Doenças Graves no Contexto Legal Doença x Incapacidade Aposentadoria de Servidor
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- Bárbara Aragão Penha
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1 Doenças Graves no Contexto Legal Doença x Incapacidade Aposentadoria de Servidor Carmen Silvia Molleis Galego Miziara Diretora Técnica de Divisão de Saúde do DPME Departamento de Perícias Médicas do Estado.
2 Atribuições do DPME Avaliação da capacidade laborativa Ingresso Licença saúde Licença gestante Licença ex-offício Licença domiciliar Aposentadoria Readaptação Licença fora da sede Licença para tratamento de pessoa da família Nexo ocupacional Isenção previdenciária Isenção de imposto de renda Anexo 21 Dependência química DGP 10 Insalubridade
3 Aposentadoria SRP DPD GAB AST SAR Solicitação de documentos Designação de junta médica SEX SCG DPD Equipe de aposentadoria DPD assinatura de todos os membros DPD GAB SAR
4 Objetivos Expor os procedimentos médicos-periciais realizados no DPME com finalidade de determinar a invalidez plena e definitiva do servidor estadual para o trabalho Ato médico-pericial para promover a justiça social Conseqüência da união entre os conhecimentos médico e o legal
5 Bases legais Lei /68 Decreto /88 Lei Federal 8.112/90
6 Introdução Doenças é um processo biológico com vinculação Social Ambiental A simples presença de doença não implica em incapacidade laborativa É fundamental considerar as manifestações clínicas da doença e a função exercida pelo servidor
7 Capacidade laborativa É a relação de equilíbrio entre as exigências de uma dada ocupação e a capacidade para realizá-las O risco de vida para si ou para terceiros, ou de agravamento, que a permanência em atividade possa acarretar, está implicitamente incluído no conceito de incapacidade, desde que palpável e indiscutível
8 Incapacidade laborativa Grau Duração Tipo de profissão desempenhada Fonte INSS
9 Incapacidade laborativa Grau Parcial Preservação de capacidade laborativa, sem risco à vida ou Total Duração agravamento maior Ausência de capacidade laborativa Tipo de profissão desempenhada Fonte INSS
10 Grau da incapacidade Idade Tipo de atividade Grau de interferência entre a manifestação clínica da doença e a capacidade do individuo para realizar suas tarefas habituas Sem dificuldade Com dificuldade leve Com dificuldade intermediária Com alta dificuldade Possibilidade de readaptação (realocação) laboral M.R. Jouvencel, 2007
11 Incapacidade laborativa Grau Duração Temporária - com possibilidade de recuperação Permanente sem possibilidade de recuperação mesmo com terapêutica e reabilitação convencional Tipo de profissão desempenhada Fonte INSS
12 Incapacidade laborativa Grau Duração Tipo de profissão desempenhada Uniprofissional Impedimento alcança apenas uma atividade específica Multiprofissional Impedimento abrange diversas atividades profissionais Omniprofissional Impossibilidade do desempenho de toda e qualquer atividade laborativa, sendo conceito essencialmente teórico, salvo quando em caráter transitório Fonte INSS
13 Incapacidade laborativa Doença ou lesão não implica, necessariamente, em incapacidade É preciso que as manifestações clínicas da doença provoquem incapacidade para o exercício profissional específico Muitas doenças consideradas graves são passíveis de recuperação
14 Invalidez Impossibilidade definitiva do desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação, em conseqüência de alterações morfopsiquicofisiológicas provocadas por doença ou acidente, para o qual o examinado estava previamente habilitado e em exercício Fonte INSS
15 Incapacidade laborativa Manifestações clínicas da doença Incapacidade total e definitiva Aposentadoria
16 Fundamentações necessárias Alegações Comprovações Exame Pericial O Médico Perito não tem que fazer investigação diagnóstica, nem tratamento e nem ajudar ou prejudicar Cabe ao periciando comprovar as alegações e cabe ao perito descrever Documentação comprobatória Exame físico com dados positivos descritos com fidelidade e minúcia pelo perito (laudo pericial)
17 Aposentadoria A avaliação da incapacidade laborativa para fins de aposentadoria Próprio interessado Por ofício (ex-offício) Médico perito Junta médica (três médicos-peritos) Os médicos peritos, através de inspeção médica, deve concluir se as manifestações clínicas da doença ou seqüela (resultante de acidente) impedem, total e definitivamente, o exercício de determinada atividade (ocupação)
18 Junta médica São dois ou mais médicos, geralmente três, investidos em função pericial, mediante designação formal A junta médica oficial poderá ser designada pela autoridade administrativa do órgão a que estiver vinculada a pessoa a ser periciada, o que ocorre na Administração Pública, ou pode ser nomeada pelo juiz, quando entender que o parecer médico-pericial subsidiará seu julgamento. Outrossim, esse recurso pode ser utilizado para atender diligências do Ministério Público, entre outros de ocorrência menos freqüente O laudo ou relatório médico e a conclusão médico-pericial devem ser datados e assinados pela junta e pelos assistentes técnicos. Quando houver divergência na conclusão, os pareceres discordantes serão apresentados em separado A junta médica poderá recorrer a exames subsidiários, pareceres de outros especialistas, informações contidas em prontuário médico, sempre buscando melhor consistência em sua conclusão (Elias Tavares de Araújo)
