PROGRAMA DE CONTROLE DA ESQUISTOSSOME NO DIS- TRITO DE ANTUNES/MG: análise de dados registrados e avaliação das medidas adotadas.
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- Rachel Campos Cerveira
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1 PROGRAMA DE CONTROLE DA ESQUISTOSSOME NO DIS- TRITO DE ANTUNES/MG: análise de dados registrados e avaliação das medidas adotadas. Marilda Honória Duarte Costa 1, Roberta Dias Rodrigues Rocha 2 RESUMO: No distrito de Antunes/MG, através as medidas de controle preconizadas pelo Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), que consistem no diagnóstico laboratorial e tratamento, foi constatado casos de esquistossomose na região. O objetivo do presente estudo foi avaliar a importância dessas medidas através da análise dos dados registrados no Diário de Coproscopia e Tratamento do PCE, entre Após a realização dos exames coproscópicos todos pacientes com resultados positivos foram submetidos ao tratamento anti-parasitário. Observou- se nesse período, entre , que a prevalência da esquistossomose de 3,4% (62/1.821) reduziu para 2,2% (35/1.605) e de outras parasitoses de 10,7% (194/1821) reduziram para menos de 1% (14/1605). Diante desses resultados, foi possível constatar que o PCE produziu, no período avaliado, um resultado positivo. Contudo, é de fundamental importância a manutenção da vigilância epidemiológica, para que, se necessário, novas ações sejam promovidas. PALAVRAS-CHAVE: Programa de Controle de Esquistossomose; Antunes/MG; Exames croposcópicos; Parasitoses. 1. INTRODUÇÃO O Schistosoma mansoni é um parasito trematódeo que infecta o homem e desencadeia a esquistossomose, doença que causa um importante índice de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Como parasitose que afeta o homem, ocupa o segundo lugar em importância e repercussão sócioeconômica (WHO, 2011). É uma das doenças de maior prevalência entre aquelas veiculadas pela água. Nos países em desenvolvimento representa um dos principais riscos à saúde das populações rurais e das periferias das cidades. Estima-se que cerca de duzentos milhões de pessoas residentes em áreas com risco de transmissão da esquistossomose estejam infectadas por Schistosoma mansoni, que é encontrado em 54 países da África, Ásia e América do Sul. Nas Américas, registra-se, áreas endêmicas na Venezuela, nas ilhas do Caribe e no Brasil (WHO, 2011). No Brasil, estima-se que aproximadamente 25 milhões de pessoas que vivem nas zonas rurais e agricultáveis ou nas áreas periféricas de algumas cidades brasileiras, estejam expostas ao risco de contrair a doença, e que 2,5 a 6 milhões se encontram infectadas. As áreas endêmicas e focais abrangem 19 Unidades Federadas. No Estado de Minas Gerais ocorre de forma endêmica, predominantemente no Norte e Nordeste do Estado. Em relação ao parasito, o ponto crucial é que, enquanto um ovo de nematódeo pode se desenvolver em apenas um adulto, um ovo de trematódeo se desenvolve em centenas de adultos. Tal fato se deve a pedogênese, isto é, a produção de numerosos novos indivíduos por estágios larvais, fenômeno que ocorre no hospedeiro intermediário, o molusco (URQUHART et al., 1990). O fator predisponente para contrair a infecção é o contato com águas contaminadas por cercárias, forma evolutiva infectante do parasito. Ambientes de água doce de pouca correnteza ou parada, utilizada para banhos, pescas, lavagem de roupa e louça, com presença de espécies suscetíveis de caramujos pertencentes ao gênero Biomphalaria infectados pelo Schistosoma mansoni constituem os locais adequados para se adquirir a esquistossomose (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Os sintomas da esquistossomose são inespecíficos, podendo ser observados em outras doenças infecto-parasitárias, e incluem: diarréia, letargia e cansaço, dor ou desconforto abdominal e sangue nas fezes (WHO, 2011). A mortalidade por esquistossomose ocorre principalmente em sua forma hepatoesplênica, na fase crônica da doença. As manifestações clínicas nesse caso são decorrentes da hipertensão portal e as principais complicações são a ascite e a formação de varizes gastroesofágicas, que ao se romperem resultam em hemorragias graves e, às vezes, fatais (PRATA, 1997). A hemorragia digestiva é a maior ameaça à sobrevivência dos pacientes com hipertensão portal por esquistossomose (WIDMAN et al., 2001). Em 1975, a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) iniciou no Brasil, o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), que direcionava suas atividades para PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 1/ EDIÇÃO 5 - ISSN l 319
