A presença Africana: importância e significado para as pequenas propriedades do Alto do Termo da Borda do Campo Minas Gerais Século XIX.

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1 A presença Africana: importância e significado para as pequenas propriedades do Alto do Termo da Borda do Campo Minas Gerais Século XIX. Ana Paula Dutra Bôscaro * Introdução: O presente trabalho apresenta os resultados iniciais de uma pesquisa ainda em desenvolvimento, cujo principal objetivo consiste na compreensão da presença, importância e significado de escravos africanos nos pequenos plantéis no Alto do Termo da Borda do Campo, Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. Esta região fazia parte da fronteira dos grandes núcleos mineradores do século XVIII, uma área periférica, de inserção econômica relativamente modesta, composta primordialmente por pequenas propriedades, com atividades voltadas inicialmente para a mineração associadas às atividades vinculadas ao abastecimento interno. A partir da análise das Listas Nominativas para o ano de 1831, selecionamos como objeto de estudo aquelas propriedades com até três cativos, predominante nos seis povoados que compunham a região. Neste sentido, buscaremos apresentar a composição social destas pequenas unidades, realizando primeiramente uma análise de caráter quantitativo, através da qual será possível apresentar o número de cativos africanos e crioulos presentes em cada um dos domicílios que compunham a localidade, assim como o estado civil e a idade desses mancípios. Posteriormente, passaremos a uma análise de caráter qualitativo, na qual através do exame dos dados, buscaremos refletir acerca dos resultados encontrados, percebendo o grau de dependência do tráfico negreiro nestas pequenas unidades produtivas, bem como a importância e significado desta mão-de-obra para estes pequenos proprietários. A presença, importância e significado: Na área mais alta do Termo da Borda do Campo, região próxima a Barbacena, estava localizado o Alto do Termo da Borda do Campo, uma localidade composta por seis povoados, Nossa Senhora da Conceição do Ibitipoca, Santa Rita do Ibitipoca, Ribeirão de Alberto Dias, Ibertioga, Santana do Garambéu e São Domingos da Bocaina. Esta localidade caracterizava-se por ser mais afastada dos grandes centros de revenda de produtos locais, com terras menos * Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

2 férteis e presença de serras íngremes, que acabavam por dificultar a fixação de agrupamentos humanos no local (OLIVEIRA, 2011). Nesse espaço composto por pequenas roças, com ausência de um espaço político e inicialmente caracterizado pela baixa demografia, foi-nos possível constatar o predomínio dos domicílios sem nenhum ou até três cativos nos seis povoados. Contudo, como o intuito desta pesquisa consiste na compreensão da presença, importância e significado de escravos africanos nestas pequenas escravarias, selecionamos aquelas propriedades nas quais foi verificada a presença de até três mancípios. Através das Listas Nominativas para o ano de 1831, percebemos que a presença de africanos foi bastante significativa na região. Foram avaliados 114 fogos (residências) e constatado um total de 213 cativos. Destes 213 cativos, 113 foram descritos como crioulos e 100 como africanos. Os africanos representaram neste contexto 47% da população mancípia da região, um número bastante expressivo para uma localidade extremamente periférica, habitada primordialmente por pequenos lavradores livres e pobres. Vejamos o Gráfico I abaixo. Fonte: Listas Nominativas de 1831 /CEDEPLAR No que se refere ao sexo destes cativos, em relação aos mancípios africanos, constatamos a predominância do sexo masculino com 70 indivíduos homens e apenas 30 mulheres. Já os mancípios crioulos apresentaram um maior equilíbrio, perfazendo um total de 56 homens e 57 mulheres. Estes números confirmam os estudos de autores como José Flávio Motta, Clotilde Paiva e Tarcísio Botelho, que em suas pesquisas destacaram que as razões de masculinidade entre escravos oriundos da África eram recorrentes, uma vez que havia uma 2

