INCLUSÃO SOCIAL E IGUALDADE DE GÉNERO EM PROGRAMAS DE RESPONSABILIZAÇÃO SOCIAL: REFLEXÕES DO CEP

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1 INCLUSÃO SOCIAL E IGUALDADE DE GÉNERO EM PROGRAMAS DE RESPONSABILIZAÇÃO SOCIAL: REFLEXÕES DO CEP DEZEMBRO DE 2017 MAPUTO - MOÇAMBIQUE 1

2 Índice: 1. Introdução 6 2. A inclusão social e a igualdade de género num programa de responsabilização social: que relevância e articulação? O que é a responsabilização social O conceito de inclusão social O conceito de igualdade de género Género e responsabilização social Processos de mudança que articulam a inclusão social e a igualdade de género em iniciativa de responsabilização social Quem participa: uma questão de inclusão social e de género Como participar: equilibrar ou renegociar as relações de poder A responsabilização social como processo de transformação social e de género O Cartão de Pontuação Comunitário: experiência de integração iterativa da inclusão social e da igualdade de género no CEP A inclusão social no CEP de modo geral A igualdade de género no CEP de modo geral Análise da integração iterativa da inclusão social e a igualdade de género no CPC A Matriz analítica da Gender@Work O mapeamento das experiências de inclusão social e de género do CEP Resultados dos mapeamentos e a análise das estratégias do CEP 26 Facilitadores das OSC Aprendizagens sobre a operacionalização da inclusão social e da igualdade de género nos diversos passos do processo de CPC Preparação da implementação do CPC e do programa Análise de contexto Capacitação e formação dos implementadores dos processos CPC Apropriação de valores e conceitos ligados à inclusão e igualdade de género pelos implementadores Ajuste na estratégia de capacitação e formação Clarificação da abordagem para o CPC Preparação do CPC (Passo 0) Sensibilização, consciencialização e mobilização (Passo 1) Levantamento de evidências (Passo 2) Engajamento e elaboração de planos de acção (Passo 3) Implementação do plano de acção e advocacia (Passo 4) Avaliação do ciclo e aprendizagem (Passo 5) Conclusões e recomendações Bibliografia 56 2

3 Fotos: Foto 1: Trabalho com as comunidades (implementação do CPC) Fotos 2, 3 e 4: Trabalho com as comunidades (implementação do CPC) Figuras: Figura 1: O processo do CPC Figura 3: Identidades interseccionais Tabelas: Tabela 1: OSC que implementaram o CEP, por província e distrito... 6 Caixas: Caixa 1 O que é o CEP... 7 Caixa 2: Dimensões de exclusão Caixa 3 - Necessidades práticas e interesses estratégicos de género Caixa 4 - Estratégias da articulação da igualdade de género e inclusão social em programas de responsabilização social Caixa 5 - Perguntas Poderosas que nortearam o mapeamento das barreiras à inclusão social e igualdade de género Caixa 6: Perguntas fundamentais

4 Ficha Técnica: Propriedade: UK Aid Autores: CEP Programa de Cidadania e Participação. Elaborado com base num documento preparado por Sylvie Desautels, consultora em género e desenvolvimento organizacional, Igual Consultoria Moçambique e Associada da Gender@Work. Contribuições para a concepção e revisão de Fernanda Farinha (CEP), Katia Taela (IDS) e Carmeliza Rosário (COWI) e ainda de Hamida Momade e Violeta Bila (CEP). Data: Dezembro de 2017 Patrocinado pelo Programa CEP com fundos da UK Aid, Irish Aid e DANIDA. Nota: As análises, opiniões, conlcusões e recomendações são dos autores e não reflectem necessariamente as posições dos financiadores. 4

5 Lista De Acrónimos: CCGH Comité de Co-Gestão e Humanização CE Conselho de Escola CEP Programa Cidadania e Participação CESC Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil CPC Cartão de Pontuação Comunitária DFID Departamento para o Desenvolvimento Internacional (Reino Unido) G@W Genderatwork IG Igualdade de Género IS Inclusão Social OSC Organização da Sociedade Civil Q Quadrante da Matriz Analítica 5

6 1. Introdução O CEP (Programa Cidadania e Participação) é um programa que interveio e apoiou processos de monitoria comunitária dos serviços de saúde e educação com vista a melhorar a qualidade dos mesmos, através de um maior envolvimento e empoderamento dos cidadãos e instituições, bem como o aumento do conhecimento sobre os processos de responsabilização social. Uma das questões que se levantou na implementacao do programa foi a de saber como abordar a inclusão social e a igualdade de género neste tipo de programas no contexto Moçambicano. O programa foi implementado em 12 distritos nas províncias de Gaza, Manica, Zambézia e Nampula em Moçambique. Ao nível local o CEP trabalhou com organizações da sociedade civil (ver tabela 1, a seguir), as quais foram responsáveis pela implementação do programa nas comunidades, centros de saúde e escolas. O programa trabalhou também com o governo aos níveis nacional, provincial e distrital, com vista a criar um ambiente favorável à aceitação e facilitação da participação comunitária nos processos de gestão das suas unidades de serviços. Tabela 1: OSC que implementaram o CEP, por província e distrito Província Organização Distrito Nampula Zambézia Manica Gaza Facilidade Instituto para Cidadania e Desenvolvimento Sustentável (Nampula) (entre e ) Watana Associação de Solidariedade e Ajuda às Crianças Desamparadas (Monapo) (entre e ) NANA Organização de Apoio ao Desenvolvimento (Mocuba) (entre e ) ANDA Associação Nacional para o Desenvolvimento Auto-sustentado (Manica) (entre e ) Vukoxa Associação Humanitária de Apoio à Velhice (Chókwè) (entre e ) OCSIDA - Organização para o Desenvolvimento da Comunidade (Bilene) (entre e ) Nova Vida, Moçambique, Gaza - (Xai Xai) (entre e ) Liupo Mogincual Murrupula Monapo Lugela Mocuba Manica Sussundenga Chókwè Bilene-Macia Chibuto Xai Xai Este documento tem três objectivos principais, (i) registar a experiência e as reflexões do CEPna abordagem das questões de inclusão social e da igualdade de; (ii) explicitarar as orientações estratégicas e metodológicas desenhadas para responder aos desafios de inclusão social e da igualdade de género; e (iii) partilhar as aprendizagens e as reflexões do CEP com organizações da sociedade civil, instituições governamentais, parceiros de cooperação e outras instituições interessadas nestas questões, a nível nacional e internacional. 6

7 Caixa 1 O que é o CEP O CEP (Cidadania e Participação) é um programa de responsabilização social que visa melhorar a qualidade da prestação de serviços nos sectores da saúde e educação através do aumento da participação do utilizador, o cidadão e a cidadã, e sua influência sobre a gestão de escolas e de unidades sanitárias, e sobre a elaboração de políticas. O CEP promove: (i) O aumento de consciência dos cidadãos sobre direitos de saúde e educação, com a disseminação de informação e consciencialização sobre direitos e responsabilidades e sobre padrões de serviços definidos no quadro legal e políticas sectoriais; e mobilização dos cidadãos para a acção. (ii) O aumento de capacidade e envolvimento activo dos cidadãos e grupos que os representam na monitoria dos serviços de saúde e educação, através da formação das Organizações da Sociedade Civil (OSC) e grupos locais para a implementação de metodologias de monitoria comunitária, diálogo com as partes interessadas, e advocacia. (iii) O engajamento construtivo dos cidadãos com os provedores de serviços e o governo para a solução dos problemas de desempenho identificados, através da participação em espaços de diálogo criados para o efeito em cada sector, e em espaços alternativos criados pela sociedade civil. (iv) A elevação a níveis mais altos de acção (distrital, provincial, nacional) dos assuntos que não podem ser resolvidos localmente para encontrar soluções mais sistémicas e sustentáveis, e para o refinamento de políticas e estratégias que aumentem a participação e influência dos cidadãos e cidadãs nos esforços para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde e educação no País. (v) A construção de conhecimento e capacidades sobre estratégias e processos de responsabilização social, através de acção- reflexão- aprendizagem- acção e sua disseminação entre actores de desenvolvimento interessados. Nos últimos 18 meses do programa, o CEP intensificou a reflexão sobre a inclusão social e o género. O presente documento foi construído capitalizando as contribuições que foram feitas nos relatórios, notas de trabalho, pesquisas, e em seminários de aprendizagem onde houve debates sobre a experiência do programa na inclusão social e igualdade de género. Adicionalmente, foi feita uma pesquisa documental, encontros com a equipe de gestão do programa para fazer um primeiro levantamento das barreiras à inclusão social e igualdade de género, e das medidas ou respostas dadas pelo CEP para ultrapassá-las. Este mapeamento foi levado à discussão e complementado, usando a matriz analítica de género da Gender@Work, 1 em três seminários, em Nampula, Gaza e Maputo, realizados com parceiros do CEP, sociedade civil, e instituições de cooperação, em O trabalho debruçou-se ainda sobre o Cartão de Pontuação Comunitário (CPC), uma das metodologias de monitoria comunitária, usadas pelo CEP. A matriz referida acima permitiu compreender de que forma foram integradas no programa as questões de inclusão social e género, quais foram os ganhos, os desafios e as lições aprendidas nesta matéria. 1 Gender@Work é um fórum internacional que apoia organizações a construir uma cultura de igualdade de género e justiça social, com foco na igualdade de género (ver 7

