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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG Instituto de Ciências da Natureza Curso de Geografia Bacharelado SÉRGIO HENRIQUE DE CAMPOS ESPORTE O TURISMO NO LAGO DE FURNAS: UMA ANÁLISE SOBRE O MUNICÍPIO DE FAMA (MG) Alfenas - MG 2013

2 SÉRGIO HENRIQUE DE CAMPOS ESPORTE O TURISMO NO LAGO DE FURNAS: UMA ANÁLISE SOBRE O MUNICÍPIO DE FAMA (MG) Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Geografia pelo Instituto de Ciências da Natureza da Universidade Federal de Alfenas- MG, sob orientação do Profª. Drª. Ana Rute do Vale. Alfenas MG 2013

3 [...] mar de mineiro é lago mar de mineiro é vago [...] mineiro tem mar de fonte mineiro tem mar de rio mineiro tem mar de monte mar de mineiro é curvo mar de mineiro é manha mar de mineiro é turvo mar de mineiro é montanha mar de mineiro é fundo mar de mineiro é mundo. (Cláudio Nucci)

4 Aos familiares e amigos pelo apoio, à população famense, onde espero que esse trabalho sirva como incentivo, para que as atividades turísticas sejam implantadas adequadamente contribuindo para o desenvolvimento local.

5 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus pelas oportunidades e amparo concedidos ao longo dessa caminhada. Aos meus pais, Sérgio e Mariana, por acreditarem nos meus sonhos e pelo exemplo de força, perseverança e amor. Desde sempre fizeram tudo por mim, não medindo esforços para me proporcionar o melhor e com certeza sem este apoio não teria chegado até aqui, a eles devo minha eterna gratidão e respeito. Ao meu irmão Gabriel pela amizade e companheirismo. À Maria pela dedicação e a todos meus familiares que mesmo distantes torceram pelo meu sucesso. As grandes amizades que construí em Alfenas, aos companheiros de república e a galera da Geografia 2009, por fazerem parte dos melhores anos da minha vida. Aos professores do curso de Geografia, pelos conhecimentos adquiridos durante esses anos e em especial ao Prof. Dr. Evânio Branquinho, pela sua disposição em me ajudar nos momentos em que precisei. À Prof. Dr.ª Ana Rute do Vale, pela orientação e principalmente por aceitar se aventurar do meu lado nesse projeto e por todo aprendizado, dedicação, paciência e amizade. Pelo incentivo, sobretudo, nos momentos de dificuldades. Fica aqui minha admiração, carinho e respeito. À população famense pela receptividade e por acreditarem em meu trabalho. Em especial, a moradora Renata por todo o apoio durante o desenvolvimento da pesquisa. À todos os entrevistados pela grande contribuição. À Tamiris pela prestatividade de me apresentar novas informações que foram fundamentais para a reta final do meu trabalho, desejo sucesso em seus projetos. Estamos juntos para pensar sobre a importância de um planejamento sustentável e pelo uso democrático do Lago de Furnas. Aos meus amigos Angel, Carolina, Maria Thereza e Pietro pela colaboração e auxílio nos trabalhos de campo. À Alfenas pela acolhida. Enfim, a todos que de certa forma cruzaram meu caminho nessa jornada e contribuíram para a minha formação acadêmica e pessoal.

6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Localização do município de Fama (MG) na região do Lago de Furnas...12 Figura 2 - Barragem da usina hidrelétrica de Furnas em São José da Barra (MG)...15 Figura 3 Parte da área urbana inundada pelo lago de Furnas no município de Fama (MG)...18 Figura 4 - Placa na entrada da cidade de Fama (MG), comprovando sua condição de estância turística...19 Figura 5 - Mirante do Cristo na cidade de Fama (MG)...20 Figura 6 - Mirante do Cristo na cidade de Fama (MG)...20 Figura 7- Calçadão da orla na cidade de Fama (MG)...21 Figura 8 - Pedalinho no Lago de Furnas na cidade de Fama (MG)...21 Figura 9 - Mapa Turístico do município de Fama (MG)...22 Figura 10 - Área externa do Hotel Náutico em Fama (MG)...29 Figura 11 - Carnaval durante a noite na praça central de Fama (MG)...34 Figura 12 - Carnaval e aproveitamento do lago durante o dia...34 Figura 13 - Festa de São Pedro em Fama (MG)...34 Figura 14 - Campeonato de MotoCross em Fama...33 Figura 15 - Lotação de automóveis durante o evento...33 Figura 16 - Embarcações atracadas nas proximidades do Arena Fama...34

7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Tempo de residência no município de Fama(MG)...25 Gráfico 2 - Opinião dos moradores sobre a existência de potencial para desenvolvimento de atividades turisticas em Fama (MG)...25 Gráfico 3 - Utilização da represa pelos moradores para fins recreativos...25 Gráfico 4 - Atividades de lazer oferecidas aos moradores...25 Gráfico 5 - Importância da participação da população local para o desenvolvimento do turismo no município...27 Gráfico 6 - Presença de membro da família que trabalha no ramo de turismo...28 Gráfico 7 - Exploração do potencial turístico de Fama...30 Gráfico 8 - Apoio do poder público na divulgação e qualificação dos estabelecimentos turísticos...30 Gráfico 9 - Estados de origem dos turistas de Fama...31 Gráfico 10 - Motivos da visita dos turistas à Fama...31 Gráfico 11 - Meses do ano mais frequentados pelos turistas...34 Gráfico 12 - Frequência que visita município de Fama (MG)...35 Gráfico 13 Utilização da represa pelos turistas...36 Gráfico 14 Turistas proprietários de embarcações para fins recreativos...36 Gráfico 15 - Tipo de hospedagem utilizada pelos turistas...37 Gráfico 16 - Opiniões dos agentes sociais sobre apoio do poder público em relação as atividades de turismo e lazer...42

8 LISTA DE TABELAS E QUADROS Tabela 1 - Qualidade de estrutura, atividades e atrativos turísticos...23 Quadro 1 - Aspectos favoráveis e desfavoráveis vinculados ao turismo em Fama (MG)...48

9 RESUMO Este trabalho fará uma análise sobre o desenvolvimento do turismo no município de Fama, localizado no sul de Minas Gerais. Nessa região, enquadram-se os 34 municípios lindeiros ao lago de Furnas, denominado como o Mar de Minas. O lago de Furnas se originou com a construção da barragem e implantação da usina hidrelétrica de Furnas na década de Esses municípios tiveram suas áreas inundadas e suas histórias alteradas com o início de seu funcionamento em A partir deste fato marcante, essas águas passaram a representar a base econômica para esses, especialmente, para a cidade de Fama, sendo desenvolvidas atividades ligadas principalmente à agricultura e ao turismo. Nesta perspectiva, procura-se demonstrar no decorrer da pesquisa o potencial turístico que a área estudada dispõe, identificando os seus atrativos juntamente às suas complexidades. Para compreender a realidade e a dinâmica desta atividade, é preciso analisar os equipamentos turísticos em relação a infraestrutura existente; o ponto de vista dos atores sociais envolvidos com o turismo; a posição do poder público frente ao incentivo do desenvolvimento turístico e a participação da população local. Permitindo assim, apontar possíveis alternativas visando implementar adequadamente o turismo, sobretudo para o desenvolvimento local sem desconsiderar os aspectos sociais e ambientais. Palavras-chave: Lago de Furnas, turismo, potencial turístico.

