PRINCÍPIOS DO GLOBAL COMPACT. Martim Santos, KPMG Angola PNUD, Luanda 15 de Janeiro 2016
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1 PRINCÍPIOS DO GLOBAL COMPACT Martim Santos, KPMG Angola PNUD, Luanda 15 de Janeiro 2016
2 INTRODUÇÃO Uma iniciativa das Nações Unidas e o maior mecanismo de responsabilidade social corporativa do mundo. Porque não restam dúvidas quanto ao papel primordial do sector privado na promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo. CUTTING THROUGH COMPLEXITY 2
3 GLOBAL COMPACT O PAPEL DAS NAÇÕES UNIDAS Apesar de gerir o Global Compact a partir do seu órgão central, a Assembleia das Nações Unidas, a ONU tem como função primordial a de promover práticas de negócio sustentáveis e os valores da sua organização junto da comunidade empresarial global e dentro do próprio sistema da ONU, em todas as suas ramificações. RESPONSABILIDADE O Secretário Geral da ONU aprovou a ferramenta de governação do Global Compact em 2005 ENVOLVIMENTO A ferramenta requer o envolvimento de stakeholders globais e locais, incluindo governos, redes empresariais e académicos IMPORTÂNCIA Gere a maior plataforma de ligação às empresas para apoiar a concretização dos objectivos da ONU e para a criação de parcerias na realização de projectos MODELO DE GOVERNAÇÃO DA INICIATIVA SEDE DO GLOBAL COMPACT Escritórios ONU Fundação PÚBLICO GENERAL ASSEMBLY Government Group Group of Friends CIMEIRA DE LÍDERES Platafaforma Temática Grupos de Trabalho PRIVADO REDES LOCAIS [Fórum Anual das Redes Locais] Fonte: Páginal oficial do Global Compact,
4 EM QUE CONSISTE O GLOBAL COMPACT Apoia as empresas a fazerem negócios de forma responsável. Intervém directamente na promoção de objectivos sociais alargados, tais como os ODS, dando ênfase à colaboração e à inovação. Orienta o alinhamento das estratégias e operações das empresas com 10 princípios, agrupados em 4 categorias. MISSÃO 4
5 PRINCÍPIOS DO GLOBAL COMPACT AS 4 CATEGORIAS E OS 10 PRINCÍPIOS-BASE DA INICIATIVA OS 10 PRÍNCIPIOS OS 10 PRINCÍPIOS DO GLOBAL COMPACT COM OS QUAIS AS EMPRESAS ASSOCIADAS E ORGANIZAÇÕES DA ONU DEVEM CUMPRIR ENCONTRAM-SE AGRUPADOS EM 4 CATEGORIAS Direitos Humanos 1. Apoio e respeito das empresas para com a protecção dos Direitos Humanos, reconhecidos internacionalmente. 2. Garantia da sua não participação em violações dos Direitos Humanos. Práticas Laborais 3. Apoio das empresas à liberdade de associação e reconhecimento efectivo da negociação colectiva. 4. Abolição de todas as formas de trabalho forçado e obrigatório. 5. Abolição efectiva do trabalho infantil. 6. Eliminação da discriminação no emprego. Protecção Ambiental 7. Apoio à adopção de uma abordagem preventiva por parte das empresas, para responder aos desafios ambientais. 8. Realização de iniciativas para promover a responsabilidade ambiental. 9. Incentivo ao desenvolvimento e difusão de tecnologias amigas do ambiente. Anticorrupção 10.Combate à corrupção em todas as suas formas, incluindo extorsão e suborno. 5
6 CASE STUDIES EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO GLOBAL COMPACT Com o objectivo de ilustrar de que modo é que as empresas ajustam as suas operações e formas de fazer negócio aos princípios do Global Compact, para assegurarem o respeito para com os mesmos, foram seleccionados 4 case-studies, 1 para cada categoria. Exemplos Seleccionados para cada uma das 4 Categorias de Princípios DIREITOS HUMANOS PRÁTICAS LABORAIS PROTECÇÃO AMBIENTAL ANTICORRUPÇÃO Combate ao HIV/SIDA na África Subsariana e à discriminação associada no local de trabalho Prevenção contra o trabalho infantil ao longo da cadeia de produção e criação de alternativas viáveis para as crianças e as suas famílias Criação de programas colaborativos, com agricultores e outras indústrias locais, para a redução do consumo de águas subterrâneas na Índia Adopção de uma política de tolerância-zero no Myanmar, por parte de todos os agentes da cadeia de valor 6
