CAESP - Artes Aula 03 21/02/2019 ARTES NA GRÉCIA CLÁSSICA:

Transcrição

1 CAESP - Artes Aula 03 21/02/2019 ARTES NA GRÉCIA CLÁSSICA:

2 Arte na Grécia Antiga: aspectos gerais. Arte como registro do modo de vida e do pensamento grego. Arte desligada dos cânones (regras) sagrados: apesar de versarem sobre os mitos (mundo do sagrado) as regras da arte grega estavam fixadas pelo pensamento filosófico e político grego. O que possibilitava um acompanhamento dos desenvolvimentos de outras áreas do saber e da técnica. Função cívica e pedagógica da arte grega: as artes (pintura, escultura, arquitetura, música, dança, teatro) no mundo Grego tinham também a função de transmissão de uma ideologia, da ideologia da polis (plural: poleis).

3 Arte na Grécia Antiga: aspectos gerais. Música e Psicologia: Éthos (ἔθος): essência que faz parte naturalmente de um tipo musical específico e determina o caráter desse. Os modos e ritmos da música traduzem uma natureza característica dela. Páthos (πάθος): efeito subjetivo do éthos naqueles que ouvem. Os modos e ritmos da música transmitem essa natureza dela (éthos) gerando os respectivos efeitos nas pessoas. Aristóteles: "o despertar das emoções na audiência" ("Retórica"). Um éthos produz um páthos correspondente, e somente um possível.

4 O Culto ao Belo: A beleza está no equilíbrio e na harmonia das formas: a simetria, o equilíbrio, a igualdade entre as partes, toda eram formas dos gregos expressarem a sua ideia de beleza. A beleza não pode ser entendida apenas no sentido mais simples como da beleza cotidiana, mas de uma beleza idealizada, perfeita, que existe no Mundo das Ideias e se reflete imperfeitamente no mundo real. A beleza na pós-modernidade: a transformação da beleza que traduz o equilíbrio e a harmonia, para a beleza múltipla e que abraça e rejeita padrões em uma liberdade radical do ser na produção dos muitos belos.

5 Fases da arte grega: Proto-história: Cretense, ou Minoica (2800 a 2000 a.c.), Micênica (2100 a 1450 a.c.) e Cicládica (1700 a 1220 a.c.).

6 Fases da arte grega: Medievo (Interlúdio) helênico (1200 a 900 a.c.): decadência e desaparecimento das cidades dominadas por palácios reais. Ascensão do comércio e das novas técnicas de cerâmica. Geométrico (900 a 700 a.c.): a ornamentação utilitária (arquitetura e cerâmica) marcada por motivos geométricos abstratos e representações sintéticas dos seres e das coisas.

7 Fases da arte grega: Orientalizante (700 a 610 a.c.): o período está marcado pela fundação das colônias gregas no leste do Mar Mediterrâneo, principalmente nas ilhas e na costa da Ásia Menor (atual Turquia). Naturalmente sofre grandes influências dos modos de fazer e das preferências artísticas das culturas do entorno, especialmente as da Síria e Assíria. Arcaico (610 a 490 a.c.): período de surgimento da Filosofia Pré-Socrática, ou seja, do nascimento da Filosofia e seu distanciamento da Mitologia. É uma época de busca de independência e de afirmação de uma cultura grega independente. Apesar das influências das culturas do Mediterrâneo oriental, a arte grega busca expressões de seu próprio pensamento valorizando os aspectos que lhe são mais importantes.

8 Fases da arte grega: Clássico (490 a 323 a.c.): durante o Século de Péricles, nasce a habilidade de modelamento do corpo humano em movimento, proporcionando a dramaticidade tão característica das estátuas gregas. Helênico (323 a 31 a.c.): difusão do estilo (gosto) grego pelos locais conquistados pelos gregos e pelos romanos (Batalha de Corinto em 146 a.c).

9 Dramaticidade das esculturas gregas: no maior desenvolvimento da escultura grega ela toma a teatralidade para a expressão do movimento e dos sentimentos. O mais famoso exemplo é Laocoonte e seus filhos (entre 140 a.c. até 37 d.c).

10 Arquitetura de colunas: Dórica (severa): deuses masculinos. Jônica (vegetais): deusas femininas ligadas ao culto da terra e da fertilidade. Coríntia (rebuscada): deusas femininas ligadas à caça e amor.

11

12 Arquitetura de colunas: Cariátides ( moças de Cária ): hipoteticamente representam as dançarinas da cidade de Cárias ou mesmo essas capturadas pelos gregos continentais.

13 Cerâmica grega: o uso do engobe (argilas de diferentes composições mais água para diferentes colorações e texturas) As representações são de cenas mitológicas, históricas e cotidianas.

14 Dos rituais à música, à dança ao teatro: A música, a dança e o teatro gregos inicialmente tinham uma função de divulgação do mundo religioso, da mitologia grega. As narrativas mitológicas tinham como uma das suas funções, a divulgação das atitudes socialmente esperadas. As procissões dionisíacas gregas: como a religião tinha uma função de explicação do mundo, era necessário levar essa explicação aos locais públicos e congregar as pessoas para a construção do mundo social e político. Ditirambos: tipo de canto coral que acompanhava as procissões dionisíacas. Essa forma evolui para servir ao teatro grego e atuar como parte da apresentação cênica.

15 O teatro na Grécia Clássica: O teatro grego é uma forma de apropriação feita pelo Estado dos festivais folclóricos e dos ditirambos, de forma a organizar essas festividades em momentos de socialização e reafirmação dos valores eleitos pela sociedade da época. O teatro grego é uma racionalização do mundo folclórico e mitológico em uma forma de conquistas corações e mentes, ou seja, alcançar o consenso para a população. Os atores não interpretam no sentido que temos hoje, eles apenas declamam um texto utilizando as máscaras para explicitar sentimentos e como megafones. Os anfiteatros possuem uma arquitetura que aproveita a acústica dos espaços naturais para atingir o maior número de pessoas no público.