10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO O LAGO DE FURNAS O turismo em Fama no contexto do lago de Furnas DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM FAMA-MG Localização dos equipamentos turísticos e infraestrutura O ponto de vista dos atores sociais envolvidos com o turismo População local Trabalhadores do ramo Turistas POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE O TURISMO NO MUNICÍPIO 3.1 O turismo no Plano Diretor O posicionamento do poder público POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM FAMA...44 CONSIDERAÇÕES FINAIS...47 REFERÊNCIAS...49 APÊNDICE...51 Apêndice 1. Questionário aplicado aos moradores de Fama (MG)...51 Apêndice 2. Questionário aplicado aos que trabalham no ramo turístico...53 Apêndice 3. Questionário aplicado aos turistas de Fama (MG)...55 Apêndice 4. Roteiro de entrevista com o prefeito de Fama (MG)...57

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12 10 INTRODUÇÃO O turismo vem se manifestando como um fenômeno marcante e cada vez mais presente no mundo contemporâneo, pois é um direito de todos terem acesso ao lazer, recreação, esportes e turismo. A prática da atividade do turismo permite ao indivíduo que se distancie do seu meio e de seu cotidiano e torna-se cada vez mais uma necessidade para o bem-estar humano, pois o turista da atualidade busca se libertar das tensões do dia-a-dia, realizando atividades nos curtos intervalos de descanso, como finais de semana e feriados. Com relação às definições de turismo, para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 1991): O turismo compreende as atividades desenvolvidas pelas pessoas ao longo de viagens e estadas em locais situados fora do seu enquadramento habitual, por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, para fins recreativos, de negócios, ou outros. Esta necessidade aliada ao poder de consumo da sociedade atual faz com que haja uma maior demanda e consequentemente melhor planejamento turístico, maiores áreas de lazer, etc. Desta forma, busca atender todas as classes sociais e realizar as principais funções do turismo, que são: o intercâmbio de informações, enriquecimento cultural e econômico não esquecendo o lado social e a manifesta expressão ambiental (RODRIGUES, 1997). Dessa forma, houve um despertar do interesse nas Ciências Sociais em estudar esse fenômeno, que é sociocultural e de profundo valor simbólico, entre elas a Geografia. Surge então, um novo ramo desta ciência conhecido como Geografia do Turismo, que visa compreender e analisar as manifestações espaciais do turismo. Apesar da polêmica que envolve o conceito do turismo e, consequentemente, o léxico da geografia do turismo, CRUZ (2001, p.5) acredita que o turismo é antes de mais nada uma prática social que envolve o deslocamento de pessoas pelo território e que tem no espaço geográfico seu principal objeto de estudo. Acrescenta ainda, o papel da cultura na determinação do turismo, já que se trata de uma prática social. Atualmente, o cenário mundial para o turismo é favorável, e esta atividade é vista como capaz de atenuar conflitos socioeconômicos e ambientais em áreas já impactadas, justamente por gerar recursos econômicos.

13 11 Todavia, falta muito a caminhar para que o Brasil aproveite adequadamente imenso potencial turístico de seu território, sobretudo em termos de infraestrutura, serviços e capacitação dos profissionais envolvidos direta ou indiretamente no setor. Nesse contexto, enquadram-se os 34 municípios lindeiros ao lago de Furnas, no sul de Minas Gerais, que passaram a ser banhados pelas águas deste, a partir da inundação de suas áreas para a construção da usina hidrelétrica, no contexto da política desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubistchek, nas décadas de 1950 e Considerado um dos maiores lagos artificiais do mundo, recebe a denominação de Mar de Minas. Dessa forma, com o início do funcionamento da usina hidrelétrica de Furnas, em janeiro de 1963, a história desses municípios se alteraria para sempre, uma vez que: Ao serem represadas, as águas formaram um dos maiores lagos do mundo, praias foram criadas, cânyons e cachoeiras foram formadas e principalmente, vilarejos, fazendas e cidades foram inundados, alterando definitivamente a paisagem local e a vida dos habitantes da região (LEMOS JUNIOR, 2010, p. 22). O referido autor destaca que para esses municípios, a água do Lago de Furnas passou a representar a base de sua economia, tanto pela Compensação Financeira dos Recursos Hídricos (CFRH) recebida pelos municípios, por conta da geração de energia elétrica, quanto pelas atividades ligadas à agricultura e ao turismo. Em suas margens muitos terrenos foram adquiridos multiplicando as construções destinadas ao lazer, normalmente com ancoradouros que permitem o uso das águas em diversas atividades recreativas (LEMOS JUNIOR, 2010, p. 60). Os municípios lindeiros desfrutaram das desvantagens de ter parte de suas terras inundadas, mas, ao mesmo tempo, passaram a contar com a possibilidade de desenvolver atividades econômicas ligas ao turismo e ao lazer. De acordo com a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (ALAGO), entre 1999 e 2003, houve um aumento médio de 23,15% PIB da região e, em 2003 a renda per capita média registrada foi de 1,45 salários mínimos. Certamente, apesar de seus atrativos turísticos ainda serem subaproveitados, essa atividade também é responsável por esses números. Nesta perspectiva, mostra-se cada vez mais necessária a análise de regiões que possuem um potencial para a realização de atividades turísticas, que muitas vezes não recebem o devido incentivo. Por conta, disto torna-se de suma importância compreender sua dinâmica econômica, social e cultural dos municípios lindeiros ao lago de Furnas, o denominado Mar de Minas.

14 12 Dentre esses municípios, destacamos como foco desse trabalho o de Fama situado no sul de Minas Gerais e pertence à mesorregião do Sudoeste Mineiro e microrregião de Furnas (figura 1), ocupa uma área de 86 km², com uma população total estimada em habitantes, sendo urbana (65%) e 830 rural (35%), tem como principal atividade econômica o setor de serviços e turismo, seguido pela agropecuária (IBGE, 2013). A cidade tem como municípios limítrofes: ao Norte Campos Gerais, ao sul Machado, a leste Paraguaçu e Oeste Alfenas (Figura 1). Fama apresenta uma localização privilegiada, pois esta inserida em uma rede urbana formada por prósperas cidades de porte médio e também possui uma localização estratégica em relações aos grandes centros: Belo Horizonte (360 km), São Paulo (340 km), Rio de Janeiro 450 km) (Leitura técnica municipal 2006). Figura 1: Localização do município de Fama (MG) na região do Lago de Furnas. Fonte: Prefeitura Municipal de Fama (2006). O município teve boa parte de sua área urbana inundada pelo lago, fato que, com o passar do tempo fez com que se tornasse uma instância turística bastante visitada, principalmente, pela população dos municípios vizinhos, em feriados e finais de semana. A

15 13 questão que se coloca é até que ponto as potencialidades turísticas estão sendo bem exploradas, em benefício do desenvolvimento econômico do município? A partir dessas informações apresentadas sobre o município de Fama, consideramos que é preciso avaliar suas possíveis potencialidades turísticas ainda pouco exploradas, mas que para tanto, há necessidade de um planejamento turístico adequado com apoio do poder público e da população local, procurando aliar desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, já que a paisagem - sobretudo o lago - é o principal atrativo turístico do município, existindo assim uma estreita relação entre turismo e água. Isso se explica, face ao costume de grande parte da população brasileira de desfrutar suas férias em locais com a presença de água, como praias, lagos, rios e estâncias hidrominerais (LEMOS JÚNIOR, 2012, p. 70). Acreditamos que as possibilidades e alternativas devem ser levantadas por meio de estudos, sobretudo na geografia do turismo, que ainda não foram realizadas efetivamente no município, de modo a contribuir para um melhor aproveitamento desse potencial turístico, gerando oportunidade de rendimentos e empregos para a população local, bem como alternativas de lazer e turismo para quem visita Fama. O turismo aparece como uma das mais reiteradas entre as reduzidas opções vista como capazes de desencadear uma movimentação na combalida economia dos municípios e lhes proporcionar apenas um abano de desenvolvimento, tanto para aquelas cuja economia baseada em atividades tradicionais já atingiu o ponto de inflexão, ou já se encontram em plena decadência, como para aqueles que emergiram de emancipações recentes e estão à procura do seu próprio paradigma (PIRES, 2005, p. 176). Nesse sentido, é possível que Fama se desenvolva com a combinação das águas de Furnas e o turismo, que este imenso potencial seja responsável pelo crescimento para este município. Além disso, essa atividade poderá servir de incentivos para a criação e execução de outras atividades como, por exemplo, a ampliação da rede hoteleira, do setor gastronômico e da produção cultural, expandindo os serviços que podem vir a se desenvolverem juntos com o turismo, possibilitando maior número de empregos neste ramo e também como incentivo para que a própria população seja responsável pela proteção dos recursos naturais e culturais, para que o município fique em destaque no setor turístico e que as pessoas conheçam e se encante com suas belezas e atrativos. Partindo desses pressupostos, esse trabalho pretende diagnosticar as potencialidades turísticas do município de Fama, buscando entender as dificuldades enfrentadas para uma

