Universidade Federal de Ouro Preto UFOP
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- Ricardo Garrau Chagas
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1 Capítulo 2 - Scilab Básico Neste capítulo, vamos apresentar alguns elementos básicos da linguagem Scilab. No final, você deve ser capaz de escrever programas Scilab simples, porém funcionais Variáveis e Matrizes A unidade fundamental de dados, em qualquer programa Scilab, é a matriz. Matriz é uma coleção de valores de dados organizados em linhas e colunas, conhecidos por um nome único (ver Fig 2.1). Valores individuais de dados em uma matriz são acessados por meio do nome da matriz, seguindo de índices entre parênteses que identificam a linha e a coluna do valor particular. Mesmo os escalares são tratados como matrizes no Scilab - eles são simplesmente matrizes com somente uma linha e uma coluna. Matrizes podem ser classificadas como vetores ou matrizes propriamente ditas. O termo "vetor" geralmente descreve uma matriz com somente uma dimensão, enquanto o termo "matriz" costuma ser utilizado para descrever matrizes com duas ou mais dimensões. Neste texto, vamos usar os termos "vetor" na discussão de matrizes unidimensionais, e "matriz" na discussão de matrizes com duas ou mias dimensões. Se uma discussão em particular se aplicar aos dois tipos de matrizes, usaremos também o termo genérico "matriz" (do inglês array). O tamanho de uma matriz é especificado pelo número de linhas e de colunas, sendo o número de linhas apresentado antes. O número total de elementos da matriz será o produto do número de linhas e o número de colunas. linha 1 coluna 1 coluna 2 coluna 3 coluna 4 a11 a12 a13 a14 linha 2 a21 a22 a23 a24 linha 3 a31 a32 a33 a34 linha 4 a41 a42 a43 a44 Figura Uma matriz A é uma coleção de valores de dados organizados em linhas e colunas 1
2 Por exemplo, os tamanhos das matrizes a seguir são: Matriz Tamanho Esta é uma matriz 3x2 que contém 6 elementos. Esta é uma matriz 1x4, conhecida como vetor-linha; contém 4 elementos. Esta é uma matriz 4x1, conhecida como vetor-coluna; contém 4 elementos. Elementos individuais na matriz são identificados pelo nome da matriz seguido da linha e da coluna do elemento em particular. Se a matriz é um vetor-linha ou um vetorcoluna, somente um índice é requerido. Por exemplo, nas matrizes acima, a(2,1) = 3 e vetor(2) = Uma variável Scilab é uma região de memória que contém uma matriz, conhecida por um nome especificado pelo usuário. O conteúdo de uma matriz pode ser utilizado ou modificado a qualquer momento pela inclusão de seu nome em um comando Scilab apropriado. Os nomes de variáveis Scilab precisam iniciar com uma letra seguida de combinações de letras, números e símbolos, da seguinte forma: os nomes de variáveis não podem ter caracteres acentuados. o primeiro caractere de um nome de variável deve ser uma letra, ou um dos caracteres: # $ % _? os demais caracteres podem ser alfanuméricos, dígitos, ou os caracteres: # $ _?! os nomes de variáveis são sensíveis aos caracteres maiúsculos e minúsculos. Por exemplo, variável Alpha é diferente das variáveis ALPHA, alpha e AlPhA. a escolha de nomes significativos para as variáveis ajuda ao programador entender o que o programa faz e a prevenir erros. por exemplo, nomes válidos: a A Jose total_de_alunos #funcionarios %valor?#_ por exemplo, nomes inválidos: 1Aluno (o primeiro caractere é um algarismo) total de alunos (tem espaços) José (é acentuado) 2
