Um na Estrada Caio Riter
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- Renata Covalski Furtado
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1 Um na Estrada Caio Riter PROJETO DE LEITURA 1 O autor Caio Riter nasceu em 24 de dezembro, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. É bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e licenciado em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas, pela Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras (FAPA/RS); é mestre e doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. foto Luís Ventura Caio Riter por Caio Riter Quando eu era pequeno, vivia numa casa cheia de histórias, mas sem nenhum livro. Por isso, logo que descobri as bibliotecas públicas, fiquei sonhando que um dia eu iria ter livros, muitos livros, uma estante cheia de livros. Decidi também que alguns desses livros seriam escritos por mim. Decidi que eu seria escritor. E sou. E meu maior desejo é que as histórias inventadas por mim possam encontrar leitores cheios de vontade de fazer a imaginação virar verdade, o real virar fantasia. Afinal, os livros são sempre portas abertas ao sonho. Assim, vou sonhando e escrevendo, sempre com o desejo de que as histórias inventadas por mim possam ser carinho e surpresa no coração daqueles que as leem. Já publiquei mais de vinte livros. Para crianças, para adolescentes e para gente grande. Sou professor e doutor em Literatura Brasileira; marido da Elaine e pai da Helena e da Carolina; nasci e moro em Porto Alegre até hoje. site: blog: caioriter.blogspot.com Ficha Eu permaneço em pé e, embora não a olhe, sei que ela me observa com aqueles seus olhos de ver por dentro. Não posso deixar de pensar nos olhos da Helena. Não posso deixar de pensar nos personagens de Poe. Essa mulher parece saída de um conto dele. O dia morrendo e eu aqui, incomodado pela presença dessa estranha, mas sem coragem de ir embora. UM NA ESTRADA de Caio Riter Autor: Caio Riter Título: Um na Estrada Ilustradora: Amanda Grazini Formato: 13,5 x 20,5 cm N.º de páginas: 128 Elaborador: Prof. Dr. José Nicolau Gregorin Filho Quadro sinóptico Gênero: romance Temas transversais: ética, orientação sexual e pluralidade cultural Interdisciplinaridade: Artes, História, Geografia e Ciências UM NA ESTRADA de Caio Riter UM NA ESTRADA de Caio Riter INDICAÇÃO: Leitor c r í t i c o a partir dos 12 anos ensino fundamental
2 A ilustradora O elaborador Amanda Grazini nasceu em 1986 José Nicolau Gregorin Filho. Li- em São Paulo, onde mora até hoje. Sua relação com o desenho e a ilustração surgiu desde muito jovem, enquanto assistia aos desenhos da Disney e olhava a coleção de quadrinhos de seu pai. Quando ficou mais velha, resolveu estudar na Quanta Academia de Artes, onde hoje dá aulas de desenho. Trabalha ilustrando livros didáticos e paradidáticos para diversas editoras e também para revistas, como Capricho e Nova Escola. Gosta muito do que faz e pretende desenhar até ficar bem velhinha. site: 2 cenciou-se em Letras pela Unimauá, de Ribeirão Preto (SP), onde exerceu diversos cargos até chegar a vice-reitor. Especializou-se em Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp de Araraquara, onde se tornou mestre e doutor em Letras. Possui vários artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior sobre suas pesquisas em Literatura Infantil e Juvenil. É parecerista ad hoc do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Atualmente, é docente da área de Literatura Infantil e Juvenil, docente e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo.
3 Palavras iniciais O livro Um na Estrada, de Caio Riter, pode ser indicado para ampliar a fluência leitora do aluno. Neste projeto, você encontrará sugestões de atividades que buscam explorar de maneira abrangente a leitura da obra. É evidente que o projeto não pretende esgotar todas as possibilidades de trabalho em sala de aula nem todas as perspectivas de leitura do livro, visto que o leitor, em virtude de sua experiência de vida e relações com outros textos, pode investir a obra de novos e incontáveis significados e interpretações. Há necessidade de refletir sobre a adequação desta obra ao projeto político-pedagógico de sua escola e, desse modo, ampliar as possibilidades de utilização deste projeto de leitura, adequando-o às especificidades de cada grupo de alunos, a fim de que ele não se torne um simples roteiro de leitura da obra literária, mas consiga promover a construção de leitores mais plurais. 3
4 Sobre a obra Um na Estrada é uma obra em de tom memorialista e extremamente sensível, perfeita para os adolescentes de todos os tempos. Ela narra em primeira pessoa uma viagem magnífica de Davi, típico adolescente de classe média. Filho de pais separados, sua mãe vive para o trabalho, e o pai, tendo constituído nova família, divide a atenção entre o trabalho, sua nova esposa, duas filhas desse segundo casamento e Davi, que se sente rejeitado por todos. Nos amigos de escola, Davi encontra a amizade e o carinho que não consegue com- partilhar com os pais, mas é o carinho e a compreensão da avó que o faz fugir de tudo e ir para Buenos Aires. O que o jovem encontrará nessa viagem? Que experiências trará na bagagem quando retornar? São esses os ingredientes que Caio Riter utiliza para escrever um livro necessário para os jovens e para pais e educadores. O livro está entremeado de referências à obra de Edgar Allan Poe, e ao final o autor se utiliza da linguagem da internet para dar boas informações ao leitor. 4