16 14 adequada exploração do turismo e do lazer, no contexto da região do lago de Furnas. Para chegar a esses resultados, percorreremos esses objetivos específicos: a) resgatar o histórico do turismo no sul de Minas, a partir da implantação da hidrelétrica de Furnas para compreender a situação atual; b) diagnosticar as potencialidades turísticas do município de Fama, a partir de seus principais atrativos turísticos e infraestrutura existentes, bem como os entraves para a realização de atividades turísticas e de lazer; c) levantar a opinião dos atores sociais envolvidos na dinâmica do turismo no município (população local, representantes de trabalhadores do ramo turístico e turistas); d) analisar o papel do poder público em relação ao incentivo para o desenvolvimento turístico no município; e) apontar possíveis alternativas que permitam a implantação de atividades turísticas no município, buscando aliar ao máximo esse desenvolvimento regional com a preservação do meio ambiente, com intuito de minimizar os impactos que podem ser acentuados com a atividade turística se não bem planejada. A metodologia utilizada neste trabalho é composta por levantamento e revisão bibliográfica para compor a parte teórica do trabalho; coleta de dados primários através de aplicação de questionários semiestruturados com moradores da área urbana (amostragem de 80 pessoas), representantes de trabalhadores do ramo turístico e lazer (amostragem de 7 pessoas), e com turistas que visitam o município (amostragem de 59 pessoas) e entrevista com o prefeito municipal; coleta de dados secundários junto à Prefeitura Municipal de Fama, IBGE, Biblioteca da UNIFAL-MG e sítios especializados da internet; elaboração de material cartográfico para visualização da localização dos equipamentos turísticos existentes no município (mapa turístico); tabulação e análise dos dados coletados e a redação final da pesquisa. Nesse sentido, nosso trabalho está estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo abordamos o processo de implantação da hidrelétrica de Furnas, a formação do lago e a apropriação do espaço pelo turismo no município de Fama nesse contexto; no segundo, tratamos do desenvolvimento do turismo em Fama, propriamente dito, mostrando a infraestrutura e localização dos equipamentos turísticos do município além de permitir compreender o ponto de vista dos atores envolvidos com o turismo, ou seja, a população local, trabalhadores do ramo e turistas; no terceiro, tratamos das políticas públicas voltadas para o turismo, através de uma breve análise do Plano Diretor do município e o posicionamento do poder público; e no quarto avaliamos quais as possibilidades e alternativas para que as atividades de lazer e o turismo possam realmente se desenvolver em Fama, abrindo caminho para que essas sejam acessíveis para toda a sociedade, sobretudo para o usufruto da população local, que também poderá tê-las como fonte de renda.

17 15 1. O LAGO DE FURNAS O lago de Furnas se originou a partir do represamento das águas do Rio Grande e seus afluentes para a construção da barragem da usina hidrelétrica de Furnas. Este grande empreendimento foi realizado durante o governo de Juscelino Kubitschek, que tomou posse como presidente do Brasil em janeiro de 1956, sendo sua política desenvolvimentista caracterizada pela ideia de progresso de 50 anos em 5. Esta época passa a ser marcada pelo crescimento da urbanização e da atividade industrial, torna-se necessário então criar alternativas para dar assistência a forte industrialização e evitar uma crise energética no país. Foi nesse contexto que no dia 28 de fevereiro de 1957 projetou a usina hidrelétrica de Furnas, representando um reforço energético para as regiões de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. As obras foram iniciadas no ano de 1958 e se estenderam até 1962; no ano seguinte a primeira unidade entrou em operação, mas sua inauguração oficial foi em 1965 no primeiro governo do regime militar com o presidente Castelo branco (Revista do Lago, 2012) (figura 2). Figura 2: Barragem da usina hidrelétrica de Furnas em São José da Barra (MG). Fonte: Ana Rute do Vale (janeiro/2012). Com a sede das Centrais Hidrelétricas de Furnas instaladas ao sudoeste de Minas no município de São José da Barra, o lago artificial é a maior extensão de água do estado de Minas Gerais, possui cerca de 1.500m² e cobre uma superfície de 1.457,48 km², onde acumula

18 16 cerca de 23 milhões de m³, medindo por volta de km de extensão - quase metade da costa marítima brasileira - sendo capaz de produzir MW (Revista da Hidrovia do Lago de Furnas, 2010). Esses números que retratam sua enorme dimensão e potencialidade, entretanto a criação do reservatório de Furnas ocasionou um considerável impacto social, pois atingiu a realidade de muitos municípios da microrregião, tendo em sua influência a composição de 52 municípios, dos quais 31 são lindeiros ao lago. Evidentemente houve impactos negativos para as localidades afetadas pela construção da usina, ocasionando mudanças na configuração da paisagem regional, além da alteração do perfil geográfico e econômico. É interessante compreendermos que as alterações e consequências foram distintas, no que se diz respeito à área inundada, alguns municípios sofreram maiores impactos nas áreas urbanas, outros as áreas rurais ou até mesmo em povoados. Os diversos setores foram afetados: transporte, comunicação, empreendimentos e etc., cada setor representando um nível distinto de importância para cada localidade, ou seja, o processo de alagamento foi heterogêneo e singular para os municípios afetados. Entretanto, de modo geral, a maioria dos municípios sofreu com o alagamento das terras baixas, férteis e produtivas - agricultura de várzea - impactando a atividade agrícola que era consolidada e responsável pelo desenvolvimento econômico da época. Além dos impactos sobre a economia local, que se baseava na agricultura e pecuária, e também com problema da desapropriação de terras e conflitos gerados pelas baixas indenizações que foram repassadas aos proprietários que tiveram suas terras alagadas. (Leitura Técnica, 2006) Todavia, após a formação do lago, com estabelecimento de um sistema aquático lêntico passou-se a vislumbrar a possibilidade de utilizar seu recurso hídrico para várias finalidades, dentre elas: a pesca, navegação, recreação. A qualidade paisagística e a simbiose do lago com o cenário natural, bem como a proximidade e acessibilidade a partir dos principais focos emissores de turistas (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) também são fatores favoráveis para se pensar no desenvolvimento de atividades ligadas ao lazer e ao turismo, que ganham incremento através da criação de atrativos diversificados presentes nos municípios banhados pelo lago, como por exemplo: artesanato, gastronomia, festas e tradições populares, havendo investimentos e melhoria na infraestrutura e ampliação da rede hoteleira e prestação de serviços. A atividade turística está presente em vários desses municípios lindeiros ao lago de Furnas, merecendo destaque o município de Fama. Considerando a necessidade de pensar no desenvolvimento integrado de toda a região do lago de Furnas, foi criado, em 1996, a Associação dos Municípios do Lago de

