Concorrência Pública nº 07/2016 Processo nº

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1 Concorrência Pública nº 07/2016 Processo nº Objeto: Concessão de outorga onerosa de serviço público para a concepção, produção, confecção, instalação, conservação e manutenção de Relógios Eletrônicos Digitais (RED), e a produção, confecção e instalação de Conjuntos Identificadores de Logradouros Públicos (CILP), com exclusividade da CONCESSIONÁRIA na exploração publicitária nos Relógios Eletrônicos Digitais, dentro do Município de Porto Alegre. Respostas ao Pedido de Impugnação ao Edital Impugnante: PLAMARC LTDA. A Comissão Especial de Licitação para Concessão de outorga onerosa de serviço público para a concepção, produção, confecção, instalação, conservação e manutenção de Relógios Eletrônicos Digitais (RED), e a produção, confecção e instalação de Conjuntos Identificadores de Logradouros Públicos (CILP), com exclusividade da CONCESSIONÁRIA na exploração publicitária nos Relógios Eletrônicos Digitais, dentro do Município de Porto Alegre, torna público o julgamento e a resposta à impugnação recebida na data de 12 de setembro de 2016: 1. Vedação ao Administrador a contratação cujas despesas excedam o seu mandato, no período de oito meses que antecedam às eleições. A contratação decorrente do processo licitatório não gera despesa para o Município, ao contrário, há previsão de geração de receitas para os cofres públicos municipais. Desse modo, não encontra vedação no art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal. A eventual contratação dos serviços de manutenção dos CILP deverá ser objeto de futuro certame licitatório, não havendo neste momento a necessidade de indicação de dotação orçamentária, como requerido. 2. Irregularidades no critério adotado para definição do valor estimado da Contratação. Não merece prosperar a alegação de vício no Edital neste ponto. Trata-se de licitação regida pela Lei Federal 8.987/95 e apenas subsidiariamente pela Lei Federal 8.666/93. Não há violação ao princípio da publicidade, uma vez que todas as informações pertinentes encontram-se arroladas ao longo do Edital e de seus Anexos. Do mesmo modo, não há restrição à participação de empresas no certame haja vista que não há exigência de capital social mínimo das licitantes. O valor estimado da contratação está tecnicamente embasado e visa dar a dimensão aos licitantes e demais interessados do montante inicial a ser aportado pela empresa para a execução do objeto. Descabe incluir neste valor o cálculo do custo de operação, pois este caberá à concessionária, tendo em vista que estes valores serão diretamente impactados pela proposta técnica apresentada pela licitante. Considerando que os valores das receitas projetadas para a futura concessionária são valores percebidos pelas empresas, ou seja, o resultado da exploração publicitária nos espaços autorizados pelo Poder Concedente, o certo é que esses valores não integrem o valor estimado do contrato, pois não estamos a licitar o resultado do contrato de publicidade, mas uma concessão para fornecimento de mobiliário urbano, com contrapartida de autorização para exploração publicitária em 1