2 o tratamento em massa dos infectados pelo S. mansoni (FAVRE et al., 2001). A partir de 1980, instituiu-se como programa de rotina no país e posteriormente, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), as ações de controle da esquistossomose foram descentralizadas para estados e municípios (PORTARIA Nº 1.399, 1999). Desde então, a esquistossomose vem sendo alvo de programas de controle de ampla abrangência, que visam principalmente reduzir sua prevalência (BRASIL, 1998). Para o controle da endemia, o Ministério da Saúde pactuou atividades mínimas, como a realização de inquéritos coproscópicos censitários com tratamento dos doentes e alimentação anual do Sistema de Informação sobre o PCE (SISPCE), que devem ser incorporadas na rotina de trabalho dos municípios (PORTARIA Nº 1.172, 2004). O PCE através da realização de suas atividades em Igaratinga, distrito de Antunes/MG, constatou nessa região indivíduos acometidos por esquistossomose e outras parasitoses. Como parte do programa, após a identificação dos casos positivos, através do exame coproparasitológico, todos os pacientes com resultados positivos foram tratados. Considerando que até aquele momento nenhum trabalho havia sido realizado para se avaliar a importância do programa naquela região, concluiu-se ser pertinente realizar esse estudo. Ademais, o alto investimento necessário para o PCE impõe a realização de avaliação da efetividade, na perspectiva do custo, para demarcar as decisões futuras. Considerando este contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar dados epidemiológicos sobre população atendida: perfil da região, população atendida pelo exame de fezes e pelo tratamento, resultados obtidos pelo programa no distrito de Antunes/MG, no período de METODOLOGIA 2.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO Esse estudo foi realizado através da análise dos dados registrados no diário do Programa de Controle da Esquistossomose obtido na Secretaria Municipal de Saúde de Igaratinga/MG, referentes às atividades desenvolvidas pelo programa na região no período de As informações colhidas referem-se às variáveis: total de imóveis visitados; população atendida; características dos domicílios; exames realizados; exames positivos para esquistossomose; exames positivos para outras parasitoses e número de pacientes tratados. A Secretaria de Saúde do Município de Igaratinga/MG Os dados coletados no Sistema de Informação de Igaratinga/MG obtiveram a licença por parte, respeitando os aspectos éticos a serem considerados na pesquisa. 2.2 ÁREA DE ESTUDO Antunes é um distrito do município de Igaratinga situado a 90km de Belo Horizonte, região Centro-Oeste de Minas Gerais. População de habitantes, clima temperado, relevo montanhoso, vegetação de cerrado. A principal atividade econômica é a produção de tijolos, altamente rentável para o distrito. A poluição da região é decorrente das cerâmicas, que emitem gás carbônico originado da queima de madeira utilizada na fabricação de tijolos. A região é banhada pelo Córrego das Areias, que é utilizado para pesca e lazer. A fonte de águas naturais é a nascente do Ribeirão das Areias, origem da água consumida pela população. O Ribeirão das Areias é poluído, em grande parte de sua extensão, pelo esgoto das casas da região, e ainda por lixo e animais mortos. Existem também na região algumas lagoas que são utilizadas para fins recreativos. O distrito de Antunes fica às margens da BR 262. Não há áreas de assentamento e as pessoas que prestam serviço na produção de tijolos residem com suas famílias nos arredores e em condições precárias. Vivem em casebres, uma parcela sem rede de água e esgoto, sendo a água de consumo obtida de cisternas. 