Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados
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- Gabriel Henrique Bento Camarinho de Vieira
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1 elaboração: PROF. DR. JOSÉ NICOLAU GREGORIN FILHO Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados escrito por Vários autores
2 Os Projetos de Leitura: concepção Buscando o oferecimento de subsídios práticos para o trabalho docente com os livros de literatura para crianças e jovens, neste ano, a Editora Melhoramentos lança os Projetos de Leitura. Por que Projeto de Leitura? Porque a atividade de leitura compreende sempre um projeto, de conhecimento do mundo e de si, de aperfeiçoamento da linguagem verbal, de conhecer outras realidades, de experimentar sensações e sentimentos diversos. Os Projetos de Leitura são instrumentos de auxílio ao professor nas atividades de leitura. Evidente que não pretendem esgotar as possibilidades de trabalho com a leitura dos livros nem tampouco padronizar o exercício do ato de ler, mas podem ser extremamente úteis aos professores e profissionais da educação para nortear as atividades de leitura. Eles são concebidos de maneira a abordar a leitura nos seus vários processos, enfatizando as relações do livro com a vida cotidiana do aluno e as relações de intertextualidade oferecidas pelo texto, isto é, as relações de forma e sentido que a obra apresenta em relação a outros textos veiculados na e pela sociedade (livros, filmes, textos, entre outros), mas sem as tentativas de reducionismo das obras que algumas fichas de leitura do passado eram capazes de fazer. Para a equipe de divulgação escolar, os Projetos de Leitura podem ser mais um importante instrumental para um conhecimento detalhado das obras, além de oferecer atividades a serem sugeridas aos educadores.
3 3 Os Projetos de Leitura contêm as seguintes etapas: a) Palavras iniciais Nesta parte do projeto, o professor será informado sobre a adequação da obra ao tipo de leitor 1 e a série mais apropriada para sua leitura, sobre as possibilidades de utilização do projeto como um guia para o desenvolvimento de atividades em consonância com o projeto político-pedagógico da escola, bem como sobre possíveis caminhos complementares a este guia, a fim de que este projeto não se torne um elemento de redução da leitura literária e da construção de leitores. b) Sobre a obra Aqui, são inseridas informações gerais sobre cada obra específica: o gênero textual predominante na obra e suas peculiaridades quanto à estrutura; breve resumo da obra (podem ser inseridas as observações da quarta capa do livro); dados sobre o autor, se necessário; informações sobre a inserção do livro numa coleção (se for o caso). Além desses itens, são oferecidas informações sobre a adequação da obra aos Parâmetros Curriculares Nacionais, relações com temas transversais e outras leis educa- 1. A indicação da adequação do livro ao tipo de leitor deve ser analisada pelos educadores, a fim de que sejam verificadas as competências das crianças leitoras em cada realidade escolar.
4 4 cionais, com o objetivo de tornar a escolha da obra pelo professor mais fundamentada e segura. c) A leitura e suas etapas Neste ponto do projeto, são enumeradas algumas atividades de preparação para a leitura, geralmente elaboradas e executadas pelo professor de língua portuguesa, com a finalidade de exploração da temática da obra. Podem ser debates sobre o tema do livro, projeção de filmes 2 e até leituras e pesquisas em outros suportes textuais com o objetivo de despertar o interesse do aluno para o livro em questão. Em todos os projetos, procuram-se atividades de preparação para a leitura que contemplem situações mais descontraídas, de modo a mostrar para o aluno a leitura como atividade prazerosa e de fundamental importância nas relações humanas. Nesta parte, são propostas atividades que também propiciam maior relação do aluno com o contexto de produção da obra, de seu microuniverso textual, bem como as relações com a sua vida cotidiana. d) Sugestões de atividades As atividades oferecidas nesta etapa do projeto referem- -se às propostas de atividades de leitura e têm início na preparação para a leitura, tanto do texto verbal como do texto visual, atividades que contribuem para a construção da obra, além de outros elementos internos do texto e 2. Quando são sugeridos os filmes, é importante que o professor tenha em mente a possibilidade de trabalho com curtas-metragens e peças publicitárias; desse modo, o aluno adquire maior competência de leitura.
