PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP. Alex Pereira Leutério

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1 0 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Alex Pereira Leutério Estado de Exceção na obra de Giorgio Agamben: da politização da vida à comunidade que vem MESTRADO EM DIREITO SÃO PAULO 2014

2 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Alex Pereira Leutério Estado de Exceção na obra de Giorgio Agamben: da politização da vida à comunidade que vem MESTRADO EM DIREITO Dissertação apresentada à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Filosofia do Direito e do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Willis Santiago Guerra Filho. SÃO PAULO 2014

3 2 Banca Examinadora

4 3 À Natércia Carrano Leutério - minha esposa, razão do meu esforço -, pela paciência, pelo amor e pelas noites em claro. Ao meu orientador, Prof. Dr. Willis Santiago Guerra Filho, pela inestimável oportunidade de participar deste prestigiado curso de pós-graduação, bem como pelo surpreendente conhecimento cultural e jurídico, compartilhado em suas cativantes lições. A todos os meus professores do Programa de Pós- Graduação em Filosofia do Direito e do Estado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ao Deus vivo, o qual, por meio das minhas orações e da minha família, sempre me amparou, deu-me forças e que sabe que só posso ser o que sou. A todos que, de uma ou outra forma, direta ou indiretamente, contribuíram no percurso deste estudo.

5 4 O que está realmente em questão é, na verdade, a possibilidade de uma ação humana que se situe fora de toda relação com o direito, ação que não ponha, que não execute ou que não transgrida simplesmente o direito. Trata-se do que os franciscanos tinham em mente quando, em sua luta contra a hierarquia eclesiástica, reivindicavam a possibilidade de um uso de coisas que nunca advém direito, que nunca advém propriedade. E talvez política seja o nome desta dimensão que se abre a partir de tal perspectiva, o nome do livre uso do mundo. Mas tal uso não é algo como uma condição natural originária que se trata de restaurar. Ela está mais perto de algo novo, algo que é resultado de um corpo-a-corpo com os dispositivos do poder que procuram subjetivar, no direito, as ações humanas. Por isso tenho trabalhado recentemente sobre o conceito de profanação que, no direito romano, indicava o ato por meio do qual o que havia sido separado na esfera da religião e do sagrado voltava a ser restituído ao livre uso do homem. (Giorgio Agamben) O Estado de exceção, certamente não por acaso, tende cada vez mais a se apresentar em todo lado, com intensidade variada, como o paradigma de governo dominante na política contemporânea. O que não haveria outro modo de qualificar, se não pelo oxímoro Estado de não-direito, é a resposta imediata do poder estatal aos conflitos internos mais extremos, donde apresentar-se, paradoxalmente, como a forma legal daquilo que não pode ter forma legal, com a possibilidade aterrorizante de, a qualquer momento, qualquer um vir a ser tratado, pelos concidadãos ou agentes públicos, como os antigos romanos tratavam aqueles a quem imputavam a condição de homo sacer. (Willis Santiago Guerra Filho)

6 5 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO A POLITIZAÇÃO DA VIDA A distinção entre zoé e bíos Biopolítica e exceção SOBERANIA E ESTADO DE EXCEÇÃO A construção histórica do conceito de soberania Estado de Exceção em Carl Schmitt Estado de Exceção em Walter Benjamin Na Origem do drama barroco alemão (Trauerspielbuch) Nas Teses sobre o conceito de história A interpretação de Giorgio Agamben sobre o debate entre Carl Schmitt e Walter Benjamin Violência e Direito Ditadura comissária e ditadura soberana Estado de Exceção em Giorgio Agamben A exclusão inclusiva Estado de exceção e Direitos de exceção Linguagem e força de lei A relação de abandono Homo sacer O mulçumano e o campo (moderno) de concentração UMA NOVA FORMA-DE-VIDA E A COMUNIDADE QUE VEM CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

7 6 RESUMO Este trabalho tem por objetivo a investigação acerca do Estado de Exceção à luz das obras de Giorgio Agamben, no sentido de um instrumento capaz de, pelo direito, deter a vida e os direitos a ela inerentes pela sua própria suspensão, em espaço vazio de direito, uma zona de anomia. Assim, Agamben reporta historicamente a referida zona de indiferença a institutos de direito romano que produziam a paralisação da lei e, consequentemente, uma lacuna jurídica. Diante desta constatação, Agamben correlaciona tais institutos ao Estado de Exceção contemporâneo, o qual é, em verdade, permanente, posto que, neste vácuo, norma e a vida estão ligadas pela força-de-lei, que se aplica se desaplicando. Apontaremos que Agamben inicia seu raciocínio pelo exame do poder político e sua relação com vida biológica (zoé), pela análise de biopoder e pelo movimento de exclusão inclusiva de vida biológica no campo de vida política e direito. Em seguida, ressaltase que a obra política de Giorgio Agamben registra o famigerado debate entre Carl Schmitt e Walter Benjamin, acerca do poder soberano, donde se extrairá que o Estado de Exceção permanente e o campo são paradigmas da política contemporânea - assim como Auschwitz, homo sacer e Muselmann -, legitimados pela violência fundadora do direito, aqui discutidos nas considerações que se faz sobre biopolítica, vida nua, estado de exceção e força de lei, cuja solução, para Agamben, está em uma nova forma de vida, alcançada pela profanação, que espelha uma comunidade que vem, dotada da capacidade de desativar o mencionado biopoder, criador de a-bando-nados, e não vinculada necessariamente ao direito. Em conclusão, mediante os conceitos de profanação e inoperosidade, a proposta de Agamben revela-se algo totalmente novo, posto que essa comunidade que vem exige um novo ethos, um novo uso, uma desativação do velho uso, tornando-os inoperantes, porquanto o ser qualquer não vai ser nem um povo unido pelas suas semelhanças (os arianos, os negros, os índios) nem grupos ou subgrupos divididos, retalhados pelas diferenças, singularidade sem identidade, comum e absolutamente exposta, a caminho da contemplação efetiva da mensagem evangélica da zoé aiónios, da vida eterna. Palavras-chave: biopoder, linguagem, vida nua, poder soberano, estado de exceção, força de lei, forma-de-vida.