19 17 Furnas - ALAGO, que possui 36 municípios associados e é responsável por coordenar ações e incentivar propostas, projetos e planos para a efetivação do turismo. Além disso, a associação possui alguns objetivos e metas: saneamento ambiental, proteção ao meio ambiente, piscicultura e integração política e econômica dos municípios integrantes (Revista do Lago, 2012). Dentro das prerrogativas da ALAGO, na área específica sobre turismo, foi elaborado um inventário Turístico Geral para a região, além de um site que possui informações sobre os atrativos dos municípios, bem como dicas sobre destinos e rotas. Para facilitar o desenvolvimento regional o acesso dos municípios com características semelhantes surgem também os circuitos turísticos, que visam integrar os municípios com o mesmo propósito, além de captar recursos para a melhoria e implantação desta atividade nas cidades participantes. Nesta perspectiva em 2011 cria-se o Circuito turístico no Lago de Furnas, no qual o município de Fama esta integrado O turismo em Fama no contexto do lago de Furnas Para compreender e pensar em um desenvolvimento da atividade turística é imprescindível analisar todo o contexto que de certa forma possibilitou e impulsionou o despertar para a prática do turismo e lazer no município de Fama, bem como compreender a valorização de seus atrativos retratados como potencialidades turísticas. Fama teve origem a partir de um primitivo povoado, que emergiu nas terras da fazenda do Capitão Tomaz de Figueiredo, que em 1837, doou partes delas para formar o patrimônio de uma capela, ele também foi responsável pelo nome Vila da Fama que antes era chamada de Vila da Fome. Fama ficou muito tempo dependendo de cidades que se localizavam ao seu redor, em 1911 foi elevada a distrito, integrando o município de Alfenas e em 1923 passou a pertencer a Paraguaçu. Só em 1948 eleva-se a título de município e tomou novos rumos, depois que as águas de Furnas chegaram as suas terras no início dos anos 1960 (FRANCO, 2010). Por ter tido grande parte de sua área urbana afetada (figura 3), os moradores de Fama vivenciaram o acontecimento como uma catástrofe, devido as grandes perdas que tiveram, sem contar com os problemas de indenizações que foram oferecidas como medida reparadora e consideradas injustas, pois não representava o valor real da terra, gerando discórdia e deslocamentos forçados.

20 18 Figura 3: Parte da área urbana inundada pelo lago de Furnas no município de Fama (MG). Fonte: Rosymerie Silverio (2012). Como assinala Martins (2010), lentamente foram surgindo mecanismos de convivência com o lago, devido à sua incorporação como elemento definitivo do espaço regional, havendo então, gradativamente apropriação das águas e da orla, por meio de atividades do dia-a-dia. Dessa forma, o lago passa a ser ponto de encontro dos jovens, lugar onde as mulheres se encontram para conversar, recanto de recreação das crianças e palco de diversas atividades, como a prática da pesca e lazer. A beira da represa virou ponto de encontro, lugar de recreação e lazer, tornando-se cada vez mais frequente a visita da população dos municípios vizinhos, principalmente em finais de semana, feriados e férias, como afirma Martins (2010, p.356): Tudo isso significa que, gradativamente, os moradores da região reelaboraram suas referências simbólicas e redes de relações sociais em torno do Mar de Minas, superando os sentimentos de perda e sofrimento tão característicos da década de Conforme destaca o referido autor, a trajetória do turismo no Sul de Minas demonstra a complexidade da situação, quando, a partir da década de 1970, mais pessoas da região passaram a frequentar diversos pontos do lago em busca de lazer. A partir de 1980 começam a surgir algumas pousadas e não eram tão comuns embarcações no lago. Todavia, a busca pela prática de atividades de lazer e turismo na região começa a ganhar forças a partir da década de 1990, com a ocupação da orla, através de empreendimentos (restaurantes, bares e pousadas) e com a construção de casas de veraneio nas margens do lago.

21 19 Nos dias atuais, vem se intensificando também os passeios aquáticos realizados por barcos, lanchas, chalanas e jet-skis particulares, ou seja, o acesso a esse tipo de lazer está restrito a uma minoria privilegiada economicamente. Com o passar do tempo, Fama passou a ter espaço valorizado como retiro temporário da grande cidade, devido à sua tranquilidade e beleza paisagística, com a combinação das águas de Furnas e áreas verdes, aonde as atividades de turismo e lazer vão se intensificando. Assim, o município torna-se uma estância turística (figura 4), reconhecida pela região e estados vizinhos (São Paulo e Rio de Janeiro). Figura 4: Placa na entrada da cidade de Fama (MG), comprovando sua condição de estância turística. Fonte: Arquivo do autor (pesquisa de campo/ 2012).

22 20 2. DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM FAMA Propõe-se compreender o panorama geral do turismo no município de Fama através do diagnóstico das potencialidades existentes, avaliação da infraestrutura turística, análise do ponto de vista dos vários atores sociais envolvidos com essa atividade, demonstrando de que forma o turismo é tratado no plano diretor do município, e do posicionamento do poder público sobre as políticas municipais voltadas ao lazer e turismo Localização dos equipamentos turísticos e infraestrutura Por meio de nossa pesquisa e trabalho de campo, foi possível constatar que os principais pontos turísticos levantados no município de Fama são os seguintes: mirante do cristo (figura 5 e 6), calçadão da orla (figura 7), píer, Prainha Razeirão e Prainha Shangrilá, além de atrações como o pedalinho (figura 8) e o complexo de entretenimento Arena Fama. Figura 5 e 6: Mirante do Cristo na cidade de Fama (MG). Fonte: Arquivo do autor (pesquisa de campo/ 2012).

23 21 Figura 7: Calçadão da orla na cidade de Fama (MG). Fonte: Arquivo do Autor (pesquisa de campo/ 2012). Figura 8: Pedalinho no lago de Furnas na cidade de Fama (MG). Fonte: Arquivo do Autor (pesquisa de campo/ 2012). Apesar desses equipamentos, existe falta de infraestrutura de alguns pontos turísticos, o que dificulta o aproveitamento desses atrativos, sendo necessária manutenção desses permanentemente. Antes de analisar sobre a infraestrutura turística do município é importante destacar que segundo Nogueira (1999, p.78): [...] a atividade turística é formada por um extenso conjunto de serviços, dentre os quais se destacam os transportes, a hospedagem, as agências de viagem, os serviços pessoais e de telecomunicações, interligando diversos ramos comerciais especialmente o de alimentação, envolvendo ainda, de forma direta os segmentos industriais. No caso de Fama, em relação aos empreendimentos necessários para receber os turistas, constatamos que no ramo hoteleiro existem apenas três pousadas e um hotel em funcionamento, totalizando aproximadamente cinquenta leitos. No setor de alimentação existem quatro restaurantes especializados, sobretudo, em pratos preparados com peixe - e no ramo comercial dois supermercados, além de mercearias, padarias, lojas de confecções. Convém ressaltar, que existem duas lojas de artesanato na cidade, o que mostra que se as atividades de lazer e turismo fossem melhores exploradas poderiam incentivar investimentos nesse tipo de comércio beneficiando, principalmente a população famense através da produção de peças artesanais. Estes equipamentos foram mapeados, gerando então um material cartográfico que representa a localização dos equipamentos turísticos existentes no município (figura 9). Ressalta-se a originalidade desse material cartográfico, uma vez que não existia nenhum desse

24 22 tipo na Prefeitura Municipal. Portanto, o intuito da elaboração desse mapa é repassá-lo ao poder público do município, caso haja interesse por parte dele. Mapa Figura 9: Mapa Turístico do Município de Fama-MG Elaboração: Cândido, Esporte, No que se diz respeito à qualidade da infraestrutura e serviços prestados ao ramo turístico, consideramos em conjunto a opinião dos grupos entrevistados durante essa pesquisa, ou seja, moradores, trabalhadores do ramo e os turistas, pois esses são os agentes ativos responsáveis, junto ao poder público, para o direcionamento de políticas voltadas ao turismo no município (totalizando 145 pessoas). A qualidade da infraestrutura turística, dos serviços e atrividades foram classificadas em ótimo/bom, regular e ruim/péssimo, sendo que os maiores índices de aceitação estão voltados para os itens: opções de hospedagem (83%), limpeza (54%) e segurança (53%), enquanto que os considerados de qualidade ruim ou péssima são: guia de turismo (86%), mapa turístico (76%), atividades recreativas (57%) e sinalizações (51%), conforme tabela 1.