3 Ao escrever um programa, é importante escolher nomes com significado para as variáveis. Nomes com significado tornam um programa muito mais fácil de ler e manter. Nomes como dia, mes e ano são claros até mesmo para alguém que vê o programa pela primeira vez. Como os espaços não podem ser utilizados em nomes de variáveis Scilab, o caractere sublinhado pode ser utilizado para criar nomes compostos com significado, por exemplo, taxa_de_cambio. Boa Prática de Programação Sempre use nomes descritivos e fáceis de lembrar para suas variáveis. Por exemplo, uma taxa de câmbio poderia ser chamada de taxa_de_cambio; seria confuso chamá-la de capital. Esta prática tornará seus programas mais claros e fáceis de entender. É também importante incluir um dicionário de dados no cabeçalho de qualquer programa que você escrever. Este dicionário lista a definição de cada variável usada em um programa. A definição deve incluir uma descrição do conteúdo e as unidades de medida usadas. Um dicionário de dados pode parecer desnecessário enquanto o programa está sendo escrito, mas é de grande valor quando você ou outra pessoa precisa voltar para o programa e modificá-lo posteriormente. Boa Prática de Programação Crie um dicionário de dados para cada programa, a fim de tornar mais fácil a manutenção. A linguagem Scilab é sensível à capitalização, o que significa que letras maiúsculas e minúsculas não são a mesma coisa. Assim, as variáveis name, NAME e Name são diferentes. Você precisa ser cuidadoso quanto à utilização de capitalização ao empregar uma variável. Embora não seja requerido, é usual utilizar caixa baixa para nomes de variáveis ordinárias. Boa Prática de Programação Verifique se você capitaliza uma variável exatamente da mesma forma cada vez que ela é utilizada. Uma boa prática é utilizar sempre caixa baixa em nomes de variáveis. Os valores numéricos alocados a variáveis Scilab podem ser inteiros, reais ou complexos, por exemplo: 3
4 Comando Explicação massa = 58 Cria a variável massa com o valor inteiro 58. Media = 6.8 Cria a variável Media com o valor real 6.8. C1 = 10 4*%i Cria a variável C1 com o complexo cuja parte real é 10 e a parte imaginária é -4i. A letra i é o símbolo que representa Podemos armazenar nas variáveis um caractere ou uma sequência de caracteres, denominada string, para representar informações textuais, por exemplo: letra = 'a' Comando nome1 = 'Bart' nome_2 = "Lisa Simpson" Explicação Cria a variável letra com a cadeia de de um caractere a. Cria a variável nome1 com a cadeia de caracteres Bart. Cria a variável nome_2 com a cadeia de caracteres Lisa Simpson. Uma string pode ser delimitada por aspas simples ou duplas Criando e Iniciando Variáveis no Scilab Variáveis Scilab são criadas automaticamente quando iniciadas. Existem três formas comuns de iniciar uma variável em Scilab. 1. associar dados à variável em uma atribuição; 2. fornecer dados à variável pelo teclado; e 3. ler dados de um arquivo. As duas primeiras serão discutidas a seguir; a terceira na seção 2.x Iniciando Variáveis em Expressões de Atribuição A forma mais simples de criar e iniciar uma variável é associar um ou mais valores uma declaração de atribuição. Uma declaração de atribuição tem a forma geral: var = expressão; onde var é o nome de uma variável e expressão é uma constante escalar, uma matriz ou a combinação de constantes, outras variáveis e operações matemáticas (+, -, *, /, etc). O valor da expressão é calculado por meio das regras normais da matemática, e o resultado é armazenado na variável nomeada. O ponto e vírgula no final da declaração é opcional. Se ele não estiver presente, o valor associado a var será ecoado na Janela do Console. Se estiver presente, nada será mostrado nela, apesar de a atribuição ter ocorrido. A seguir, exemplos simples de variáveis iniciadas com declarações de atribuição. 4