3 nítida preferencia pela importação de indivíduos do sexo masculino, mais aptos ao trabalho que mulheres e crianças. No que concerne ao equilíbrio entre os sexos exibido pelos cativos crioulos, estes autores afirmaram ser esta a indicação primordial de que a reprodução natural provavelmente ocorrera nestas pequenas propriedades. 1 Os números de escravos crianças e adultos confirmam os resultados supracitados. Contabilizamos um total de 27 crianças e 186 adultos. Vale ressaltar que foram conceituados como crianças, aqueles cativos com até 10 anos de idade, sendo os demais computados como mancípios adultos. Destas 27 crianças, 23 eram crioulas e apenas 4 africanas. No que se referem aos cativos adultos, encontramos resultados similares, onde 90 eram crioulos e 96 eram oriundos da África. Ou seja, nas propriedades do Alto do Termo da Borda do Campo, 85,7% das crianças encontradas eram inerentes daquela região e apenas 14,3% eram africanas. O Gráfico II abaixo permite uma melhor visualização dos dados descritos: Fonte: Listas Nominativas de 1831 /CEDEPLAR Ao contabilizarmos as idades dos escravos, distinguindo-os entre crianças e adultos, como aludimos anteriormente, foi-nos possível também calcular a faixa etária na qual se encontravam a maior parcela de escravos crioulos e africanos. Percebemos assim, que a maior parte dos mancípios nascidos no Brasil enquadrava-se na faixa etária de 11 á 20 anos. Já a os cativos africanos, em sua maioria, apresentavam idades variáveis entre 21 á 49 anos, ou seja, predominantemente inseridos na categoria de adultos, considerando a faixa de idade produtiva 1 Neste sentido ver: MOTTA, José Flávio. Corpos escravos, vontades livres: posse de cativos e família escrava em Bananal ( ). São Paulo: FAFESP. Annablume, 1999; PAIVA, Clotilde Andrade & BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. População e espaço no século XIX mineiro: algumas evidências de dinâmicas diferenciadas. In: Anais do VII Seminário Sobre a Economia Mineira. Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG,

4 entre 15 e 44 anos. Tais dados confirmam a preferência por mancípios jovens e adultos acima mencionada. Fonte: Listas Nominativas de 1831/ CEDEPLAR Fonte: Listas Nominativas de 1831 /CEDEPLAR Podemos inferir, portanto, que houve a predominância, ainda que diminuta, dos escravos nativos sobre os africanos, bem como a significativa presença de crianças nascidas na região, até a idade de 10 anos. Tais dados revelam a possibilidade da reprodução endógena como mecanismo de reposição de parte da força de trabalho, ainda que encontremos parcela majoritária de africanos nas faixas etárias produtivas, indicando também uma provável recorrência ao tráfico. Apresentado a origem, predominância do sexo e idade dos escravos que compunham os seis povoados, passaremos agora á análise do estado civil dos mesmos. Vale destacar, contudo, que os números de escravos casados e solteiros presentes na região, não podem ser entendidos como uma representação completamente fidedigna da realidade, uma vez que esbarram nas limitações impostas pelas fontes. Sabe-se hoje, que embora muitos senhores incentivassem as uniões entre seus cativos, pouquíssimas eram oficialmente sacramentadas pela Igreja Católica. Segundo Sheila de Castro Faria, no século XIX os constantes entraves burocráticos à realização dos matrimônios entre mancípios levaram a uma perda de interesse dos escravos pelas formas católicas de união matrimonial (CASTRO, 1998). Os trâmites para a realização de casamentos de escravos eram os mesmos da população livre, sendo necessária a apresentação de alguns documentos, testemunhas e também a realização de alguns rituais, exigências que acabavam por dificultar, e muito, o acesso dos cativos ao matrimônio legal (SILVA, 1998). No entanto, mesmo quando 4

5 as uniões matrimoniais nos moldes cristãos não se tornavam efetivas, os escravos buscavam constantemente outros meios para formulação de laços familiares, como por exemplo, a realização de uniões consensuais (SLENES, 1999). Este parece ser o caso dos cativos que compunham a reduzida escravaria de Tomás da Silva Braga, proprietário casado, de 44 anos, residente no povoado de Nossa Senhora da Conceição do Ibitipoca. Nesta pequena propriedade residia o crioulo Miguel de 49 anos, intitulado como solteiro, a africana Joana de 27, também listada como solteira, e a pequena Delfina, crioula de 2 anos, referenciada como sem informação. 2 Situação semelhante pôde ser observada também no domicílio de José Vital Neves, proprietário casado, de 40 anos, residente no mesmo povoado. Este pequeno proprietário tinha posse sobre o africano João de 18 anos e sobre a crioula Inocência de 22 anos, ambos intitulados como solteiros. Fazia parte da composição de sua reduzida escravaria, também o inocente Manoel, crioulo de 1 ano de idade, designado como sem informação. 3 Constatamos assim, que o maior problema na análise das Listas Nominativas, bem como na maior parte dos documentos que buscam entender e reconstruir os laços familiares que foram estabelecidos pelos escravos, tanto crioulos quanto africanos, reside no fato de que o estado conjugal destes cativos era feito levando-se em consideração única e exclusivamente o reconhecimento das uniões perante a Igreja. Todavia, cabe ressaltar que estas uniões consensuais, embora não sancionadas legalmente pela Igreja Católica, menos ainda expostas nas fontes documentais da época, podiam ser igualmente estáveis e duradouras. Ao analisar o estado civil dos 213 cativos presentes nas seis localidades que compunham o Alto do Termo da Borda do Campo, percebemos que 170 foram designados como solteiros, 18 como casados, 24 intitulados como sem informação, e apenas 1 como viúvo. Ao contabilizarmos separadamente o estado civil dos 113 crioulos e 100 africanos, nos deparamos com um total de 15 africanos designados como casados, e apenas 3 crioulos com o mesmo estado civil. A tabela abaixo nos permite uma melhor visualização dos números acima expostos: 2 Fonte: Listas Nominativas de 1831 disponibilizadas pelo CEDEPLAR através do site Acessado em: 15/05/ Fonte: Listas Nominativas de 1831 disponibilizadas pelo CEDEPLAR através do site Acessado em: 15/05/