2.2 COPROSCOPIA E TRATAMENTO Amostras de fezes da população do distrito, no ano de 2007 e posteriormente em 2009, foram coletadas para a realização do exame coproparasitológico. Foram realizados exames no ano de 2007 e no ano de Foi examinada uma lâmina de uma única amostra de fezes, pelo método de Kato-Katz (KATZ et al., 1972). Foi considerado positivo o indivíduo que apresentou ao menos um ovo de Schistosoma mansoni. Os resultados dos exames foram entregues ao agente de saúde responsável, que se encarregou de levá-los pessoalmente aos residentes e agendar a consulta médica para tratamento dos infectados. Foi disponibilizado, pela Secretaria Municipal de Saúde, o Praziquantel, medicamento recomendado pelo Ministério da Saúde para o tratamento da esquistossomose mansoni. 3. RESULTADOS 3.1CARACTERÍSTICAS DOS DOMICÍLIOS A coleta de dados sobre as características dos domicílios, no período , mostrou que a proporção de domicílios com abastecimento de água por rede pública foi 76,77%, por poço 23,14% e outros 0,1%. O tratamento de água por filtração foi de 47,43%, por cloração 47,53%, fervura 0,19% e sem tratamento 4,84%. Em relação ao destino das fezes e da urina a presença de sistema de esgoto correspondeu a 80,83%, fossa 18,88% e céu aberto 0,29%. No que diz respeito ao destino do lixo, 85,87% era 320 PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 1/ EDIÇÃO 5 - ISSN
3 coletado, 14,04% queimado 0,1% acumulado a céu aberto. Já a energia elétrica foi observada em 99,81% dos domicílios atendidos. A pesquisa também revelou que os domicílios com ausência de abastecimento de água por rede pública, sem tratamento de água, rede de esgoto, energia elétrica e coleta seletiva de lixo estão localizados na comunidade rural da área de abrangência. 3.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS X META DO PCE Em relação às atividades executadas pelo programa observouse que foi realizado um inquérito coproscópico em 2007 e outro em A porcentagem da população atendida em 2007 foi 62,5% (2.237/3.577) e em 2009 foi 55,8% (1.998/3.577). Nesse contexto, a meta do PCE era que se realizasse um inquérito a cada dois anos e de se atender 80% ou mais da população. A proporção de coletores recolhidos com amostras clínicas em relação aos distribuídos em 2007 foi 81,4% (1.821/2.237) e em 2009 foi 80,3% (1.605/1.998), sendo que a meta era recolher 80% dos coletores. O envio de dados para a Gerência Regional de Saúde foi trimestral, para uma proposta de se enviar dados anuais. A proporção de indivíduos com resultados positivos para esquistossomose e que foram tratados foi de 100%, sendo que a meta era tratar 80% ou mais dos casos positivos. 3.3 POPULAÇÃO ATENDIDA E RESULTADOS DOS EXAMES CO- PROPARASITOLÓGICOS A Tabela apresenta dados referentes às atividades desenvolvidas, ao que se refere a número de imóveis visitados e de pessoas atendidas e a seguir os resultados dos exames coproparasitológicos. Tabela Dados da pesquisa do Programa de Controle da Esquistossomose do distrito de Antunes/MG. Brasil, A Figura 1 apresenta de forma comparativa a positividade dos exames de fezes para esquistossomose e para outras parasitoses, no ano de 2007 e no ano de As outras espécies parasitárias identificadas pelo exame de fezes foram, a saber: Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos, Taenia sp, Tricuris trichiura, Enterobius vermicularis, Strongyloides stercoralis e Hymenolepis nana. Figura 1- Número de resultados parasitológicos positivos no distrito de Antunes/MG PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 1/ EDIÇÃO 5 - ISSN l 321