25 23 Tabela 1: Qualidadade da estrutura, atividades e atrativos turisticos. Fonte: Pesquisa de campo Essas respostas nos permitem concluir que os elementos listados especificamente exceto hospedagem deixam muito a desejar para um município considerado estância turística. Lembramos que as condições básicas para desenvolver o turismo, exige a construção de um imaginário positivo para a cidade, onde os elementos necessários devem estar aptos e preparados para receber os visitantes, fato que, ao que tudo indica não ocorre, pelo menos em parte, em Fama Ponto de vista dos atores sociais Para muitos geógrafos, percepção é uma noção guarda-chuva que abarca percepções, memórias, atitudes e preferências humanas (SERPA, 20011, p.174). Nesta perspectiva é importante compreendemos a maneira da qual os diferentes atores sociais se relacionam e compreendem os objetos, fenômenos e os significados que atribuem para as atividades voltadas o turismo e o lazer no município. Partindo desse pressuposto, abordamos, então, o ponto de vista dos atores sociais (população local, representantes de trabalhadores do ramo turístico e turistas) que

26 24 coletivamente são responsáveis direta ou indiretamente para o sucesso ou fracasso do desenvolvimento da atividade turística. Desta maneira a opinião deles em relação à atividade turística, vai depender dos interesses do indivíduo com o local, até mesmo a frequência que pratica as atividades de lazer e turismo. A partir dessas informações foi possível compreender a dinâmica da atividade turística no município, bem como seus pontos positivos e negativos População Local Segundo Huyssen (2006), citado por Gastal e Moech (2007), é importante compreender a maneira de como os habitantes percebem sua cidade e determinam a forma de como atuam nela. Antes de qualquer coisa não podemos esquecer que o turismo é uma prática onde a população local não pode ser esquecida, considerando desde o seu planejamento até a implementação das atividades turísticas, onde para que o turismo se estabeleça efetivamente, a população tem que estar preparada para receber os turistas na cidade da melhor maneira. É fundamental para que os que recebem visitantes saibam receber, não com subserviência, advinda da força econômica que a atividade turística pode ter e exercer, mas com orgulho de quem sabe e quem conhece os papéis a desempenhar numa comunidade hospitaleira. (GASTAL; MOESCH, 2007, p.10). Primeiramente devemos salientar que a população do município, caracteriza-se como uma população tradicional, no sentido de que a grande parcela (59%) vive no local há mais de 16 anos, sendo que desse total, 45% moram no município há mais de 20 anos (gráfico1).

27 25 Gráfico 1: Tempo de residência no município de Fama-MG. Fonte: Pesquisa de campo Agosto A população local considera o lago de Furnas como o principal potencial e atrativo turístico para o município e que, portanto, possui condições favoráveis para desenvolver atividades ligadas ao turismo e ao lazer (gráfico 2). Gráfico 2: Opinião dos moradores sobre a existência de potencial para desenvolvimento de atividades turisticas em Fama (MG). Fonte: Pesquisa de campo Agosto A fala de um dos entrevistados retrata essa opinião dos moradores mais antigos, em relação ao potencial turístico do município e a necessidade de melhorar as condições de infraestrutura para melhor desenvolvê-lo: Na época, a represa de Furnas acabou com tudo

28 26 que a gente tinha. Agora a única opção para Fama é o turismo que está precisando melhorar a sua infraestrutura (62 anos, aposentado). Embora o lago seja considerado o principal atrativo turístico, pouco mais que a metade dos entrevistados (51%) admitiram que costumam utilizar este para o desenvolvimento de atividades de lazer e recreação (gráfico 3). No que se refere à oferta de atividades recreativas e de lazer aos seus moradores a maior parte dos entrevistados (59%) considerou que não existe (gráfico 4). Com isso, fica nítida a necessidade da criação de políticas públicas com objetivo de inserir a população nessas atividades, bem como o incentivo às praticas esportivas e culturais, contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, uma vez que, de acordo com o artigo 24 da Carta dos Direitos Humanos, citado por Gastal e Moesch (2007, p. 30): Todas as pessoas têm direito a descanso e lazer, inclusive a jornada de trabalho razoavelmente limitadas e férias periódicas remuneradas. Gráfico 3: Utilização da represa pelos moradores para fins recreativos. Fonte: Pesquisa de campo Agosto Gráfico 4: Atividades de lazer oferecidas aos moradores. Fonte: Pesquisa de campo Agosto Nota-se que é muito restrita ou quase não existe a participação e o envolvimento da população local em projetos, decisões ligadas à questão do desenvolvimento do turismo. Entretanto, a maioria dos entrevistados considera importante a participação da comunidade (gráfico 5) e estão dispostos a se envolverem, a fim de contribuir para o desenvolvimento turístico, mas na prática a população fica às margens das decisões e políticas públicas. A insatisfação dos moradores locais é clara na fala do entrevistado Rômulo (pseudônimo): a cidade está deixando a desejar, é uma pena que as autoridades até hoje não ofereceram grande base para o turismo [...] a gente fica um pouco triste, porque sou filho de Fama e quero que essa cidade cresça. (71 anos, aposentado).

29 27 Gráfico 5: Importância da participação da população local para o desenvolvimento do turismo no município. Fonte: Pesquisa de campo Agosto A falta de investimentos no ramo turístico no município, aliado à base da economia ligada à cafeicultura, que gera a maior parte de postos de trabalho no período da colheita, mostra que existe uma reduzida oferta de emprego no município. Essa situação tem provocado a migração, principalmente da população mais jovem, a qual vai buscar oportunidades de trabalho em outros municípios da região, bem como na capital mineira, Belo Horizonte, ou até mesmo na região metropolitana de São Paulo. Isso pôde ser constatado quando os moradores foram questionados sobre a existência de algum membro da família trabalhando na atividade turística e a maioria (72%) respondeu negativamente (gráfico 6). A nosso ver, essa situação pode ser revertida quando existe de fato a valorização da atividade turística no município, que refletiria na geração de múltiplas oportunidades de emprego abrangendo os vários setores dessa atividade, tais como: hoteleiro, alimentação, recreação, comercial, etc.

30 28 Gráfico 6: Presença de membro da família que trabalha no ramo de turismo. Fonte: Pesquisa de campo Agosto Esse dado é preocupante, na medida em que havendo pouco envolvimento da população com o turismo, dificulta a construção de uma relação de pertencimento e identificação com o local, na forma de inserir o morador e este até valorizar mais seu espaço geográfico. O envolvimento dos habitantes na construção das atividades e atrativos turístico, mostrando realmente sua história, peculiaridades e costumes, de forma a desenvolver uma imagem positiva do local onde moram e serem atores decisivos para o desenvolvimento do turismo no município. Ademais, convém ressaltar que a migração de jovens poderá provocar o envelhecimento dessa população. Entretanto, são bastante perceptíveis as transformações urbanas em Fama, onde podemos identificar sua expansão no sentido oeste da cidade, com a criação de novos loteamentos e moradores oriundos de outros municípios, que tem procurado o local como residência, principalmente pelo preço dos imóveis mais baratos que em municípios vizinhos como Alfenas e pela qualidade de vida, geralmente encontrada em pequenas cidades, que nesse caso, conta ainda com uma bela paisagem. Essa porção da cidade, onde se situa o bairro São Pedro, optamos por denominar de Nova Fama, em oposição à Velha Fama, caracterizada pela região central, onde vive a população mais antiga. Embora, a princípio, chegamos a imaginar que, por ser mais tradicional na cidade esta última teria mais resistência a aceitar o turismo como atividade principal no município e a primeira a ser mais aberta a essa possibilidade, nossas entrevistas não chegaram a revelar essa diferença.