5 5 do universo de sua produção merecedores da atenção por parte do professor, como: a divisão da obra em capítulos; a inserção de outros gêneros na obra; as ilustrações; os elementos estruturantes da narrativa; o(s) papel(is) do narrador; a linguagem utilizada. Verificam-se aqui atividades que partem da leitura como importante prática de interação pela linguagem e a ela retornam, sempre com o objetivo de ampliar a competência textual do aluno e possibilitar a integração com as múltiplas linguagens e códigos da sociedade contemporânea. e) Trabalhos interdisciplinares 3 Esta parte do projeto tem a finalidade de propor apenas um breve inventário de possíveis trabalhos da temática do livro em diferentes disciplinas, para o desenvolvimento de atividades que possibilitem um projeto de ensino que atenda à formação global do aluno, não a simples interseção de conteúdos. Assim, propõe-se, nesta etapa, a inclusão de trabalhos das diversas disciplinas estruturantes do currículo no sentido de contribuir para que o professor de língua portuguesa consiga levar o aluno à contextualização da obra de maneira mais ampla, concreta e relevante para 3. Note que a interdisciplinaridade tem início na formulação dos objetivos educacionais, isto é, só pode ser interdisciplinar um projeto de ensino que tenha como objetivo a formação integral do indivíduo.
6 6 a formação integral do aluno como sujeito agente na sociedade. Interessante perceber que as atividades que envolvem a interdisciplinaridade não precisam acontecer simultaneamente. Determinadas disciplinas podem oferecer subsídios para uma leitura posterior da obra e vice-versa, proporcionando conteúdo para discussões em outras disciplinas. f) Proposta de avaliação A avaliação do processo de leitura de uma obra não deve se pautar apenas em provas ou trabalhos escritos; o próprio ato de ler deve ser valorizado e se tornar critério e propiciar instrumentos de avaliação. Desse modo, cada obra ou gênero pode comportar a recomendação de diferentes instrumentos e critérios de avaliação pelo professor, favorecendo a mudança gradual da cultura de avaliação do texto literário. elaboração: José Nicolau Gregorin Filho. Licenciou-se em Letras pela Unimauá, de Ribeirão Preto, onde exerceu diversos cargos até chegar a vice-reitor. Especializou-se em Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp de Araraquara, onde se tornou Mestre e Doutor em Letras. Possui vários artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior sobre suas pesquisas em Literatura Infantil e Juvenil. Parecerista ad hoc do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Atualmente, é docente da área de Literatura Infantil e Juvenil, docente e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo.
7 projeto de leitura Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados vários autores 15,5 x 23 cm, brochura, 128 páginas PALAVRAS INICIAIS O livro Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados, de vários autores latino-americanos, pode ser indicado para os leitores em processo ou fluentes, dependendo de suas aptidões de leitura e das relações intertextuais que já foram promovidas no seu amadurecimento intelectual. Neste Projeto de Leitura, o professor encontrará sugestões de atividades que buscam explorar esta obra de maneira abrangente. Evidente que ele não pretende esgotar todas as possibilidades de trabalho em sala de aula nem todas as perspectivas de leitura do livro, visto que o leitor, em virtude de sua experiência de vida e relações com outros textos, pode investir a obra de novos e incontáveis significados e interpretações. Há necessidade de o professor refletir sobre a adequação desta obra ao projeto político-pedagógico de sua escola e, desse modo, ampliar as possibilidades de utilização deste Projeto de Leitura, adequando-o às especificidades de cada grupo de alunos, a fim de que este projeto não se torne um elemento de redução da leitura da obra literária, mas consiga promover a construção de leitores mais plurais.