7 CASE STUDIES CATEGORIA 1 DIREITOS HUMANOS Anglo-American e o HIV/SIDA DESAFIO DA ORGANIZAÇÃO Elevada incidência do HIV/SIDA e tuberculose entre os seus trabalhadores. RESULTADOS OBTIDOS Colaboradores e outros indivíduos da cadeia de valor testados e aconselhados O QUE FOI FEITO -25% Novas infecções de HIV que em 2012 Foi implementado um programa contra o HIV/SIDA nos locais de trabalho, baseado em 5 pilares: 1. Aconselhamento e testes voluntários 2. Sensibilização, educação e prevenção 3. Oferta de cuidados, apoio e tratamento 4. Criação de parcerias 5. Compromisso para com os valores da empresa 45% Trabalhadores seropositivos que recebem tratamentos anti-retrovirais gratuitos OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA OS QUAIS A INICIATIVA CONTRIBUI As garantias de confidencialidade e a oferta de tratamentos anti-retrovirais a todos os trabalhadores desde 2002 foram factores determinantes para o sucesso do programa. CORRESPONDÊNCIA COM OS ASPECTOS GRI Saúde ocupacional e segurança Não- discriminação Fonte: Páginal oficial do Global Compact,
8 CASE STUDIES CATEGORIA 2 PRÁTICAS LABORAIS DIREITOS HUMANOS IKEA e o trabalho infantil DESAFIO DA ORGANIZAÇÃO Prevenir o recurso ao trabalho infantil em toda a sua cadeia de valor e, assegurar a oferta aos jovens de oportunidades de trabalho seguros e com boas condições laborais. O QUE FOI FEITO Apoia os fornecedores na implementação de planos de auditorias e acções correctivas sempre que for identificada a utilização de mão de obra infantil. Possui parcerias com organizações para os direitos das crianças, activas em comunidades rurais. Incentiva a formação de grupos de auto-ajuda entre mulheres do meio rural, para facilitar o acesso ao crédito e a sua participação em actividades remuneradas. RESULTADOS OBTIDOS 104 M 100 M Doados pela Fundação IKEA a projectos que procuram, entre outras coisas, proteger as crianças do trabalho infantil Crianças que, até 2015, terão beneficiado com as intervenções da Fundação IKEA 305 Auditorias externas à rede IKEA, em 2014, no âmbito do trabalho infantil, com ~90% de sucesso na prevenção do mesmo OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA OS QUAIS A INICIATIVA CONTRIBUI CORRESPONDÊNCIA COM OS ASPECTOS GRI Fonte: Páginal oficial do Global Compact, 2015; Página oficial do IKEA, Relatório de Sustentabilidade de 2014 Trabalho infantil Avaliação dos fornecedores em Direitos Humanos Mecanismos de comunicação de violação dos Direitos Humanos 8
9 CASE STUDIES CATEGORIA 3 PROTECÇÃO AMBIENTAL SAB Miller e o ambiente DESAFIO DA ORGANIZAÇÃO Reduzir o consumo de águas subterrâneas na Índia em 25%, em média, durante os próximos 2 anos. O QUE FOI FEITO A empresa, dedicada à produção de cerveja e de outras bebidas tomou a iniciativa na criação de diversos programas colaborativos. Criou uma rede de 100 quintas de observação, envolvidas em ensaios de demonstração de culturas com o objectivo de monitorizar as condições da água e avaliar os padrões de utilização da mesma no subcontinente. Concebeu, com o apoio da Associação Industrial Local, uma plataforma de diálogo com outras indústrias locais destinada a optimizar os esforços exercidos por todas no sentido de tornar mais eficiente o consumo de água. Actua como representante das indústrias do país em encontros com diversos stakeholders e instituições regionais, internacionais ou do sectores agrícola e industrial. Fonte: Páginal oficial do Global Compact, 2015 RESULTADOS OBTIDOS >200 Agricultores participam actualmente nos ensaios, com foco sobre a Gestão Integrada de Nutrientes e a eficiência dos sistemas de irrigação 3 Estruturas de águas subterrâneas construídas numa zona montanhosa, em terras do Estado 17m OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA OS QUAIS A INICIATIVA CONTRIBUI CORRESPONDÊNCIA COM OS ASPECTOS GRI Água Biodiversidade Produtos e serviços Subida do nível médio da água nesses repositórios 9
