25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas A CRIANÇA E O CONSUMO DE MÍDIAS

Transcrição

1 A CRIANÇA E O CONSUMO DE MÍDIAS Nome dos autores: TAYLANE MARIA SOUSA VIANA¹. FRANCISCA RODRIGUES LOPES². RESUMO O texto seguinte apresenta dados resultantes da pesquisa ora encerrada que teve como foco central aprofundar estudos sobre o consumo de Mídias por crianças pequenas em casa/cotidiano e na escola. A pesquisa se desenvolveu a partir de dois vieses: estudos teóricos sobre a pós-modernidade e sobre o desenvolvimento infantil, com a finalidade de comparar o distanciamento entre as teorias consagradas, de teóricos como Piaget e Vigotsky, por exemplo, e as crianças destes séculos. Por outro lado a pesquisa foi realizada com a intenção de observar qual a mídia preferida pelas crianças e se o uso dessas mídias ajuda a construir autonomia ou as mantém cativas de programas préestabelecidos. A metodologia da pesquisa optou por fazer observações aleatórias de crianças em contato com mídias digitais, registrando as interações destas com os aparelhos midiáticos, de forma aleatória, sem a instrução ou intromissão do adulto. Os dados nos revelaram que o conceito de infância, historicamente construído vem sofrendo alterações significativas levando - nos a refletir sobre a influência da mídia na educação das crianças e na construção de conceitos ou/e valores. Chama também nossa atenção para questões relacionadas às romãs de brincar, de educar e qual o papel da família e da escola. Palavras-chave: Infância; Mídia; Consumo; Educação. INTRODUÇÃO A pesquisa realizada trouxe dados importantes, pois através dos estudos e da observação feitas com as crianças, podemos fazer um estudo teórico sobre a pós- modernidade que inseriu e popularizou uma cultura das mídias ao alcance de todas as classes sociais; analisar o consumo de mídias por crianças pequenas na cidade de Tocantinópolis, considerando que esta é uma cidade interiorana. Além disso, observar quais as mídias preferidas pelas crianças e se o uso dessas mídias ajuda a construir autonomia nas crianças ou se as mantém cativas de programas pré-estabelecidos. ¹Aluna do curso de Pedagogia, Campus de Tocantinópolis-TO; tayviana@uft.edu.br. PIBIC/UFT. ²Professora do Curso de Pedagogia, Campus de Tocantinópolis; France@uft.edu.br. Orientadora. 1

2 É evidente que hoje as mídias se tornaram um recurso indispensável ao ser humano, pois no mundo em vivemos, a tecnologia é essencial. Buscar esta área como fonte de pesquisa tem sido enriquecedor, pois os aparelhos mediáticos possibilitam a seus usuários a entrada em outro universo, onde tudo se torna mais acessível. Isso nos possibilitou tentar traçar um novo perfil de criança, isto é, da criança da era digital, cujas etapas de desenvolvimento estão longe daquelas descritas nas famosas teorias de Jean Piaget, Vigotsky, Wallon e outros. Através da pesquisa, nosso olhar se estendeu para as coisas que elas fazem de forma aleatória no cotidiano, sem a intromissão ou instrução de um adulto, auxiliandoas no uso de mídias. Queríamos perceber como ela é afetada pelos meios de comunicação e como responde ao incitamento deste pelo consumo de tecnologias diariamente. Nessa perspectiva, de acordo com as observações feitas, as crianças pequenas aprendem em seu cotidiano de forma aleatória, já na escola observada tende a ter um direcionamento proposto. Ainda de acordo com as observações feitas na escola e na rua e/ou cotidiano às mídias estão inseridas em todos os contextos sociais na cidade de Tocantinópolis. A pesquisa de campo teve um caráter qualitativo, onde nos permitiu avaliar aspectos sobre a criança e o consumo de mídias, por parte das crianças do jardim II A da escola avó Virgilina e nas ruas e/ou cotidiano, mas precisamente na Vila Matilde, um bairro de classe média baixa da cidade de Tocantinópolis-TO. MATERIAL E MÉTODOS: Com o objetivo central de observar o consumo de mídias por crianças pequenas na cidade de Tocantinópolis na escola e na rua e/ou cotidiano, considerando que esta é uma cidade interiorana, a pesquisa se encaminhou em duas etapas na escola. Na primeira etapa utilizamos da observação do espaço escolar, a fim de colher dados acerca da estrutura física do local, disponibilidade de materiais e uma conversa com a diretora e coordenadora da escola. No segundo momento fomos à sala de aula, onde a professora da turma participou efetivamente da nossa pesquisa através de conversa, fornecendo dados mais específicos sobre a realização das atividades desenvolvidas com a turma a respeito das mídias e capacitações para se trabalhar com as mídias nos quais a escola está inserida, assim como a conversa com as crianças,o que nos permitiu dialogar e discutir sobre 2