8 7 ABSTRACT This research objectives at the investigation of the state of emergency in the light of the work of Giorgio Agamben, in the sense of an instrument capable of, by law, stop the life and rights inherent to it by its own suspension in empty space of law, a zone of anomie. Thus, Agamben historically reports the zone of indifference from institutes of Roman law that produced the stoppage of the law and therefore a legal loophole. Given this finding, Agamben correlates such institutes to the state of contemporary Exception, which is, in fact, permanent, put that in this vacuum, standard and life are connected by force-in-law, which applies, diapplying. Will point out that Agamben begins his argument by examining the political power and its relation to biological life (zoé), analysis of biopower and the movement of inclusive exclusion of biological life in the field of politics and law. Then, we stress that the political work of Giorgio Agamben records the infamous debate between Carl Schmitt and Walter Benjamin, about the sovereign power, from which it extracts the state of permanent exception and the field are paradigms of contemporary politics - like Auschwitz, "homo sacer" and "Muselmann - legitimized by the founding violence of law, the considerations discussed here is done on biopolitics, bare life, the state of exception and force of law, whose solution, for Agamben, is a new form of life, achieved by the desecration, which reflects a community coming, endowed with the ability to disable biopower mentioned, creator of a-bando-ned, and not necessarily linked to the law. In conclusion, upon the concepts and profanation inoperosidade the proposed Agamben turns out something totally new, since this community requires that comes a new ethos, a new use, a shutdown of the old use, rendering them inoperable, since being any will be neither a people united by their similarities (aryans, africans, indians) or divided groups or subgroups, shredded by differences singularity without identity, common and absolutely exposed, the actual path of contemplation of the evangelicmessage of zoé aiónios, of eternal life. Palavras-chave: biopower, language, bare life, sovereign power, state of exception, force of law, form-of-live.

9 8 INTRODUÇÃO O século XX ostenta algumas peculiaridades marcantes que não podem ser comparadas com absolutamente nada na história da humanidade. Por primeiro, a grande revolução tecnológica que permitiu ao homem produzir armas de destruição em massa, as quais colocam a própria sobrevivência da espécie humana em xeque. O homem construiu a capacidade de se exterminar. Esse entendimento e conhecimento sobre a extinção só se efetiva por completo na mentalidade humana após as explosões das duas bombas atômicas no Japão. Por segundo, outra característica peculiar do século passado foram as construções dos campos de concentração e extermínio em massa. Auschwitz o impossível que se fez possível - provou que limites e fronteiras, categorias e conceitos, relacionados à escravidão e à dominação, à política e à ética, ao direito, à liberdade e à cidadania, que os antigos postulavam e que os modernos reescreveram, entraram em crise. É cediço que o holocausto é um marco terrível na sociedade ocidental e, diga-se de passagem, para toda a humanidade que, paradoxalmente, nasceu e foi executado quando a sociedade (moderna) já experimentava alto grau de desenvolvimento cultural. Como conceber os feitos realizados na Alemanha nazista contra os judeus e outras minorias, em guetos, campos de concentração e extermínio, câmaras de gás, fornos crematórios? Não há resposta suficiente para a compreensão deste fatídico evento. Assim sendo, os dois acontecimentos acima registrados, os quais se relacionam com a revolução da técnica e o surgimento dos campos de concentração colocaram os paradigmas tradicionais da concepção de Estado Moderno em crise. Como se não bastasse, já no século XXI, ocorre o ataque terrorista às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que resta eternizado na história dos Estados Unidos da América, bem como representa um grande marco na política nas democracias ocidentais, no que tange ao Estado enquanto garantidor de direitos. Por tal razão, podemos afirmar que o século XXI foi inaugurado em um panorama de insegurança, de medo, de violência generalizada e, enfim, de desrespeito a direitos

10 9 historicamente conquistados, motivo pelo qual o dito Estado de Direito tem sido intensamente objeto de pesquisa. Para melhor entendermos a justificativa ou o questionamento elaborado pelo tema acima exposto, e da presente pesquisa como um todo, entendemos indispensável que registrar uma breve biografia de Giorgio Agamben, um dos maiores filósofos da atualidade, porquanto sua doutrina muito contribui na compreensão os problemas conjunturais atuais, de uma nova política calcada, especialmente, na análise da soberania e do direito, sempre por uma faceta realista e por meio de críticas contundentes a diversos pensadores do passado. Assim, importa registrar que Giorgio Agamben nasceu em Roma, em 1942, formou-se em direito pela Universidade de Roma, em 1965, oportunidade em que apresentou um trabalho sobre o pensamento político de Simone Weil. Vale ainda destacar que Agamben atuou em filme chamado O evangelho segundo São Mateus (1964), dirigido pelo cineasta Pier Paolo Pasolini, no papel do apóstolo Filipe, o que indica a sua preocupação com temas relacionados à teologia - certamente um dos temas de mais difícil compreensão em sua obra ao lado do direito, os quais, posteriormente, sendo problematizados na dialética entre teologia política e teologia econômica. Em 1966, quando contava com apenas 24 anos, Agamben assistiu aos famigerados seminários sobre Hegel e Heráclito, os quais foram ministrados por Martin Heidegger - que, à época, figurava com 77 anos -, na vila de Le Thor, no sul da França, sendo que tal experiência fez com florescesse em Agamben a paixão pela filosofia, especificamente quanto à pura potencialidade. Com o passar dos anos, já na década de 1970, Agamben dirigiu seus estudos à linguagem e à cultura medieval, especialmente em Londres, na famigerada Warburg Institute Library. Cabe ainda destacar que, entre 1986 e 1993, Agamben foi professor associado de Estética na Universidade de Macerata, na Itália, e diretor de programa no College International de Philosophie, em Paris, oportunidade em que compartilhou da amizade de Jean-Luc Nancy, de Jacques