8 O relatório está organizado em quatro capítulos, sendo que o primeiro é a introdução. O sumário dos restantes apresenta-se abaixo: Capítulo O segundo capítulo faz uma discussão conceptual sobre a relevância e a articulação da inclusão social e da igualdade de género nos programas de responsabilização social, onde estão interligadas questões das condições desiguais de participação e de influência das mulheres e dos grupos marginalizados; as normas e práticas socioculturais que reproduzem a exclusão e a desigualdade; e as dinâmicas de poder que mantêm ou mudam estas normas. A responsabilização social bem com a inclusão social e do género constituem um empreendimento de transformação social assente em processos de mudanças. Esquema sumário 8

9 Capítulo Esquema sumário O terceiro capítulo do relatório descreve a experiência de integração iterativa da inclusão social e da igualdade de género no programa CEP e na implementação do CPC. Usando a Matriz analítica de género da Gender@Work, a experiência prática do CEP é apresentada em forma de mapeamentos das barreiras encontradas à inclusão e à igualdade de género dum lado, e das respostas e estratégias experimentadas doutro lado. Segue uma análise dos resultados do mapeamento de diagnóstico e das estratégias iterativas do CEP para maior inclusão e igualdade de género nos processos de CPC. 9

10 Capítulo Esquema sumário No quarto capitulo, são apresentadas as aprendizagens feitas sobre inclusão social e igualdade de género específicas de cada um dos passos do CPC. A partir das contribuições das pessoas envolvidas no CPC, entre pessoal e activistas das organizações implementadoras, cidadãos organizados em grupos focais, pessoal de gestão do programa e outros parceiros, e da análise da documentação do programa, foram identificadas aprendizagens juntando boas práticas e sugestões de melhoria dos participantes, com contribuições conceptuais e metodológicas sobre o processo de CPC. 10

11 Capítulo Esquema sumário Em conclusão, são apresentadas considerações, aprendizagens e recomendações sobre como tratar inclusão social e igualdade de género em programas de responsabilização social com base na experiência do CEP. 11

12 2. A inclusão social e a igualdade de género num programa de responsabilização social: que relevância e articulação? A revisão de literatura realizada pelo CEP encontrou pouca reflexão teórica e estudos de relevo sobre a inclusão social e de género em programas de responsabilização social. Assim sendo, discutimos a seguir a relevância e articulação possíveis entre estes três conceitos e problemáticas. A reflexão teórica é fundamental para clarificar e compreender fenómenos empíricos com que os implementadores de programas se podem deparar. 2.1 O que é a responsabilização social O termo responsabilização social é a forma como o CEP e outros programas traduzem a ideia de social accountability.tal integra o conceito de accountability que, de forma geral, no âmbito do domínio público, significa a responsabilidade e/ou obrigação do Estado de prestar contas sobre as suas actividades e resultados de uma forma transparente. Várias formas de prestação de contas do Estado e do governo acontecem ao nível da Assembleia da República onde, por exemplo, relatórios anuais gerais ou específicos são apresentados aos deputados. A ideia de responsabilização social diz respeito aos esforços para promover e exigir prestação de contas assentes no engajamento cívico, ou seja, dos cidadãos e cidadãs. A responsabilização social aumenta a pressão para que os mecanismos de prestações de contas estabelecidos sejam observados e, se necessário, melhorados. Assim, o conceito de responsabilização social pressupõe a existência de um processo dentro de um relacionamento entre cidadãos e o Estado e refere-se aos mecanismos formais e informais nos quais cidadãos, individualmente ou associados, se engajam para levar os provedores de serviços a prestarem contas sobre a provisão de serviços e a melhorarem a qualidade dos mesmos (Fox 2015, 353). 2 Isto implica a existência de normas (de serviços) predeterminadas que os agentes públicos devem aplicar, acompanhados de sanções em caso de incumprimento das mesmas (Baez-Camargo 2011 in Baez-Camargo, Jacobs 2013, 7). É um processo democrático, de baixo para cima (bottom up), que acontece na interface onde o cidadão e o Estado se encontram. A participação e a pressão directa do cidadão é o que distingue a responsabilização social de outras formas de accountability 3 (Malena, Forster and Singh 2004 in Baez-Carmargo-Jacobs 2013, 7). A responsabilização social inclui uma vasta gama de inovações institucionais que encorajam e enaltecem a voz e visam construir o poder do cidadão frente ao Estado, indo além da prestação de contas do governo aos cidadãos através dos oficiais eleitos (Fox 2015, 346). A concepção do programa CEP priorizou à partida uma metodologia de responsabilização social, através do Cartão de Pontuação Comunitária(CPC), que visa mobilizar e envolver os cidadãos e os provedores na monitoria e melhoria da qualidade dos serviços de saúde e educação. Apresentamos a seguir uma explicação do processo CPC, e a descrição dos seus passos metodológicos. 2 Public accountability and responsiveness em inglês. 3 Entre as diferentes formas de 'accountability' encontram-se os mecanismos políticos, fiscais, administrativos, e legais (Malena, Forster and Singh 2004, 2-3). 12

13 Figura 1: O processo do CPC 13

14 2.2 O conceito de inclusão social A inclusão social, na área do desenvolvimento, é discutida principalmente do ponto de vista da exclusão social, para estudar os mecanismos e as consequências das desigualdades. As discussões nas Nações Unidas ao redor da Agenda de Desenvolvimento pós-2015 levaram ao lema Não deixar ninguém para atrás - Leave no one behind. A intenção é de assegurar que a nenhuma pessoa sejam negados os direitos humanos universais e oportunidades económicas básicas, independentemente da etnicidade, género, geografia, deficiência física, raça ou estatuto social. Esta visão não se limita ao bem-estar económico, mas promove também uma sociedade inclusiva onde as instituições, estruturas e processos empoderam as comunidades locais para que estas possam responsabilizar os seus governos. Implica também a participação de todos os grupos da sociedade nos processos de tomada de decisão, incluindo os grupos tradicionalmente marginalizados (World Bank 2013, 5). Deste ponto de vista, os processos de responsabilização social, cujo objectivo fundamental é a participação e influência dos cidadãos, devem ser inclusivos para evitar reproduzirem a exclusão e desigualdade. A operacionalização da inclusão social dos grupos marginalizados necessita de uma compreensão da problemática e dos mecanismos de exclusão. Neste sentido, a autora Naila Kabeer (2005) desenvolveu um olhar integrado das diferentes formas de desvantagem, discriminação ou exclusão que, interligadas, englobam as oportunidades de indivíduos e de grupos na sociedade. Segundo ela, existem três dimensões da exclusão: Caixa 2: Dimensões de exclusão 1. Falta de recursos (o que a pessoa ou grupo possui, tem acesso) - Relaciona-se com a pobreza multifacetada incluindo a falta de rendimentos, de bens, de acesso a serviços, etc. 2. A identidade (quem é a pessoa ou o grupo) - Pode relacionar-se com grupos distintos de pessoas que são definidas pelas suas práticas culturais, estilo de vida partilhado, por exemplo a casta, a religião, a etnicidade. Pode relacionar-se com grupos de pessoas que têm uma mesma identidade ou característica pessoal, por exemplo o género, a raça, a orientação sexual, ter deficiência física, ser portadores de HIV/SIDA, etc. Os membros dessas categorias podem ter muito pouco em comum para além da discriminação que enfrentam. 3. A localização espacial (onde está e vive a pessoa ou o grupo) - O isolamento de pessoas ou grupos em zonas ou regiões remotas, de difícil acesso, desprovidas, áreas segregadas de cidades, etc.(kabeer 2005,2-3) Os mecanismos da exclusão social são inseridos nos processos, nas relações e nas regras institucionais e sociais, que definem quem merece o reconhecimento e como os recursos são valorizados e distribuídos (Kabeer 2005, 4). A exclusão social é o produto das hierarquias sociais que consideram alguns grupos como sendo inferiores a outros na base das suas características. É criada através de normas e práticas socioculturais construídas através de crenças, valores, atitudes e comportamentos, que servem para desconsiderar, estereotipar, ridiculizar e estigmatizar estes grupos, tornando-os invisíveis, recusando-lhes a plena humanidade e negando-lhes o direito igual de participar na vida política, social e económica da sua comunidade. Género atravessa as diferentes identidades e as mulheres 14