5 Declaração de Atribuição var = 40i; var2 = var / 5; Array = [ ]; x = 1; y = 2; Explicação Cria e armazena na variável var o número imaginário 40i Cria a variável var2 e armazena o resultado da expressão var/5 nela Cria a variável array e armazena nela um vetor linha de 4 elementos Aqui, temos uma ilustração de múltiplas declarações múltiplas de atribuição em uma mesma linha. observe que cada declaração é separada por ponto e vírgula. Quando uma variável já existe, antes da execução de uma declaração de atribuição que a use, o conteúdo inicial dessa variável será perdido, por exemplo: x = 10; y = 20; x = 1; inicialmente, 10 é armazenado em x e 20 é armazenado em y. Após a execução da declaração de atribuição x = 1, o valor 10 é destruído e o novo valor 1 é armazenado em x. Conforme mostra o terceiro exemplo, variáveis podem também ser iniciadas com matrizes de dados. Essas matrizes são construídas com o uso de colchetes, [ e ], da vírgula, e do ponto e vírgula. Todos os elementos de uma matriz são listados por linha. Em outras palavras, os valores de cada linha são listados da esquerda para a direita, com a linha de cima primeiro e a linha de baixo por último. Valores individuais em uma linha são separados por brancos ou por vírgulas, e as linhas são separadas por ponto e vírgula, ou por novas linhas. As expressões a seguir são todas matrizes sintaticamente corretas que podem ser usadas para iniciar uma variável: [ 3.4 ] Matriz [ ] Explicação Esta expressão cria uma matriz 1x1 (um escalar) que contém o valor 3,4. Os colchetes são necessários neste caso. Esta expressão cria uma matriz 1x3 que contém o vetor linha [1 2 3]. [1.0; 2.0; 3.0] Esta expressão cria uma matriz 3x1 com o vetor coluna. 5
6 [1, 2, 3; 4, 5, 6] [11, 22, ] [ ] Esta expressão cria uma matriz 2x3 que contém a matriz. Esta expressão cria uma matriz 2x3 que contém a matriz encerra a primeira linha da matriz.. O final da primeira linha Esta expressão cria uma matriz vazia, que não contém linhas nem colunas. Observe que isto não é a mesma coisa que uma matriz com zeros. Observe que o número de elementos em cada linha de uma matriz precisa ser o mesmo. o número de elementos em cada coluna também. Uma expressão como [1, 2, 3; 4, 5] é ilegal, pois a linha 1 tem três elementos e a linha 2 tem somente dois. Erros de Programação O número de elementos em todas as linhas de uma matriz deve ser o mesmo, e o número de elementos em todas as colunas também. Tentar definir uma matriz com números diferentes de elementos nas linhas ou nas colunas produzirá um erro quando a declaração for executada. As expressões utilizadas para iniciar matrizes podem incluir operações algébricas e a totalidade ou partes de matrizes previamente definidas. Por exemplo, as declarações de atribuição a = [ ] b = [ a(2) 7 a ] definirão uma matriz a = [ 0 8 ] e uma matriz b = [ ]. Nem todos os elementos de uma matriz precisam estar definidos quando ela é criada. Se um elemento específico da matriz estiver definido e um ou mais elementos antes dele não, os elementos anteriores serão automaticamente criados e iniciados com o valor zero. Por exemplo, se c não foi previamente definido, a declaração c(2, 3) = 5; produzirá a matriz. De maneira similar, uma matriz pode ser estendida pela especificação de um valor para um elemento adiante do tamanho definido. Por exemplo, suponha a matriz d = [ 1 2 ]. Então a declaração d(4) = 4; produzirá a matriz d = [ ]. 6