4 3. DISCUSSÃO A análise dos dados referentes às características dos domicílios mostrou, no período avaliado, que a maioria da população não tinha o hábito de utilizar água das coleções hídricas para as tarefas domésticas, como lavar roupa e vasilhas, provavelmente devido aos investimentos com o fornecimento de água tratada. Tal informação justificaria prevalência não tão expressiva de esquistossomose e de outras parasitoses na população avaliada. Em estudo realizado em Taquaraçu de Minas, Estado de Minas Gerais (COURA-FILHO, 1998), foi também observada uma menor prevalência da esquistossomose nas residências abastecidas com água potável intradomiciliar. Entretanto, apesar do bom índice de casas com água potável no distrito de Antunes, a infra-estrutura em alguns locais ainda é precária. Desta forma, não se pode afirmar que as condições favoráveis à transmissão da esquistossomose na área de abrangência deste estudo, estejam totalmente controladas, uma vez que 19,17% dos domicílios ainda estão sem rede de esgoto e sem coleta de lixo. Sem tratamento do esgoto, as fezes dos indivíduos infectados tendem a alcançar as coleções hídricas, e na presença de moluscos do gênero Biomphalaria, fecha-se o ciclo de transmissão da doença. Desta forma, para que os níveis de prevalência permaneçam baixos, é muito importante o contínuo investimento em saneamento, além do tratamento dos doentes. Antunes apresentou uma resposta positiva após a implantação do PCE, mas é uma área de risco em potencial, pois apresenta fatores ambientais favoráveis à manutenção da esquistossomose. Observa-se que a falta de opção de lazer predispõe os moradores a possibilidade de infecção, momento em que estes em suas atividades recreativas entram em contato com as coleções hídricas da região. Nesse contexto, foi observado que na região metropolitana de Belo Horizonte, houve uma mudança no que diz respeito a fatores de risco, onde o não fornecimento de água potável intradomiciliar deixou de ser o maior fator de risco, ganhando destaque o risco de contaminação pelo hábito de nadar em coleções de água propícias a infecção, mesmo para aqueles que tinham água encanada intradomiciliar (COURA-FILHO, 1997). Outro desafio em relação às possibilidades de transmissão da esquistossomose é o fato de algumas pessoas pensarem que o único modo de se infectar com Schistosoma mansoni é a permanência por longo tempo dentro do córrego ou lagoa, não sabendo que também há risco de infecção o hábito de atravessar córrego, simplesmente pelo fato de molhar os pés (VAS- CONCELOS et al., 2009). A água está envolvida no lazer e em atividade ocupacional, como pesca (LIMA E COSTA et al., 1991), portanto deve ser alvo de abordagens adequadas nos programas de controle, embora modificar o comportamento humano seja um desafio para a saúde pública (SANTANA et al., 1997). Sobre a abrangência do programa, os dados coletados revelaram que dos habitantes de Antunes/MG, foram atendidos pelo programa e foram submetidos ao exame coproscópico em Já em 2009, o programa atendeu pessoas e realizou exames. A análise dos dados mostrou um aumento de 7,5% no número de imóveis visitados em 2009, quando comparado ao ano de Por outro lado, houve uma queda de 12% no número de exames realizados na população atendida. A análise das atividades realizadas pelo programa aponta o cumprimento das normas preconizadas pelo Ministério da Saúde para o controle da doença (QUININO et al., 2009). A única meta não cumprida, abranger 80% ou mais da população, foi devido à barreira geográfica, distância compreendida entre a unidade básica de saúde e os povoados da zona rural. Existem rios que transbordam na época das chuvas e ruas que nem sempre estão em boas condições de tráfego. Tal fato dificulta o acesso do agente de saúde à totalidade da área de abrangência do distrito. Considerando a questão dos períodos de chuva, numa pesquisa sobre a importância das inundações na expansão da esquistossomose, concluiu-se que as enchentes propiciam condições para a instalação de novos focos, favorecendo a expansão da doença (RAMOS et al., 1970). Desta forma, devido a ocorrências de inundações nessa área estudada, faz-se necessário o desenvolvimento de ações contínuas e adequadas