15 e as raparigas estão ainda numa posição subordinada na maioria dos grupos excluídos (visto como dupla exclusão). (Keeber 2005, 2; Paz Arauco 2014, 10) Em cada contexto, lugar ou tempo específico é possível identificar factores de exclusão específicos. Algumas identidades que não eram reconhecidas como uma fonte de exclusão ou inclusão social no passado, hoje são mais visíveis e discutidas. Por exemplo, em Moçambique fala-se hoje mais abertamente da estigmatização e da violência contra as pessoas albinas, existe um plano de acção multissectorial e fazem-se campanhas públicas para a protecção e inclusão das crianças e adultos albinos 4. Qualquer pessoa vive várias identidades e situações ao mesmo tempo e pode ser excluída por causa de uma das suas identidades numa situação, e não noutra. A noção de interseccionalidade 5 considera que as pessoas pertencem simultaneamente a múltiplos domínios e estruturas sociais. Por exemplo, uma pessoa é mulher (género), negra (raça) e gestora de uma organizaçã (emprego). Quando se interseccionam as identidades, produz-se uma multiplicação de vantagens ou desvantagens (World Bank 2013, 10). Figura 2: Identidades interseccionais Apesar de ao longo do tempo a teorização do termo interseccionalidade ter expandido e incorporado outros factores de discriminação e privilégio, recomendamos aqui uma apresentação Ted Talk Women de 2016 da autora Kimberlé Crenshaw que foi a primeira a usar o termo interseccionalidade, em 1989, para falar da intersecção entre raça e sexo. Esta palestra, A Urgência da Interseccionalidade está em Inglês com legendas em Português. 6 Baseado no documento do World Bank com o título 'Inclusion Matters' (World Bank 2013, 68). Nota: a Figura ilustra um exemplo de interseccionalidade. O tamanho de cada bolha denota a importância de cada identidade para um indivíduo num determiando momento. A importância de cada identidade pode variar entre indivíduos, grupos e, num mesmo indivíduo, pode variar ao longo do tempo. 15

16 Fazer a inclusão social implica trabalhar para transformar estereótipos, crenças e normas relativas aos grupos excluídos, o que requer tempo e uma visão de longo prazo. O impacto de algumas mudanças pode fazer-se sentir no futuro ou pode ser a consequência de mudanças não previstas. O impacto da mudança em grupos pode variar, e acções que podem ser consideradas como onerosas para alguns grupos hoje, podem trazer resultados positivos no futuro - sendo o contrário também possível. (World Bank 2013b, 23). Uma sociedade que não pratica a inclusão social privase de contribuições e experiências de uma parte da população e, no caso de género, de mais de metade dos cidadãos, que são as mulheres, as raparigas e as meninas. 2.3 O conceito de igualdade de género A igualdade de género refere-se ao conceito de que todos os seres humanos, sem diferenciação de sexo ou género, são livres para desenvolver as suas capacidades pessoais e para tomar decisões sem as limitações impostas por papéis atribuídos ao seu género. A igualdade de género significa que os diferentes comportamentos, aspirações e necessidades das mulheres e dos homens são considerados, valorizados e favorecidos equitativamente. Isso não significa que as mulheres e os homens têm de se tornar idênticos, mas que os seus direitos, responsabilidades e oportunidades não são determinados pelo seu género. (ONU Mulheres 2016, 24). O conceito de género refere-se a uma construção social, adaptada a cada contexto, que define comportamentos, valores e atitudes que a sociedade considera como sendo próprio de homens ou de mulheres. O conceito de sexo refere às características biológicas que define masculino e feminino. O género é baseado nos papéis, nas normas sociais e nas relações de poder estruturadas e diferenciadas entre homens e mulheres, rapazes e raparigas, o que influencia a sua identidade e as suas práticas cotidianas (Ryle 2015). Na academia e nas organizações de desenvolvimento existe um interesse crescente sobre as normas sociais e os papéis de género, reconhecendo que as intervenções que não lidam com as normais socio-culturais discriminatórias obtêm um impacto limitado pois não tratam das raízes dos problemas. Várias pesquisas realçam o forte apego 7 a estas normas de género, mas também observam que as normas podem e estão a mudar como resultado de esforços de mudança intencionais e focados (Rao e al. 2016, 4). Não tem sido dada suficiente atenção aos factores que mantêm as desigualdades actuais, como as normas sociais e culturais assentes na tradição e que determinam quem terá o quê, o que tem valor, quem faz o quê, e quem decide. Estes factores incluem os valores que perpetuam a divisão do trabalho baseado no género, as restrições sobre a posse da terra para as mulheres, a limitação à sua mobilidade, e os costumes que permitem a violência contra as mulheres e que não valorizam o seu trabalho reprodutivo (Friedman e Gordezky 2011). A desigualdade de género é uma questão de relações de poder entre as mulheres e os homens e entre as pessoas e grupos na sociedade. As relações de poder desiguais permeiam os sistemas sociais e as instituições, quer seja a família, as organizações, as comunidades e a sociedade no geral. Contudo, as dinâmicas de poder podem manter ou mudar as normas injustas, os privilégios, as regras e sistemas que não são equitativos. (Rao e al 2016, 31). 7 'Stickiness' em Inglês. 16

17 A igualdade de género é ainda um ideal por atingir. Depois de décadas de esforços por organizações internaciais e governos a grande maioria das mulheres e das raparigas em Moçambique e em grande parte do mundo vivem ainda numerosas situações de desigualdade e de violação dos seus direitos humanos fundamentais (UN Women 2015 e Governo de Moçambique 2016). Reflexões teóricas e práticas de feministas e académicas levaram a organização Gender@Work a criar um quadro conceptual sobre a igualdade de género como um processo de transformação e de mudanças multifacetas, capturado numa Matriz analítica de género (Rao e al 2016, 25), 8 que apresentamos em pormenor na secção Este quadro conceptual sugere que a transformação das relações de género requer o acesso a, e controlo sobre recursos materiais e simbólicos. Também necessita mudanças profundas nos valores e nas relações mantidas por estatutos de poder e privilégio. A transformação significa fundamentalmente um processo político colectivo e individual. São precisas mudanças nas consciências das mulheres e dos homens, mudanças nas normas comunitárias, mudanças nas atitudes. As mudanças incrementais devem ser percebidas e compreendidas como resultados valiosos, sabendo que a igualdade de género é uma meta a longo prazo (Rao,Kelleher 2005). 2.4 Género e responsabilização social Trazer uma perspectiva de género num processo de responsabilização social onde os cidadãos são directamente envolvidos, implica assegurar que as mulheres têm vozes nestes processos, que essas vozes são ouvidas, e que assuntos de género relevantes são abordados. Significa também que os resultados ou benefícios destes processos não só respondem às necessidades práticas mas também aos interesses estratégicos das mulheres. Nos processos de monitoria e melhoria da prestação de serviços de saúde e educação, como é o caso do CEP, existe o risco de serem apenas, ou maioritariamente, as mulheres a dedicarem o seu tempo ao processo, apesar da sua jornada de trabalho ser geralmente muito mais sobrecarregada que a dos homens, reforçando o seu papel de género tradicional de cuidadora da educação e da saúde da família. Os benefícios podem ser práticos - por exemplo, se o centro de saúde melhorar os serviços. Mas ter em conta os interesses estratégicos, significa também questionar os papéis de género e promover os direitos, como o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, e engajar-se na transformação das relações de poder desiguais. Isso significa também engajar mais os homens nos processos de monitoria dos serviços considerados 'tradicionalmente' da responsabilidade das mulheres. Ademais, para assegurar a participação e a influência das mulheres nos processos de responsabilização social, é necessário identificar as barreiras e os obstáculos sistémicos de género que as prejudicam (Bradshaw e al, 2016, 13). 8 A Matriz analítica de género foi inspirada do modelo integral 'de Ken Wilber, que tenciona dar atenção às dimensões fundamentais da experiência humana, adaptada a reflexões sobre género. Para mais informação sobre a Matriz analítica podem consultar os textos da Gender@Work: Michel Friedman & Ray Gordezky, A Holistic Approach to Gender Equality and Social Justice, in OD PRATIONNER, International OD Practices and Challenges, Vol 43, No1, Michel Friedman, The Gender At Work Framework, document for G@W Capacity Development Process, 2014, e o livro: Aruna Rao, Joanne Sandler, David Kelleher, Carol Miller, Gender@Work: Theory and practice for 21th century organizations, Routhledge, 2016, 210 p. 17

