Patologia e Tratamento de Sementes de Soja. Ademir Assis Henning

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1 Patologia e Tratamento de Sementes de Soja Ademir Assis Henning

2 31 (34) doenças fungos, bactérias, vírus e nematóides

3 PUBLICAÇÕES PARA IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS EM SEMENTES DE SOJA

4 1) Teste de Blotter: método do papel de filtro

5 DETECÇÃO PATÓGENOS EM SEMENTES VIA TÉCNICAS MOLECULARES Quais técnicas? 1) PCR (Polimerase chain reaction); 2) PCR em tempo real (RT qpcr).

6 Utilização: 1) Detecção de patógenos em lotes de sementes; 2) Desenvolvimento de variedades resistentes; 3) Estudos de variabilidade genética dos patógenos 4) Estudos quarentena (vírus, bactéria, fungos). Aplicações na patologia de sementes: 1) Detecção de Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens ; CF4 forward 5 -CACAGCCACCTACATGC 3 CF5 reverse 5 - ATCGGGAGTCCGAG 3

7 Aplicações na patologia de sementes: 2) Detecção de Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli em feijão (Phaseolus vulgaris): X4c (5 -GGCAACACCCGATCCCTAAAACAGG-3 ) X4e (5 -CGCCGGAAGCACGATCCTCGAAG-3 ) 3) Detecção de Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) DeBary em sementes soja (Glycine max): Não está ainda incluído nas RAS, porém é importante para a detecção do patógeno em lotes de sementes!

8 2.1) Phomopsis sp. É o principal patógeno em sementes de soja. Juntamente com Fusarium pallidoroseum (semitectum) afetam a germinação da semente no teste do rolo de papel. São frequentes quando as fases de maturação e/ou colheita coincidem com períodos de alta umidade (chuvas). Esporos alfa (germinam) e beta (não germinam) A.A. Henning Corte de picnídio em micrótomo (em aquênio de girassol) A.A. Henning

9 2.2) Fusarium spp. As duas espécies mais freqüentes em sementes de soja. Podem prejudicar a germinação no laboratório mas não são patogênicos às plantas! 1) Fusarium graminearum Conídios, ascas, clamidosporos de Fusarium graminearum (Booth, 1971) 2) Fusarium pallidoroseum (semitectum) Conidióforos, conídios e clamidosporos Fusarium pallidoroseum (semitectum) (Booth, 1971)

10 2.3) Cercospora kikuchii Muito comum em sementes, não afeta a qualidade fisiológica Fig. 3 Fig. 4 Fig.1 Figura 1 - semente com sintoma de mancha púrpura Figura 2 - esporulação do fungo (conidióforos e conídios) Figura 3 - conídios (tingidos ) e conidióforos (marrons). Figura 4 - semente infectada na vagem Conidióforos (esquerda) e conídios ou esporos multi-septados à direita Fig.2

11 2.4) Colletotrichum truncatum ou Colletotrichum dematium var. truncata. Agente causal da antracnose. Radícula apresentando vários acérvulos com as setas. A.A. Henning A.A. Henning Acérvulos com setas e massa de esporos (creme) sobre o tegumento da semente A.A. Henning

12 2.5) Macrophomina phaseolina Fungo de solo, pode eventualmente contaminar as sementes! Microescleródios espalhados sobre o papel de filtro Conídios (esporos) Picnídios e esporos

13 2.6) Sclerotinia sclerotiorum (Mofo branco) Patógeno muito importante porém baixa taxa de transmissão pela semente (< 0,1%). Problema maior são os escleródios misturados às sementes! A.A. Henning A.A. Henning Hastes com escleródios A.A. Henning Sintoma em planta no campo Esquerda escleródios misturados às sementes A.A. Henning

14 2.7) Sclerotium rolfsii Fungo de solo, pode às vezes aparecer num lote de sementes. Produz escleródios pequenos, marrons (quando maduros), parecem sementes de repolho! A.M.R. Almeida Sintomas em plântulas Produção de escleródios A.M.R. Almeida

15 2.8) Rhizoctonia solani Fungo de solo pode eventualmente contaminar as sementes. Produz rizomorfas (fotos ao lado). Hifas septadas e ramificadas a 90 A.A. Henning A.A. Henning

16 2.9) Aspergillus spp. Principalmente Aspergillus flavus (fotos) Estruturas de frutificação

17 2.10) Penicillium sp. (Da mesma forma que Aspergillus, fungo de armazenamento, porém menos frequente em sementes de soja!) A.A. Henning A.A. Henning

