REALIDADE VIRTUAL PARA IDENTIFICAÇÃO DE DEFEITOS E FRATURAS EM IMAGENS
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- Larissa Salvado Graça
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1 2009 International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2009 Rio de Janeiro,RJ, Brazil, September27 to October 2, 2009 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA NUCLEAR - ABEN ISBN: REALIDADE VIRTUAL PARA IDENTIFICAÇÃO DE DEFEITOS E FRATURAS EM IMAGENS Douglas S. Sales 1,2, Antônio Carlos A. Mól 1,2 and Carlos Alexandre F. Jorge 1 1 Universidade Gama Filho, UGF R. Manuel Vitorino, 553 Piedade Rio de Janeiro, RJ 2 Instituto de Engenharia Nuclear, IEN CNEN R. Hélio de Almeida, 75 Cidade Universitária - Ilha do Fundão Rio de Janeiro, RJ dsales@ien.gov.br, mol@ien.gov.br, calexandre@ien.gov.br RESUMO Este trabalho descreve o desenvolvimento de um sistema para análise não destrutiva de materiais através da visualização tridimensional estéreo, com o emprego de técnicas de realidade virtual. Consiste num conjunto de experimentos e técnicas computacionais envolvendo o uso de duas imagens, cada uma relativa à imagem vista por um olho, de forma a compor a imagem tridimensional. Com a visualização em três dimensões e a escala previamente definida, pode-se fazer uma análise e assim avaliar possíveis falhas no material em estudo. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho consiste no desenvolvimento de um sistema para análise não destrutiva de materiais através da visualização tridimensional (3D) estéreo, com o emprego de técnicas de Realidade Virtual, possibilitando indicar o grau de qualidade do material ensaiado sem prejuízo de sua estrutura, e identificar a presença de falhas nos processos de fabricação e permitir a visualização da estrutura interna dos materiais, sem danificá-los. Realidade Virtual (RV), ou ambiente virtual, é uma tecnologia de interface avançada entre um usuário e um sistema computacional. O objetivo dessa tecnologia é recriar ao máximo a sensação de realidade para um indivíduo. Para isso, essa interação é realizada em tempo real, com o uso de técnicas e de equipamentos computacionais que ajudem na ampliação do sentimento de presença do usuário. É descrita a metodologia aplicada, assim como são apresentados os resultados obtidos. 2.1 Obtenção das imagens 2. METODOLOGIA Inicialmente são obtidas fotografias em estéreo (duas imagens, num mesmo instante, com uma pequena diferença angular entre elas, relativa à distância aproximada dos olhos humanos). Essas fotografias são então simultaneamente analisadas de forma virtual, no
2 computador (com auxílio de óculos 3D LCD ativos), ou projetadas em telões (com auxílio de óculos 3D passivos polarizados). As primeiras imagens obtidas para os testes foram as de um crânio humano. Este foi colocado sobre um aparato cilíndrico com escala de 0,1 grau ao longo de seus 360 graus. Desta forma, pode-se obter fotografias com o ângulo de defasagem correspondente à perspectiva dos olhos de um observador, a uma distância de um metro. A Fig. 1 mostra o par de imagens estéreo do crânio. Um segundo par de fotografias foi obtido de um objeto metálico de dimensões 78,5mm x 37mm x 60mm, com camadas intermediárias a cada 11mm, submetido a um feixe de nêutrons da saída de um reator nuclear experimental, o reator Argonauta do Instituto de Engenharia Nuclear IEN/CNEN, com uma defasagem angular de dez graus entre as fotografias. Em cada uma dessas camadas foram depositados pequenos objetos. A Fig. 2 mostra o objeto metálico sob análise, enquanto a Fig. 3 mostra o par de imagens neutrongráficas estéreo correspondentes. a) b) Figura 1. Fotografias do crânio, relativas às imagens vistas: a) pelo olho esquerdo; b) e pelo olho direito. Figura 2. Objeto metálico usado para os testes.
