Nº da aula 14 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO:

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1 Página1 Curso/Disciplina: Sustentabilidade Aula: Sistema de registro de preço Professor (a): Luiz Jungstedt Monitor (a): Felipe Loyola Nº da aula 14 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO: O sistema de registro de preços é a forma que dá a materialização às compras compartilhadas sustentáveis. Fundamento legal: Lei 8666/93. Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Vigência) II - ser processadas através de sistema de registro de preços; Regulamentação do sistema de registro de preços: Lei 8666/93. Art. 15 (...) 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado. 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial. 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por DECRETO, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições: I - seleção feita mediante concorrência; II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados; III - validade do registro não superior a um ano. 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições. A lei 8666/93 pede a edição de decreto para a regulamentação do sistema de registro de preços. A União criou o Decreto nº 7892/13. Cada ente da federação tem que criar o seu próprio decreto, no estado do RJ é o Decreto 41135/08.

2 Página2 Tem autor defendendo que o sistema de registro de preços é uma nova modalidade de licitação. Entretanto, esse entendimento não condiz com o que estabelece a Lei 8666/93 que escolheu a modalidade de licitação aplicável às compras compartilhadas, ou seja, a concorrência para registrar os preços de compra. A Lei 10520/11 estabeleceu a modalidade de licitação pregão para as compras e contratações de bens e serviços comuns. Lei 10520/11. Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de PREGÃO, conforme regulamento específico. Resumindo: as compras compartilhadas pressupõem licitações de grande porte porque reúnem várias unidades orçamentárias com o objetivo de realizar o registro de preço. O registro de preços, por sua vez, também pressupõe uma licitação que pode ser realizada na modalidade concorrência (art. 15, 3º I da Lei 8666/93) ou na modalidade pregão (art. 11 da Lei 10520/02). Demais, o sistema de registro de preços é usado para compras ou para serviços comuns. Atenção! Na prática, para compras e serviços de engenharia comum e de pequeno e médio porte, a modalidade de licitação utilizada é o Pregão, prevista na Lei 10520/02; para contração de serviços de engenharia de grande porte, a modalidade utilizada é a concorrência, prevista na lei 8666/93. Sistema de registro de preços: (Dec. 7892/13) Dec. 7892/13. Art. 1º As contratações de serviços e a aquisição de bens, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de Preços - SRP, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela União, obedecerão ao disposto neste Decreto. Conceitos básicos do sistema de registro de preços: Dec. 7892/13. Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as seguintes definições: I - Sistema de Registro de Preços - conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações FUTURAS; II - ata de registro de preços - documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para FUTURA contratação, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas;

3 Página3 O resultado da licitação de registro de preços é a assinatura da ata de registro de preços, documento em que contarão o seu prazo de validade, a indicação dos fornecedores na ordem de classificação e os quantitativos de contratação de cada um deles. Lembrado que a ata de registro de preços assinada não dá direito a contratação. Prazo de validade da ata de registro de preços: Lei 8666/93. Art. 15 (...) 3º (...) III - validade do registro não superior a UM ANO. Todos os anos, a Administração realiza um pregão para as compras compartilhadas e para os serviços de engenharia, pequenos e médios. Como o sistema de preços é realizado para compras e contratações futuras, a assinatura da ata de registro de preços não exige nota de empenho e a dotação orçamentária, também não gera direito a contratações futuras. Lei 8666/93. Art. 15 (...) 4o A existência de preços registrados NÃO OBRIGA a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições. É possível, inclusive, que a Administração realize outra licitação para a aquisição do bem ou serviço contidos na ata de registro de preços. A contratação é uma faculdade, porém, como o princípio da igualdade de condições dá a preferência para os preços registrados na ata, em caso de empate entre a empresa vencedora da nova licitação e a empresa que tem o preço registrado na ata, esta última terá a preferência. Dec. 7892/13. Art. 2º (...) III - órgão gerenciador - órgão ou entidade da administração pública federal responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente; Até pouco tempo, o órgão gerenciador era o Ministério do planejamento. Com o tempo, observando a necessidade de transmitir o conhecimento prático sobre a realização das licitações, o Ministério do Planejamento passou a realizar um rodízio entre os outros órgãos da Administração. O órgão gestor é de extrema importância, porque ele conduz a licitação de registro de preços e, também, o uso da ata de registro de preços, principalmente na hora da carona, que pode ser negada pelo órgão gestor.