18 Caixa 3 - Necessidades práticas e interesses estratégicos de género Necessidades práticas de género referem-se às necessidades imediatas quotidianas, derivadas da divisão tradicional do trabalho, das tarefas socialmente atribuídas às mulheres. Por exemplo, ter acesso à água potável mais perto de casa é uma necessidade prática. Isso diminui o tempo que as mulheres levam para irem buscar água, mas não questiona a razão pela qual são principalmente as mulheres que devem aprovisionar a água para a família. Os interesses estratégicos de género referem-se às medidas que questionam a subordinação e a discriminação das mulheres relativamente aos homens e as relações de poder desiguais. Por exemplo, o exercício de direitos iguais, a participação das mulheres nas decisões, o aumento do controlo das mulheres sobre o seu corpo, etc. As necessidades práticas e os interesses estratégicos são complementares e interligados (Bradshaw e al, 2016; Oxfam 2009; Moser 1993). 2.5 Processos de mudança que articulam a inclusão social e a igualdade de género em iniciativa de responsabilização social A implementação de uma iniciativa de responsabilização social, inclusiva e igualitária, necessita, em primeiro lugar, de determinar quem vai participar, em segundo lugar, como estas pessoas e grupos vão participar para influenciar e, em terceiro lugar, examinar que processos de mudança irão trazer os resultados esperados Quem participa: uma questão de inclusão social e de género Definir que cidadãos e cidadãs irão participar nos processos de responsabilização social é uma tarefa complexa e um processo de escolha. A implementação do programa CEP colocou perguntas relativas sobre quem são os cidadãos que devem participar nos processos de monitoria dos serviços de educação e saúde. O CEP questionou e analisou até que ponto um programa de responsabilização social deste tipo seria capaz de incluir vozes diversificadas, ser sensível a e responder aos interesses de grupos mais marginalizados dentro das comunidades que esses serviços pretendem servir. Como o início dos processos de CPC coincidiu com as eleições gerais no País, o CEP percebeu que as pessoas marginalizadas iriam sentir neste contexto um maior risco na sua participação. Por essa razão, o programa decidiu começar com as pessoas interessadas no processo, tendo ainda assim sido realizados esforços para abranger pessoas excluídas como, por exemplo, doentes crónicos, idosos, encarregados de crianças órfã e vulneráveis, pessoas com deficiência, etc. Relativamente ao género, foi acordado desde o início que as mulheres e os homens deveriam participar de maneira equilibrada em todos processos do CEP. Assim, sem definir especificamente os contornos dos conceitos e das abordagens de inclusão social e de igualdade de género, o programa CEP foi incorporando-os de forma prática nas várias etapas e lugares 9, respondendo, de forma iterativa, aos desafios que foram surgindo, e ajustando assim a metodologia e as práticas. 9 As secções 2 e 3 deste documento detalham quais foram os ajustes e os mecanismos introduzidos pelo CEP para ter em conta a inclusão social e igualdade de género no CPC. 18

19 2.5.2 Como participar: equilibrar ou renegociar as relações de poder Os processos de responsabilização social visam a participação e a influência dos cidadãos, homens e mulheres, na monitoria e a melhoria dos serviços públicos, em conjunto, em diálogo e negociação com os provedores/gestores de serviço. Para os processos de responsabilização social funcionarem, as pessoas e grupos da comunidade, bem como os provedores e agentes do Estado (directores, gestores, professores, enfermeiros, etc.) devem ser empoderados, sendo informados, preparados, capacitados para, sem receio, poderem participar e colocar as suas opiniões, posições e decisões num processo negociado. O autor Jonathan Fox (Fox 2015, ) descreve um processo de 'transferência do poder' 10, onde o empoderamento mútuo atravessa a divisão Estadosociedade, para obter uma co-produção e co-responsabilização. O sucesso deste processo depende do tratamento adequado dos conflitos entre os pro-responsabilização e os antiresponsabilização na sociedade e no Estado. Aqueles que são a favor terão que enfrentar as resistências, a oposição, e irão precisar de estratégias e alianças entre os diferentes actores para convencer e conseguir a mudança pro-responsabilização. Essas dinâmicas de renegociação das relações de poder e de questionamento das normas e práticas socio-culturais e políticas estão também presentes nas mudanças para a igualdade de género e de inclusão social. São processos de transformação social A responsabilização social como processo de transformação social e de género A reflexão conceptual acima aponta três abordagens ou dimensões necessárias para articular uma iniciativa de responsabilização social com a igualdade de género e a inclusão social: 1) os processos de responsabilização social, como o CPC, são processos complexos de mudança, assim como o são as iniciativas para avançar a inclusão social e o género, 2) a necessidade de questionar e transformar as normas e práticas socio-culturais e políticas é comum e passa pela renegociação das relações de poder; 3) é preciso empoderar as pessoas participantes e actores para conseguir estas mudanças. O processo de CPC implica várias mudanças nas relações entre os cidadãos e cidadãs, os provedores de serviços e agentes do Estado, e mudanças nas relações entre os provedores e os membros das comunidades. A literatura e a experiência do CEP sublinham que a inclusão social e a igualdade de género não acontecem espontaneamente. Estes processos requerem esforços deliberados e um compromisso de todos os dias (World Bank 2013, Rao e al 2016, CEP Relatório Ano 2, 2015). Negligenciar estes elementos pode levar ao agravamento da desigualdade e exclusão por parte de iniciativas de responsabilização social e programas de desenvolvimento em geral. Assim sendo, articulando os quadros conceptuais da igualdade de género e de inclusão social, para com a responsabilização social, emergem estratégias em três frentes: 10 Power shift em inglês. 19

20 Caixa 4 - Estratégias da articulação da igualdade de género e inclusão social em programas de responsabilização social 1) aumentar e articular a voz dos cidadãos e cidadãs, particularmente das pessoas e grupos excluídos, o que implicará um processo de empoderamento (Oswald 2014, 5; Fox 2015, 352); 2) assegurar que as vozes dos cidadãos e cidadãs serão ouvidas pelos actores envolvidos e pelos provedores, o que requer abertura, diálogo e resposta destes últimos, e necessita o empoderamento dos mesmos; 3) assegurar a voz e a representação efectiva das mulheres e raparigas, e outros grupos excluídos nos espaços de interface onde as relações de poder e a tomada de decisão serão partilhadas (redistribuídas) a fim de construir os consensos e os compromissos requeridos, entre cidadãos e os provedores, com vista a obter resultados que resultem na melhoria da qualidade dos serviços (Fox 2015, 355). Resumindo, uma abordagem transformadora de género, que explicitamente trata das normais sociais ligadas ao género e ao poder, e que cria oportunidades para todos (mulheres, raparigas, homens e rapazes) desafiarem activamente as normas socio-culturais, demonstra ser mais eficaz que as intervenções focadas simplesmente na mudança de atitudes e de comportamentos. Esta abordagem transformadora está conectada com o empoderamento, e sugere vários métodos e ferramentas para o trabalho de transformação das normas sociais e de género, que são também pertinentes para desafiar as práticas de exclusão. Os métodos de educação popular e de consciencialização com perspectiva feminista que desenvolvem novos conhecimentos e valores, o pensamento crítico, a confiança, a colaboração, são exemplos que contribuem para mudar as relações entre homens e mulheres. Tais incluem ferramentas e metodologias como a consciencialização sobre os direitos a partir de problemas concretos; a partilha de histórias para desenvolver a fala e a conexão com os outros; a análise das relações de poder; o uso do teatro e jogo de papéis; processos de acção aprendizagem em género e mudança social; processos de diálogos e mudanças comunitárias envolvendo cidadãos e lideranças locais; e a comunicação e o marketing social orientados para a mudança das normas sociais e dos comportamentos ligados a estas (Just Associates 2006; Rao e al 2016; Hunjan e Pettit 2011; Alexander-Scott e al 2016). Todos estes métodos e ferramentas podem ser aplicadas ao trabalho com outros grupos excluidos e marginalizados, como pessoas com doenças crónicas, idosos, etc, com a mesma finalidade. Assim, podemos concluir que as abordagens conceptuais da responsabilização social, da inclusão e da igualdade de género articulam-se em trono dos processos de transformação social que incidem no nível individual, organizacional ou institucional (micro e macro) e nas comunidades. 20