2 parte desses elementos. Em outras palavras, a capacidade de gerar receitas suficientes na operação da concessão decorrerá diretamente da competência da futura concessionária. 3. Ausência de permissão para que as garantias sejam comprovadas pela apresentação de títulos da dívida pública. A simples leitura da redação atual dos itens 9.2 e 18.2 do Edital permite observar que o entendimento da licitante está incorreto: 9.2 A Garantia de Manutenção de Proposta obedecerá ao seguinte: a) como Garantia de Manutenção de Proposta, a LICITANTE deverá oferecer a.1) caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; a.2) carta de fiança bancária; a.3) seguro-garantia. (...) 18.2 Visando a assegurar o cumprimento das obrigações assumidas na execução do CONTRATO, a CONCESSIONÁRIA deverá prestar Garantia de Execução do Contrato na data de assinatura do presente instrumento, em favor do PODER CONCEDENTE, no montante de 5% (cinco por cento) do valor da contratação conforme item 2.1 do EDITAL, nas mesmas modalidades estabelecidas no item 9.2 do EDITAL, a qual deverá ser mantida durante toda a vigência da CONCESSÃO, devendo ser renovada anualmente pela CONCESSIONÁRIA, com as atualizações previstas no CONTRATO. Portanto, ao contrário do que alega a impugnante, o Edital admite a apresentação de caução em títulos da dívida pública, tanto para a garantia de manutenção da proposta quanto para a garantia do contrato. 4. Previsão de que a garantia da proposta seja apresentada antes da data prevista para entrega das propostas. Equivoca-se a licitante, pois a jurisprudência apontada não se aplica ao presente certame. O Edital da Concorrência 7/2016 não fixa anterioridade de apresentação das garantias, apenas que as mesmas deverão ser entregues em setor competente da Secretaria Municipal da Fazenda, com anterioridade suficiente para que o comprovante de prestação da garantia seja incluído no envelope da habilitação. Esta regra é comum aos demais certames realizados pelo Município de Porto Alegre e por outros entes, pois não é crível que, na hipótese de apresentação de caução em dinheiro, por exemplo, seja exigido que o licitante coloque o dinheiro em espécie no envelope de habilitação. 5. Exigência de índice de solvência geral (ISG) igual ou maior a 1,2 sem justificativa técnica. Descabe a alegação da impugnante, uma vez que os índices foram estabelecidos por Ordens de Serviços conforme bem observado pela própria impugnante, no âmbito da autonomia dos entes federados para estipular seus critérios. A referida Ordem de Serviço obedeceu a critérios 2

3 técnicos que embasaram a sua expedição, de modo que não cabe à Comissão de Licitação revisálos. A Instrução Normativa MARE 5/1995 é norma infralegal e de aplicação restrita à União, não podendo ser imposta ao Município de Porto Alegre. 6. Ausência de Previsão de Averbação no CREA de atestados que comprovam experiência técnica decorrente de serviços realizados no exterior. Equivoca-se novamente a impugnante. O item do Edital não exime o registro de atestados relativos a serviços realizados no exterior por profissionais brasileiros ou estrangeiros de que trata a Resolução 444/2000 do CONFEA. Ele somente regulamenta a apresentação de documentos por empresas estrangeiras. No tocante à necessidade de apresentação de atestados, todas as empresas e profissionais, brasileiros ou estrangeiros, deverão obedecer às regras do Edital: A documentação relativa à qualificação técnica consistirá de: a) Para fins de capacitação técnico-profissional, a LICITANTE deverá demonstrar que possui vínculo, por relação de emprego, sociedade, direção, administração ou, ainda, por contrato de prestação de serviços, genérico ou específico para os fins desta LICITAÇÃO, com os seguintes profissionais: a.1) Profissional(is) com a competente habilitação e registro no(s) seu(s) respectivo(s) conselho(s) profissional(is), responsável(is) pelo PROJETO EXECUTIVO, a ser apresentado pela LICITANTE na sua PROPOSTA TÉCNICA; a.2) Profissional(is) com a competente habilitação e registro no(s) seu(s) respectivo(s) conselho(s) profissional(is), demonstrando experiência comprovada por meio de atestados registrados no respectivo Conselho Profissional, pertinentes a instalação, conservação e manutenção de mobiliário urbano, em área urbana. b) Para fins de capacidade técnico-operacional, a LICITANTE deverá apresentar atestado(s) fornecido(s) por entidade(s) de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, quando for o caso, emitido(s) em nome da LICITANTE ou de empresa participante do consórcio, que demonstrem a aptidão para o desempenho das seguintes atividades, sempre por intermédio de, no máximo, 5 (cinco) contratos distintos celebrados com a LICITANTE, dos montantes exigidos para cada um dos itens abaixo: b.1) Confecção, instalação e manutenção de, no mínimo, 40 (quarenta) relógios eletrônicos digitais em área urbana; b.2) Exploração e comercialização de publicidade de mídia exterior de, no mínimo, 40 (quarenta) faces publicitárias em relógios eletrônicos digitais, inclusive no que tange à substituição periódica dos anúncios publicitários, em área urbana. Oportunamente, cabe ainda mencionar que as atividades pertinentes a outros profissionais, tais como Arquitetos, deverão ser registrada no seu respectivo conselho profissional. 7. Vedação à utilização de atestados de empresas controladoras, controladas ou sob controle comum. 3