5 Falando em Allan Poe... Edgar Allan Poe nasceu em Boston, nos Estados Unidos, em janeiro de Perdeu os pais aos dois anos e foi adotado pelo casal Allan, com o qual se mudou para a Escócia e depois para Londres. Em meio à paisagem de castelos e antigos casarões que lhe proporcionavam inevitáveis impressões de horror, Poe desenvolveu seus estudos, dando várias demonstra- ções de talento precoce. Mais tarde, voltou para os Estados Unidos, onde produziu extensa obra literária. Ganhou diversos concursos com seus fabulosos contos e adquiriu fama e dinheiro como redator de vários jornais. Mas Poe era um gênio atormentado e desperdiçou muito de seu tempo e de seu dinheiro com jogo e álcool. Vítima de seus vícios, morreu em outubro de Sua obra compreende cerca de cinquenta poemas, duas novelas, mais de setenta contos, um tratado filosófico e grande quantidade de ensaios. Pequena biografia retirada do livro Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe, publicado pela Editora Melhoramentos. 5
6 ATIVIDADES ANTERIORES À LEITURA Leitura da obra 6 As atividades aqui enumeradas fazem parte da preparação para a leitura, com o objetivo de despertar o interesse do aluno pelo livro Um na Estrada. Uma boa atividade de sensibilização para a leitura da obra seria uma roda de conversa tendo por tema principal a adolescência e as relações familiares. Essa conversa pode surgir de maneira natural, ao final de uma aula, por exemplo. Observe com atenção as manifestações dos alunos e incentive todos a participar da discussão, indicando, posteriormente, este livro e dizendo que vão encontrar em suas páginas vários questionamentos que eles fazem diariamente. O processo de leitura da obra deve ser composto de atividades que contemplem o seu universo textual; assim, deve conduzir à exploração desse universo, partir dele e a ele retornar, ampliando as possibilidades de interpretação. a) Como é o relacionamento de Davi com a sua família? Divida a classe em grupos e, por meio de discussões, leve-os a conhecer a história de cada um dos amigos mais profundamente, o que eles sentem, quais os seus sonhos e temores. >>
7 b) Os alunos gostam de histórias de suspense? Quais os elementos mais importantes para a construção desse tipo de narrativa? Eles estão presentes no livro? De que maneira? Há textos de outro autor? Como são esses textos? O professor pode indicar Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe, para a leitura. Essas são boas discussões para que o aluno passe a entender os elementos estruturais da narrativa e como se apresentam em diferentes gêneros literários. c) Já que o livro também aborda as dificuldades de relacionamento dos adolescentes, conflitos de gerações e novas composições familiares, pode ser proporcionado um encontro com profissionais da área de saúde (médicos e psicólogos, entre outros), para que se discutam temas relacionados à adolescência a partir de diferentes pontos de vista. Por meio dessas atividades, além de explorar os aspectos literários da ficção, você poderá propor importantes atividades para integrar o grupo e buscar a resolução de problemas às vezes ocultados da família, colocando a escola como importante aliada na formação dos jovens. 7
8 TRABALHOS INTERDISCIPLINARES Além das atividades sugeridas para a área de Língua Portuguesa, o livro Um na Estrada pode proporcionar a discussão dos seguintes temas transversais: ética, orientação sexual e pluralidade cultural. Dessa maneira, há a integração de diversas áreas: Artes O livro mostra diversas situações em que a arte faz parte da vida do indivíduo. Você pode promover um passeio a um museu ou feira de artes, a fim de que os alunos tomem contato com lugares de veiculação e vivência da arte. Já que o livro utiliza como um dos cenários uma feira de antiguidades de Buenos Aires, os alunos podem analisar as diferenças entre um museu e uma feira de artesanato. Os alunos podem, ainda, promover um sarau como aquele que acontece na casa de uma das personagens e apresentar as suas preferências e habilidades artísticas, incentivando a vivência do fazer artístico e as discussões sobre arte. História Já que o livro se passa no Sul do Brasil e na Argentina, explore assuntos referentes à região, bem como a composição do Mercosul, sua idealização e os resultados práticos desse projeto. Geografia Em conjunto com o professor de História, os alunos podem analisar aspectos da geografia física e humana da Argentina e da região Sul do Brasil. Ciências Incentive um debate sobre questões relacionadas à adolescência, à sexualidade e à afetividade, já que a obra traz elementos relativos à descoberta da afetividade. Pode-se, ainda, refletir sobre saúde, alimentação e atividades físicas, entre outros assuntos. 8
9 AVALIAÇÃO CONTÍNUA E FORMATIVA 9 A avaliação do processo de leitura de uma obra não deve se pautar apenas por provas ou trabalhos escritos; o próprio ato de ler deve ser valorizado e se tornar critério para propiciar instrumentos de avaliação. Desse modo, a obra pode comportar uma avaliação contínua e formativa, considerando os resultados das atividades das diversas disciplinas envolvidas neste projeto de leitura, com o objetivo de levar o aluno a perceber as relações interdisciplinares que envolvem a leitura literária. Assim, são sugeridas avaliações de todas as atividades propostas nas diferentes fases de leitura do texto, todas valorizando as impressões de leitura e a contextualização da obra. Podem valer como instrumento de avaliação todos os trabalhos e atividades desenvolvidos nas disciplinas participantes do projeto de leitura desta obra. Acredito que, cada vez que saímos de um livro, saímos diferentes, mesmo que não o notemos. Caio Riter
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