Génese e História do DIP
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- Thiago Stachinski Ramires
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1 Génese e História do DIP
2 Génese e desenvolvimento histórico O Direito Internacional Privado não é legado dos romanos Acesso ao jus civile reservado aos latinos O jus gentium Conflitos de leis Princípio da personalidade vs princípio da territorialidade
3 Origens do DIP moderno: fim do séc. XIII A partir do séc. XI, cidades da Itália do Norte começaram a reduzir a escrito o seu direito consuetudinário e a compilar os seus estatutos Falta de regulamentação uniforme Qual o estatuto aplicável em caso de conflito?
4 O movimento estatutário Finais do séc. XIII intensa elaboração doutrinal Teoria dos estatutos (primeira tentativa de resolução de conflitos de sistemas jurídicos baseada no princípio do reconhecimento e da aplicabilidade do direito estrangeiro pelo juiz local)
5 Fase dos post-glosadores (última metade do séc. XIII até ao fim do séc. XVIII) Texto dos estatutos e costumes como ponto de partida
6 1. Escola italiana (sécs. XIV-XVI) Comentários aos textos do direito romano Teoria dos conflitos de estatutos: - 1.ª distinção: processo e fundo da causa Bártolo faz a distinção entre estatutos que dispõem relativamente às pessoas (extraterritoriais) e que dispõem relativamente às coisas (territoriais)
7 Contratos locus regit actum Substância e efeitos das obrigações: 1) efeitos imediatos - locus regit actum 2) efeitos ulteriores - direito do lugar da execução, se as partes escolheram; ou - direito do lugar onde o processo corre, se nada foi estipulado. Forma do processo lex fori Testamento - lugar onde é feito, para a forma e para interpretação da vontade do de cujus
8 Escola francesa (sécs. XVI a XVIII) Dumoulin Princípio da autonomia da vontade Livre escolha pelas partes matérias reguladas por normas supletivas
9 D Argentré Princípio da territorialidade A lei só obriga dentro do território onde se exerce a soberania de quem a formula, mas aí obriga todos, quer nacionais, quer estrangeiros Estatutos reais territoriais Estatutos pessoais extraterritoriais Desigualdade das duas categorias em princípio todos os costumes são reais
10 Escola holandesa (séc. XVII) Ulrich Huber, Paulo e João Voet Doutrina territorialista + conceito de soberania
11 As leis de cada Estado operam nesse Estado e obrigam a todos os súbditos desse Estado; Súbditos de um Estado são todos aqueles que se encontram no território desse Estado, residentes ou não; Por cortesia, os soberanos dos Estados conduzem-se de modo a que as leis de cada país, depois de aplicadas dentro das suas fronteiras, conservem a sua eficácia em toda a parte, desde que não cause prejuízo para os direitos de um outro soberano ou dos seus cidadãos.
12 Os Estados gozam da máxima liberdade na fixação das regras de conflitos O Estado, por cortesia, pode ordenar aos seus juízes que apliquem ocasionalmente leis estrangeiras
13 Conclusão: a teoria dos estatutos não foi propriamente uma teoria do DIP Traços comuns: 1) partir da regra legal considerada em si mesma; 2) estabelecer princípios universalmente válidos. Embora ( ) a teoria dos estatutos tivesse o natural destino evolutivo de ser substituída ( ) a sua elaboração doutrinal de cinco séculos sobre o facto real dos conflitos de leis foi de inestimável valor para a formação da ciência do DIP, deixando resultados, que a verdade histórica manda registar (Machado Vilela)
14 O século XIX e a ciência do DIP DIP legal ou positivo Ideia de comunidade de direito entre os diversos Estados Todo o problema de conflitos de leis deve ser resolvido independentemente da nacionalidade das leis em contacto com a situação
15 Sistema de Savigny A que direito local deve a relação jurídica considerar-se sujeita? Duas proposições: 1) Cada relação jurídica deve ser regulada pela lei mais conforme à sua natureza; 2) Essa lei seria a lei da sua sede.
16 Os elementos para determinar a sede da relação jurídica dependem, na sua maioria, da vontade dos interessados Submissão voluntária dos sujeitos da relação jurídica ao direito local Os indivíduos são livres de praticar os actos que determinam a competência da lei
17 Estado das pessoas domicílio Direitos reais lugar da situação da coisa Obrigações lugar da constituição vs lugar da execução das obrigações Direito das sucessões domicílio do de cujus
18 Direito da família: a) casamento domicílio do marido b) poder paternal - domicílio do pai no momento do nascimento; relações patrimoniais entre pai e filho, actual domicílio do pai c) tutela lei do domicílio do pupilo; administração tutelar, lei do tribunal em cuja circunscrição é exercida; aceitação ou escusa pelo tutor, lei do seu domicílio
19 Forma dos actos jurídicos mesma lei que regula a relação jurídica / lei do lugar da celebração
20 Limites da comunidade de direito Diferenças entre legislações diferenças nas condições de existência Perigosidade de aplicação das leis de um Estado por outro Estado
21 O juiz deve aplicar à relação jurídica o direito da sua sede Duas classes de excepções de aplicação do direito estrangeiro: 1) Leis positivas obrigatórias 2) Instituições de um Estado estrangeiro que não são reconhecidas no Estado local
22 Sistema de Mancini Nega aos Estados o poder absoluto de recusar inteiramente no seu território a aplicação de leis estrangeiras Aplicação de leis estrangeiras como um dever do Estado, um dever de justiça Princípio fundamental: nacionalidade
23 Direito privado: parte necessária e parte voluntária Princípio da autonomia da vontade Princípio da nacionalidade e princípio da independência política Direito privado: pessoal e nacional Direito público: territorial
24 Conflitos de leis de direito privado: lei nacional dos sujeitos excepções: autonomia da vontade e ordem pública internacional Inovação: lei pessoal como lei nacional
25 Sistema de Pillet Natureza da lei Generalidade vs permanência Função social ou fim da lei
26 Leis de protecção individual Leis de garantia social/ordem pública Inovações: a) o fundamento dado à doutrina de que a lei pessoal é a lei nacional; b) o carácter atribuído às leis de ordem pública; c) ideia do fim social das leis.
27 Outras doutrinas universalistas Início do século XX quase desaparecimento do universalismo Teoria de Zitelmann Teoria de Frankenstein
28 Desenvolvimentos posteriores do DIP Movimento de codificação do séc. XIX O verdadeiro DIP é superior aos Estados e necessariamente uniforme DIP de cunho nacional divergências
29 Contradição entre o estado de coisas e a vocação do DIP Harmonia jurídica internacional como ideal supremo do DIP Dogma do carácter absoluto e exclusivo do DIP da lex fori
30 Reacção contra o nacionalismo ou particularismo positivista orientação dominante na actualidade Solução dos conflitos de leis deve fundarse no interesse dos indivíduos Utilização do método da jurisprudência dos interesses Necessidade de emancipar o DIP do direito interno tornar possível o ideal de unificação
31 Investigação comparatista Interpretação das regras de conflitos estaduais adequada à sua missão internacional Respeito pelos direitos adquiridos
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