7 O ponto e vírgula no final de cada declaração de atribuição anterior temuma função especial: ele suprime o eco automático de valores que ocorre normalmente quando uma expressão é avaliada em uma declaração de atribuição. Se uma declaração de atribuição é digitada sem o ponto e vírgula, os resultados da declaração são automaticamente exibidos na Janela do Console. Por exemplo: --> e = [1, 2, 3; 4, 5, 6] e = Se um ponto e vírgula é colocado no final da declaração, o eco desaparece. O eco é uma forma excelente para verificar rapidamente seu trabalho, mas ele atrasa seriamente a execução de programas Scilab. Por esta razão, normalmente suprimimos o eco o tempo todo. Ecoar os resultados de cálculos, entretanto, é uma ótima técnica prática de depuração. Se você não está seguro a respeito dos resultados de uma declaração de atribuição específica, simplesmente não coloque o ponto e vírgula; os resultados serão exibidos na Janela do Console assim que a declaração for executada. Boa Prática de Programação Use um ponto e vírgula no final de todas as declarações de atribuição Scilab para suprimir o eco de valores atribuídos na Janela do Console. Isto acelera muito a execução dos programas. Boa Prática de Programação Se for preciso examinar os resultados de uma declaração durante a depuração de um programa, você pode remover o ponto e vírgula daquela declaração para que seus resultados sejam ecoados na Janela do Console Iniciando com Expressões de Atalho É simples criar pequenas matrizes listando explicitamente cada termo da matriz, mas o que ocorre se a matriz contiver centenas ou mesmo milhares de elementos? Não é prático escrever separadamente cada elemento da matriz! O Scilab tem uma notação especial de atalho para essas circunstâncias, utilizando o operador dois-pontos. Este operador determina uma série de valores pela especificação do primeiro valor na série, o passo de incremento e o último valor na série. A forma geral de um operador de dois-pontos é: primeiro:incremento:último 7
8 onde primeiro é o primeiro valor da série, incremento é o passo de incremento e último é o último valor da série. Se o incremento for um, ele pode ser omitido. Essa expressão irá gerar uma matriz contendo os valores primeiro, primeiro + incremento, primeiro + 2*incremento, primeiro + 3*incremento, etc. Por exemplo, a expressão 1:2:10 é um atalho para um vetorlinha 1x5 com os valores 1, 3, 5, 7 e 9. O próximo valor da série seria 11, mas este é maior que 10, portanto, a série termina em 9. -->x = 1:2:10 x = valores Com a notação de dois-pontos, uma matriz pode ser iniciada com os cem da seguinte maneira --> angulos = (0.01:0.01:1.00) * %pi Expressões de atalho podem ser combinadas com o operador de transposição, ', para iniciar vetores coluna e matrizes mais complexas. O operador de transposição troca linhas e colunas de qualquer matriz à qual ele seja aplicado. Assim, a expressão f = [ 1:4 ] ; gera uma vetor-linha de quatro elementos [ ], e depois transpõe esse vetor no vetor-coluna de quatro elementos. De maneira similar, as expressões g = 1:4; h = [ g g ] produzem a matriz Iniciando com Funções Predefinidas Matrizes também podem ser iniciadas por meio de funções predefinidas no Scilab. Por exemplo, a função zeros pode ser utilizada para criar uma matriz de zeros do tamanho desejado. Existem muitas formas de função zeros. Se a função tiver um único argumento escalar, ela produzirá uma matriz quadrada utilizando o argumento único como o número de linhas e de colunas da matriz. Se a função tiver dois argumentos 8
9 escalares, o primeiro será o número de linhas e o segundo, o número de colunas. Como a função size retorna dois valores com o número de linhas e de colunas na matriz, ela pode ser combinada com a função zeros para gerar uma matriz de zeros com o mesmo tamanho de outra matriz. Alguns exemplos para utilização da função zeros são apresentados a seguir: a = zeros(2); b = zeros(2, 3); c = [ 1 2; 3 4 ]; d = zeros( size(c) ); Essas expressões geram as seguintes matrizes: De maneira similar, a função ones pode ser utilizada para gerar matrizes que contêm uns, e a função eye para gerar matrizes identidade, nas quais os elementos da diagonal principal são uns e os outros elementos, zeros. A Tabela 2.1 apresenta uma lista de funções Scilab