6 Escravos: Estado Civil (Alto do Termo da Borda do Campo ) Cativos Crioulos % Africanos % Casados 3 2,7 % Solteiros 89 78,8% Sem informação 21 18,5 % 3 3 Viúvos Total Fonte: Listas Nominativas de 1831 /CEDEPLAR Por meio desta tabela, foi-nos possível verificar que a maior parte dos cativos designados como casados eram africanos. Em hipótese e corroborando da argumentação de João Fragoso, acredita-se que após serem desenraizados de forma violenta pelo tráfico escravo atlântico, estes africanos tinham pressa em constituir laços de sociabilidade na nova terra, buscando parceiros que lhes permitissem a constituição de uma família e, portanto, uma maior integração nos plantéis. (FRAGOSO e GOUVÊA, 2014). Contudo, estes números nos permitem apenas a formulação de alguns pressupostos, uma vez que para confirmação destes dados, esta fonte teria de ser cruzada com os registros matrimoniais bem como com os acentos paroquiais de batismos. Deve-se ainda levar em consideração, como mencionamos acima, que para além dos casais sacramentados pela Igreja, existiram as uniões socialmente estáveis, aceitas pelas normas rotineiras da sociedade, o que nos implica a pensar, que muitos crioulos, embora designados como solteiros pelas listas, poderiam na prática estar unidos por meios de outros arranjos matrimoniais. Vale ressaltar também, que a escolha da Lista Nominativa representa um corte no tempo, ou seja, os dados se referem, especificamente, as características desses povoados para o ano de 1831, não podendo ser estes resultados considerados válidos para os anos anteriores ou subsequentes a esta data. Conclusão: 6

7 A contagem e análise das Listas Nominativas para o ano de 1831 nos permitiu concluir que nos seis povoados que compunham o Alto do Termo da Borda do Campo, houve a prevalência daquelas propriedades sem nenhum ou aquelas que continham até 3 cativos, bem como domicílios chefiados por pequenos proprietários livres e pobres. Deve-se ressaltar, contudo, que neste cenário de extrema miséria, houve espaço também para o estabelecimento de propriedades pastoris de grande porte e proprietários mais abastados. 4 A posse desses poucos cativos para estes desfavorecidos lavradores representou não somente o complemento do trabalho familiar, mas antes, uma forma de distinção social. Marcia Mendes Motta destacou que a facilidade em adquirir escravos na primeira metade do século XIX devia ser relativizada, pois segundo a autora, o escravo neste período não era um bem totalmente acessível, uma vez que o preço dos mesmos era bastante elevado. Logo, sua posse por parte da população mais pobre era muito precária, restando a estes pequenos proprietários a compra de mancípios em idade mais avançada, bem como de mulheres e crianças, por serem escravos de preços mais acessíveis. (MOTTA, 1989). Contudo, os dados por nós obtidos para os seis povoados que compunham a localidade, nos possibilitou encontrar resultados diferentes dos supracitados. Na região por nós analisada, encontramos não somente o predomínio de adultos entre os cativos crioulos e africanos, como também um grande número de mancípios do sexo masculino em idade produtiva oriundos da África. Como bem se sabe, os africanos do sexo masculino e em idade produtiva tinham um custo mais elevado no mercado, sendo geralmente mais acessível aos grandes proprietários, e sua presença predominante nas plantations exportadoras. (SLENES, 1999). Como foi demonstrado, 47% da população mancípia da região era formada por mancípios africanos. Estes números nos permite comprovar que a presença de africanos foi realmente bastante significativa nos seis povoados, nas primeiras décadas do século XIX. Desta forma, com a análise dos dados obtidos por meio das Listas Nominativas para o ano de 1831, foi-nos possível constatar que a reposição do corpo mancípio no Alto do Termo da Borda do Campo, na primeira metade do século XIX, se deva por duas formas: através da reprodução natural dos escravos; e a pela aquisição de cativos via tráfico internacional, 4 Fonte: Listas Nominativas de 1831 disponibilizadas pelo CEDEPLAR através do site Acessado em: 15/05/