8 8 SOBRE A OBRA Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados é um livro que nasce de relações intertextuais e interculturais, isto é, do diálogo com textos maravilhosos já conhecidos por sua vasta circulação, além de trazerem a visão e a arte de diversos autores do continente sobre essas histórias, daí o seu caráter multicultural. Além de uma narrativa bem construída e surpreendente, o livro traz ilustrações muito criativas e importantes para a ampliação da significação das histórias. A obra consegue, por meio de pontos de vista inesperados e divertidos, mostrar que as coisas às vezes não parecem o que são, ou que nem sempre já conhecemos a totalidade de uma história! A LEITURA E SUAS ETAPAS As atividades aqui enumeradas fazem parte da preparação para a leitura, com o objetivo de despertar o interesse do aluno na história Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados. Interessantes atividades de sensibilização para a leitura da obra podem ser: projeção de filmes e peças de publicidade para que o aluno amplie a sua competência textual e passe a perceber as relações intertextuais; numa roda de histórias, o professor convida seus alunos para contar algumas histórias maravilhosas muito conhecidas;
9 9 após essa atividade, o educador promove uma discussão sobre o foco narrativo e as mudanças que podem surgir a partir da observação de um fato sob outra ótica; o professor pode ainda selecionar adaptações e versões cinematográficas que tenham como base histórias maravilhosas e de fadas. Livros que nascem de um diálogo intertextual devem ser precedidos de algumas atividades de preparação para a leitura de modo a despertar no aluno essa capacidade de relacionar diferentes textos. SUGESTÃO DE ATIVIDADES O processo de leitura da obra deve ser composto de atividades que contemplem o seu universo textual. Assim, deve conduzir à exploração da linguagem e da forma desse universo textual, partir dele e a ele retornar. a) Vamos conversar sobre as histórias maravilhosas e sobre o ponto de vista dos seus narradores? O professor pode iniciar essa conversa mostrando textos publicitários cuja temática seja o conto maravilhoso e coordenar essa discussão a fim de que seus alunos possam se envolver com cada uma delas de modo a adquirir uma bagagem de intertextualidade pela troca de experiências. b) O professor deve instigar questionamentos sobre o foco narrativo e sua importância na construção do enredo e de cada personagem. Será que a história seria outra se observada sob outro ângulo? Esses questionamentos têm
10 10 o objetivo de preparar os alunos para a exploração dos textos. c) Quando os alunos tomarem contato com o livro, além do texto verbal, o professor deve promover a curiosidade sobre o seu projeto gráfico. A leitura das ilustrações também faz parte da construção do sentido do texto! O professor deve promover essas leituras do texto não verbal. d) Após a leitura, a classe pode discutir as surpresas com a leitura e retomar as histórias contadas no momento de preparação para a leitura. Elas também traziam essa visão das personagens? O enredo mudou? Por meio desses questionamentos, o aluno pode, aos poucos, formar um repertório de textos e entender a importância do foco narrativo na construção de uma trama. TRABALHOS INTERDISCIPLINARES Além das atividades sugeridas para a área de língua portuguesa, o livro Não Era uma Vez... Contos clássicos recontados pode proporcionar uma discussão bastante interessante sobre pluralidade cultural e ética, pois trata do conhecimento do outro e da troca de experiências, além de outros temas. Dessa maneira, é possível a integração das seguintes áreas: História: refletir sobre diferentes culturas e povos do mundo, principalmente no que se refere à origem e à tradição de histórias maravilhosas.
11 11 Artes: contribuir para a confecção de bonecos, máscaras ou ilustrações, criando narrativas para essas produções que, posteriormente, podem ser dramatizadas ou filmadas pela classe. Geografia: investigar os aspectos geográficos e humanos da Europa, berço das histórias maravilhosas da maneira como as conhecemos. Qual a importância da paisagem e do clima na criação dessas narrativas maravilhosas populares? PROPOSTA DE AVALIAÇÃO A avaliação do processo de leitura de uma obra não deve se pautar apenas em provas ou trabalhos escritos. O próprio ato de ler deve ser valorizado, tornando-se critério para a elaboração de instrumentos de avaliação. Desse modo, a obra pode comportar uma avaliação contínua e formativa, considerando os resultados das atividades das diversas disciplinas envolvidas no Projeto de Leitura, com o objetivo de levar o aluno, desde o início, a perceber a gama de relações interdisciplinares que envolvem a leitura literária. Assim, são sugeridas avaliações de todas as atividades propostas nas diferentes fases de leitura do texto, valorizando as impressões de leitura e a contextualização da obra. Para esta obra, podem ser bons instrumentos de avaliação: as discussões sobre o livro, as atividades de artes com a confecção de máscaras, filmes e dramatizações de novas narrativas, entre outras.
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