comuns e úteis para iniciar variáveis. Tabela 2.1 Funções Scilab Úteis para Iniciar Variáveis Função Propósito zeros(n) Gera uma matriz n x n de zeros. zeros(m, n) Gera uma matriz m x n de zeros. zeros(size(arr)) Gera uma matriz de zeros do mesmo tamanho que arr. ones(n) Gera uma matriz n x n de uns. ones(m, n) Gera uma matriz m x n de uns. ones(size(arr)) Gera uma matriz de uns do mesmo tamanho que arr. eye(n) Gera uma matriz identidade n x n. eye(m, n) Gera uma matriz identidade m x n. length(arr) Retorna o comprimento de um vetor ou a dimensão maior de uma matriz bidimensional. size(arr) Retorna dois valores, especificando o número de linhas e o número de colunas em arr Iniciando Variáveis com Entradas pelo Teclado Também é possível iniciar uma variável com dados digitados diretamente no teclado. Essa opção permite que um arquivo se script solicite ao usuário a entrada de 9
10 valores durante a execução. A função input exibe um marcador da Janela do Console e espera o usuário digitar uma resposta. Por exemplo, considere a seguinte expressão: meuvalor = input( Entre com um valor: ); Quando a expressão é executada, o Scilab escreve a cadeia Entre com um valor: e espera a resposta do usuário. Se o usuário fornece um único número, ele pode ser simplesmente digitado. Mas se fornecer uma matriz, ela precisa ser cercada por colchetes. De qualquer maneira, o que for digitado será armazenado na variável meuvalor quando a tecla <ENTER> for pressionada. Se apenas a tecla <ENTER> for pressionada, uma matriz vazia será criada e armazenada na variável. Se a função input tiver o caractere s como segundo argumento, os dados de entrada serão devolvidos para o usuário como uma cadeia de caracteres. Assim, a expressão --> entrada1 = input("entre com o dado: "); Entre com o dado: 1.23 armazena o valor 1.23 em entrada1, e a expressão --> entrada2 = input("entre com o dado: ", s ); Entre com o dado: 1.23 armazena a cadeia de caracteres 1.23 em entrada2. Teste 2.1 Este teste apresenta uma verificação rápida do seu entendimento dos conceitos apresentados nas Seções 2.1 e 2.2. Se você tiver problemas com o teste, releia as seções, pergunte ao seu professor ou discuta o material com um colega. 1) Qual a diferença entre uma matriz e um vetor? 2) Responda as questões seguintes considerando a matriz abaixo. a) Qual o tamanho de c? b) Qual o valor de c(2, 3)? c) Apresente os índices de todos os elementos cujo valor seja ) Determine o tamanho das seguintes matrizes. Verifique suas respostas criando as matrizes no Scilab. Observe que as últimas matrizes podem depender das definições de matrizes definidas anteriormente neste exercício. a) u = [ 10 20*%i ] b) v = [ -1; 20; 3 ] c) w = [ 1 0-9; 2-2 0; ] d) x = [ u v ] e) y(3, 3) = -7; 10
11 f) z = [ zeros(4, 1) ones(4, 1) zeros(1, 4) ]; g) v(4) = x(2, 1); 4) Qual o valor de w(2, 1) após a execução das declarações da questão 3? 5) Qual o valor de x(2, 1) após a execução das declarações da questão 3? 6) Qual o valor de y(2, 1) após a execução das declarações da questão 3? 7) Qual o valor de v(3)após a execução da declaração g)? Valores Especiais O Scilab tem diversos valores especiais predefinidos, que podem ser utilizados a qualquer momento, sem terem sido iniciados antes. Uma lista dos valores predefinidos mais comuns é dada na Tabela 2.2. Esses valores predefinidos são armazenados em variáveis permanentes, as quais não podem ser modificadas pelo programador. Tabela 2.1 Funções Scilab Úteis para Iniciar Variáveis Função Propósito %pi Retorna o número de ponto-flutuante mais próximo do valor de π. %i É a unidade imaginária usada nos números complexos; é o símbolo para. %inf Retorna uma representação para o infinito positivo; -%inf representa o infinito negativo. %nan Retorna uma