21 3. O Cartão de Pontuação Comunitário: experiência de integração iterativa da inclusão social e da igualdade de género no CEP Nesta secção, primeiro lembramos como foram considerados, de modo geral, as questões da inclusão social e da igualdade de género no programa CEP e na implementação do CPC. Em seguida, apresentamos uma síntese da experiência do CEP na integração da inclusão social e da igualdade de género nos processos CPC, usando a Matriz analítica de género da Gender@Work. Esta síntese é baseada no mapeamento das barreiras à inclusão e à igualdade de género identificadas no trabalho do CEP e as respostas ou estratégias experimentadas ao longo da implementação do programa, como discutido nos seminários realizados e nos encontros com utentes e provedores de serviços, membros da comunidade e das organizaçoes e instituições locais envolvidas no CEP. 3.1 A inclusão social no CEP de modo geral O desenho inicial do programa CEP não olhou para inclusão social como parte do processo de responsabilização social. A análise de contexto realizada no início não incluiu especificamente elementos socio-antropológicos que permitissem identificar os factores específicos de exclusão social e desigualdade de género, assumindo que o conhecimento geral que existia sobre estes temas era suficiente para a intervenção. No entanto, a preocupação com inclusão social apareceu cedo na implementação do programa, durante a fase de planificação do programa (inception phase), ao se definirem as estratégias e metodologias de intervenção. Nesta fase, a preocupação surge ligada à questão da contribuição do CEP para a redução da pobreza, que era um dos principais objectivos da cooperação para o desenvolvimento em Moçambique, e dos financiadores do programa. O CEP é financiado através das agências de desenvolvimento internacional do Reino Unido, Irlanda e Dinamarca, as quais definem como um dos objectivos gerais de cooperação em Moçambique contribuir para a redução da pobreza no país. Neste quadro, e considerando que o acesso a serviços básicos é um factor determinante de bem-estar e pobreza, importava determinar até que ponto o CEP poderia contribuir para melhores serviços para os grupos mais marginalizados da sociedade. Em Moçambique, o acesso a serviços de saúde e educação apresenta variações baseadas na área geográfica, em aspectos de ruralidade/urbanidade, género, idade e posição socioecónomica. 11 As desigualdades no acesso a serviços são bem conhecidas e foram um factor na escolha das áreas geográficas em que o CEP iria trabalhar, logo no início do programa. 12 As províncias foram selecionadas para representar diversos níveis de acesso a serviços, assim como diversas condições socioeconómico e culturais. A preferência de (i) zonas rurais a zonas urbanas, a escolha das províncias de (ii) Zambézia, Nampula e, em certa medida Manica e Gaza, (iii) a escolha dos distritos dentro de cada província, e ainda (iv) a identificação de grupos a envolver no programa foram informadas pela intenção de atingir populações marginalizadas. Os indicadores de value for money do programa refletem também a preocupação de garantir acesso a benefícios por parte dos 11 Governo de Moçambique, Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Instituto Nacional de Estatística, Inquérito Demográfico e de Saúde, Ver CEP Provinces Selection, V2, May

22 grupos mais marginalizados em termos de geografia e de género. Promover a inclusão acarreta custos que têm que ser considerados: as escolhas e decisões sobre como gastar os recursos limitados devem considerar a equidade, para além de elementos como a eficácia e a eficiência. A discussão sobre factores de exclusão social intensificou-se à medida que foram sendo definidas as metodologias de monitoria comunitária dos serviços de saúde e educação. Tomando em conta o nível de recursos do programa, procurou-se nessa altura identificar os grupos mais marginalizados no acesso aos serviços de saúde e educação. No desenho da metodologia do CPC, em particular, tornou-se importante incluir vozes representativas dos diversos interesses das comunidades abrangidas. Assim, foi à partida decidido que deveria haver grupos de mulheres, de jovens e de crianças (estas últimas para o trabalho no sector de educação), na base da experiência que estes grupos tendem a expressar-se menos em grupos mistos e têm vivências e perspectivas específicas de cada grupo. Foi também decidido que, entre os grupos focais deveria haver grupos constituídos por pessoas que enfrentam problemas específicos no acesso a serviços de educação e saúde, considerando factores que pudessem levar à exclusão social. Entre estes foram identificados crianças com necessidades especiais, crianças órfãs e/ou abandonadas e ao cuidado de avós, no caso de educação e pessoas sofrendo doenças crónicas, em particular pessoas vivendo com o HIV/SIDA, no caso da saúde. Ao longo da implementação, o programa foi-se deparando com outros grupos vulneráveis, como por exemplo os idosos, pessoas com deficiências, que se considerou ser necessário incluir no processo de monitoria dos serviços. O facto de o CEP não ter começado ao mesmo tempo a implementação do programa em todas as províncias, permitiu que as aprendizagens feitas nos locais onde o programa iniciou primeiro pudessem ser incorporadas rapidamente no desenho da intervenção das províncias onde este iniciou mais tarde. 3.2 A igualdade de género no CEP de modo geral O programa CEP empreendeu esforços, desde o início, para garantir que as vozes das mulheres e raparigas fossem tidas em conta em todas as componentes do programa, e traçou estratégias sobre a igualdade de género 13 : a) desagregação por sexo dos indicadores de monitoria e avaliação; b) estabelecimento de parcerias com organizações que possuem algum trabalho na área da igualdade de género e direitos das mulheres; c) adopção de métodos para consciencialização sobre direitos e de mobilização especificamente desenhadas para grupos menos alfabetizados e marginalizados (ex: uso do teatro e de rádios comunitárias), de forma a garantir que as mulheres não fossem excluídas; d) condução do processo de avaliação dos serviços no âmbito do CPC em grupos separados de mulheres e homens, e a procura de estratégias para assegurar a participação equitativa dos homens e das mulheres nas várias fases do CPC; e) registo de histórias de mudança na vida de homens e mulheres; 13 CEP (2017) Igualdade de género e direitos das mulheres no CEP, Nota de trabalho, Laboratório de Inovação do CEP, 10 p. Este documento sintetiza as estratégias de género que o CEP inclui na implementação do programa. 22

23 f) utilização da plataforma BetterData para analisar tendências na inclusão e exclusão de diferentes grupos por exemplo homens e mulheres, e de que grupos vulneráveis específicos, durante os processos CPC e g) paridade homens e mulheres nas equipes de gestão do CEP e de implementação no terreno (OSC implementadoras). Estas estratégias foram complementadas por outras que surgiram ao longo da implementação do programa e são discutidas abaixo. 3.3 Análise da integração iterativa da inclusão social e a igualdade de género no CPC A abordagem conceptual da Matriz analítica de género da Gender@Work permitiu reflectir sobre a inclusão social e a igualdade de género nos processos de monitoria de serviços de saúde e de educação A Matriz analítica da Gender@Work O uso da Matriz analítica de género da Gender@Work, para pensar a inclusão social e a igualdade de género a partir da experiência dos processos de CPC, constitui uma inovação no âmbito do programa do CEP. A matriz analítica de género de Gender@Work (ver esquema no capítulo introdutório) divide-se em quadrantes que permitem compreender melhor as diversas dimensões das relações e das mudanças de género num contexto particular e a diferentes níveis, nomeadamente a nível individual: onde se considera a consciência e o poder de agir das mulheres e dos homens (quadrante 1 - QI) e o acesso e controle aos recursos, incluindo as condições de vida e de participação (quadrante 2 - QII); e no nível sistémico ou colectivo: onde se olha para as regras formais (quadrante 3 - QIII) e para as normas e as práticas sociais que influenciam a igualdade de género no contexto estudado (quadrante 4 - QIV). A Matriz propõe uma visão holística dos processos de transformação e de mudanças requeridos para alcançar maior igualdade de género. No entanto, a Matriz está mais virada para a procura de respostas, e tem um foco maior no que está ausente, no que precisa de ser corrigido e menos no que funciona bem. Por essa razão, é necessário que seja complementada por outras ferramentas ou abordagens que captem informação do que funciona bem nos serviços e os factores que infuenciam positivamente a inclusão social e igualdade de género. A utilização da informação do que corre bem facilita o diálogo entre os utentes e provedores de serviços, reduzindo a percepção de que exercícios de participação do cidadão são usados apenas para criticar e levantar problemas e desafios, sem reconhecer os progressos alcançados. Isso contribui também para clarificar elementos positivos que é necessário manter e reforçar. A seguir apresentamos uma breve explicação sobre cada um dos quadrantes: Quadrante I: A consciência das mulheres e dos homens e o poder de agir, é constituída por valores, atitudes, conhecimentos e crenças que moldam a percepção individual do que é uma mulher ou um homem, ou um ser humano, e o que é ou deve ser a igualdade de género. A consciência é também política: ou seja, como a pessoa percebe as relações de poder, as relações 23

