FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA MÓDULO 10
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- Arthur Camarinho Espírito Santo
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1 FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA MÓDULO 10
2 Índice 1. A formação de preços de venda com base no custo do produto...3 2
3 1. A FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA COM BASE NO CUSTO DO PRODUTO Os cálculos que serão a seguir efetuados foram estabelecidos com base no regime de tributação lucro presumido. Com pequenas variações nos percentuais do PIS e da COFINS, esta sistemática pode ser utilizada também para o regime lucro real. Adotaremos, nesta precificação, a seguinte fórmula: onde PV Custo do Produto/Merca doria Margem de Contribuição % %ICMS %IPI %PIS %COFINS %IRPJ %CSLL Preço de Venda contendo todos os tributos. Compreende todos os custos diretos de produção ou custos para obtenção da mercadoria que se pretende comercializar. A parte do preço de venda necessária para a cobertura das despesas administrativas, comerciais e financeiras, além dos impostos diretos, a remuneração pelo capital operacional e o lucro líquido esperado na negociação. Indicação do percentual do ICMS que incidirá sobre a venda. Indicação do percentual do IPI que incidirá sobre a venda, em se tratando de produto próprio sujeito a esta tributação. Indicação do percentual referente ao PIS Percentual referente a COFINS Indicação do percentual referente ao IRPJ Indicação do percentual referente à CSLL Como é possível deduzir da presente fórmula, o IRPJ e a CSLL incidem sobre o valor da venda com todos os tributos, inclusive o IPI. Esse tributo é excluído da base de cálculo, no cômputo do ICMS, do PIS e da COFINS. Essa fórmula de precificação considera que a margem de contribuição (%) é aplicada sobre o custo do produto para a obtenção de determinado preço de venda que chamaremos de preço de venda intermediário, que servirá de base para o cômputo dos tributos. Desta maneira, não há incidência de margem de contribuição sobre os tributos, o que ocorreria se se considerasse a margem de contribuição % no denominador da fração, ao lado dos tributos. Portanto, a utilização de um preço de venda intermediário deve implicar a adoção de uma comparação de todas as despesas a serem cobertas pela 3
4 margem de contribuição e também o lucro líquido com tal preço de venda intermediário, estabelecendo-se o percentual adequado de cada despesa e do lucro líquido almejado em relação a este preço de venda. Outra importante observação é que, dada a sua base de incidência ser o preço de venda final, quaisquer outras considerações no preço, tais como comissão de representantes, margem de negociação um overprice (acréscimo no preço) que serve de anteparo para eventuais descontos a serem atribuídos no momento do fechamento do negócio devem ser incluídos no denominador da fórmula, no seu percentual correspondente, ao lado do IRPJ e CSLL, já que sua base de incidência é o preço final com IPI, na maioria das vezes. Sejam, então, os seguintes elementos: Custo produto/mercadoria do $ 250,00 Margem de contribuição % 63,374 %ICMS 18 %IPI 10 % PIS 0,65 %COFINS 3 %IRPJ 1,2 %CSLL 1,08 Incorporando esses dados na fórmula de precificação,obtém-se: Vamos agora dispor estes dados em um DGR, como se este fosse o único produto comercializado pela empresa num determinado período. Teríamos, então, a composição apresentada na tabela 5. Observe-se que o preço de venda obtido, de $ 990,00, é a receita da empresa, com exclusão das devoluções de vendas e dos abatimentos. A adoção de percentual de 4
5 margem de contribuição com três casas decimais deveu-se à necessidade de obtenção de valores coerentes com tal DGR. Este valor de $ 990,00 configura o preço de venda com todos os tributos. Esta é a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, conforme ressaltado anteriormente. Sem o IPI, computado à razão de 10%, o valor da venda seria, portanto, de $ 900,00, que constitui a base de cálculo dos demais tributos incidentes sobre a venda e a receita, conforme se depreende da tabela 5. Vejamos cada um dos tributos e sua correspondente base e forma de cálculo: a. ICMS Constitui a mais importante fonte de receita de tributos do governo, em suas três esferas: União, Estados e municípios. É um imposto subnacional, ou seja, administrado pelos Estados, que tratam de repassá-lo aos municípios, segundo critério específico. No caso de industrialização ou revenda, conforme legislação em vigor em junho de 2009, a base de cálculo deste imposto é o preço de venda sem IPI. No nosso exemplo, $ 900,00, que, multiplicados pela alíquota de 18%, resultarão no valor de $ 162,00. b. IPI Um imposto federal que retorna parcialmente aos Estados e municípios. Incide sobre o valor da venda com ICMS, no presente caso. Portanto, considerando alíquota de 10% e base de cálculo de $ 900,00, o valor deste tributo será de $ 90,00. c. IRPJ Nas premissas adotadas, incide sobre a receita da empresa, excetuadas as devoluções de vendas e abatimentos, ou seja, sobre $ 990,00. A alíquota estabelecida, de 15% sobre uma base de cálculo de 8% implica 1,2% sobre a receita, de onde resulta um valor de $ 11,88. O Imposto de Renda, tanto aquele que incide sobre a pessoa jurídica quanto o da pessoa física, também retorna parcialmente a Estados e municípios. d. CSLL Com uma alíquota de 9% sobre uma base de 12%, corresponde a 1,08% da receita da empresa, também se excetuando as devoluções e abatimentos, ou seja, $ 990,00, o que perfaz $ 10,69. Esse tributo fica integralmente com a União. e. PIS Na premissa de regime tributário lucro presumido, este tributo corresponde a 0,65% da receita da empresa, excetuando-se o IPI, ou, no caso, $ 900,00. Com isso, o valor obtido corresponde a $ 5,85. Esse tributo fica integralmente com a União. f. COFINS Essa contribuição corresponde a 3% do valor da receita da empresa sem o IPI, perfazendo $ 27,00. Esse tributo fica integralmente com a União. A tabela 5 possibilita, ademais, a visão do mark-up como foi visto, trata-se de um fator que, multiplicado pelo custo do produto vendido, indica qual deve ser o preço de venda. Para preço com tributos, o mark-up bruto 5
6 deve ser 3,96 e, para preço líquido, ou seja, preço sem os tributos incidentes sobre a venda e a receita, um mark-up líquido de 2,73. Recomendamos que, após a inclusão de todos os elementos na fórmula básica, seja efetuada uma decomposição do preço, em que conste a base de incidência de qualquer um dos acréscimos ao custo e o correspondente valor, resultando no custo do produto que foi considerado na formulação do preço de venda, conforme se deduz da tabela 5. Utilizando a mesma estrutura da tabela 5, elaboramos outro DGR, focalizando, agora, uma empresa prestadora de serviços. Nesse caso, a tributação relativa ao IRPJ e à CSLL possui base distinta de uma empresa industrial, conforme legislação em vigor em junho de Confira os dados da tabela 6. Ressaltamos, como últimas considerações a respeito da precificação a partir dos custos, a necessidade de uma informação atualizada sobre o montante e base de incidência dos tributos sobre a venda e a receita, dados os seus reflexos sobre a rentabilidade do negócio. Para saber mais sobre esta forma de apreçamento, consulte a bibliografia sugerida. A Unidade 2 apresentará as demais considerações sobre a formação de preços de venda, focalizando os aspectos relacionados a preços e concorrentes e preços e clientes. Tabela 5 - Demonstração gerencial do resultado lucro presumido Indústria 6
7 Tabela 6 - Demonstração gerencial do resultado lucro presumido Prestação de serviços 7
8 Quadro 5 - Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício 8
9 Quadro 6 - Demonstração Gerencial do Resultado 9
10 10
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