, que acabaram de comprar, e no passado não utilizavam o etanol. Então, eles têm alguns mitos que estão sendo, aos poucos, corrigidos. A própria Única fez uma pesquisa para esclarecer esses mitos. 5

6 Tem pessoas que passam do etanol para a gasolina, para o motor não acostumar; tem pessoas que misturam; tem um monte de mito. E esse pessoal, quando o patamar cai muito, é muito mais fácil você ultrapassar esses mitos e passar a usar o álcool. Eu creio que no futuro essas variações serão mais elásticas, não terão tanta pressão no consumidor em mudar de um produto para o outro, porque para o carro, não muda nada. O carro não vai ter problema se usar gasolina ou álcool. Marcelo Brisac: Ok. Muito obrigado. Gabriela Chiste, Banco ABC Brasil: Boa tarde, João; boa tarde, Felipe. Eu queria perguntar para vocês que preço é o preço de break even para a usina, tanto de álcool quanto de açúcar. Boa tarde. O break even do nosso EBITDA, nós sempre comparamos com o preço do açúcar no mercado de Nova York. Nós estamos falando hoje em um USD valendo R$1,90; nós temos um break even entre US$ 0,085, US$ 0,087 por libra-peso. Hoje, como você sabe, o açúcar está acima disso. Esse é o break even do nosso EBITDA. Gabriela Chiste: Está ótimo. Obrigada. Operadora: Obrigada. A sessão de perguntas e respostas para investidores e analistas está encerrada. Iniciaremos agora a sessão de perguntas e respostas para jornalistas. Caso haja alguma pergunta, queiram, por favor, digitar *1. Inaê Riveras, Reuters: Boa tarde, João do Val, Felipe. Eu gostaria que vocês falassem um pouco mais sobre a safra 2007/2008. No slide, vocês estão citando um aumento de 10% na moagem. Eu queria saber se vocês esperam um rendimento semelhante ao da safra passada, e se dá para ter uma idéia de quanto fica destinado a álcool e quanto a açúcar. Boa tarde, Inaê. Ontem mesmo eu estava conversando sobre isso na usina, nós estávamos em uma reunião da Diretoria. Nós devemos ter um aumento de cana nessa próxima safra, o aumento deve se situar em torno de 3%, 4%, e a diferença com que estamos contando é a nossa participação na Usina Santa Luiza, para dar os 10%. 6

7 Quanto ao ATR, nós estamos imaginando que o nosso ATR vá ser o mesmo da safra passada; significa que nós teremos o mesmo produto por tonelada de cana. E em relação ao mix de produção? O mix de produção, nós estamos projetando 55% de álcool e 45% de açúcar. E estamos conseguindo. Hoje estamos com um pouco mais de álcool, porque no início da safra você produz mais álcool do que açúcar. Enfim, vocês estão, então, obtendo um rendimento, ou pretendem obter, na média da safra, semelhante ao do ano passado. Parece-me, falando com as pessoas do mercado, de um modo geral, que isso não se repete nas outras usinas. Por conta das questões climáticas, o pessoal vem registrando um rendimento abaixo, e até estão considerando que pode ter alguma mudança importante na produção em relação ao que estava previsto. Vocês concordam com isso? Eu concordo, sim. Eu estava vendo aqui, o ATR da safra até hoje isso é um dado que foi coletado pela Copersucar, um dado que ela coleta nas principais regiões produtoras até hoje, o ATR está abaixo, está um pouco mais de um ponto abaixo. E a projeção para a safra é um ATR de três pontos abaixo em relação à safra passada. Isso está realmente acontecendo com outras usinas, mas com a nossa não está, a nossa projeção é a mesma, baseada nos trabalhos de campo que nós fizemos, nas amostragens que nós fizemos de todas as áreas que nós vamos colher. A nossa idéia é manter o ATR. Pontos que você fala são pontos percentuais? Não, pontos mesmo; de 147 nós fomos para 144. OK. Obrigada. Auro Rozenbaum, Bradesco: Boa tarde. Tinha caído a linha. Eu queria voltar um pouco na questão do break even. 7

8 A sua resposta foi de um break even em torno de US$ 0,085 por libra-peso. Normalmente, eu acabo notando uma pequena confusão, até, quando se discute preço de break even para Brasil, ou comparando competitividade do Brasil com outros países. Pelo que eu entendi, esse, eu acho, é o conceito de break even que zera o seu resultado. Porque uma confusão que dá é que muita gente acaba soltando um break even, ou comentando break evens que zeram o rendimento, a taxa de retorno do projeto, normalmente o pessoal fala em 12%. Só queria confirmar que esse é o valor que zera, definitivamente, o resultado operacional de vocês. E só continuando, ainda nesse sentido, eu queria entender o que vocês estão esperando de comportamento para os próximos 12 meses. Boa tarde. Esse break even que eu estou te dando, que devido ao baixo valor do USD que nós estamos usando, é um break even do EBITDA. Não é um break even que zera o investimento, considerando retorno dos ativos e tudo. O break even que zera o investimento, eu posso até pedir para o Felipe entrar em contato com você, expor o nosso projeto da Usina Boa Vista, que ali vai estar bem claro, de uma usina nova, um investimento novo, com financiamento do BNDES, qual é o break even que gera o investimento para o acionista. Você me pediu um guidance para os próximos 12 meses. Eu acho um pouco difícil me aventurar a projetar os preços dos próximos meses. Mas eu creio que nós estamos a um preço bastante próximo ao piso, e esperamos que a partir do 2S haja uma recuperação. Por quê? Primeiro, esperamos que a recuperação do consumo de etanol ou aumento do consumo de etanol para o automóvel flex seja acima do que está acontecendo agora. As projeções feitas pela UNICA indicam estoque de passagem semelhante ao estoque de passagem da última safra, tanto em álcool como em açúcar, mesmo não considerando aumento significativo na exportação de álcool. Eu não sei se eu respondi, mas infelizmente eu não vou dar um preço projetado para a próxima safra. Não, eu acho que já respondeu bem, era mesmo uma idéia geral. E a primeira resposta, também bastante clara. Agradeço. Inaê Riveras, Reuters: Deixe-me aproveitar e fazer outra pergunta: nesses 10 milhões de toneladas a mais que vocês pretendem agregar à capacidade de produção, vocês citaram a possibilidade de compras e de novos projetos greenfield. Será que daria para ter uma idéia de se existe uma meta de vocês, o quanto seria possível, de uma maneira ou de outra, se isso já está definido ou não. Inaê, eu vou tentar responder o mais claro possível para você. 8