24 de opressão e de dominação entre os indivíduos e os grupos na sociedade, e como pretende mudá-los por meio de acções individuais e colectivas, de pressão, lobby e advocacia. A consciência, uma vez desenvolvida, pode levar a pessoa a agir, a ter voz, e tomar posições, medidas e acções em prol da igualdade de género e do empoderamento (poder de agir) das mulheres (e dos cidadãos em geral). Quadrante II: São o acesso e o controle sobre os recursos, especialmente pelas mulheres que têm estado historicamente em desvantagem (mulheres pobres, jovens, idosas, etc.). Isto pode incluir o acesso a e o controle sobre a educação, rendimentos, dinheiro, terra, formação, etc; e inclui igualmente o acesso à participação e decisão (postos de liderança) e a serviços que melhoram as condições de vida. Quadrante III: Refere-se às regras formais, como a constituição, as leis, as políticas e os mecanismos formais que influenciam a igualdade de género. Pode citar-se várias instituições e tipos de regras formais: os governos, as regras e decretos emitidos por autoridades religiosas ou comunitárias, as políticas relacionadas com a família, o mercado de trabalho, a terra, os orçamentos, as leis e convenções sobre a igualdade de género e os direitos humanos, etc. Quadrante IV: Este quadrante analisa as normas e as práticas informais que criam discriminação e exclusão, quer sejam sociais, culturais ou institucionais. Este refere-se às estruturas sociais ou organizacionais profundas, o conjunto de valores, crenças, a história, a cultura e práticas que constituem a base das escolhas, atitudes e comportamentos valorizados na comunidade, nas organizações, ou na sociedade. Estas normas e práticas são, na sua generalidade, baseadas em sistemas patriarcais e em relações desiguais de género e são mantidas pelas estruturas de poder. Elas são raramente questionadas e são olhadas como certas, naturais e imutáveis. Os quatro quadrantes da Matriz pretendem tornar explícito o que é, frequentemente, implícito: o mapeamento da situação inicial ou do problema inicial que visa descrever e analisar o contexto de partida; o mapeamento das estratégias que é feito depois de descrever e analisar as estratégias ou acções a serem implementadas para mudar a situação inicial e as interligações entre elas; e finalmente o mapeamento das mudanças de género ou dos resultados que visa descrever e analisar as mudanças ou os sinais de mudança depois dum certo tempo de implementação o no término dum programa. A hipótese central da Matriz é que, para obter uma mudança duradoura a favor da igualdade de género e do empoderamento (poder de agir) das mulheres (e dos grupos excluídos), é necessário traçar estratégias ou intervenções que tomam em conta as interligações entre os quatro quadrantes da Matriz O mapeamento das experiências de inclusão social e de género do CEP Importa realçar que quando falamos de inclusão e de género no âmbito do CEP, falamos de participação e influência das pessoas de grupos marginalizados e das mulheres e das raparigas, ou seja, falamos em observar se a participação é efectiva e se esses cidadãos e cidadãs influenciam as decisões sobre a avaliação e melhoria dos serviços de saúde e de educação. 24

25 O presente mapeamento, que foi construído colectivamente, apresenta a percepção dos vários actores que implementaram o CEP sobre quais foram as principais barreiras à inclusão social e igualdade de género na implementação dos processos CPC, e que ajustes e estratégias o CEP adoptou em resposta a estas barreiras. Não se realizou o mapeamento das mudanças obtidas, uma vez que o presente exercício não constitui um balanço ou uma avaliação do programa. Esta análise foi feita em outras componentes do programa (avaliação do CEP). A partir de uma revisão documental, fez-se um primeiro mapeamento das experiências da implementação do CPC. Organizações parceiras do CEP, as OSC, actores governamentais e parceiros de cooperação, tiveram oportunidades de o comentar e complementar. Foi também enriquecido pelas contribuições de facilitadores locais e supervisores, mulheres e homens, jovens e idosos, membros dos grupos focais que avaliaram os serviços de educação e saúde, provedores de serviços, líderes comunitários e pessoal da administração local e distrital, durante um trabalho de terreno. Para realizar o mapeamento elaboraram-se duas matrizes sobre a experiência de inclusão social, e duas matrizes sobre a experiência de igualdade de género na implementação dos processos CPC, da seguinte forma: 1. O mapeamento das barreiras à inclusão social na participação e influência dos grupos marginalizados 2. O mapeamento das estratégias de intervenções para inclusão social, ou sejam as respostas dadas às barreiras identificadas. 3. O mapeamento das barreiras à igualdade de género na participação e influência das mulheres e dos homens 4. O mapeamento das estratégias de intervenções para igualdade de género, ou sejam as respostas dadas às barreiras identificadas. Como se referiu antes, em programas futuros seria importante fazer um mapeamento que inclua aspectos favoráveis ou condições positivas, que existem em cada quadrante e que favorecem a inclusão social e o género no programa ou no CPC. No presente exercício, no entanto, focaremos nas barreiras e nas respostas às mesmas, ou seja nas melhorias iterativas introduzidas nos processos de CPC e a ter em conta na inclusão social e do género em programas como o CEP, com o objectivo de tirar lições para o futuro. 25

26 Caixa 5 - Perguntas Poderosas14 que nortearam o mapeamento das barreiras à inclusão social e igualdade de género Porquê?: porquê essa barreira/problema, essa situação? Porquê essa estratégia? Porquê essa mudança? Quem?: de quem se está a falar? Mulheres, homens, crianças, jovens, membros de grupos marginalizados, provedores de serviços, participantes/utentes/cidadãos, actores do governo distrital, provincial, facilitadores locais, supervisores, pessoal das OSC implementadoras, pessoal da gestão do programa, etc.? Como aconteceu?: como aconteceu a experiência que está a ser relatada? Quando?: quando aconteceram o(s) episódio(s)? Onde?: onde sucedeu? O que significa?: o que significa a situação relatada para inclusão social, para as relações de género, para o processo CPC, para o programa CEP? 3.4 Resultados dos mapeamentos e a análise das estratégias do CEP Nesta secção, apresentamos uma síntese e análise dos resultados do mapeamento da experiência de inclusão social e de igualdade de género na implementação do CPC, com base na matriz analítica acima apresentada. Os mapeamentos são complementares e dão uma leitura cruzada da inclusão social e do género, onde muitas barreiras e respostas são semelhantes e interligadas. O exercício de mapeamento com a Matriz analítica focou mais nos aspectos informais ou invisíveis, como a consciência e o poder de agir das pessoas e as normas e as práticas sociais e institucionais informais. Fazendo o mapeamento, as equipes do CEP e os parceiros de implementação confirmaram o que já sabiam intuitivamente: os aspectos informais incidem de forma concreta na realização da participação e da influência dos cidadãos e das cidadãs na avaliação dos serviços públicos. Constatou-se que é muito útil e pertinente ter uma visão e análise holística das dinâmicas sociais, nas suas dimensões individuais e colectivas/sistémicas, formais e informais, para poder planificar e realizar as mudanças que uma iniciativa de responsabilização social com inclusão e igualdade de género requer. A seguir, apresentamos resumidamente os resultados do mapeamento. Primeiro relativamente às dimensões informais e a seguir, relativamente às dimensões formais dos quadrantes da Matriz analítica. 14 Inspirado em Eric E. Vogt, J. Brown, D. Isaacs, (2003) The art of powerful questions: catalysing insight, innovation and action, Whole Systems Associates, p

27 Barreiras Respostas Dimensões informais da inclusão social e da igualdade de género no contexto dos processos CPC As barreiras à IS e IG encontradas a nível da A resposta consciência e do poder de agir (Quadrante 1) Membros da comunidade Quando o programa iniciou, o nível de consciência das pessoas participantes, utentes dos serviços sobre os assuntos ligados aos objectivos do programa CEP e do CPC era baixo. A cidadania e a participação na monitoria de serviços públicos eram conceitos novos. A maioria partilhava um forte sentimento de medo e de falta de confiança para participar e ter voz (em particular pessoas não alfabetizadas, pessoas marginalizadas, mulheres e crianças). O medo de represálias era comum. Mulheres e homens tinham um conhecimento vago dos seus direitos, que não sabiam como os exercitar. Facilitadores das OSC Os facilitadores locais e, por vezes, o pessoal das OSC implementadoras tinham uma capacidade e entendimentos limitados em relação a inclusão social e relações de poder e de género. A igualdade de género era percebida somente em termos de igualdade numérica. Alguns actores do CPC não se apercebiam que estavam a excluir. Por serem provenientes das áreas de implementação do CPC, traziam com eles e elas próprios os valores, as atitudes predominantes nas suas comunidades. Provedores de serviço Tinham dificuldades em lidar com pessoas de grupos marginalizados. A resposta do CEP centrou-se no reforço das suas estratégias e acções de consciencialização. As OSC parceiras realizaram actividades de consciencialização com pessoas de grupos marginalizados, homens, mulheres, raparigas e rapazes, onde se informou e se debateu sobre os seus direitos e responsabilidades, o seu poder e o seu papel como cidadão e agente de mudança na melhoria dos serviços de educação e saúde. Foi necessário consciencializar o pessoal, supervisores, facilitadores das OSC implementadoras, os provedores e demais actores do CEP/CPC sobre a inclusão social e a igualdade de género e sobre as medidas concretas para as implementar. O trabalho de consciencialização foi realizado num contexto em que falar de exclusão social e desigualdades não é normalmente bem visto porque questiona a imagem de igualdade de direitos que permeia todo o discurso público. Os esforços de consciencialização visaram a redução do medo e o aumento da consciência e do poder de agir para que os cidadãos e cidadãs possam participar e influenciar efectivamente. A nível das equipes, uma maior consciência e poder de agir serviu para aumentar a proactividade destes no trabalho com inclusão social e igualdade de género na implementação dos processos de CPC. 27