11 10 Derrida e de Jean-Francois Lyotard, pensadores estes ordinariamente citados em suas obras. Nos anos noventa, Agamben ministrou aulas de Estética na Universidade de Verona até 2003, quando se mudou para Veneza e passou a lecionar a mesma matéria na Facolta di Design e Arti della IUAV (Istituto Universitario di Architettura di Venezia), tornando-se Distinguished Professor da New York University, cargo ao qual renunciou em protesto contra a atual biopolítica migratória do governo estadunidense: o Homeland Securiiy Act, que não raramente é intensificado. Em busca de justificar a referida renúncia, Agamben escreveu um artigo que foi publicado no Le Monde, na edição de 11 de janeiro de 2004, denominado Non au tatouage biopolitique, no qual ele confrontou a condição político-jurídica do cidadão nas democracias hodiernas à do detento de Auschwitz. De 2003 a 2009, Agamben lecionou Estética e Filosofia, no mencionado Instituto Universitário de Arquitetura (IUAV) de Veneza, onde dirigiu a coleção "Quarta prosa" da editora Neri Pozza. Por fim, insta salientar que, em 2006, Agamben recebeu o Prix Européen de l'essai Charles Veillon pelo l'ensemble de son ceuvre, e é atualmente detentor da cadeira Baruch Spinoza na European Graduate School. Assim, Agamben pode ser qualificado como um filósofo que, partindo das linhas mestras de Aristóteles, contrasta-se a teoristas contemporâneos e se identifica com a figura da Itália renascentista, caminhando às margens da filosofia, da estética, da religião, da política, da ontologia, do direito e das artes, sendo que, genericamente, poderíamos afirmar que o objeto nuclear de Agamben é justamente a profanação do sagrado, a fim de que seja devolvido à comunidade humana tudo aquilo que, historicamente, foi subtraído ao uso comum por meio da sacralização, de modo que somente passou a se dedicar à filosofia política a partir da década de 1990, de maneira especial as indagações sobre o poder, sobre o homo sacer.

12 11 Diante das inúmeras reflexões acerca do capitalismo, das revoluções tecnológicas modernas e da lógica da segurança nas sociedades contemporâneas, para a compreensão dos argumentos dispensados por Agamben, mister se faz conhecimento de vários dos seus textos, assim como das obras por ele referenciadas, de modo que, a nosso ver, não há uma linha norteadora e sistemática entre capítulos e livros de sua autoria. Apesar das inúmeras obras de Agamben, cada qual com sua relevância para a compreensão da filosofia do autor, é na trilogia acerca do homo sacer, que Agamben, ganha especial atenção na filosofia jurídica, e para a presente pesquisa, porquanto renova o vínculo entre violência e direito, descrevendo os mecanismos de inclusão e exclusão - na verdade, exclusão inclusiva (esclusione inclusiva) - do indivíduo subjacentes a famigerada Teoria da Soberania e do Estado de Exceção, sempre com o intuito de demonstrar que a vida não mais pode ser reduzida a noções jurídicas, médicas ou científicas. Nesse diapasão, Agamben apresenta-nos sua teoria sobre o Estado de Exceção, incessantemente materializado por medidas de segurança relacionadas a fatos e acontecimentos excepcionais e que, como tais, deveriam ser reservadas a um espaço e tempo restritos, mas que, todavia, se tornam regras de uso permanente, enquanto técnicas de governo. Para Agamben, a mencionada manobra governamental retrata o caráter biopolítico do Estado de Exceção, pelo qual o direito inclui em si o vivente por meio de sua própria suspensão e que abala a ordem jurídica e a vida, a estreita relação entre a exceção jurídica e a lei, justamente porque a exceção que se tende a tornar-se a regra. Dessa forma, o objeto da presente pesquisa é o Estado de Exceção - onde a lei se relaciona com a vida por meio da sua própria suspensão (exceção jurídica) -, entendido como paradigma dominante de governo nas sociedades atuais. Vale dizer que a finalidade da pesquisa converge para os pensamentos agambenianos, por meio de conceitos que envolvem o Estado de Exceção e a Biopolítica, relacionando-os com a politização da vida nua. Dentro dessa

13 12 perspectiva, importa destacar que o presente trabalho perpassa uma análise bibliográfica de Agamben e, consequentemente, dos seus estudos sobre os filósofos do século XX, que passam por Hannah Arendt, Michel Foucault, Carl Schmitt e Walter Benjamin, cujos temas são relacionados a biopolítica, a estado de exceção, a homo sacer e a vida nua, os quais explicam a falência dos paradigmas do Estado Moderno e a crise das democracias contemporâneas. Dessa forma, o tema central aqui desenvolvido visa abordar e compreender o estado de exceção enquanto paradigma de governo que tem se tornado regra nas instituições políticas ao longo do tempo. Para Agamben, o estado de exceção é essencialmente um vazio de direito, um espaço anômico onde o que está em jogo é uma força-de-lei sem lei. Assim, buscar-se-á nesta pesquisa abordar a construção teórica sobre o estado de exceção, tendo como objetivo compreender, explicitar e analisar o seu caráter constitutivo de mecanismo de suspensão da ordem jurídica, como paradigma de governo, por meio do paradoxo da soberania (exceção como regra). Frente ao exposto, visamos compreender o estado de exceção em Giorgio Agamben, em uma análise crítica, em vista de explicitar as implicações decorrentes da configuração deste instituto jurídico, especialmente a negação dos direitos dos indivíduos, como condição para se repensar a política enquanto esfera definidora do humano e da humanidade. Diante desse panorama, o presente trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro capítulo trata da politização da vida e é dividido em dois tópicos, quais sejam: a importante (in)distinção entre zoé e bíos e biopolítica e exceção. Assim, partindo de uma releitura da filosofia clássica, Agamben traz à tona os conceitos de zoé e de biós e demonstra que o primeiro se refere ao simples fato de viver, enquanto o segundo se refere à vida qualificada, à vida do indivíduo ou do grupo. Tal dicotomia auxilia na compreensão da noção de biopolítica contemporânea, no sentido daquela que, segundo ele, relega seres humanos à condição de banimento e forma uma verdadeira barreira entre os banidos e os nãobanidos, os que vivem uma vida desqualificada e os que vivem uma vida