9 A Boa Vista vai aumentar em 3,4 milhões de toneladas a capacidade; você pega aí mais umas 700 mil toneladas da Santa Luiza, já vai dar próximo de cerca de 4 milhões de toneladas, que já seriam os 40%. Ficam faltando 6 milhões de toneladas para os próximos seis anos. Nós acreditamos, Inaê, que nós devemos primeiro focar em um crescimento talvez maior para a usina Boa Vista, porque ela permite crescer mais que isso. Ela vai chegar, em 2010, ainda tem um prazo aí de mais uns três anos para a gente poder crescer mais na Boa Vista. Independentemente disso, o Grupo continua sempre pesquisando novas regiões e novas oportunidades. Regiões para quê? Para greenfield. E oportunidades em unidades que sejam interessantes para compra, ou pelo menos o estudo da compra, desde que ela traga sinergia. Nós não iremos nunca comprar uma unidade longe do nosso grupo, uma unidade que não tenha capacidade de crescimento e uma unidade que esteja muito cara. Nós só devemos comprar unidades que nós possamos aumentar muito o nível operacional dela, ou seja, ter economias significativas. Então a unidade, a compra de uma unidade, depende de uma série de fatores. O projeto de greenfield não depende de nada, depende apenas da nossa vontade em investir, desde que a gente tenha região própria para fazer esse investimento. OK? Então, na verdade vai depender das oportunidades que aparecerem nesse período. Exatamente. Pode ser que no correr do período, nos próximos anos, que a gente invista, realmente, em unidade, ou pode ser, o que é mais correto, é mais fácil de você pensar, em um novo greenfield. Isso é mais provável, então? Não sei, Inaê, a gente nunca sabe. Pode acontecer amanhã alguma surpresa e a gente comprar um negócio, não sei. Vocês já observaram queda de valor das unidades? 9

10 É muito cedo para falar isso. Você sabe que é como o preço do álcool na bomba: cai o preço, o dono não quer saber, esquece que caiu o preço. Nós temos esse problema também com diversos insumos que eram, no passado, cotados em USD, e hoje são cotados em real. Certo. Eu estou perguntando isso porque a Cosan, no conference call deles, falou que já observou isso. Olha, a Cosan pode ter falado, mas eu não observei isso. Na verdade eles falaram que existe uma disposição maior para a venda, e que os preços devem começar a cair nos próximos meses. Ah, [você quis dizer] devem! Vamos esperar. Obrigada. Operadora: Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de passar a palavra ao Sr. João Carvalho do Val, para as considerações finais. Eu penso que tem mais uma pessoa do Bradesco que queria fazer uma pergunta. Gláucia de Castro, Bradesco: Obrigada. Boa tarde a todos. Eu gostaria de saber, eu sei que é a Copersucar que formula a política de hedge de vocês, mas eu queria saber se vocês poderiam passar para nós como é que... Quanto estava hedgeado em termos de açúcar, em termos de USD, no final do exercício. Boa tarde. Eu creio que você conheça muito bem o regulamento da Copersucar, e nós também conhecemos, inclusive eu participo dos Conselhos da Copersucar. A Copersucar não costuma divulgar a sua política de hedge nem a política de proteção 10

11 em USD. Eu só sei que eu estou tranqüilo com a atividade que a Copersucar está praticando e com a situação atual. Gláucia de Castro: Está ótimo. Obrigada. Operadora: Passamos agora para as considerações finais. Sr. João Carvalho, pode prosseguir. Eu gostaria de terminar salientando um assunto referente ao nosso Grupo. Nos últimos anos, nós recebemos diversas visitas de pessoas do mundo inteiro, que consideram o nosso Grupo um grupo interessante de se visitar, um grupo que vale a pena conhecer quando se trata de combustível ecologicamente correto. Nós recebemos o Primeiro Ministro do Japão, recebemos o Presidente do Panamá, recentemente, recebemos uma delegação do Ethanol Summit, e temos recebido, a partir do nosso IPO, visitas de alguns analistas e alguns investidores. Eu só queria deixar claro que o nosso Grupo tem o máximo prazer em receber todos os nossos acionistas, todos os analistas, jornalistas e pessoas envolvidas com o mercado; e nós teremos satisfação em mostrar para vocês o que é o nosso Grupo. Qualquer unidade, a, a Iracema, a Boa Vista, à disposição de todos vocês. Mais uma vez eu agradeço a todos, e obrigado por me permitir que eu divulgue os resultados da. Até breve. Operadora: A teleconferência da está encerrada. Agradecemos a participação de todos, e tenham uma boa tarde. 11