10 CASE STUDIES CATEGORIA 4 ANTICORRUPÇÃO Coca-Cola e a corrupção DESAFIO DA ORGANIZAÇÃO Reduzir a sujeição dos agentes de distribuição e transportadores da Coca-Cola a pedidos de pagamento de subornos ou pagamentos de facilitação no Myanmar. O QUE FOI FEITO Todos os condutores de camiões da Coca-Cola levam consigo, na sua roupa e, de forma bem visível, um cartão anticorrupção. Este cartão descreve, em Birmanês e em Inglês, que os condutores se encontram estreitamente proibidos de pagar qualquer suborno a polícias de trânsito ou às autoridades locais de transportes rodoviários. De acordo com o que se encontra escrito no cartão, os condutores terão que reportar ao órgão de gestão da empresa se lhes tiver sido solicitado o pagamento de subornos ou pagamentos de facilitação. Estabeleceram-se requisitos mais apertados para a manutenção dos veículos, de forma a assegurar que se encontram devidamente licenciados e em boas condições para viajar. RESULTADOS OBTIDOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SERVIDOS ASPECTOS DA GRI ENDEREÇADOS Anticorrupção Paragens dos condutores da Coca-Cola e solicitações para o pagamento de subornos Confiança dos condutores perante as autoridades para dizerem Não e, muitos deles, produzem prontamente os seus próprios cartões Fonte: Páginal oficial do Global Compact,
11 COMO ADERIR ENTIDADES COMERCIAIS E NÃO-COMERCIAIS 4 PASSOS Determinar o tipo de entidade que é (comercial ou não-comercial) e seleccionar a opção correspondente na página do Global Compact, no separador Participation. Ler o Guia de Candidaturas Online. Preparar uma Declaração de Compromisso assinada pelo chefe executivo da empresa, para o Secretário-Geral das Nações Unidas. Preencher o Formulário de Candidatura Online e fazer o upload de uma cópia digitalizada da Declaração de Compromisso assinada pelo chefe executivo da empresa. A elaboração do pedido de adesão não comporta quaisquer custos para a empresa. CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA ANUAL VOLUNTÁRIA A Global Compact incentiva as empresas a fazerem uma contribuição financeira anual, de forma voluntária, destinada a apoiar o trabalho desenvolvido pelo Gabinete da iniciativa na ONU (projectos, organização de encontros, lançamento e operacionalização de plataformas, etc.). Estas contribuições são dedutíveis de imposto em muitas jurisdições. Ex: Empresa ABC, com receitas anuais < USD 50M contribuição anual sugerida: USD 250 Fonte: Páginal oficial do Global Compact,
12 APÓS ADERIR REQUISITOS DE PARTICIPAÇÃO NA REDE DA GLOBAL COMPACT O QUE É ESPERADO 1 CUMPRIR com os princípios da Global Compact e assumir o compromisso de contribuir para o alcance dos ODS, por meio de iniciativas próprias ou parcerias 2 ENVOLVER todas as áreas de negócio nos esforços de implementação dos princípios e fundir esta abordagem com a estratégia, as operações e a cultura da empresa 3 COMUNICAR aos stakeholders, através do Relatório Anual integrado ou de um documento público de Comunicação de Progresso (COP), as evoluções registadas 4 PROMOVER Promover, junto de parceiros, empresas concorrentes, clientes e consumidores, a iniciativa do Global Compact Quais são os benefícios? > Demonstrar a liderança nas questões de Responsabilidade Social; > Integrar uma rede global de comunidades empresariais, sob a alçada das ONU no respeitante ao desenvolvimento e Responsabilidade Social; > Participar em eventos multi-stakeholders, onde se partilham e desenvolvem conhecimentos, parcerias e boas práticas; > Promover, junto das várias partes interessadas e do público em geral, as melhores práticas dos membros da rede, no que respeita a implementação dos Princípios do Global Compact; 12
13 Martim Santos Manager, Climate Change and Sustainability Services T E martimsantos@kpmg.com KPMG Angola Audit, Tax, Advisory, S.A., a firma angolana membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative ( KPMG International ), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso em Angola. O nome KPMG, o logótipo e cutting through complexity são marcas registadas da KPMG International Cooperative ( KPMG International )
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