18 2.11) Alternaria sp. Saprófita, principalmente Alternaria tenuis ou Alternaria alternata Esporos (conídios) em cadeia (catenulados) Conídios Diferentes formas de conídios

19 2.12) Bactérias (saprofíticas) Bactéria normalmente associada com sementes mortas, deterioradas Penicillium sp., a exemplo de Aspergillus spp. importante fungo de armazenagem Bacillus sp. saprófita, algumas espécies são até usadas no controle biológico! A.A. Henning

20 2.13) Botryodiplodia sp. (Contaminante em soja, não é patogênico) Picnídios (acima) e conídios novos (brancos) e maduros (escuros), com parede dupla e septo transversal Conídios

21 2.14) Chaetomium sp. Contaminante cuidado para não confundir com Colletotrichum! Produz peritécios (foto abaixo) com cabeleira que pode ser confundida com as setas dos acérvulos de C. truncatum! Peritécio Ascósporos (esporos) Asca com 8 ascósporos Peritécios & tipos de cabeleiras

22 2.15) Cladosporium spp. (saprófita, contaminante) Conidióforos escuros e conídios de formas irregulares

23 2.16) Rhizopus spp. Saprófita, contaminante - produz rizóides o que o diferencia de Mucor sp. rizóide

24 2.17) Trichoderma spp. Contaminante, utilizado em controle biológico de patógenos importantes. Conidióforos hialinos muito ramificados (A, B, C, D) e conídios pequenos elípticos (E)

25 Tratamento de sementes 1ª Recomendação Região Centro Sul Extendida a todo Brasil (RS & SC)

26 TRATAMENTO DE SEMENTES DE SOJA (com fungicidas) SAFRA AREA (ha) Até 1991/92 5% 1992/93 13% 1993/94 28% 1994/95 48% * 1995/96 54% * 1996/97 63% * 1997/98 75% * 1998/99 80% * 1999/00 85% * 2001/02 93% * Atualmente em torno de 95% (estimativa)

27 A EVOLUÇÃO DO TS Na lavoura Década de 70! Lavoura ou galpão MTS anos 80! Fase atual: TIS - Na UBS, Revenda ou Fazenda! Colaboração: J. Veiga (Syngenta)

28 COM QUE A SEMENTE PODE SER TRATADA? Fungicidas Inseticidas Nematicidas Micronutrientes (Co, Mo, Zn, Cobre, Mn) Hormônios & reguladores de crescimento Outros (polímeros, pigmentos) Inoculantes

29 FINALIDADES DO TRATAMENTO 1. Controlar fitopatógenos (nas sementes) 2. Garantir a emergência de plântulas (no campo)

30 Antes de se efetuar o tratamento devemos conhecer A QUALIDADE DA SEMENTE! 1. Fisiológica (dano mecânico, percevejo e deterioração por umidade) 2. Sanitária (Fungos, Bactérias e Vírus)

31 FUNGOS DE ARMAZENAMENTO: Aspergillus spp.

32 Tabela de equilíbrio higroscópico das sementes de soja Temp. (ºC) Umidade Relativa do Ar (%) Equilíbrio Higroscópico (Grau de Umidade b.u.) 8 9,2 9,6 10,0 10,4 11,1 11,9 12,7 13,9 15,1 16,2 17,4 10 8,9 9,3 9,7 10,1 10,8 11,6 12,4 13,6 14,8 15,9 17,1 12 8,5 8,9 9,3 9,7 10,4 11,2 12,0 13,2 14,4 15,5 16,7 14 8,2 8,6 9,0 9,4 10,1 10,9 11,7 12,9 14,1 15,2 16,4 15 8,0 8,4 8,8 9,2 9,8 9,9 10,5 12,7 13,9 15,0 16,2 16 7,8 8,2 8,6 9,0 9,7 10,5 11,3 12,5 13,7 14,8 16,0 17 7,7 8,1 8,5 8,9 9,6 10,4 11,2 12,4 13,6 14,7 15,9 18 7,5 7,9 8,3 8,7 9,4 10,2 11,0 12,2 13,4 14,5 15,7 20 7,2 7,6 8,0 8,4 9,1 9,9 10,7 11,9 13,1 14,2 15,4 22 6,7 7,1 7,5 7,9 8,6 9,4 10,2 11,4 12,6 13,7 14,9 24 6,3 6,7 7,1 7,5 8,2 9,0 9,8 11,0 12,2 13,3 14,5 25 6,2 6,6 7,0 7,4 8,1 8,9 9,7 10,9 12,1 13,2 14,4 26 6,0 6,4 6,8 7,2 7,9 8,7 9,5 10,7 11,9 13,0 14,2 28 5,7 6,1 6,5 6,9 7,6 8,4 9,2 10,4 11,6 12,7 13,9 30 5,2 5,6 6,0 6,4 7,1 7,9 8,7 9,9 11,1 12,2 13,4 32 4,9 5,3 5,7 6,1 6,8 8,6 8,4 9,6 10,8 11,9 13,1 33 4,7 5,1 5,5 5,9 6,6 7,4 8,2 9,4 10,6 11,7 12,9 34 4,6 5,0 5,4 5,8 6,5 7,3 8,1 9,3 10,5 11,6 12,8 35 4,4 4,8 5,2 5,6 6,3 7,1 7,9 9,1 10,3 11,4 12,6 36 4,2 4,6 5,0 5,4 6,1 6,9 7,7 8,9 10,1 11,2 12,4