16 Gêneros teatro na Grécia Clássica: Tragédia: o primeiro gênero a ser organizado no teatro grego. Seus temas e estórias são retirados da mitologia e fazem relação social, moral e ética com acontecimentos da época ou com hipóteses do cotidiano. Esse gênero está calcado em uma postura catártica (no sentido aristotélico) de construção e manutenção de uma racionalidade e de uma moral e ética públicas. Comédia: é o segundo gênero criado, ela possui duas fases. Na primeira, 500 a.c. até 320 a.c. (todas datas aproximadas), o foco era a crítica política e social. Na segunda, sob domínio macedônio, a crítica é removida (o Estado tudo controla), surgindo temas satíricos, românticos e da vida cotidiana. Esse gênero tem bastante apelo popular e muita interação com o público.

17 Arquitetura do teatro grego

18 Música na Antiguidade Grega: Música com a função do deleite, a fruição. Dentro do contexto filosófico nascente na Grécia, existia a busca estética pelo belo. Surgimento dos estudos de música dentro das academias gregas: entre os séculos VII e VI a.c. Pitágoras e a escala diatônica (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó). Éthos: essência que faz parte naturalmente de um tipo musical específico e determina o caráter desse. Páthos: efeito subjetivo do éthos naqueles que ouvem. Aristóteles: o despertar das emoções na audiência ( Retórica ). Um éthos produz um páthos correspondente, e somente um possível. Será mesmo possível um e apenas um páthos para cada éthos? Existe uma limitação categórica e apriorística?

19 Platão e as Artes: Mundo das Formas: mundo dos conceitos abstratos e perfeitos. Mundo físico: um mundo de múltiplos reflexos imperfeitos das Formas, das Ideias. Música das Esferas: peças musicais produzidas a partir de cálculos matemáticos. Uma música silenciosa acessível apenas à intelecção. Paidéia: o processo educacional deverá forjar o cidadão dentro dos princípios de amar o bom e a beleza e ter aversão ao mal e ao feio. A educação dos cidadãos se processa no desenvolvimento do dom natural, tendo como bases formadoras principais da prática educacional a música (psique) e a ginástica (corpo físico) e nessa ordem. Função educacional da música: como música tem o seu éthos específico que produz um páthos correspondente, o uso da música propiciaria a formação das características desejadas para o bom cidadão. Destinos da arte para Platão: ou a arte assume que é uma cópia da cópia, ou passa a expressar as Formas.

20 Herança da arte grega: policromia das estátuas e arquitetura. Existiu e ainda existe uma construção social do que seria a arte grega, marcada pela austeridade. Ou seja, mais apolínea do que dionisíaca (Nietzsche). E essa construção não corresponde exatamente a como era essa arte. O melhor exemplo é a coloração das estátuas e peças arquitetônicas gregas. As esculturas e a arquitetura gregas eram cobertas por cores vibrantes, porém essas foram perdidas no tempo e também propositalmente destruídas por curadores europeus em busca de uma austeridade cromática. Busca Google: policromia das estátuas gregas.

21 Herança da arte grega: policromia das estátuas e arquitetura.

22 CAESP - Artes Aula 03 21/02/2019 ARTE ROMANA CLÁSSICA:

23 Aspectos gerais da arte romana: Fortemente influenciada pela grega. NUNCA uma simples cópia da grega. Mimeses do real, mas sem a busca da perfeição idealista grega. Figuras humanas mais realistas com relevo dos traços escolhidos pelos retratados. Função política nacionalista e cívica. Propaganda política das campanhas militares. Afirmação da identidade romana. Amplos espaços públicos. Arquitetura liberta (demonstração de superação) da base colunar grega, sendo baseada em arcos como suporte.

24 Arte parietal romana: Janelas falsas e reprodução de estruturas arquitetônicas. Intenção provável de conferir amplitude dos espaços ou de homenagem às conquistas arquitetônicas como vitórias do engenho romano. Virtuosismo na imitação do real. Transferência dos objetivos da pintura parietal para os mosaicos. Sugestão de visita a: rt-and-architecture-of-pompeii

25

26

27

28

29 Escultura romana: corpos e bustos: Máscaras mortuárias de cera. Descarte da busca da simetria facial e corporal, da proporção perfeita entre as partes do corpo. Bustos não com a reprodução ideal, nem absolutamente realista, mas com o relevo de características escolhidas.

30 Arquitetura romana: superação da herança grega e a vitória do arco. Trilítico (três pedras): característica da arquitetura grega. Uma viga apoiada sobre colunas (ao menos duas). Arco radiante: introduzido na Itália pelos estruscos. Dos arcos é possível a construção de cúpulas semiesféricas: importantes para a construção de grandes espaços públicos. Lembrar que os templos gregos se diferenciavam dos romanos por uma questão essencial. O templo grego era a morada terrena dos deuses. O templo romano era o local público de adoração dos deuses.

31

32 Coliseu (Amphitheatrum Flavium): totalmente construído e sustentado por arcos. As colunas têm efeito de decoração e de construção de um discurso político. Térreo: coluna dórica. Segundo andar: coluna jônica. Terceiro: coluna coríntia. Quarto: colunas romanas que são uma associação entre a jônica e a coríntia.

33

34

35 Arcos do Triunfo e Colunas comemorativas: Função de divulgação política.

36

37

38 Muito obrigado. Bons estudos! Prof. Heleno Licurgo do Amaral