14 13 qualificada. Além disto, buscaremos destacar pontos de contato e de divergências entre os pensadores aqui relacionados, justamente para identificarmos que, em Agamben, a produção de um corpo biopolítico não é inauguração moderna, mas atividade originária do poder soberano. O segundo capítulo é desenvolvido a partir dos posicionamentos de dois grandes teóricos de suma importância ao pensamento agambeniano, quais sejam, Carl Schmitt e Walter Benjamin. Assim, percorreremos as posições desses dois pensadores no que tange o tema da exceção jurídica, do soberano, do paradoxo da soberania, enquanto espaço da (in)decisão soberana, na configuração do estado de exceção. Cremos relevante consignar o famigerado debate entre Schmitt e Benjamin sobre o qual o pensador italiano tem por cenário no desenvolvimento da sua obra Estado de exceção, entendido como paradigma de governo no mundo ocidental. Uma vez conhecida a posição de Schmitt e de Benjamin acerca do estado de exceção, exporemos a interpretação de Agamben sobre o estado de exceção, notadamente sobre a exclusão inclusiva, sobre a relação entre estado de exceção e direitos de exceção e sobre a questão da linguagem e força-de-lei que envolve os mecanismos de suspensão da lei, posto que Agamben não aceita a ideia da decidibilidade humana, demandada pelo juspositivismo, que afasta a presença de lacunas e, assim, não apresenta exceções, de sorte que, em tese, abrangeria todos os fenômenos sociais, ainda que ausente no ordenamento jurídico, por meio de hermenêutica - por analogia, por costumes e por princípios gerais do direito-, quando ele afirma que há uma abertura que a lei dá à exceção, à decretação do estado de exceção pelo soberano. Isto porque o estado de exceção é, para o soberano, tão vital quanto o é, na outra ponta, a existência do homo sacer, pois se a permanência do soberano implica na possibilidade que ele tem de decidir sobre a não exceção, ela implica, também, necessariamente, na possibilidade que ele tem de decidir sobre a exceção. E mais, determinar a suspensão da regra (a exceção) significa garantir a continuidade da regra, na medida em que tal determinação se justifica pela ameaça que sofre o estado da não exceção.

15 14 Diante do contexto acima declarado, um paradigma dominante de política sob a égide do estado de exceção, Giorgio Agamben denuncia as práticas empregadas, inicialmente usadas como medidas de segurança, ligadas a fatos e acontecimentos excepcionais que deveriam ser reservadas a um espaço e tempo restritos que, no entanto, se tornam regras de uso permanente, o que simboliza o caráter biopolítico do estado de exceção, entendido enquanto estrutura original na qual o direito inclui em si o vivente por meio de sua própria suspensão, isto é, a lei que se relaciona com a vida por meio da sua própria suspensão (exceção jurídica). Ainda no segundo capítulo, elucidaremos a relação de abandono e os paradigmas eleitos por Agamben, a fim de ilustrar a vida nua gerada pelo biopoder, a saber: Homo sacer, o muçulmano, o campo de concentração e a condição de vida nua do cidadão moderno, figuras estas que permitem visualizar que se o homem ultrapassar a barreira da sua própria humanidade, então, ele deixaria de ser humano para se tornar o inumano incapaz de distinguir o que seria certo ou errado e, portanto, não poderíamos falar de uma fundamentação ética, de sorte que a crise da ética contemporânea é a crise da política e dos estados modernos. Os campos de concentração refletem esta crise, pois transformaram homens numa espécie de nãohomem, fenômeno este explicado por Agamben por meio de paradigmas, em seu sentido original no grego - exemplo. Assim, Auschwitz, homo sacer e Muselmann são exemplos para compreendermos os acontecimentos modernos e contemporâneos que envolvem a política e a ética. Por fim, no terceiro e último capítulo, diante da afirmação do citado fracasso da concepção moderna de estado, no sentido de que o estado de exceção constitui paradigma de governabilidade inserido em espaço anômico onde o que está em jogo é uma força-de-lei sem lei - que é a antítese da própria lei, porque obriga sem reunir condições formais para fazê-lo,torna a vida do vivente em vida nua, mediante a negação de direitos historicamente conquistados, Agamben apresenta uma alternativa de comunidade política baseada em uma nova forma-devida, na qual se elimina toda e qualquer singularidade que nos cercam e nos identificam, como, por exemplo, negro, branco, índio, cristão, muçulmano, judeu, brasileiro, francês, americano. É dizer, Agamben sinaliza uma nova forma-de-vida que, por meio da profanação, constituirá a comunidade que vem, dotada da

16 15 capacidade de desativar o mencionado biopoder, criador de a-bando-nados, e não vinculada necessariamente ao direito, concluindo que a profanação do improfanável é a tarefa política da geração que vem, porquanto profanar consiste em devolver ao uso comum o que está consagrado, colocar ao uso livre dos homens, ao uso comum, de modo a tornar inoperante a operosidade dos dispositivos biopolíticos que incidem diretamente na vida humana tornada vida nua na contemporaneidade, em prestígio a uma comunidade formada por singularidades quaisquer, instaurando-se algo totalmente novo, novo ethos, um novo uso, uma comunidade que vem. Insta ressaltar que, nas considerações finais, apontaremos nossas reflexões acerca dos fundamentos da teoria agambeniana e expor, por consequência, nossas próprias conclusões quanto às propostas por ele apresentadas.