19 Atribuições do médico perito Habilitado para o exercício de sua profissão Conhecer os aspectos médicos Conhecer a legislação (leis, decretos, portarias, instruções normativas) a ser aplicada administrativamente Obter provas Elaborar o parecer médico e o conseqüente laudo
20 Laudo pericial de aposentadoria A peça básica sobre a qual se estrutura toda a ação pericial e seus desdobramentos Manifestações clínicas da doença alegada descritas de forma clara, objetiva e sucinta Expressadas pela CID 10 Dispositivos legais pertinentes
21 Laudo médico-pericial Anamnese (descrição pericial) Exames físico geral e especial Análise de exames complementares para subsidiarem o parecer final Estabelecer correlação entre quadro clínico e o exercício profissional Estabelecer o prognóstico laborativo CID (versão atual é a 10), com letra e três dígitos
22 Legibilidade Laudo clínico O laudo deve ser facilmente legível, uma vez que ele não pertence ao médico, mas sim à instituição e poderá ser manuseado por inúmeras pessoas Autenticidade Deve retratar realmente aquilo encontrado ou constatado sem interferências subjetivas de cunho pessoal do examinador Objetividade Deve conter o que é essencial e claramente descrito sem perder-se em exposições secundárias e sem valor que fogem ou nada contribuem para o fim proposto Coerência O laudo leva àquele que o lê as mesmas conclusões do examinador. O laudo deve conter todos os elementos necessários a uma conclusão lógica e uniforme independentemente de quem o examina (Elias Tavares de Araújo)
23 Laudo médico-pericial Deve o médico perito atentar para Pré-existência da doença Irreversibilidade das manifestações clínicas Determinação da compatibilidade ou não com o trabalho Regime de trabalho do periciando CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA DENTRE OS CRITÉRIOS DE GRAVIDADE ESTABELECIDOS POR LEI
24 Constituição Federal "Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos 3º e 17: I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
25 Inclusão da doença como grave Proporcionalidade dos proventos Classificação da doença dentre os critérios de gravidade estabelecidos por lei Artigo 186 da Lei 8.112/90
26 Art. 186 da Lei nº /90 I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de Acidente em serviço Moléstia profissional ou Doença grave, contagiosa ou incurável
27 1 º Art. 186 da Lei nº /90 Tuberculose ativa Alienação mental Esclerose múltipla Neoplasia maligna Cegueira posterior ao ingresso no serviço público Hanseníase Cardiopatia grave Doença de Parkinson Paralisia irreversível e incapacitante Epondiloartrose anquilosante Nefropatia grave Estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante) Síndrome de Imunodeficiência Adquirida AIDS Outras que a lei indicar, com base na medicina especializada
28 Normatização Doenças graves Não dispomos no Brasil de critérios diagnósticos normatizadores Ministério da Saúde Município de São Paulo Portaria Normativa nº 328/2001(Ministério da Defesa)
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30 CIF Versão ao português da InternationalofFunctioning Disability and Health Realizada pelo centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família de Classificações Internacionais Tradução da versão de 2001 Coordenada pela Profª. Drª. Cássia Maria Bucchalla Colaboração da Dra. Amélia Esparteiro Leitão
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32 Baremos Definido no âmbito da medicina-legal e da valoração do dano corporal O conjunto ou uma relação de enfermidades ou de seqüelas, o qual se assinala um valor expressado em porcentagem ou em pontos que representam uma perda funcional ou um valor econômico (Borobia, 2006) Fonseca e colaboradores
33 Vantagens dos Baremos Estabelece mecanismo de certeza na fixação das indenizações, que mais se aproxima da disfunção ou incapacidade que decorrem das lesões corporais Por ser público É criticável, modificável e, portanto, melhorável Um barema pode ser examinado por muitos peritos e melhorado por seus contribuintes As indexações são reconhecidas como instrumentos fiéis (Criado Del Río, 2000) Fonseca e colaboradores
34 American Medical Association
35 WHO
36 Lei Argentina
37 Lei Argentina
38 Canadá Guidelines for Assessment of Permanent Medical Impairment - approved by the Board of Directors of the Workers' Compensation Board of Nova Scotia on September 15, 1995 These guidelines are to be used for the evaluation of medical impairment
39 Medicina pericial Conclusão Exige comprovação diagnóstica Avaliação clínica rigorosa Comprovação laboratorial Exclui as conclusões baseadas em impressões subjetivas e alegações dos periciando II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave
40 Conclusão Perícia é a prova e faz parte de um processo Descrição pericial é instrumento pericial de alta de importância Cabe ao periciando fornecer as provas do alegado O parecer médico-pericial deve ser isento de qualquer conotação tendenciosa
41 Conclusão O perito está investido no cargo para promover a justiça Deve atuar com imparcialidade Concedendo o que é de direito e negando o que não procede Deve ter conhecimentos médico e legal
42 Obrigada
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