3 assuntos referentes ao consumo de mídias. Já na pesquisa na rua, tivemos apenas conversa oral com as crianças pequenas aleatoriamente, em que nos permitissem dialogar melhor para compreender esse processo. Com relação ao material coletado para a pesquisa foram feitas fotografias com as crianças na escola e na rua, assim como a conversa. Da parte técnica utilizamos método dedutivo a partir das perguntas feitas, sendo que as respostas nos possibilitaram a construção de gráficos a partir das respostas e observação do público alvo jardim II A da escola avó Virgilina em que as crianças estudam, de maneira que pudéssemos observar situações em que as crianças usassem a mídias. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao realizarmos a pesquisa tivemos a oportunidade de fazer observações as crianças da era digital e refletir sobre o avanço tecnológico ainda que alcança todos os lugares, popularizando o uso de aparelhos e as informações por eles transmitidas. Observamos como as famílias de Tocantinópolis, mesmo as de classe baixa, conseguem disponibilizar vários aparelhos midiáticos nas mãos das crianças, sobretudo o celular que é usado principalmente para jogos e internet. A pesquisa foi realizada em conversa com 22 alunos presentes do jardim II A e fotografias tiradas das crianças usando alguns aparelhos midiáticos e também em conversa com a professora da turma. A professora é formada em pedagogia e já participou de treinamentos do município para trabalhar com as mídias, mas que em seu ver, essas qualificações não trazem muitas contribuições de como trabalhar a mídia em sala de aula, devido a curta duração e pouco esclarecimento sobre as mesmas e uma conversa com crianças na rua, residentes na vila Matilde, bairro de Tocantinópolis e fotografias tiradas dessas crianças. Tendo em vista a dificuldade de inserção das mídias devido à falta de material, as qualidades dos treinamentos oferecidos, concordamos que o espaço físico em que a escola está instalada é bastante precário, sendo, portanto, que a escola disponibiliza de poucos aparelhos midiáticos, mas por parte da professora não mede esforços para incluir as mídias na sala de aula, como esclarece na seguinte frase: Trago para dentro da sala de aula as mídias, por que é algo que faz parte da realidade. Observamos durante a pesquisa em sala de aula que a professora disponibiliza de uma caixa de sucatas de materiais onde contém; mouse, teclado, celular, entre outros 3

4 materiais, de modo que os alunos, ao serem questionados sobre o uso constante dos aparelhos midiáticos, mostraram conhecer as partes e funções de alguns aparelhos. Perguntamos à professora: Como você se sente trabalhando com as mídias? E ela respondeu que se sentia muito bem e gratificada, embora destacasse que a pouca disponibilidade de recursos materiais atrapalha um pouco. Mas fazia de tudo para trabalhar de forma eficiente uma vez trazendo para dentro da sala de aula partes de materiais às vezes fora do cotidiano do aluno. Já com as crianças entrevistadas na rua, verificamos que maioria dos pais passa a maior parte do tempo trabalhando e não têm tempo para observar a criança em contato com as mídias. Ainda pudemos constatar que os pais que ficam mais tempo em casa, já não deixam mais as crianças ficarem muito tempo frente ao computador, TV e outros. Portanto, podemos perceber que o consumo de mídias por crianças pequenas mesmo que a criança desenvolva algumas habilidades entre elas a autonomia é necessária ter um acompanhamento por parte dos pais e da escola. Temos refletido se talvez, a principal barreira colocada como contradição ao consumo das mídias nas escolas, seja justamente porque do outro lado do processo exista a falta de preparação por meio da capacitação que é oferecido do município para se trabalhar com esta ferramenta, que também deixa muito a desejar de acordo com os profissionais da educação. O debate sobre a criança e o consumo de mídias na cidade de Tocantinópolis possibilitou observar como as crianças aprendem em contato direto com a mídia, as crianças aprendem através de desenhos, novelas infantis, DVDs que mostram lições, moral da história, jogos com atividades educativas que envolvam raciocínio lógico, entre outros, não são somente seres passivos, nem tão pouco cativo de programas préestabelecidos, ou seja, não assistem somente determinado programa. As crianças mudam a programação de acordo com o que lhe chama mais a sua atenção, mas, sobretudo aprendem em contato direto com as mídias. A pesquisa de campo nos permite adiantar que esse processo, vem sofrendo mudanças significativas. No que se refere à realidade das mídias na escola e no cotidiano, pudemos constatar que as mídias ajudam a construir a autonomia nas crianças e que ela não se mantém cativas de programas pré-estabelecidos, e também que as mesmas estão inserida em todas as classes sociais na cidade de Tocantinópolis. 4

5 De acordo com BACCEGA (2003), a televisão chega ao Brasil em setembro de 1950, e a partir daí, tem trilhado um caminho de êxitos quanto á sua inserção na cultura. Por isso mesmo, é objeto de acirrada discussões a respeito conteúdo, daquilo que veicula, do papel que vem desempenhando na educação das novas gerações. Ela se tornou, na verdade, um totem da sociedade moderna, ao qual se reverencia tanto nos lares quanto nos espaços púbicos, tendo se infiltrado com essa característica no imaginário social. Enfim, é importante ressaltar que as crianças tornam-se autônomas através do seu próprio contato direto com os aparelhos midiáticos. Uma vez que a forma que reage aos estímulos provocados pela mídia, depende da forma que internalizam os conteúdos. Outro fator importante da pesquisa é o fato de as mídias estarem inseridas em todas as classes sociais, na cidade de Tocantinópolis. Em suma, Todos os objetivos foram alcançados na pesquisa. Podemos dizer que a Mídia é capaz de agir como ferramenta pedagógica nos diferentes meios sociais. A TV, o celular, o computador e outros produtos midiáticos são a testemunha mais real de que a tecnologia, dependendo da forma de como é usada, trará conceitos fundamentais, para a educação das crianças. Já que sabido que os produtos midiáticos tendem a trazer tanto benefícios como malefícios para a educação das crianças pequenas. LITERATURA CITADA: BACCEGA, Maria Aparecida, Televisão e escola: Uma mediação possível? São Paulo: Senac, São Paulo, BELLONI, Maria Luisa, O que é mídia-educação. São Paulo: Autores Associados, AGRADECIMENTOS: "O presente trabalho foi realizado com o apoio da Universidade Federal do Tocantins - UFT. 5