3 a) b) Figura 3. Imagens neutrongráficas do objeto metálico obtidas através de feixe de nêutrons, relativas às imagens vistas: a) pelo olho esquerdo; b) e pelo olho direito. De posse das imagens, verificou-se qual par de fotografias melhor se enquadraria com a perspectiva do observador. Dessa forma, um par de fotos do crânio humano, com defasagem angular de quatro graus entre as fotos mostrou-se ideal para os testes iniciais. A escolha das imagens do crânio humano para os primeiros testes foi devida ao fato, também, de poderem ser obtidas com muito mais facilidade e de uma forma direta com a utilização de uma câmera digital, visto que a obtenção das fotos através do feixe de nêutrons requerem um processo demorado e dispendioso, com a utilização de filmes fotográficos, e profissionais habilitados em todo o processo. As fotos digitais são então arquivadas em pastas específicas para serem localizadas pelo programa em execução. 2.2 Procedimento para as medições Este programa realiza a movimentação de um cursor pelos 3 eixos espaciais, através das imagens projetadas, permitindo assim a medição virtual do objeto em estudo, inclusive medidas em profundidade, que é uma vantagem da análise de imagens em 3D usando RV. De início, faz-se necessário a calibração frente uma distância conhecida na imagem. Para isso o cursor é posicionado num ponto inicial pressionando-se e seguida a tecla <insert> para fixálo. Um clique com o botão esquerdo do mouse e à distância é atribuído o valor zero. Deslocase então o cursor através das teclas de setas (eixos x e y ) e teclas <end> e <home> ( essas para o eixo z ) até o final desta distância conhecida. Em seguida, um clique com o botão direito do mouse termina esse processo. Para facilitar a percepção tridimensional, o programa permite a fixação de pontos na imagem através dos três eixos espaciais. Uma boa técnica para se ter certeza da posição espacial desses pontos consiste na abertura de somente um dos olhos e a verificação da localização do ponto; em seguida repete-se esse processo com o outro olho e observa-se a posição do ponto.
4 Se nas duas situações o ponto estiver exatamente no mesmo lugar, aquele lugar na imagem estará perfeitamente marcado. Com os pontos marcados na imagem pode-se efetuar as medições entre estes. Para isso posiciona-se o início do cursor em um desses pontos e através das teclas de setas e <home> e <insert>, dirige-se o cursor até o ponto de destino, através de suas coordenadas. Ao chegar ao ponto de destino, pressiona-se o botão direto do mouse e a distância entre esses pontos é mostrada na tela. 3. RESULTADOS A seguir são mostrados os resultados obtidos com a técnica usada. A Tabela 1 mostra os resultados para o crânio, enquanto a Tabela 2 mostra os resultados para o objeto metálico. Tabela 1. Medições efetuadas com as imagens do crânio Ossos do crânio direito)/ Incisura da Mandíbula lado direito direito)/ Forame Infra- Orbital do Maxilar (orifício esquerdo) direito) / Dente incisivo central direito superior Incisura da Mandíbula lado direito/ Forame Zigomático Facial lado direito Medição com o programa Medição com paquímetro 45,6 46,0 34,1 44,0 87,4 95,0 32,6 30,0
5 Tabela 2. Medições efetuadas com as imagens do objeto metálico Objeto quadrangular na primeira camada/ objeto linear na segunda camada Objeto triangular na primeira camada/ objeto linear na segunda camada Objeto triangular na primeira camada/ objeto central na primeira camada Medição com o programa Medição com paquímetro CONCLUSÕES Este trabalho mostra a possibilidade do uso da RV para problemas de ensaios não destrutivos. Uma vantagem desta abordagem é o uso de apenas um par de imagens obtidas com a defasagem correta, de forma a reproduzir a visão de ambos os olhos, e portanto, a visão 3D dos objetos. Futuros aprimoramentos, bem como a conclusão de um visualizador 3D completo, poderão tornar esta ferramenta totalmente viável ao que se propõe. Universidade Gama Filho UGF. AGRADECIMENTOS REFERÊNCIAS 1. P. C. M. A. Farias, Desenvolvimento de um Metodologia de Visualização Tridimensional Aplicada a Estereoradiografia, D.Sc. Thesis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janerio, Brazil (2006); Available online (in Portuguese) at: 2. G. Carvalho, Determinação de Defeitos em Profundidades (Estereografia), M.Sc. Dissertation, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN/CNEN, São Paulo, Brazil, (2001); Available online (Abstract in Portuguese) at: 3. A. Noble, R. Gupta, J. Mundy, A. Schmitz, R. Hartley and W. Hoffman, CAD-based Inspection using X-Ray Stereo, IEEE International Conference on Robotics and Automation, pp (1995). 4. J. A. Noble, R. Gupta, J. Mundy, A. Schmitz, R. I. Hartley, High Precision X-Ray Stereo for Automated 3-D CAD-Based Inspection, IEEE Transactions on Robotics and Automation, Volume 14 (2), pp (1998). 5. The Industry's Foundation for High Performance Graphics: 6. M. Cohen, I. H. Manssour, OpenGL - Uma abordagem prática e objetiva, Novatec Editora, Brazil (2006). 7. D. Shreiner, M. Woo, J. Neider, T. Davis, OpenGL Programming Guide, 4 th ed., Addison- Wesley, USA (2004).
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