representação para um resultado não numérico (not a number). Esta variável especial contém a data e a hora correntes na clock forma de um vetor-linha de 6 elementos, contento ano, mês, dia, hora, minuto e segundo. date Contém a data corrente em formato de cadeia de caracteres, como 14-Out %eps ans Exibindo Dados de Saída Este nome de variável abrevia epsílon. Ele representa a menor diferença entre dois números que pode ser representada no computador, ou seja, 2.220D-16. É uma variável especial, significa "resposta". A variável ans é criada automaticamente quando expressões não são atribuídas; ela contém a última expressão não-atribuída. 11
12 Existem muitas maneira de exibir dados de saída no Scilab. A mais simples é uma já vista - simplesmente não escreva o ponto e vírgula no final da declaração e eles serão ecoados na Janela do Console. Iremos agora explorar algumas outras maneiras de exibir dados A Função disp Outra maneira de exibir dados é a função disp. Ela aceita uma matriz como argumento e exibe o valor da matriz na Janela do Console. Se a matriz for uma cadeia de caracteres, então, a cadeia de caracteres contida na matriz é exibida, por exemplo: --> nome = [ "Rajesh Koothrappali" ]; -->disp(nome) Rajesh Koothrappali Esta função é frequentemente combinada com a função string (que converte um número em cadeia de caracteres) para criar mensagens exibidas na Janela do Console. Por exemplo, as declarações Scilab a seguir exibem "O valor de pi = " na Janela do Console. A primeira declaração cria uma cadeia de caracteres que contém a mensagem, e a segunda declaração exibe a mensagem. -->mensagem = "o valor de pi = " + string(%pi) mensagem = o valor de pi = Observação: quando se utiliza o operador + com cadeias de caracteres, tem-se como resultado a concatenação das cadeias Saída Estruturada Usando a Função printf Uma forma ainda mais flexível de exibir dados é a função printf. Esta função exibe um ou mais valores juntamente com o texto relacionado e permite ao programador controlar a maneira como os valores são exibidos. Sua forma geral, quando utilizada para exibir dados na Janela de Comandos, é: printf(formato, dado) onde formato é uma cadeia de caracteres descrevendo a maneira como os dados devem ser exibidos, e dado é composto por um ou mais escalares ou matrizes para exibição. A cadeia de caracteres formato contém o texto a ser apresentado, mais caracteres especiais descrevendo o formato dos dados. Por exemplo, a função printf("valor de pi = %f \n", %pi) apresenta valor de pi = , seguido de uma mudança de linha. Os caracteres %f são denomindos caracteres de conversão; indicam que um valor na lista de dados deveria ser apresentado em formato de ponto flutuante naquele local da cadeia 12
13 de formatação. Caracteres como o \n são denominados caracteres de escape. O caracteres \n indica que uma mudança de linha deve ser incluída, para que o texto seguinte inicie em uma nova linha. Alguns tipos de caracteres de conversão e de escape são apresentados na Tabela 2.4. Tabela 2.4 Caracteres Especiais Comuns em Cadeias de Caracteres de Formatação para o printf Caracteres de Resultados Formatação Exibe o valor com inteiro. Por exemplo: %d --> printf("%d", ) 3 Exibe o valor em formato exponencial. Por exemplo: %e --> printf("%e", ) e+00 Exibe o formato em ponto flutuante. Por exemplo: %f --> printf("%f", ) Exibe o valor em formato de ponto flutuante ou exponencial - o que for mais curto. %g --> printf("%g", ) \n Muda de linha. É também possível especificar a largura do campo de exibição de um número e o número de casas decimais a serem exibidas. Isto é feito especificando-se a largura e a precisão depois do sinal % e anes do f. Por exemplo, a função printf("o valor de pi = %6.2f", %pi) exibe O valor de pi = Os caracteres de conversão %6.2f indicam que o primeiro item de dados na função deveria ser apresentado em formato de ponto flutuante em um campo com seis caracteres de largura, incluindo dois dígitos depois do ponto decimal. Se o item de dados fosse negativo, o sinal também estaria incluído nos seis caracteres. Observe o trecho de programa: --> x = 2 + 6*%i x = i -->printf("complexo = %f", x) Complexo = >disp(x) 13