31 Trabalhadores do ramo turistico e lazer Com a prática das atividades ligadas ao lazer e turismo, há impacto no âmbito econômico, devido a maior circulação do dinheiro, que é gasto pelos turistas que buscam produtos e serviços durante o período da sua estadia no município. Entrevistamos os proprietários e responsáveis pelos empreendimentos turísticos, onde os principais estão concentrados no setor de hospedagem: pousadas e hotéis e no setor de alimentação: restaurantes. A maioria dos empreendimentos existe há mais de 15 anos e são conhecidos na região, tais como: Bar da Rita, Restaurante PJ, Pousada Recanto das Águas e Hotel Náutico (figura 10). Outros são mais recentes, como: Restaurante Dona Cida, Pousada Lago Azul e Pousada do Josué. Figura 10: Área externa do Hotel Náutico em Fama (MG). Fonte: Arquivo do autor (pesquisa de campo, 2012). Esses donos de estabelecimentos escolheram atuar nesse ramo devido à vocação e potencialidade da cidade em desenvolver atividades de turismo e lazer que consequentemente depende de seus serviços e acreditam que o lago de Furnas é o principal elemento que atrai os turistas a visitar o município. Entretanto a maioria (85%) considera que o potencial turístico do município não é bem explorado (gráfico 7), ressaltando ainda a falta de apoio do poder público municipal, principalmente no que se diz respeito a divulgação e qualificação dos estabelecimentos (gráfico 8).

32 30 Gráfico 7: Exploração do potencial turístico de Fama. Fonte: Pesquisa de campo Agosto Gráfico 8: Apoio do poder público na divulgação e qualificação dos estabelecimentos turísticos. Fonte: Pesquisa de campo Agosto Trata-se de uma situação complicada, já que esses empreendimentos de certa forma movimentam com a economia local, gerando impostos e vários empregos, como: cozinheiros, garçons, recepcionistas, arrumadeiras, auxiliares, etc. Cabe salientar, porém, que a maioria desses empregos são oferecidos na época de temporada, quando ocorrem os eventos e em feriados prolongados e férias, no restante do ano o número de funcionários empregados por esses empreendimentos é reduzido. Se o turismo no municipio fosse melhor planejado, através da criação de atrativos e atividades durante o ano, certamente contribuiria para a geração de empregos fixos, além de estimular outras ocupações, tais como: guias de turismo, barqueiros, artesãos, caseiros, arrumadeiras, vendedores, etc. A maioria dos trabalhadores e principalmente os proprietários dos estabelecimentos estão desanimados, uma vez que em algumas épocas do ano a demanda de turista é muito baixa, sendo assim seus serviços passam a ser poucos requisitados Turistas Como aponta Rodrigues (1997), o lugar turístico é definido principalmente pela presença do turista. A partir disso, cabe aqui compreender quais são os principais motivos que impulsionam o deslocamento e a escolha de Fama como destino. Detectamos o parecer do visitante em relação ao desenvolvimento do turismo no município, uma vez que esta atividade ganha força devido à demanda de turistas e seu fluxo continuo é fundamental para o crescimento e aprimoramento da atividade. A maioria dos turistas entrevistados é do estado de Minas Gerais (56%), tanto dos municípios mais próximos de Fama (Córrego do Ouro, Guapé, Machado, Campos Gerais)

33 31 quanto os mais distantes (Belo Horizonte e Pouso Alegre). Também existe uma parcela (39%) que é de origem do estado de São Paulo (São Paulo, São Caetano do Sul, São José dos Campos, Águas de Lindóia, Espírito Santo do Pinhal). E ainda os que são de mais longe (5%), como do estado do Rio de Janeiro (Niterói e Nova Friburgo). Isso retrata o potencial da pequena cidade de Fama como destino turístico de pessoas de diferentes regiões (gráfico 9). Gráfico 9: Estados de origem dos turistas de Fama. Fonte: Pesquisa de campo 2012 e Os motivos pelos quais os turistas tem se deslocado até Fama são, sobretudo os eventos culturais (46%), seguido pela busca por passeios e prática de atividades de lazer (37%) e eventos esportivos (12%). A baixa porcentagem (5%) de pessoas cujo motivo foi a visita a parentes e amigos confirma a vocação turística do município (gráfico 10). Vale ressaltar que esses últimos, geralmente moram na região ou na zona rural do município e acabam aproveitando essa oportunidade para conhecer e praticar o turismo. Gráfico 10: Motivos da visita dos turistas à Fama. Fonte: Pesquisa de campo 2012 e 2013.

34 32 No que se refere aos eventos culturais em Fama destaca-se o carnaval e os shows musicais. A festa de carnaval do município é conhecida, não apenas na região, mas também em vários municípios dos estados de Minas Gerais e São Paulo, superlotando de turistas casas de veraneio, hotéis e pousadas (figuras 11 e 12). Outro evento de destaque é a Festa de São Pedro (figura 13), dando força ao turismo religioso, que é realizada no município há décadas, no mês de junho, contando com a procissão fluvial de barcos enfeitados e iluminados e com a presença de barracas com comidas típicas mineiras. Todavia, como esses eventos duram apenas alguns dias, muitas vezes um final de semana, acaba por atrair mais moradores da região do que turistas. Figuras 11 e 12: Carnaval na praça central de Fama (MG) durante a noite e aproveitando o lago durante o dia. Fonte: Prefeitura municipal de Fama MG (2011). Figura 13: Festa de São Pedro em Fama (MG). Fonte: Renata Ferreira (junho 2011).

35 33 Outro evento que atraiu e provavelmente continuará atraindo ainda mais visitantes, é a Festa Junina que está sendo resgatada e promovida por uma empresa particular (no complexo de entretenimento Arena Fama), que teve início em 2012 e, segundo a pessoa responsável pela organização, pretende contar com a participação de entidades do município e tem como objetivo resgatar a cultura junina do passado. A busca por passeios e prática de atividades de lazer em Fama, obviamente está ligada à sua beleza cênica aliada à tranquilidade típica de pequenas cidades. Devemos destacar também que a prática do turismo esportivo, vem crescendo gradativamente nesses últimos tempos que consiste em campeonatos regionais e estaduais de MotoCross (figuras 14 e 15), evento que é realizado no complexo de entretenimento Arena Fama, atraindo competidores, familiares e público admirador deste esporte durante os dias de competição. Figuras 14 e 15: Campeonato de MotoCross em Fama e a lotação de automóveis durante o evento. Fonte: Arquivo do autor (pesquisa de campo, maio 2012). Durante esse evento esportivo, além dos automóveis, outro tipo de transporte utilizado para chegar ao local ou para realizar passeios são os náuticos, onde temos diversas embarcações particulares conforme já mencionado que ficam atracadas nas proximidades (figura 16).