8 comprovando que o tráfico transatlântico de escravos era uma possibilidade viável tanto para os grandes, quanto para certa parcela de pequenos produtores da região. Todavia, a posse de cativos africanos nestas pequenas escravarias abre margem para a formulação de algumas questões. Como estes pobres proprietários, residentes em uma área extremamente periférica, tiveram acesso a estes escravos oriundos da África? Qual a importância e o significado desta aquisição para estes homens livres e pobres? O grande número de propriedades sem nenhum cativo nos indica que nem todos aqueles homens pobres e livres tiveram acesso à mão-de-obra escrava naqueles povoados. Entretanto, em outros tantos domicílios, foi constado a presença de até 3 mancípios, revelando-nos que em algum momento, ao longo da vida destes lavradores, a compra de escravos foi acessível, possibilitando até mesmo aos mais pobres, inclusive aos pardos, que tivessem acumulado algum pecúlio, a aquisição de 1 ou mais cativos. Como nos seis povoados predominavam os estabelecimentos voltados para produção de subsistência, partimos da hipótese de que estes pequenos e pobres proprietários que conseguiram ter acesso a mão-de-obra escrava, conseguiram gerar excedentes, os quais lhes possibilitaram investir na aquisição de cativos, inclusive africanos. Outra suposição é que além do possível acúmulo de excedentes, estes africanos podiam estar sendo adquiridos também através de empréstimos feitos com os grandes proprietários da região. Contudo, esta hipótese somente poderia ser comprovada através da análise e cruzamento com os inventários destes homens pobres e livres que teriam contraído uma possível dívida com os grandes potentados locais. No entanto, esta é uma pesquisa ainda em fase de desenvolvimento, e por hora, não podemos confirmar tais argumentos. A posse de escravos representou durante todo o período colonial um mecanismo de distinção e prestígio. Desta forma, como afirma Hebe Mattos, mais do que atuar como um complemento à mão-de-obra familiar, a posse de escravos representava para os homens pobres uma afirmação de sua diferenciação social. Assim, o investir em escravos significava para o pequeno proprietário a possibilidade de manutenção da unidade produtiva e também uma demonstração de poder. (MATTOS, 1995). Percebemos, portanto, pela expressiva representatividade de cativos africanos encontradas nas Listas Nominativas de 1831, que a reincorporação de braços para as atividades produtivas nessa região passava pela sua vinculação com o tráfico atlântico de escravos, e que por se tratar de uma região de economia periférica, marcada pela presença de 8

9 pequenas propriedades, com produção voltada para subsistência, a possibilidade de aquisição de cativos, inclusive africanos, para estes pequenos proprietários, tinha grande importância e significado. Estes pequenos lavradores que além da reprodução vegetativa, conseguiam recorrer ao tráfico de escravos, afirmavam desta forma, o seu prestígio e distinção naquela sociedade. Referências Bibliográficas: CASTRO, Faria, Sheila de. A Colônia em movimento: fortuna e família no cotidiano colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, FRAGOSO, João. Elite das senzalas e nobreza da terra numa sociedade rural do Antigo Regime nos trópicos: Campo Grande (Rio de Janeiro), In: FRAGOSO, João e GOUVÊA, Fatima, Maria, de. (Org). O Brasil Colonial Vol, 3. 1 Edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, MATTOS, Hebe M. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista - Brasil, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, MOTTA, Márcia Maria Menendes. Pelas bandas d além : fronteira fechada e arrendatários escravistas em uma região policultora ( ). Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, OLIVEIRA, M. R. Avô imigrante, pai lavrador, neto cafeicultor: análise de trajetórias intergeracionais na América Portuguesa (séculos XVIII e XIX). Varia História (UFMG. Impresso), v. 27, p , SILVA, Maria Beatriz Nizza da. História da Família no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, SLENS, Robert W. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava-brasil Sudeste, século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Fontes Documentais: Listas Nominativas de disponibilizadas pelo CEDEPLAR através do site: Acessado em 15/05/

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