Nota acerca da proposta de mudança dos critérios de partilha dos recursos provenientes da exploração de petróleo 1
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- Paula Conceição
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1 Nota acerca da proposta de mudança dos critérios de partilha dos recursos provenientes da exploração de petróleo 1 Gabriel Leal de Barros Após a derrota da proposta que destinava 100% dos royalties dos estados e municípios para educação que, por sinal, foi apoiada pelo governo federal caberá a presidente Dilma decidir como a distribuição dos recursos dos royalties e participação especial de campos já licitados e do pré-sal irá afetar o equilíbrio orçamentário e as finanças públicas dos atores envolvidos. Essa, junto com outras questões como a revisão das alíquotas de ICMS interestadual, ICMS sobre energia elétrica (que afeta os estados através da redução da base de cálculo), royalties da mineração e novos critérios para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) é uma das questões de maior relevância na agenda federativa. A proposta aprovada e que segue para sanção total ou parcial da presidente leva em conta uma significativa redução das receitas, além da União, dos estados e municípios produtores, em contraposição ao significativo choque positivo nas finanças públicas de estados e municípios não produtores. Na medida em que o efeito nas contas públicas é imediato e com início em 2013, a revisão dos limites de movimentação e empenho inerentes aos princípios definidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e necessários ao cumprimento das metas fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e constantes da Lei Orçamentária Anual (LOA) que irão vigorar em 2013 sofrerá vigorosos ajustes como forma de equilibrar a impressionante frustração de receitas dos estados e municípios produtores em especial os do RJ e ES conjugadas com despesas obrigatórias vigorosas e a necessidade de cumprir a meta de superávit primário. Nesse sentido, o novo modelo de partilha dos recursos provenientes da exploração de petróleo terá como resultado um significativo impacto no equilíbrio orçamentário e financeiro dos estados e municípios produtores, com inegáveis efeitos sobre os indicadores fiscais definidos pela LRF como aqueles relacionados ao endividamento público e limites para gastos de pessoal. Um exercício simples evidencia o impacto derivado da frustração de receita futura no indicador de endividamento público (Dívida Corrente Líquida - DCL) como proporção da receita corrente líquida (RCL), mantendo as demais variáveis que influenciam a dinâmica do indicador constante, como por exemplo, as transferências constitucionais. 1 Elaborado em 30/11/2012.
2 Utilizando dados veiculados pela imprensa acerca da expectativa do governo estadual do volume de frustração de receita apenas em 2013, da ordem de R$ 3,4 bilhões e incorporandoa nos últimos dados disponíveis no relatório de gestão fiscal (RGF) da secretaria do Tesouro Nacional (STN) relativas ao 2º quadrimestre de 2012, é possível perceber uma clara piora do indicador de endividamento público (Gráficos 1 e 2). Nesse sentido, os resultados são claros ao pré-anunciarem um importante choque negativo nas finanças públicas dos estados e municípios produtores com efeito na gestão pública, prestação de serviços e nível de execução orçamentária, em contraposição ao efeito positivo nas contas públicas de estados e municípios não produtores. À luz do equilíbrio orçamentário e das relações federativas que a decisão provoca, a compensação por perdas decorrentes da forte frustração de receita pública é imperativa e urgente dada o efeito imediato previsto pelo projeto de lei. Gráfico 1: Evolução da razão Dívida Corrente Líquida e Receita Corrente Líquida (DCL/RCL) 2,5 DCL/RCL 2,4 2,0 1,5 2,1 1,9 2,0 2,0 1,9 1,7 1,7 1,6 1,6 1,6 1,5 1,4 1,0 0,5 0, ¹ 2012² ¹ 1º Quadrimestre ² 2º Quadrimestre Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração própria do autor.
3 Gráfico 2: Simulação do indicador de DCL/RCL do 2º Quadrimestre de 2012, incorporando a perda anualizada de R$3,4 bilhões na receita pública 1,70 DCL/RCL 1,65 1,60 1,64 1,55 1,45 1, ² 2012E Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração própria do autor. ANEXOS: Situação Atual e Resultado proposto e que irá para sanção Presidencial
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