17 16 1. A POLITIZAÇÃO DA VIDA Desde o final do século passado, as obras de Giorgio Agamben, filósofo e jurista italiano, têm sido objeto de estudo de bancos acadêmicos do mundo inteiro, notadamente após a publicação de Homo sacer: o poder soberano e a vida nua, com tradução em português 1, obra com grande e expressa influência Hannah Arendt e, especialmente, de Michel Foucault, acerca da politização moderna da vida biológica, isto é, as questões que emergem acerca da problemática da biopolítica. Assim sendo, a partir dos escritos de Hannah Arendt, Giorgio Agamben investiga os dispositivos jurídicos pelos quais a política captura a vida e os estados totalitários, por meio das teorias da soberania de Carl Schmitt e de Walter Benjamin. Com base nos mencionados pensadores, Agamben tece considerações sobre biopolítica e da sua abordagem foucaultiana, explicita novas categorias desta como a vida nua, amplia e confronta esta problemática com a questão do estado de exceção enquanto espaço anômico, paradigma das sociedades e as consequências de tal instituto, no sentido de elaborar um diagnóstico para os tempos hodiernos, o que não foi explorado por Michel Foucault e Hannah Arendt. Nesse sentido, Agamben descreve que Foucault procurou explicitar o processo em que a política passa a ser biopolítica - na obra História da sexualidade I: a vontade de saber -, isto é, quando a vida natural é inserida nos mecanismos e cálculos do poder estatal, visto que, o homem, enquanto ser vivente, é um animal político, capaz de existência política, na qual própria vida de ser vivo está em questão. No que toca à Hannah Arendt, Agamben analisa que: Que a pesquisa de Arendt tenha permanecido praticamente sem seguimento e que Foucault tenha podido abrir suas escavações sobre a biopolítica sem nenhuma referência a ela, é testemunho das 1 Giorgio Agamben, Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

18 17 dificuldades e resistências que o pensamento deveria superar nesse âmbito. E justamente a essas dificuldades devem-se provavelmente tanto o fato de que, em The human condition, a autora curiosamente não estabelece nenhuma conexão com as penetrantes análises que precedentemente havia dedicado ao poder totalitário (das quais está ausente toda e qualquer perspectiva biopolítica), quanto a circunstância, também singular, de que Foucault jamais tenha deslocado a sua investigação para as áreas por excelência da biopolítica moderna: o campo de concentração e a estrutura dos grandes estados totalitários do Novecentos. 2 Interessante registrar que, para Edgardo Castro, a tarefa que se propõe a obra Homo Sacer de Agambem é justamente abordar o que se passou sem resposta no trabalho de Foucault e Arendt 3, principalmente a relação sobre as técnicas políticas e as formas de subjetividade e, consequentemente, sobre a relação entre biopolítica e soberania, o que implica em observar como vida nua está inscrita nos dispositivos do poder soberano. Como resultado disto, a politização da zoé deixa de ser mais uma novidade da Modernidade e sua cronologia coincide com a existência da soberania. 4 De fato, o propósito central da pesquisa de Agamben reside no oculto ponto de intersecção entre o modelo jurídico-institucional e o modelo biopolítico do biopoder 5, cujo exercício reflexivo requer necessariamente que se interrogue acerca da relação entre a vida nua e a política, haja vista que é desta relação que emanam as formas ocultas de governabilidade, as secretas ideologias presentes no contexto da modernidade. Somente em um horizonte biopolítico, de fato, será possível decidir se as categorias sobre cujas oposições fundou-se a política moderna (direita/esquerda; privado/público; absolutismo/democracia etc.), e 2 Giorgio Agamben, Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p Edgardo Castro. Giorgio Agamben: una arqueología de la potencia. Buenos Aires: Jorge Baudino Ediciones, UNSAM EDITA de Universidad Nacional de General San Martín, 2008, p Edgardo Castro. Giorgio Agamben: una arqueología de la potencia. Buenos Aires: Jorge Baudino Ediciones, UNSAM EDITA de Universidad Nacional de General San Martín, 2008, p Giorgio Agamben, Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 14.

19 18 que se foram progressivamente esfumando a ponto de entrarem hoje numa verdadeira e própria zona de indiscernibilidade, deverão ser definitivamente abandonadas ou poderão eventualmente reencontrar o significado que naquele próprio horizonte haviam perdido. 6 Assim, diante desse contexto, há que se remover, erguer o véu que cobre e oculta essa zona incerta como condição para se compreender de fato [...] o que está em jogo na diferença ou na suposta diferença entre o poder político e o jurídico e entre o direito e o vivente 7, uma zona de indiferença, o estado de exceção que emerge e tende a tornar-se, por fim, a regra, como o paradigma de governo dominante na política contemporânea, tema este profundamente desenvolvido na obra Estado de exceção, Homo sacer II. Nela, Agamben explicita, reconstrói e desenvolve seu estudo sobre a figura jurídico-política do estado de exceção, conceituando-a como uma zona de indistinção que está dentro e fora do direito. Em ambas as obras, Agamben comenta que a vida humana é capturada como mera vida nua. Ao ser suspendido o direito, a vida fica desprotegida como pura vida natural. Entretanto, a captura da vida humana na exceção revela também a potência da vontade soberana que tem o poder de suspender a ordem jurídica e, como consequência, os direitos e a politização da vida. Roberto Esposito, em sua obra Bios: biopolítica e filosofia, desenvolve uma história conceitual da biopolítica e destaca que temos, por um lado, uma biopolítica negativa, na qual a vida é objeto da biopolítica, e, por outro lado, uma biopolítica positiva, em que esta é entendida como sujeito. De acordo com mencionado pensador, provavelmente quem primeiro empregou o termo biopolítica foi o sueco Rudolf Kjellén, a quem também se atribui a criação do conceito de geopolítica. 6 Giorgio Agamben, Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p Giorgio Agamben. Estado de exceção, Tradução de Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004, p. 12.