28 Barreiras Tinham uma consciência limitada sobre a inclusão social e as relações de género. As barreiras à IS e IG encontradas a nível das normas e práticas sociais e institucionais informais (Quadrante 4) Normas e práticas sociais e institucionais, específicas ao contexto dos lugares onde operava o programa, perpetuam a exclusão social e a desigualdade de género, i.e. a subordinação das mulheres perante os homens e as relações desiguais. As pessoas marginalizadas, como as crianças, idosos, pessoas com deficiência, doentes crónicos, albinos, etc., são excluídas sendo percebidas pelos outros como inferiores, com menos capacidades, com potencial limitado, a sua voz é desvalorizada e são percebidos, muitas vezes, como cidadãos de segunda categoria. Por vezes, elas mesmas se auto excluem. As famílias protegem demasiado essas pessoas e infantilizam-nas. A cultura política dominante é caracterizada por manobras de influência, de interferência e de controlo por parte dos actores políticos sobre os mecanismos e processos locais de governação, de gestão de serviços e nos processos de participação cidadã. As relações entre os dirigentes, os provedores e os cidadãos são relações de poder fortemente hierárquicas e/ou paternalistas, que estão baseadas numa longa tradição, e que são reforçadas simbolicamente no quotidiano, através da linguagem, das regras e dos comportamentos. Os directores, professores e enfermeiros, etc. são considerados como pessoa de estatuto social superior, o que lhes confere poder e privilégios. A resposta Respostas É um processo complexo e não linear. Apenas um conjunto de iniciativas nos três outros quadrantes, como o aumento da consciência das pessoas e do seu poder de agir, mais recursos e boas condições de participação, e mecanismos formais melhorados, pode produzir efeitos positivos no sentido de exercer uma pressão para a transformação das normas e práticas sociais e institucionais informais. A resposta específica para a transformação das normas e práticas sociais foi uma facilitação levada a cabo pelas OSC implementadoras, a qual permitiu a criação de espaços e ambiente seguros para discutir e debater das normas e práticas sociais, culturais e políticas informais que travam a participação e a influência de pessoas de grupos excluídos e das mulheres e raparigas. Estas normas e práticas que criam exclusão, desigualdade e subordinação das mulheres foram questionadas, contestadas ou mudadas pelos participantes e actores envolvidos. Esta facilitação assente na abordagem de empoderamento do CEP permitiu o diálogo para mediar e resolver os desacordos/conflitos, equilibrando as relações de poder entre cidadãos de grupos marginalizados, as mulheres e raparigas, e os provedores, os líderes, os outros cidadãos, etc., particularmente nos passos de levantamento de evidência e de engajamento do CPC. 28

29 Barreiras Respostas As regras socioculturais da liderança local criam uma hierarquia de poderes entre vários tipos/grupos de líderes. A percepção positiva de ser moderno, tanto por parte dos formadores, como dos participantes, empurra para o uso do Português o que limita a participação de muitas pessoas. A língua local é percebida como atrasada. As relações de poder desiguais entre homens e mulheres nas famílias, na comunidade, nos provedores de serviços e nas organizações reproduzem-se também nas actividades realizadas, por falta de consciência e análise das relações de poder. As opiniões das mulheres tinham menos peso que as dos homens. As mulheres directoras ou enfermeiras podem desprezar e discriminar outras mulheres. A divisão do trabalho por género e tripla jornada das mulheres tem uma incidência importante na participação comunitária (responsáveis pela educação, dos cuidados das crianças e doutros membros da família, das tarefas domésticas, ao que seria adicionado o envolvimento comunitário). Participação comunitária que não gera renda, nem está ligada à tomada de decisão é desvalorizada. Dimensões formais da inclusão social e da igualdade de género no contexto dos processos CPC As barreiras à IS e IG encontradas a nível dos recursos e condições de participação (Quadrante 2) Participação No início do primeiro ciclo de CPC, uma participação fraca de pessoas dos grupos marginalizados, e.g. as pessoas com deficiência, os doentes crónicos e as crianças. Algumas vezes, o uso da língua portuguesa, nos primeiros encontros A resposta Em resposta, múltiplos ajustes e novas estratégias foram desenvolvidas pelo CEP e os seus parceiros de implementação. Foi priorizado o uso das línguas locais e da tradução nos processos de CPC e o CEP produziu materiais em línguas locais. Houve reforço da capacitação dos 29

30 Barreiras constituía uma barreira à participação dos membros da comunidade em geral Percebeu-se uma discriminação baseada no nível de escolaridade; i.e. as pessoas analfabetas ou menos letradas participavam menos ou nada. Fraca participação dos homens, particularmente na província de Gaza. A participação das mulheres foi importante, mas algumas mulheres ainda enfrentam a falta de tempo para participar e a dificuldade em sair de casa quando quisessem. Influência A nível da influência, as crianças foram frequentemente excluídas das discussões, as suas vozes e necessidades delas não foram ouvidas. No primeiro ano do CPC, as pessoas de grupos marginalizados influenciavam pouco a priorização dos assuntos do plano de acção para o melhoramento dos serviços. As suas demandas não constavam nos assuntos priorizados. Em grupos mistos ou em momentos onde estavam presentes mulheres e homens, os homens tinham tendência em sobrepor-se à voz e opinião das mulheres e raparigas. As pessoas com deficiência visual e outras pessoas que vivem exclusão ou discriminação, como idosos e doentes crónicos, tinham dificuldade de se expressar em frente de pessoas que não estavam nas mesmas condições. A preparação e formação dos facilitadores sobre as questões de inclusão social e de género limitavam as suas acções e os resultados nessas matérias (havia uma percepção que certos valores e modos de agir pertencem ao mundo moderno, e aparecem na esfera pública, enquanto outros seguem a tradição, e apenas aparecem na família e comunidade). Respostas facilitadores e dos provedores. Os líderes comunitários foram sensibilizados e mobilizados para tornar-se promotores activos da inclusão social. Introduziu-se o teatro e a produção e difusão de programas nas rádios comunitárias para melhor consciencialização de pessoas de grupos marginalizados. Estes métodos de comunicação pela mudança trabalham a partir de situações reais que conectam com a experiência dos participantes, pessoas marginalizadas, mulheres e raparigas. Foi introduzida a linguagem gestual em algumas sessões de CPC. Também foi produzido um cartão de pontuação com marcos para pessoas invisuais. Foi dada mais atenção em vários processos CPC às necessidades das crianças de famílias vulneráveis. Alguns conselhos de escola e direcções escolares, depois do processo de revitalização e capacitação começaram a apoiar as crianças de famílias vulneráveis, através da priorização na distribuição do material escolar adquirido com o fundo de Apoio Directo à Escola - ADE. Em particular, o CEP reforçou a sua perspectiva de género trabalhando com organizações parceiras que possuem alguma experiência de trabalho na área da igualdade de género e direitos das mulheres. Para aumentar a participação dos homens, foram feitas acções de mobilização em lugares frequentados por homens. Os líderes comunitários foram mobilizados para motivarem os homens a participar nos grupos focais. O CEP encorajou as OSC e as unidades de serviços a preparar as 30

31 Barreiras O facto de o CEP intervir em sectores que atravessam os dois mundos (privado e público) exige uma gestão de comportamentos e percepções que não é fácil para agentes que não foram capacitados para lidar com estes dois universos em simultâneo. As barreiras à IS e IG encontradas a nível das regras, mecanismos e procedimentos formais (Quadrante 3) Inicialmente, a abordagem e os métodos do processo CPC não orientavam de forma explícita mecanismos para maior inclusão das pessoas de grupos marginalizados e o seu empoderamento. A inclusão social e a igualdade de género não foram visíveis nos objectivos programáticos e na teoria da mudança do CEP. A análise de contexto realizada no início do programa não contemplou a inclusão social e o género, o que não permitiu identificar mais profundamente os factores de exclusão, de desigualdade e de discriminação e as diferenças entre estes, de acordo com as diferentes geografias. Os canais de comunicação em uso no início do programa, não estavam suficientemente ajustados às necessidades específicas de grupos como os idosos, as mulheres e as pessoas com pouca escolaridade. As regras de participação nos mecanismos de co-gestão (conselhos Respostas mulheres para serem líderes, presidentes ou membros activos dos conselhos de escola e comités de cogestão e humanização das unidades sanitárias. Tomou-se em conta o horário das mulheres e das suas tarefas para programar os encontros do CPC. O CEP redobrou a atenção para que houvesse respostas às situações de discriminação e desigualdade de género que surgiram (ex. ajustar paridade entre H e M nas equipes). Foram também tomados em consideração factores como a religião e outros aspectos ligados aos cultos religiosos. A resposta Em resposta, no ano 2, o CEP em colaboração com seus parceiros fez modificações à metodologia dos processos de CPC e definiu novos critérios ou regras. Os provedores de serviços passaram a ser envolvidos desde o início do processo do CPC para serem mais consciencializados sobre as abordagens do CEP e do CPC. A abordagem de empoderamento do CEP foi gradualmente definida para integrar a inclusão social e a perspectiva de género, com o objectivo de aumentar a consciência que os direitos dos cidadãos estavam garantidos pela lei e pelo Estado, e que a negociação de interesses era possível porque o processo de CPC conseguiria criar um ambiente mais construtivo, evitando ou reduzindo riscos de represálias. Um documento orientador apresentou sugestões concretas para a inclusão social de grupos marginalizados na fase crucial de Sensibilização, Consciencialização e Mobilização do 31