à realidade do distrito, que possam viabilizar o atendimento dessa população. Os inquéritos coproscópicos foram realizados dentro de dois anos, portanto, o prazo estipulado foi alcançado. No entanto, vale ressaltar que o sucesso do controle da esquistossomose depende da efetividade e da coerência entre as ações realizadas, de forma a prevenir o restabelecimento do ciclo da doença e a re-infecção dos indivíduos (FARIAS et al., 2007). A proporção de coletores recolhidos com amostras clínicas em relação aos distribuídos demonstra que a comunidade aderiu ao programa. Outro aspecto relevante detectado por esse estudo foi a total cobertura de tratamento. Assim como no município das Correntes/PE (NETO et al., 2010), houve somente um caso com contra-indicações por se tratar de gestante em fase de aleitamento. Mas mesmo assim após esse período ela foi devidamente medicada. Exatamente todos os casos positivos foram tratados, o que foi uma medida de grande importância, evidenciado pela re- 322 PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 1/ EDIÇÃO 5 - ISSN
5 dução para 2,2% (35/1.605) de casos de esquistossomose em 2009 sendo 3,4% (62/1.821) em Cabe aqui ressaltar que o programa propiciou ainda a identificação e o tratamento de outras parasitoses. Em relação às outras parasitoses ficou evidente a expressiva redução de casos positivos de 10,7% (194/1.821) no ano de 2007 para menos de 1% (14/1.605) no ano de Entretanto, o que se observa é que as pessoas tratadas e curadas freqüentemente se re-infectam, sendo assim, como perspectiva de manutenção de baixos níveis de transmissão é fundamental que a população passe por um processo educativo para se previnir contra infecções e re-infecções. Desta forma, o distrito encontra-se na fase de vigilância do referido programa. A obtenção de uma vacina seria o ideal, uma vez que a doença apresenta grande morbidade relacionada às formas graves de esquistossomose. Neste sentido muitos estudos estão sendo realizados, entretanto, isto ainda não foi possível (KATZ, 1999). Para o futuro, as pesquisas em esquistossomose, na área aplicada, procurarão responder sobre métodos combinados de controle da transmissão (ANDRADE, 2002). Esse é o ideal a ser alcançado, pois visa interromper o ciclo evolutivo do parasito. Enquanto isso, o diagnóstico e o tratamento, componentes operacionais principais do programa, mostram ser eficazes para o controle parcial da endemia e morbidade da doença. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo possibilitou divulgar as atividades de rotina do PCE no município de Antunes/MG, revelando que, no momento, o distrito encontra-se na fase de vigilância do referido programa. A análise dos dados da pesquisa mostra que a implementação do programa levou a uma queda na prevalência de infecção parasitária por esquistossomose e por outros parasitos na população atendida, e que aparentemente, a comunidade aderiu à proposta do programa. Em suma, foi possível observar que o PCE produziu, no período de , um resultado positivo, entretanto, é de fundamental importância a manutenção da vigilância epidemiológica, para que, se necessário, novas ações sejam promovidas. 6. REFERÊNCIAS ANDRADE, Z. A. A esquistossomose no Brasil após quase um século de pesquisas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 35, n.5, p , COURA-FILHO, P. Distribuição da esquistossomose no espaço urbano. O caso da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de janeiro, v. 13, n.2, p , COURA-FILHO, P. Participação popular no controle da esquistossomose através do Sistema Único de Saúde (SUS), em Taquaraçu de Minas, (Minas Gerais, Brasil), entre : construção de um modelo alternativo. Cadernos de Saúde Pública, Rio de janeiro, v. 14 n. 2, p , 1998 FARIAS L.M.M., RESENDES A.P.C., SABROZA P.C., SOUZA-SANTOS R. Análise preliminar do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose no período de 1999 a Cadernos de Saúde Pública, Rio de janeiro, v. 23, n. 1, p , FAVRE T.C., PIERI OS, BARBOSA C.S., BECK L. Avaliação das ações de controle da esquistossomose implementadas entre 1977 e 1996 na área endêmica de Pernambuco, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 34, n.6, p , KATZ, N. Dificuldades no desenvolvimento de uma vacina para a esquistossomose mansoni. Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 32, n.6, p , KATZ N, CHAVES A, PELLEGRINO J. A simple device for quantitative stool thick-smear technique in schistosomiasis mansoni. Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, São Paulo,v. 14, n. 6, p , LIMA E COSTA, M. F.; ROCHA, R. S.; LEITE, M.L. C.; CARNEIRO, R. G.; COLLEY, D.; GAZZINELLI, G. & KATZ, N., A multivariate analysis of socio-demographic factors, water contact patterns and Schistosoma mansoni infection in an endemic area in Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, São Paulo, v.33, n.1, p , MINISTÉRIO DA SAÚDE. Esquistossomose: descrição da doença [acessado durante o ano de 2010] Disponível em gov.br/portal/saude/profissional/visuali zar_texto.cfm?idtxt= NETO J.S.C., BRANDESPIM D.F. Programa de Controle da Esquistossomose no Município das Correntes-PE, Durante o Ano de 2007 [acessado durante o ano de 2010] [Artigo na internet] Disponível em Esquistossomose-no-Municipio-das-Correntes-PE-Durante-o-Anode-2007/pagina1.html BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Controle da esquistossomose: manual de diretrizes técnicas. Brasília: Ministério da Saúde; PORTARIA n , de 15 de junho de Regulamenta a NOB SUS 1/1996, no que diz respeito às competências da União, Estados, Municípios e Distrito Federal na área da vigilância em saúde, define a sistemática de financiamento e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p.58, 17 jun Seção 1. PORTARIA n , de 15 de dezembro de Regulamenta a NOB SUS 01/96 no que se refere às competências da União, estados, municí- PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 1/ EDIÇÃO 5 - ISSN l 323
6 pios e Distrito Federal, na área de epidemiologia e controle de doenças. Diário Oficial da União, Brasília, p.21, 16 dez Seção 1. PRATA, A. Esquistossomose mansoni. In: Veronesi R, Foccacia R. Tratado de infectologia, São Paulo: Atheneu, p , QUININO L.R.M., COSTA J.M.B.S., AGUIAR L.R. Avaliação das atividades de rotina do Programa de Controle da Esquistossomose em municípios da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, entre 2003 e Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 18, n. 4, p , RAMOS A.S., PIZA J.T., FROES E. A importância das inundações na expansão da esquistossomose mansoni. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 1-5, SANTANA V.S., TEIXEIRA M.G., SANTOS C.P., ANDRADE CHARLES A.R. Efetividade do Programa de Comunicação e Educação em Saúde no controle da infecção por S. mansoni em algumas áreas do Estado da Bahia. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 30, n. 6, p , URQUHART G.M., ARMOUR J, DUNCAN J.L., DUNN A.M., JENNINGS F.W. Parasitologia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, VASCONCELOS C.H., CARDOSO, P. C. M.; QUIRINO, W. C.; MASSARA C. L.; AMARAL, G. L.; CORDEIRO, R.; CARVALHO, O. S. Avaliação de medidas de controle da esquistossomose mansoni no Município de Sabará, Minas Gerais, Brasil, Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro,v. 25, n. 5, p , WIDMAN A. et. al. Hipertensão portal por esquistossomose mansônica hepatoesplênica: efeito da desconexão ázigo-portal com esplenectomia no diâmetro e na velocidade média de fluxo do sistema portal (estudo ultra-sonográfico com Doppler). Arquivos de Gastroenterologia, São Paulo, v. 38, n. 1, p , 2001 WORLD HEALTH ORGANIZATION, WHO. Schistosomiasis [acessado durante o ano de 2011] Disponível em factsheets/fs115/en/index.html. NOTAS DE RODAPÉ 1 Bióloga, especialista em Análises Clínicas, Chefe de Seção de Vigilância Sanitária e Epidemiológica de Igaratinga/MG 2 Farmacêutica, docente do curso de Farmácia do Centro Universitário Newton Paiva 324 PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 1/ EDIÇÃO 5 - ISSN
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