20 19 Assim, Esposito menciona que A exigência geopolítica ostenta estreita ligação com uma concepção organicista inconciliável com as teorias constitucionais de matriz liberal. Enquanto estas representam o Estado como produto artificial de uma livre escolha dos indivíduos que lhe dão de instintos e impulsos naturais. Já nesta transformação da ideia de Estado segundo o qual este não é mais sujeito de direito nascido de um contrato voluntário mas um conjunto integrado de homens que se comportam como um único indivíduo simultaneamente espiritual e corpóreo, é reconhecível o núcleo originário da semântica biopolítica. 8 Em conformidade com Rudolf Kjellén: Esta tensão característica da própria vida [...] levou-me a denominar tal disciplina biopólítica, por analogia com a ciência da vida, a biologia; isto compreende-se tanto melhor quando se considera que a palavra grega <<bíos>> designa não só a vida natural, física, mas ainda e em medida igualmente significativa a vida cultural. Esta designação visa também exprimir aquela dependência das leis da vida que a sociedade aqui manifesta e que promove o próprio Estado, mais do que qualquer outra coisa, ao papel de árbitro ou, pelo mesmo, de mediador. 9 A tese central supracitada, na acepção exposta por Roberto Esposito, é de fundamental importância para situar e limitar a própria exposição elaborada por Michel Foucault, a partir da qual ele recolocou em pauta, requalificou o conceito e, consequentemente, influiu sobre a política na reflexão contemporânea. Face ao exposto por Rudolf Kjellén, Edgardo Castro aponta que o desenvolvimento da biopolítica compreendem duas etapas, sendo que na primeira etapa, o termo biopolítica faz referência a uma concepção da sociedade de estado e da política em termos biológicos e na segunda etapa o termo biopolitica é utilizado 8 Roberto Esposito. Bios: Biopolítica e Filosofia. Tradução M. Freitas da Costa. Biblioteca Nacional de Portugal. Edições 70 LDA. 2010, p Rudolf Kjellén apud Roberto Esposito. Bios: Biopolítica e Filosofia. Tradução M. Freitas da Costa. Biblioteca Nacional de Portugal. Edições 70 LDA. 2010, p

21 20 para representar a forma como o estado, a política e o governo assumem a vida biológica do homem. 10 Importa registrar que, entre 1970 e 1984, inaugura-se um novo e importante estágio nas investigações e abordagens empreendidas por Michel Foucault, na oportunidade em que ministrou treze cursos no Collège de France, sendo que a categoria biopolítica foi abordada pela primeira vez na obra de Michel Foucault no ano de 1974, ano em que proferiu uma conferência no Rio de Janeiro, na qual discorreu sobre O nascimento da medicina social 11 e, já na Microfísica do poder, descreve que: Minha hipótese é que com o capitalismo não se deu a passagem de uma medicina coletiva para uma medicina privada, mas justamente o contrário; que o capitalismo desenvolvendo-se em fins do século XVIII e início do século XIX, socializou um primeiro objeto que foi o corpo enquanto força de produção, força de trabalho. O controle da sociedade sobre os indivíduos não se opera simplesmente pela consciência ou pela ideologia, mas começa no corpo, com o corpo. Foi no biológico, no somático, no corporal que, antes de tudo, investiu a sociedade capitalista. O corpo é uma realidade bio-política. A medicina é uma estratégia bio-política. 12 Em 1976, com a publicação da obra História da sexualidade: a vontade de saber, Foucault detalha minuciosamente suas investigações sobre a modernidade e, neste mesmo ano, ministrou o curso Em defesa da sociedade, na qual apresenta duas formas de poder, a saber: o poder disciplinar (exposto em Vigiar e punir), que se aplica ao corpo por meio das técnicas de vigilância e de instituições punitivas, e o biopoder, que captura a vida em sentido massificante e totalizante. 10 Edgardo Castro. Lecturas foucaulteanas: una historia conceptual de la biopolítica. La Plata: UNIPE: Editorial Universitaria, 2011, p Com relação ao tema da biopolítica, Foucault ministrou três cursos proferidos no Collège de France, quais sejam: curso de , Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999; curso de , Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008; curso de , Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, Michel Foucault. Microfísica do poder. Org. e Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. 80.

22 21 Segundo Agamben, Foucault mostrou como, numa sociedade disciplinar, os dispositivos visam, através de uma série de práticas e de discursos, de saberes e de exercícios, à criação de corpos dóceis, mas livres, que assume a sua identidade e a sua liberdade de sujeitos no próprio processo do seu assujeitamento. 13 Na obra Em defesa da sociedade, Michel Foucault afirma que um dos fenômenos fundamentais do século XIX é a assunção da vida pelo poder, no sentido de uma tomada de poder sobre o homem enquanto ser vivo, o que pode ser entendido como a estatização do biológico, ocorrendo uma transformação central nos mecanismos de poder, que compreende em si uma sistemática que se destina a produzir forças e a fazer crescer, ordená-las, mais do que propriamente em contê-las ou mesmo em destruí-las. É dizer, trata-se de gerir a vida, muito mais que do que exigir ou produzir a morte. E mesmo quando se exige, se produz a morte, se dá, paradoxalmente, em nome e em defesa da vida que esse poder se encarregou de administrar. Assim, Foucault declara que, no citado contexto de regime de poder, as guerras já não se travam em nome do soberano a ser defendido; travam-se em nome da existência de todos; populações inteiras são levadas à destruição mútua em nome da necessidade de viver. Os massacres se tornaram vitais. 14 Dessa forma, pode-se afirmar que, em poucas linhas, se, inicialmente a análise das tecnologias de poder, nos séculos XVII e XVIII, eram essencialmente centradas no corpo de forma individualizada, sendo que, no final do século XVIII, surgiram técnicas de racionalização e de economia entendidas como emanação de um poder que diz respeito diretamente à vida dos homens, não diretamente ao homem-corpo, mas ao homem ser vivo, espécie, que passa a abarcar a multiplicidade dos homens na medida em que compõe uma massa global afetada por processos (como o nascimento, a morte, a produção, a doença) ligados à vida, 13 Giorgio Agamben. O que é contemporâneo? e outros ensaios. Tradução Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009, p Michel Foucault. História da sexualidade I: a vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1998, p. 149.