4 Página4 Dec. 7892/13. Art. 2º (...) IV - órgão participante - órgão ou entidade da administração pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro de preços; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) O órgão gerenciador abre uma intenção de registro de preços para que os órgãos interessados se manifestem até determinada data informando o bem ou serviço que quer adquirir, a quantidade. O órgão gerenciador reúne todos os interessados e realiza uma licitação única para a compra compartilhada para os órgãos participantes. Dec. 7892/13. Art. 2º (...) V - órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos desta norma, faz adesão à ata de registro de preços. Carona no sistema de registro de preços: Os órgãos não participantes são aqueles que não participaram do registro de preços nem assinaram a ata de registro de preços, mas querem aderir à ata. Essa adesão deverá observar os seguintes requisitos previstos no art. 22 do mesmo Dec. 7892/13. Dec. 7892/13. Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública FEDERAL que não tenha participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador. Depois de autorizado pelo órgão gerenciador e observado os requisitos previstos no art. 22 do dec7892/13, qualquer órgão ou entidade da Administração pública FEDERAL poderá pegar carona na ata de registro de preços da qual não tenha participado. Ou seja, um órgão federal só pode pregar carona na ata de registro de preços de órgãos ou entidades federais. AGU. Orientação normativa nº 21/2009. "É VEDADA AOS ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS A ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS QUANDO A LICITAÇÃO TIVER SIDO REALIZADA PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL, MUNICIPAL OU DO DISTRITO FEDERAL, BEM COMO POR ENTIDADES PARAESTATAIS." Limite da carona : Como já anunciado, é preciso a autorização do órgão gerenciador para que o órgão não participante federal pegue carona na ata de registro de preços. Dec. 7892/13. Art. 22. (...)

5 Página5 3º As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes. O órgão gerenciador pode negar carona ao órgão não participante, sob a alegação de que as empresas selecionadas estão operando no seu limite de produção e que podem diminuir a qualidade na prestação dos serviços ou a qualidade dos bens adquiridos, caso um novo órgão participe. Esse limite estabelecido para os órgãos participante está previsto no 3º do art. 22 do Dec. 7892/13. Dec. 7892/13. Art. 22. (...) 4º O instrumento convocatório deverá prever que o quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independente do número de órgãos não participantes que aderirem. O 4º do art. 22 do Dec. 7892/13 também estabelece um limite que deve ser aplicado às empresas que têm o preço registrados na ata, elas podem dar carona até o máximo de cinco vezes da totalidade de cada item registrado na ata. Atenção! O órgão interessado terá que demonstrar a vantagem de participar da ata de registro de preços, para isso, ele deverá fazer uma fase interna de licitação, um levantamento do preço de mercado para demonstrar que a ata de registro de preços é mais vantajosa. Controvérsia: Para Marçal Justen Filho, a carona é uma espécie de dispensa de licitação. Sabendo-se que as hipóteses de dispensa de licitação devem ser criadas por lei e que a carona foi criada mediante decreto, é questionável a natureza jurídica da carona como uma hipótese de dispensa de licitação. Os que entendem a carona como hipótese de dispensa de licitação justificam que os quantitativos adquiridos pelas entidades não participantes não foram computados na licitação e, também, porque a dispensa só pode ser criada mediante lei; aqueles que não entendem a carona como hipótese de dispensa, justificam no fato de que o registro de preço original foi precedido de licitação e que a operação se fundamenta na juridicidade e contribui para a eficiência administrativa, independentemente, de previsão legal.

6 Página6 1º Os órgãos e entidades que não participaram do registro de preços, quando desejarem fazer uso da ata de registro de preços, deverão consultar o órgão gerenciador da ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão. 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador e órgãos participantes. 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada em até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata. 7º Compete ao órgão não participante os atos relativos à cobrança do cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratualmente assumidas e a aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador. 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou estadual. 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais, distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de preços da Administração Pública Federal. VI - compra nacional - compra ou contratação de bens e serviços, em que o órgão gerenciador conduz os procedimentos para registro de preços destinado à execução descentralizada de programa ou projeto federal, mediante prévia indicação da demanda pelos entes federados beneficiados; e (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) VII - órgão participante de compra nacional - órgão ou entidade da administração pública que, em razão de participação em programa ou projeto federal, é contemplado no registro de preços independente de manifestação formal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)