36 34 Figura 16: Embarcações atracadas nas proximidades do Arena Fama durante o campeonato de MotoCross em Fama (MG) Fonte: Arquivo do autor (pesquisa de campo, maio 2012). De acordo com as entrevistas, a procura pelo município é maior durante o verão, entre dezembro e março, embora também se note a presença de turistas em outubro e novembro. Sem dúvida, dentre esses meses, fevereiro é o que tem maior expressão (65%), devido ser, em geral época de carnaval e de férias. Nos meses de junho e julho, a presença de turistas, mesmo que em pequena proporção, se justifica pela realização das festas juninas. Cabe ressaltar que o fato de os demais meses do ano (abril, maio, agosto e setembro) não terem sido assinalados mostra que o turismo no município sofre uma grande oscilação, pois a prática do turismo é realizada em massa em alguns meses e em outros não é tão frequente (gráfico 11). Gráfico 11: Meses do ano mais frequentados pelos turistas. Fonte: Pesquisa de campo 2012 e 2013.

37 35 A frequência com que os turistas costumam visitar Fama também justifica essa massificação, uma vez que a maioria dos entrevistados (63%) costuma visitar o município apenas uma vez ao ano, ou seja, para prestigiar os eventos que na maioria das vezes são anuais (gráfico 12). Gráfico 12: Frequência que visita município de Fama (MG). Fonte: Pesquisa de campo Através das análises dos dados coletados, compreendemos que os grandes eventos que ocorrem no município são responsáveis por atrair turistas, embora as festas e manifestações populares venham se transformando em festa-mercadoria para o consumo cultural de massa. A criação de eventos e as novas tradições que são criadas podem colaborar para um consumo turístico cada vez mais segmentado (no sentido de não possuir atrativos ao decorrer de todo o ano) e excludente (onde nem todos tem acesso a esses eventos). Por conta disso, torna-se necessário um planejamento turístico adequado para a valorização da cultura e festas locais, como forma de valorizar as tradições, o lúdico e seus reais significados, proporcionando um resgate dessas tradições para os moradores jovens. Para esses turistas, o elemento da paisagem que mais se destaca é o lago de Furnas. Entretanto, nos deparamos com uma contradição, pois apesar do lago ser o centro das atenções no município, nem todos os turistas tem acesso às águas do lago para a realização de atividades recreativas (gráfico 13). Essa situação se explica pelo fato de que a maioria dos turistas não possuem embarcações para prática do turismo náutico e não havendo embarcações próprias para passeios (gráfico 14).

38 36 Gráfico 13: Utilização da Represa pelos turistas. Fonte: Pesquisa de campo 2012 e Gráfico 14: Turistas proprietários de embarcações para fins recreativos. Fonte: Pesquisa de campo 2012 e A falta de sistemas de coleta, transporte e tratamento de esgoto, contribui para subutilização do lago, pois existe uma degradação das condições ambientais devido ao despejo de esgotos in natura nos corpos d água. Em alguns pontos do lago o mau cheiro é grande e a sujeira na água é perceptível. Essa situação prejudica a qualidade de vida e comprometa a economia, mostrando a urgência de tomar providências para a implementação de sistema de esgotamento sanitário. Em 2007, a ALAGO propôs um projeto para tratamento de esgotos nos municípios das bacias hidrográfica do lago de Furnas e, em 2011, entregou ao Ministério das Cidades, todos os 52 projetos de saneamento da região, mas somente 12 municípios foram selecionadas para receber recursos para as obras de estações de tratamentos de esgoto. O município de Fama ainda não foi contemplado com os recursos, sendo obrigado a prosseguir com mais esse obstáculo, onde garantir a qualidade da água é

39 37 essencial para o desenvolvimento de atividades ligadas ao turismo e lazer ( Revista do Lago, 2012). Em relação aos pontos turísticos mais visitados e preferidos dos turistas são: o calçadão da orla e o píer, onde os turistas possuem uma vista privilegiada do lago. Podemos destacar também a presença de prainhas Razeirão e Shangrilá, já mencionadas que foram criadas pelo poder público, sendo pouco utilizadas pelos turistas, uma vez se tivessem a infraestrutura necessária (quiosques, sanitários, área para alimentação e etc.) poderiam ser um atrativo. Nota-se, então, a falta de planejamento e incentivo para a prática de diversos tipos de atividades que poderiam ser desenvolvidas, no sentido de contribuir para a valorização do potencial e democratização no acesso ao lago. No que diz respeito à questão de hospedagem, o que ainda predomina é a procura por pousadas e hotéis (45%), embora venha crescendo o número de casas de veraneios pra alugar em temporadas (31%). Muitas vezes a casa é alugada por um grupo grande de pessoas, existem também os que se acomodam nas casas de amigos ou parentes, além de casas particulares, chamadas de segunda-residência que se caracterizam por serem domicílios particulares de usos ocasionais, onde os proprietários usufruem o imóvel principalmente nos finais de semana, feriados e férias. Outros buscam uma forma mais alternativa de se hospedarem, alugando sítios na zona rural ou se aventurando em acampamentos. Gráfico 15: Tipo de hospedagem utilizada pelos turistas. Fonte: Pesquisa de campo 2012 e 2013.

40 38 3. POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE O TURISMO NO MUNICÍPIO O poder público local possui uma grande responsabilidade para o desenvolvimento de ações que viabilizem e incentivem o crescimento de atividade turística no município. Todavia, para que isso ocorra é necessário que sejam criadas políticas públicas, com um caráter participativo e democrático. Nessa perspectiva segundo (Gastal e Moesch, 2007) para buscar bons resultados e serem de caráter democrático, as políticas públicas devem: a) Ter normatizações jurídicas; b) Realizar intervenções na forma de investimentos e implantação de infraestrutura, e proteção da comunidade local; c) Promover diretrizes políticas que não incentivem apenas o turismo na sua totalidade desdobramento econômico, mas também nas suas implicações socioculturais. Diante disso é necessário e importante analisar as políticas públicas relacionadas ao turismo proposta pelo Plano Diretor do Município e de que forma o poder público (prefeito municipal) pretende atuar na perspectiva do desenvolvimento do turismo em Fama. 3.1 O turismo no Plano diretor O Plano Diretor é um instrumento básico para um processo de planejamento municipal, pois este assume um caráter estratégico na medida em que suas propostas, respaldadas no conhecimento da realidade municipal e no futuro desejado, devem necessariamente indicar os meios, de instrumento e de ação, capazes de enfrentar, os problemas identificados e de dinamizar as suas reconhecidas potencialidades norteando as ações para o processo de desenvolvimento, sendo obrigatório somente aos municípios: Com mais de 20 mil habitantes; Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; Com áreas de espacial interesse turístico; Situados em áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental na região ou no País (BRASIL, 2004, p.14).