23 22 em sentido de espécie, à população. A esta técnica que se refere de modo imediato ao viver do humano, Michel Foucault designará como uma biopolítica da espécie humana, na qual se busca os processos biológicos do homem-espécie e se assegura sobre eles não uma disciplina, mas uma regulamentação. 15 Edgardo Castro ressalta que os conceitos de biopoder e biopolítica propostos por Foucault referem-se ao processo pelo qual, com a formação dos estados nacionais modernos, a política assume, em seus cálculos e mecanismos, a vida biológica dos indivíduos e populações A distinção entre zoé e bíos Como dito, na obra Homo sacer: o poder soberano e a vida nua, Giorgio Agamben desenvolve a relação entre a política e a vida, partindo do conceito de vida para os antigos gregos. Assim, rememora e destaca que os gregos não possuíam um termo único para exprimir o que nós queremos dizer com a palavra vida 17, isto é, se referiam à vida com dois termos, a saber: zoé e bíos. Vale lembrar que o termo zoé referia-se à vida como um simples fato de viver, o fato da vida em sentido natural, a vida biológica, a vida nua, de todos os seres vivos. Por sua vez, bíos significava a vida qualificada, uma forma-de-vida ética e politicamente qualificada. E esta distinção entre zoé e bíos revela-se 15 Michel Foucault. Em defesa da sociedade. Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p No original Foucault, en efecto, con los conceptos de biopoder y biopolítica hace referencia al proceso por el cual, con la formación de los estados nacionales modernos, la política se hace cargo, en sus cálculos y mecanismos, de la vida biológica de los individuos y de las poblaciones. Edgardo Castro. Giorgio Agamben: una arqueología de la potencia. Buenos Aires: Jorge Baudino Ediciones, UNSAM EDITA de Universidad Nacional de General San Martín, 2008, p Giorgio Agamben. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 9.

24 23 extremamente importante para a presente pesquisa, pois, para Foucault, para Arendt e também para Agamben, o objeto da política na modernidade não é o bíos, mas a zoé, fenômeno este representado pelos campos de concentração e pelas estruturas dos estados totalitários do século XX. A consequência imediata disso aponta para o fato que a politização da zoé não é mais um evento que se dá estrita e necessariamente na modernidade. Não é algo original desta época em seu aspecto cronológico, mas coincide, exatamente, com a existência da soberania e isso quer dizer que há uma estreita, mesmo que dissimulada e oculta, relação entre poder soberano e a produção da biopolítica como evento presente desde sempre na vida dos viventes. Nesta senda, afirma Agamben: A tese foucaultiana deverá, então, ser corrigida ou, pelo menos, integrada, no sentido de que aquilo que caracteriza a política moderna não é tanto a inclusão da zoé na pólis, em si antiguíssima, nem simplesmente o fato de que a vida como tal venha a ser um objeto eminente dos cálculos e das previsões do poder estatal; decisivo é, sobretudo, o fato de que, lado a lado com o processo pelo qual a exceção se torna em todos os lugares a regra, o espaço da vida nua, situado originariamente à margem do ordenamento, vem progressivamente a coincidir com o espaço político, e exclusão e inclusão, externo e interno, bíos e zoé, direito e fato entram em uma zona de irredutível indistinção. 18 Agamben vai além, postula e aponta uma continuidade de fundo, inerente entre o poder soberano e a biopolítica, e insere uma figura do antigo direito romano, o homo sacer, enquanto expressão da vida nua que carrega em si os atributos de detentor da vida matável e insacrificável, ao mesmo tempo. Isto porque frente a essa transformação que ocorre na esfera do direito, da passagem da lógica da soberania para a lógica biopolítica, pode-se inferir que: À luz dessas considerações precedentes, entre as duas fórmulas insinua-se uma terceira, que define o caráter mais específico da biopolítica do século XX: já não fazer morrer, nem fazer viver, mas fazer sobreviver. Nem a vida nem a morte, mas a produção de uma 18 Giorgio Agamben. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 16.

25 24 sobrevivência modulável e virtualmente infinita constitui a tarefa decisiva do biopoder em nosso tempo. 19 Portanto, na idade da biopolítica a vida é reduzida à mera sobrevida, sobrevivência e, dessa forma, o poder soberano de decidir sobre a exceção tornase, por assim dizer, o poder de decidir sobre a vida. 1.2 Biopolítica e exceção Como anteriormente mencionado, a transformação da política, segundo Foucault, deu-se por meio do surgimento de técnicas disciplinares quanto ao indivíduo e, ato contínuo, pela biopolítica quanto à população: a fabricação de corpos submissos e exercitados, ou seja, de corpos dóceis. 20 Deste modo, questiona-se como se relacionam norma e disciplina, bem como entre norma e biopolítica, de maneira a as relacionarmos à exceção. Antes, cabe lembrar que, para Foucault, tanto disciplina quanto biopolítica resultam no surgimento de uma sociedade normalizadora em paralelo a uma regressão jurídica 21, de sorte que esse biopoder normalizador não mais opera por meio da superação do suplício, senão por meio de uma regulação normalizadora que administra e patrocina a vida dos sujeitos, e não pela lei. 19 Giorgio Agamben. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2008, p Michel Foucault. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 36 ed. Rio de Janeiro: Vozes, p Uma sociedade normalizadora é o efeito histórico de uma tecnologia de poder centrada na vida. Por referência às sociedades que conhecemos até o século XVIII, nós entramos em uma fase de regressão jurídica; as Constituições escritas no mundo inteiro a partir da Revolução francesa, os Códigos redigidos e reformados, toda uma atividade legislativa permanente e ruidosa não devem iludir-nos: são formas que tornam aceitável um poder essencialmente normalizador. Michel Foucault. História da sexualidade I: vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 19. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988, p. 157.