33 EFICIÊNCIA DOS FUNGIDAS sistêmicos e de contato FUNGICIDAS BENZIMIDAZÓIS Eficientes contra fitopatógenos na semente micélio interno, dormente. Deficientes contra certos fungos de solo ex.: Pythium spp. & Phythophthora sojae.

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35 Eficiência dos fungicidas sistêmicos (benzimidazóis) Thiabendazole 15 g i.a. por 100kg de semente Testemunha Sem tratamento

36 EFICIÊNCIA DOS FUNGIDAS sistêmicos e de contato FUNGICIDAS DE CONTATO THIRAM CAPTAN TOLYLFLUANIDE Bons para garantir a emergência no solo Deficientes no controle de Phomopsis, Fusarium e Cercospora kikuchii (na semente)

37 AÇÃO DE FUNGOS DO SOLO (Aspergillus flavus) Testemunha Captan

38 Efeito do tratamento Solo seco! Foto: J.B. França Neto

39 Importância do tratamento e inoculação em solos de primeiro ano de cultivo! Lavoura de primeiro ano na Bahia Fotos de J.T. Yorinori

40 Tratamento Industrial de Sementes de Soja (TIS) Syngenta Avicta Completo Bayer Crop Star Basf Standak Top

41 Número de Máquinas Instaladas Máquinas instaladas BAYER 63 BASF 10 SYNGENTA 57 ADAMA 2 PRIVADAS 36 INCOTEC 3 NOVOZYMES 14 GRAZMEC GV500i 29 TOTAL Capacidade de tratamento instalada de aproximadamente 20 milhões de sacas. (Adaptado de Marcos Navai, 2016)

42 Tratamento Industrial de Sementes (TIS) Basicamente, existem dois sistemas de tecnologias de aplicação em uso no TIS TIS de Fluxo Contínuo TIS de Batelada Bayer Bayer Momesso/Syngenta Bayer Momesso/Syngenta

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44 Tratamento industrial de sementes (TIS)

45 Tratamento industrial de sementes (TIS)

46 Na realidade o que o agricultor gostaria é... ABRA E PLANTE 46 Cortesia: Dr. Marcos Navai (BioAg)

47 Desejo de todo agricultor Semente pronta para a semeadura! Sementes de Soja Tratadas com fungicidas, inseticidas e nematicidas O plantio dos principais cultivos extensivos no Brasil é uma operação logística de alta complexidade! Cortesia: José Veiga, Syngenta

48 O Desafio dessa tecnologia em soja, resulta da necessidade da inoculação... José Veiga, Syngenta 1. A importância da simbiose da soja com bactérias pertencentes às espécies Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii, fixar nitrogênio atmosférico (Programa Lavouras do Brasil, 2009); 2. A fixação biológica de nitrogênio proporciona economia de recursos da ordem de US$ 7bi / ano aos sojicultores do Brasil (Embrapa Soja, 2014); 3. Existem resultados de pesquisa demostrando que é possível ser obtidos aumentos de 4 a 15% na produtividade da soja com o uso de inoculantes (reinoculação), áreas já cultivadas com soja inoculada anteriormente (ANPII, 1999); 4. Pode a semente tratada industrialmente e inoculada ser armazenada? Por quanto tempo? Em quais condições para preservar a viabilidade da bactéria?