32 Barreiras de escola e comités de co-gestão e humanização da saúde) não eram conhecidas pela comunidade e/ou eram aplicadas. Respostas CPC. Mais diálogo e interacções com provedores de serviço foram planificados ao longo dos passos de implementação do CPC. As OSC implementadoras estabeleceram parcerias ou colaborações com associações que representam ou que trabalham com pessoas de grupos excluídos para melhor mobilizar essas pessoas nos grupos focais (por exemplo, associações locais de pessoas com deficiência e de idosos). O CEP apoiou os serviços distritais a realizar formações e acções no sentido de criar e/ou revitalizar os conselhos de escolas e os comités de co-gestão e humanização da saúde nos distritos do programa, onde estão representadas pessoas de grupos geralmente excluídos, como mulheres, alunos, idosos, pessoas com deficiência, etc. Para aumentar proactivamente a influência de grupos marginalizados, o Guião para a selecção de assuntos para Engajamento (Maio 2016) estabeleceu uma nova regra: 2 a 3 dos assuntos seleccionados devem ser dos grupos marginalizados e das mulheres. A Save The Children, no âmbito do CEP, elaborou um documento 15 que sugere medidas concretas para participação de qualidade das crianças em processo de responsabilidade social como o CPC. Os casos de abuso, incluindo o assédio e o abuso sexuais contra as raparigas, foram encaminhados à Save The Children aplicando a política de salvaguarda às crianças desta organização. O CEP publicou um relatório sobre os resultados dos Cartões de Reporte do 15 SCI/CEP (Dezembro 2017). Abordagem da Participação da Criança no Cartão de Pontuação Comunitária: Lições Aprendidas. 32

33 Barreiras Respostas Cidadão em 12 escolas secundárias, no qual questões de assédio sexual e outras violações de direitos dos estudantes aparecem com relevo 16. O CESC realizou uma revisão de literatura 17 aprofundada sobre o assédio nas escolas secundárias para servir de base a actividades de advocacia. Os assuntos de inclusão social e género foram incluídos deliberadamente na agenda dos encontros de aprendizagem do CEP a nível distrital, provincial e nacional. Foto 1: Trabalho com as comunidades (implementação do CPC) Fonte: CEP A Matriz e o seu quadro conceptual ajudaram a nomear e analisar melhor a parte invisível e informal das mudanças incentivadas pelo programa e pelos processos de CPC incluindo as mudanças de género e inclusão social. O mapeamento fez os parceiros de implementação serem criativos na procura de soluções para incluir grupos marginalizados e fortalecer a participação e a voz das mulheres. Foi fundamental dar autonomia aos parceiros de implementação para gerirem o contexto em que trabalhavam. Ao longo da implementação, os métodos e os procedimentos do CPC tornaram-se mais claros e proactivos perante a inclusão social e o género. 16 CEP (Dezembro 2016). Caderneta de Avaliação escolar: Percepção do Estudante sobre o Desempenho das Escolas Secundárias. 17 CESC/CEP (Setembro 2017). Percepção do estudante sobre Assédio Sexual nas Escolas Secundárias. 33

34 A reflexão reiterou o que o CEP já tinha constatado com a prática: os procedimentos, as regras e mecanismos formais (Quadrante 3) da metodologia do CPC não garantem por si só que a participação inclusiva e equitativa aconteça. Também, o reforço de recursos e de condições objectivas e materiais de participação (Quadrante 2), como uso da língua local, do teatro, da rádio comunitária, cartão de pontuação adaptado, o alcance de um número adequado de participantes das diversas categorias: mulheres, homens, jovens, idosos, e outros grupos marginalizados, etc., não assegura uma participação e influência efectivas dos cidadãos em geral, e das mulheres e dos grupos marginalizados em particular. É a participação consciente e segura com o poder de agir, algo invisível e informal (Quadrante 1) que faz com que a pessoa participante consiga fazer as suas escolhas e tomar posição para defender os seus interesses. Apenas assim, evitará o caminho fácil de seguir as opiniões dos outros ou de imitar a votação do vizinho ou de quem mandou recado ou fez pressão, como se viu pelo levantamento de evidência do CPC. Logo à partida, a metodologia de CPC desenvolvida pelo CEP reservava uma parte importante do trabalho na área da consciencialização, e as actividades de consciencialização tornaram-se contínuas ao longo do ciclo do CPC. A abordagem de empoderamento que o CEP adoptou contém métodos de consciencialização e de comunicação para a mudança que mostraram resultados no seu contexto. Ainda assim, mais conteúdos e mensagens específicos sobre a inclusão social e o género são necessários na consciencialização e comunicação para a mudança. Em suma, esse trabalho de consciencialização é primordial para assegurar a participação e influência efectivas das mulheres e das pessoas de grupos excluídos. Para além disso, as estratégias do CEP para maior inclusão e igualdade de género levantam a necessidade de consciencialização pessoal de todas pessoas colaboradoras das OSC implementadoras que trabalham directamente com os participantes do CPC: a pessoa deve mudar primeiro antes de convencer os outros a mudar. Quem não acredita e não pratica a inclusão social e a igualdade de género dificilmente vai poder aplicá-la no seu trabalho com as comunidades e com os diversos actores do CPC. Como acima se referiu, tal deve ser feito dentro e a partir de um contexto em que estas pessoas são todas elas parte da sociedade / comunidade que pretendem mudar. A análise das estratégias traçadas mostra que o CEP viu a necessidade e criar espaços e ambientes seguros para debater e transformar as normas e práticas sociais e as relações de poder (Quadrante 4) que incidem na inclusão social e na igualdade de género, bem como na participação e influência dos cidadãos e cidadãs. No início, as equipes no terreno praticaram este trabalho de maneira intuitiva, sem falar de normas sociais e de relações de poder, mas sabendo que ia trazer as mudanças necessárias para o sucesso dos processos de CPC. Os processos de questionamento e de mudança das normas e práticas sociais, bem como a renegociação das relações de poder não foram nomeados, entendidos e apropriados da mesma forma pelas organizações do CEP. Este processo de mapeamento e de reflexão tornou explícito a presença destas dimensões no trabalho realizado e ajudou a perspectivar a sua incorporação e articulação na abordagem de empoderamento do CEP. As estratégias do CEP para IS e IG atingem os quatros quadrantes da Matriz e são interligadas: por exemplo, a aplicação dos mecanismos, das linhas directrizes, e dos procedimentos formais 34

35 para avançar a IS e IG no CPC precisa de recursos 18 e de meios para os cidadãos e cidadãs terem as condições necessárias para participar. O pessoal e colaboradores do programa também precisam de recursos para realizar o seu trabalho. A participação e a influência dos grupos marginalizados e das mulheres no CPC poderão ser efectivas se estas pessoas tiverem consciência e poder de agir suficiente para ter confiança, capacidade de argumentar, de tomar uma posição/decisão e defender os seus interesses e serem capazes de desafiar normas e práticas sociais prejudicais. Finalmente as normas e práticas sociais que vinculam a exclusão e a subordinação das mulheres e dos grupos marginalizados nas famílias, nas comunidades e nas instituições, exercem pressões que podem contrariar e diminuir a consciência e poder de agir das pessoas. Se estas normas e práticas negativas para IS e IG não são questionadas e mudadas, podem tornar as regras e mecanismos formais inoperantes. Sem recursos suficientes é também difícil realizar um trabalho na duração (tempo) e na profundidade requeridas para aumentar a consciência e o poder de agir das pessoas, particularmente de grupos marginalizados e das mulheres. As dimensões formais e informais das mudanças de IS e de IG interagem e são dinâmicas. No capítulo 3, a seguir, apresentamos as reflexões e aprendizagens ligadas à operacionalização da inclusão social e da igualdade de género nos diversos passos do processo de CPC. Este capítulo detalhará e completará o mapeamento parcial aqui apresentado. 18 Os recursos podem incluir: capacitação, formação, meios para realizar as actividades dos passos de CPC, ajuda em transporte ou outras formas de apoios aos participantes de grupos marginalizados e mulheres, etc. 35

36 4. Aprendizagens sobre a operacionalização da inclusão social e da igualdade de género nos diversos passos do processo de CPC Nesta secção, para cada um dos cinco passos do processo de CPC iremos apresentar as principais aprendizagens feitas pelo CEP no processo de implementação do CPC, as quais que incluem boas práticas, sugestões de melhoria feitas pelos participantes, e contribuições conceptuais e metodológicas. Fotos 2, 3 e 4: Trabalho com as comunidades (implementação do CPC) Fonte: CEP 36

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