14 i A função printf tem uma limitação bastante significativa: ela somente exibe a porção real de um valor complexo. Essa limitação pode levar a resultados enganosos quando os cálculos produzem respostas complexas. Nesses casos, é melhor utilizar a função disp para exibir as respostas. No exemplo a seguir, as seguintes declarações calculam um valor complexo C1 e exibem esse valor utilizando printf e disp: --> C1 = 2 * (1-2*%i)^3; -->texto = "disp: C1 = " + string(c1); --->disp(texto) disp: C1 = -22+%i*4 -->printf("printf: C1 = %8.4f", C1) printf: C1 = Observação: a função printf ignorou a parte imaginária de C1. Erros de Programação A função printf exibe somente a parte real de um número complexo, que pode produzir resultados enganosos quando se trabalha com valores complexos Exemplos Conversão de Temperatura Construa um programa Scilab que leia uma temperatura de entrada em graus Fahrenheit, converta essa temperatura para um valor absoluto em Kelvin e escreva o resultado. Solução A relação entre temperatura em graus Fahrenheit (ºF) e temperatura em Kelvin (K) pode ser obtida de livros de Física. Ela é (2.5) Os livros de Física também nos dão valores de exemplo, nas duas escalas de temperatura, que podemos usar para verificar a operação de nosso programa. Dois desses valores são: Ponto de ebulição da água: 212 ºF = 373,15 K Ponto de sublimação do gelo seco: -110 ºF = 194,26 K 14
15 Nosso programa precisa efetuar os seguintes passos: 1. pedir para o usuário digitar a temperatura de entrada em ºF; 2. ler a temperatura de entrada; 3. calcular a temperatura em Kelvin usando a equação (2.5); 4. Escrever o resultado e terminar. Usaremos a função input para obter a temperatura em graus Fahrenheit e a função printf para escrever o resultado. Uma solução de programa é apresentada a seguir. // Variáveis do Programa - Dicionário de Dados // temp_f : temperatura em graus Fahrenheit // temp_k : temperatura em graus Kelvin // Solicite ao usuário a entrada da temperatura temp_f = input("digite a temperatura em graus Fahrenheit: "); // conversão para Kelvin temp_k = (5/9) * (temp_f - 32) ; // escrevendo o resultado printf("%6.2f graus Fahrenheit = %6.2f Kelvin.\n",... temp_f, temp_k); A seguir, temos dois exemplos de execuções deste programa. Exemplo 1 Digite a temperatura em graus Fahrenheit: graus Fahrenheit = Kelvin. Exemplo 2 Digite a temperatura em graus Fahrenheit: graus Fahrenheit = Kelvin. Neste programa, ecoamos os valores de entrada e escrevemos os valores de saída juntamente com as unidades. Os resultados desse programa só fazem sentidos se as unidades (graus Fahrenheit e Kelvin) forem incluídas com seus valores. Como regral geral, as unidades associadas a um dados de entrada devem ser sempre apresentadas junto com a solicitação de valor, e as unidade associadas a qualquer dado de saída devem ser apresentadas junto com o valor. 15
16 Boa Prática de Programação Sempre inclua as unidades apropriadas junto com os valores que você ler ou escrever em um programa. O programa do exemplo anterior exibe boas práticas de programação. Ele tem um dicionário de dados que define o significado de todas as variáveis no programa, utiliza nomes descritivos de variáveis, e unidades apropriadas são associadas a todos os valores apresentados. 16
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