49 A indústria apresenta algumas soluções Bayer Crop Science & Syngenta Cortesia: Marcos Navai (BioAg)

50 CTS 200 O futuro da agricultura no presente O ÚNICO INOCULANTE DE LONGA VIDA REGISTRADO NO BRASIL 38 dias de pré-tratamento aprovados pelo MAPA; Possibilidade de fazer o tratamento biológico industrial; Resultados comprovados de produtividade; Aprovado com os principais inseticidas do mercado Cortesia: Dr. Marcos Navai (BioAg)

51 CTS 200 Tecnologia Integrada Produtos Integrados a uma Receita de Tratamento Composição da receita Inoculante Optimize 200/SYS LL Protetores Fungicidas, Inseticidas Nematicidas, CoMo. etc Composição: Bradyrhizobium elkanii Composição: Osmoprotetores Polímeros aderentes Polímeros film coating Secantes Pigmentos Composição: Tecnologia TS Cortesia: Marcos Navai (BioAg)

52 Inoculante Longa vida HICOAT S30 Historia É lançado o HICOAT no Canada pela empresa Backer Underwood BASF completa a aquisição da Backer Underwood Começa a ser desenvolvida no Brasil a tecnologia. Cortesia: Marcelo Katakura (Basf)

53 Inoculante Longa vida HICOAT S30 Kit HICOAT S30 Riber KWS / Coopercampos + Vida de prateleira de até 45 dias depois do tratamento, se armazenado em condições adequadas! Cortesia: Marcelo Katakura (Basf)

54 Tratamento industrial de sementes (TIS) BENEFÍCIOS AO PRODUTOR TIS em relação ao tratamento Na lavoura cobertura uniforme dose adequada (precisão quantidade do fungicida) qualidade das sementes garantida evita o contato do produtor com o fungicida redução do risco de contaminação padrão de segurança garantido tratamento de elevada qualidade agrega valor ao produto (semente) economia de tempo

55 Tratamento industrial de sementes (TIS) RISCOS AO PRODUTOR TIS em relação ao tratamento Na lavoura O AGRICULTOR FICA REFÉM DE pacotes fechados sem opção UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS SEM A REAL NECESSIDADE CUSTO ADICIONAL $$$$ MEIO AMBIENTE VOLUME DE CALDA VS QUALIDADE DA SEMENTE?

56 Tratamento Industrial de Sementes (TIS) Deve: 1) Ser Personalizado de acordo com a demanda do cliente; 2) Haver Perfeita articulação entre os Departamentos Técnico e Comercial da Empresa, para 3) Evitar sobras de sementes tratadas não comercializadas; 4) Alertar os produtores sobre os cuidados com o transporte e armazenamento da semente tratada e inoculada, para garantir a sobrevivência do Bradyrhizobium!

57 Misturas formuladas e respectivas doses dos fungicidas indicados para o tratamento de sementes de soja. FUNGICIDAS DOSE/100 KG DE SEMENTE NOME COMUM PRODUTO COMERCIAL Carbendazin + Thiram Derosal Plus Carbendazin + Thiram Protreat Carboxin + Thiram Vitavax-Thiram 1 Piraclostrobina + Tiofanato metílico + Fipronil Standak Top Thiabendazole + Fludioxonil + Mefenoxan Maxim Advanced Fluazinam + Tiofanato metílico Certeza 2 30 g + 70 g 200 ml 30 g + 70 g 200 ml 50 g + 50 g 250 ml 5 g + 45 g + 50 g 200 ml Ingrediente ativo (gramas) Produto comercial (g ou ml) 15 g + 2,5 g + 2 g a 18,75 g + 2,75 g + 2,5 g 100 ml a 125 ml 35 g + 5,2 g 180 ml 215 ml 1 Não é indicado para controlar Sclerotinia sclerotiorum, (micélio dormente) em sementes de soja. 2 Recomendação durante a XXXI RPSRCB, Brasília, DF CUIDADOS: devem ser tomadas precauções na manipulação dos fungicidas, seguindo as orientações da bula dos produtos.

58 Atividade específica de fungicidas de semente de soja. Ingrediente ativo Pythium Phytophthora Rhizoctonia Phomopsis Fusarium captan bom baixo bom regular regular carbendazim baixo baixo ineficaz bom bom carboxin+ thiram baixo ineficaz regular bom/regular bom/regular difenoconazole baixo baixo ineficaz baixo baixo fludioxonil baixo baixo bom regular regular metalaxyl excelente excelente* ineficaz ineficaz ineficaz piraclostrobina bom ineficaz bom ineficaz bom tiabendazole baixo baixo? excelente excelente tiofanato metílico baixo baixo? bom bom thiram regular baixo bom regular regular tolilfluanid ineficaz ineficaz ineficaz regular regular *Este efeito só é obtido se o produto contiver doses de metalaxyl entre 15,5 a 31,0 g i.a./100 kg de sementes, e se for usado em cultivares de soja com alta resistência de campo à fitóftora. Drª Leila Costamilan (Embrapa Trigo)

59 Canal do YouTube

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61 Obrigado Telefone: (43)