4 Não assiste razão à impugnante. A exigência de que os atestados técnicos operacionais estejam em nome da LICITANTE está amparada na Lei Federal 8.666/93, dispensando assim maiores motivações técnicas. As alegações quanto à impossibilidade de apresentação de atestados em nome de sociedade de propósito específico - SPE da qual a licitante faça parte não encontram respaldo no Edital, que admite a apresentação de atestados nesta hipótese, conforme lê-se abaixo: Os atestados exigidos nas alíneas b.1 e b.2 deverão ser apresentados em nome da LICITANTE, por se tratar de comprovação de experiência operacional, sendo vedada a apresentação de atestados em nome de empresas subcontratadas, de empresa que não seja a LICITANTE ainda que integrante do mesmo grupo econômico (com exceção do disposto no item ) ou de empresa que não integre o consórcio, ou ainda em nome de sócios ou responsáveis técnicos da proponente. (...) No caso de LICITANTE integrante de consórcio ou sociedade de propósito específico, serão aceitos atestados de capacidade técnica emitidos em nome destes, na proporção de sua respectiva participação a qual deverá constar do corpo do documento. Caso não conste a citada proporção, o atestado deverá vir acompanhado do contrato de constituição do consórcio ou da sociedade de propósito específico devidamente registrado na Junta Comercial. A jurisprudência trazida pela impugnante em nenhum momento trata do ponto impugnado, de modo que a sua aplicação a este ponto demonstra simplesmente um esforço para impor o seu entendimento em ponto onde não há qualquer divergência jurisprudencial. 8. Exigência de homologação de atestados de subcontratações pelo poder concedente. Não assiste razão à impugnante. A exigência de que os atestados técnicos operacionais estejam em nome da LICITANTE está amparada na Lei Federal 8.666/93, dispensando assim maiores motivações técnicas. A jurisprudência trazida pela impugnante em nenhum momento trata do ponto impugnado, de modo que a sua aplicação a este ponto demonstra simplesmente um esforço para impor o seu entendimento em ponto onde não há qualquer divergência jurisprudencial. 9. Exigência de apresentação da declaração negativa de doação eleitoral. A Declaração Negativa de Doação Eleitoral é legal e foi instituída pela Lei Municipal nº de 29 de setembro de 2015, no âmbito da competência supletiva do Município para legislar a respeito de licitações e contratos. A Constituição Federal atribuiu à União a competência para a edição de 4

5 normas gerais sobre a matéria, mas reservou competência para os demais entes legislarem sobre normas específicas, como a que ora é atacada. Portanto, não assiste razão ao impugnante. 10. Previsão de Critérios Subjetivos para Julgamento da Proposta Técnica. Os critérios de julgamento da proposta técnica são objetivos, ao contrário do que alega a impugnante. A republicação do edital ocorrida em 26 de julho de 2016 eliminou subjetividades ao suprimir os conceitos satisfatório, insatisfatório e excelente, erroneamente apontados pela impugnante como ainda vigentes. Assim, restou objetivamente o critério de suficiência ou não dos conteúdos obrigatórios apresentados pela licitante na proposta técnica, que serão avaliados quanto ao atendimento às especificações do Edital, na linha do que dispõem o item , alíneas a e b do Anexo V do Edital. A atribuição de pontos é absoluta, ou seja, é atribuída a pontuação total do condicionante ao licitante que apresentá-la de forma completa (suficiente), de acordo com o Edital; sendo atribuída nota zero ao licitante que deixar de fazê-lo (insuficiente). CONCLUSÃO: Em face das razões acima expostas, a Comissão Especial de Licitação entende que a impugnação ora apresentada é totalmente IMPROCEDENTE. Porto Alegre 12 de setembro de Comissão Especial de Licitação 5