41 39 No caso de Fama, existe essa obrigatoriedade, devido ao município estar localizado em área de interesse turístico. O Plano Diretor foi desenvolvido sob a coordenação da Associação dos municípios do Lago de Furnas (ALAGO). Quando argumentamos as necessidades de políticas públicas voltadas para o turismo é preciso lembrar, que existem leis sobre o tema no Plano Diretor que propõem melhorias na infraestrutura, uma vez que este obteve aprovação no ano de 2007 no município referido, tanto pelo poder público quanto pela própria comunidade. Pretende-se abordar brevemente os diretrizes que contém nesse plano e fazer uma análise crítica referente à ineficiência da Prefeitura Municipal de Fama, por não executar da forma adequada para os moradores e também para os turistas, esses projetos. O plano diretor do município em sua teoria abrange os princípios fundamentais que existe no estatuto da cidade, tais como: garantir a função social da cidade e da propriedade, o direito à cidade e ao desenvolvimento sustentável, etc. O plano diretor engloba em suas diretrizes e estratégias: Estruturação Territorial; Habitação e Regularização Fundiária; Mobilidade Urbana; Meio Ambiente e Desenvolvimento Social; Desenvolvimento Econômico e Integração Urbano-Rural. Segundo o Art. 97 do Plano Diretor Participativo de Fama, o Conselho Municipal de Turismo sendo um órgão de caráter consultivo e deliberativo, que tem por finalidade formular a política municipal de turismo e tem também como principais competências: I definir as diretrizes a serem adotadas na política municipal de turismo; II definir as atividades turísticas do Município e a elaboração do calendário turístico do Município; III sugerir medidas e atividades que visem ao aperfeiçoamento dos serviços turísticos no Município; IV opinar sobre os planos de incremento ao turismo, propostos por entidades públicas ou particulares; V sugerir certames e festejos oficiais, visando à difusão dos acontecimentos culturais, sociais e turísticos do Município; VI propor aos órgãos competentes a programação e a execução de obras de infraestrutura,visando aproveitar, para finalidades turísticas, os recursos históricos, paisagísticos, artísticos e materiais do Município; VII buscar apoio de organizações comerciais, industriais, profissionais e outras, cujas atividades sejam consideradas necessárias ao desenvolvimento turístico do Município; Além da existência do conselho, o Plano Diretor aponta algumas diretrizes que de certa forma deveriam contribuir para o desenvolvimento do turismo de Fama como, por

42 40 exemplo, os projetos de sinalização de trânsito de logradouros, de turismo e náutico que visam fornecer uma orientação adequada especificamente para o turista. Dentre os projetos propostos destacam-se o da ciclovia na orla proporcionando um circuito em contraste com a bela paisagem natural fortalecendo o entretenimento neste local; a promoção de ações que tem por objetivo o reaproveitamento da Represa de Furnas como complexo recreacional objetivando o interesse turístico; a elaboração e execução de projetos de sinalização de trânsito de logradouros, de turismo e náutico; o incentivo à realização de festas populares e tradicionais incluindo as festas nos bairros rurais, inserindo estas no calendário turístico; estimulação à formação de associações e cooperativas ligadas ao desenvolvimento do turismo; sugestão de medidas do aperfeiçoamento dos serviços turísticos; dentre outras. O lago de Furnas é o principal atrativo do município estudado, deveria ter um controle da ocupação de sua borda e sistemas adequados de lançamento de esgoto para obter uma qualidade boa da água, que dentre seus usos, está o de recreação e pesca. Os critérios estabelecidos nesse projeto objetivam os seus diferentes usos considerando além da preservação do meio ambiente, os aspectos socioeconômicos. Atualmente, o único responsável pela criação de políticas públicas e por resolver os assuntos referentes a esta atividade é o prefeito de Fama, mas há a necessidade da criação de uma equipe multidisciplinar e qualificada para atuar dentro desta temática constituindo uma representação que trate particularmente deste assunto, como o Conselho Municipal de Turismo que é o órgão que deveria demonstrar eficiência criando condições e incrementos para um melhor desenvolvimento turístico. A não execução desses projetos que estão norteados no plano diretor, apesar deste ser uma ferramenta importante para o desenvolvimento do município, justifica-se pelo fato de o poder público não ser obrigado a segui-lo, bem como decidir de que forma quer direcionar seu investimento, não necessariamente ficando amarrado a esse plano, é um conjunto de interesses e prioridades. O desafio encarado principalmente nas cidades pequenas é a criação e manutenção de uma equipe técnica tanto para o planejamento quanto para o acompanhamento dos planos e os poucos recursos financeiros, uma vez que não são gastos da melhor maneira (STEPHAN, 2009). O que retrata a complexidade da implementação deste importante instrumento urbano.

43 Posicionamento do poder público No que se refere às perspectivas futuras, consideramos a opinião do poder público local. Nesse sentido, entrevistamos o atual prefeito do município. Convém ressaltar que apesar de nossa pesquisa ter se iniciado no ano de 2012, o ex-prefeito, cujo mandato encerrou em dezembro daquele ano, não agendou nenhuma entrevista conosco, apesar de nossos inúmeros pedidos. Assim, a opinião do atual prefeito foi importante, pois mesmo encontrando-se em seu quarto mandato foi sobre a situação atual e os planos que pretende executar na sua gestão que foram expostos durante a entrevista. Segundo o prefeito, o município possui um grande potencial turístico, tendo como diferencial a beleza natural qualidade de vida, considera ainda a importância do lago de Furnas para a consolidação do turismo, reforçando-o como o principal potencial. Destacou-se também que a principal fonte de renda do município gira em torno da atividade turística, onde 60% da economia são voltadas para o turismo e 40% representado pelo cultivo do café e agropecuária. Além disso, reconhece que o município não possui muita estrutura para desenvolver a atividade, mas melhorou muito principalmente na questão de hospedagem ( conforto ao turista ). No que diz respeito ao apoio financeiro, o prefeito afirmou que o município de Fama recebe o menor Royalty pago aos municípios lindeiros do lago de Furnas, ou seja, a Compensação Financeira dos Recursos Hídricos (CFRH), repassados pelas Centrais Elétricas de Furnas é de aproximadamente 30 mil reais por mês pelas áreas inundadas, que não é considerado suficiente para atender todas as demandas do município. Além disso, disse que não recebe apoio de nenhum outro órgão financeiro, o que é um impasse para os investimentos no setor turístico. Em sua perspectiva, o futuro do município depende do turismo e considera que esse deve ser bem estruturado, primeiramente criando uma secretaria do turismo - que ainda não existe no município, apesar desse ser considerado instância turística - e melhoria na infraestrutura, pois acredita que esta atividade seja responsável para o crescimento e desenvolvimento no município, frisando a geração de fonte de renda e empregos para a população local. Caracteriza a importância do poder público municipal em desenvolver ações que viabilizem e incentivem o crescimento da atividade no município, tais como: elaboração de um calendário turístico, com intuito de programar e divulgar as atividades e eventos que ocorrem no decorrer do ano. Retratou-se o poder público como bola mestre do desenvolvimento turístico, sobretudo em cidades pequenas. Concorda que a participação da

44 42 população local nas políticas públicas é importantíssima, incentivando na criação de associações de bairros preocupadas em melhorar o turismo. Esses fatores descritos podem ser reafirmados através da fala do atual prefeito (2013): Atualmente, a principal fonte de renda é o turismo sendo o direcionamento totalmente voltado para essa questão. Antigamente Fama não tinha nenhuma estrutura, hoje a cidade está diferente, asfaltada o que melhorou o acesso e já cresceu e está preparada para receber o turista. Podemos notar que o discurso do poder público é muito simplista, subjetivo e idealizador. O que pode ser um risco muito grave decorrente da ausência ou inadequada percepção das reais dificuldades e também das potencialidades. Nesse sentido, torna-se necessária uma avaliação do município para fins de seu planejamento turístico. Isso se reflete na opinião dos outros agentes sociais entrevistados (população local, trabalhadores do ramo e turistas) em relação ao apoio do poder público no desenvolvimento do turismo de Fama. Percebemos uma insatisfação dos grupos entrevistados, alegando que faltam investimentos em infraestrutura, reestruturação dos atrativos turísticos, além da falta de divulgação e criação de atividades recreativas. Essa insatisfação é preocupante na medida em que a maioria dos entrevistados (56% dos moradores, 57% dos trabalhadores do ramo e 71% dos turistas) opinou que não existe o apoio efetivo do poder público em desenvolver esse tipo de atividade. Especialmente a opinião tão negativa dos turistas com relação ao poder público municipal é preocupante, uma vez que eles representam a peça chave nesse processo, pois sem eles é impossível a prática do turismo no município (gráfico 16). Gráfico 16: Opiniões dos agentes sociais sobre apoio do poder publico em relação as atividades de turismo e lazer. Fonte: Pesquisa de campo Agosto 2012.

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