26 25 Ricardo Marcelo Fonseca declara que: (...) a sociedade de normalização não é um conceito ou uma categoria que conste dos manuais de teoria do Estado ou de teoria do direito tradicionais. Seu significado é algo ignorado e até mesmo algo um tanto difícil de ser assimilado pelo jurista: afinal, como é possível conceber um poder alheio ao direito ou, o que é pior, um poder (do qual o discurso jurídico nunca dera conta antes) que se incorpora e absorve o discurso jurídico? 22 Talvez por isso Foucault alerta que o direito, preciso examiná-lo, creio eu, não sob o aspecto de uma legitimidade a ser fixada, mas sob o aspecto dos procedimentos de sujeição que ele põe em prática. 23 É dizer, ao invés de operar por meio de um vínculo histórico com a soberania 24, a lei agora opera, segundo a teoria foucaultiana, de acordo com o confronto entre direito e disciplina 25, no sentido de que a legalidade não está mais intrinsecamente ligada à soberania, mas sim como elemento de complementaridade dos mecanismos de normalização. Com efeito, Foucault anota que: Essa diversidade não implica no fato de que essas duas formas de poder não possam se entrelaçar, se implicar e se enredar, formando uma teia de dominação/sujeição complexa, cujos efeitos recaem não só sobre os limites da ação livre dos sujeitos (como quer fazer crer o princípio da legalidade vigente em todas as Constituições modernas) 22 Ricardo Marcelo Fonseca. Foucault, o direito e a sociedade de normalização. Crítica da modernidade: diálogos com o direito. Organização de Ricardo Marcelo Fonseca. Florianópolis: Fundação Boiteux, p Michel Foucault. Em defesa da sociedade. Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p Foucault persiste em... uma nova mecânica do poder, que tem procedimentos bem particulares, instrumentos totalmente novos, uma aparelhagem muito diferente e que, acho eu, é absolutamente incompatível com as relações de soberania. Michel Foucault. Em defesa da sociedade. Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p Catherine Mills. Biopolitics, liberal eugenics, and nihilism. Matthew Calarco; Steven DeCaroli (ed.). Giorgio Agamben: sovereignty and life. Stanford, California: Stanford University Press, 2007, p. 185.

27 26 mas também incidem sobre os indivíduos e sobre as populações subjetivando-as e objetivando-as. 26 Dessarte, percebe-se que a normalização é concomitantemente totalizadora e individualizadora, quando de sua operação, porquanto o indivíduo é simultaneamente um efeito e um veículo do biopoder. Agamben, contudo, preocupa-se mais com a lei e com as condições de sua aplicação ou suspensão, ou seja, com a exceção. 27 Em outras palavras, parece que a concepção de Foucault, quanto à integração da vida e da lei no biopoder, mantém uma ambivalência direcionada ao papel do poder soberano dentro da emergência de uma sociedade normalizadora, ao passo que para Agamben é justamente a lógica da soberania que irremediavelmente vincula lei a vida. Assim sendo, o biopoder não resulta numa radical transformação da racionalidade do poder de um direito de morte para patrocinar a vida, mas, ao contrário, é simplesmente a clara manifestação da lógica da soberania no coração da ordem jurídico-política da democracia liberal, vigente, mas sem qualquer significado, esvaziada de todo conteúdo e autoridade regulatória, além de uma violência nua. De qualquer forma, oportuno destacar que o biopoder é, no mínimo, tão antigo quanto à exceção soberana, de sorte que a produção de um corpo biopolítico revela-se a própria atividade originária do poder soberano, expondo a obscura relação entre a soberania e o biopoder na vida nua, enquanto realização do estado de exceção como a situação normal na política atual. 26 Ricardo Marcelo Fonseca. Foucault, o direito e a sociedade de normalização. Crítica da modernidade: diálogos com o direito. Organização de Ricardo Marcelo Fonseca. Florianópólis: Fundação Boiteux, 2005, p Catherine Mills. Biopolitics, liberal eugenics, and nihilism. Matthew Calarco; Steven DeCaroli (ed.). Giorgio Agamben: sovereignty and life. Stanford, California: Stanford University Press, 2007, p. 189.

28 27 2. SOBERANIA E ESTADO DE EXCEÇÃO 2.1 O construção histórica do conceito de soberania O conceito de soberania é com freqüência associado pelos doutrinadores da filosofia política ao nome de Jean Bodin 28, cujo termo soberano alcança uma conotação definitiva, que ressoa até hoje no vocabulário da filosofia e da ciência política. Para Bodin, não pode existir Estado sem poder soberano. O poder em que se encarna a soberania é o do imperante 29, porquanto o Estado é um governo justo de muitas famílias e daquilo que lhes é comum, com poder soberano A teoria bodiniana da soberania está descrita no Método para a fácil compreensão da história (1566) e detalhadamente desenvolvida em Os Seis Livros da República (1576). Alberto Ribeiro de Barros. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo: Unimarco Editora, p. 28. Vide também: A primeira obra teórica a desenvolver o conceito de soberania foi "Les Six Livres de la République", de JEAN BODIN, havendo inúmeras fontes que apontam o ano de 1576 como o do aparecimento dessa obra. A leitura dos seis livros, que contêm apreciações e conclusões de caráter teórico, ao lado de fartas referências a ocorrências históricas citadas em apoio da teoria, deixa entrever que BODIN tomou como padrão, sobretudo, a situação da França, fazendo a constatação e ajustificação dos costumes e completando-as com apreciações que não são mais do que a revelação de sua própria concepção do que haveria de ser a autoridade real. Inicia-se o Livro I com a conceituação da República, como um direito de governo de muitas famílias e do que lhes é comum, com um poder soberano. E o Capítulo VIII do Livro I é totalmente dedicado ao esclarecimento do conceito de soberania. Diz BODIN: É necessário formular a definição de soberania, porque não há qualquer jurisconsulto, nem filósofo político, que a tenha definido e, no entanto, é o ponto principal e o mais necessário de ser entendido no trabalho da República. Esclarece então que a soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma República, palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em relação aos que manipulam todos os negócios de estado de uma República. Como se vê, a expressão República equivale ao moderno significado de Estado. Nosso estudo foi baseado numa edição francesa de 1583, com introdução em Latim e os seis livros em francês. Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de teoria geral do Estado. 20.ed. São Paulo: Saraiva, 1998, p Artur Machado Paupério. O conceito polêmico de soberania. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1958, p Norberto Bobbio. Estado, governo, sociedade; por uma teoria geral da política. Tradução de Marco Aurélio Nogueira. 11.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004, p. 81.

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