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2 1 Conflito de leis no espaço: evolução histórica, espécies de normas e fontes Nacionalidade: aquisição, mudança e perda Naturalização Direitos especiais dos portugueses Conexão: elementos de Conexão no Direito Brasileiro Reenvio: argumentos relativos ao reenvio e a solução no Direito Brasileiro. 7 Condição jurídica do estrangeiro. 8 Visto de entrada: espécies e requisitos. 9 Saída compulsória do estrangeiro: deportação, expulsão e extradição. 10 Extradição e entrega Prisão preventiva: competência e pressupostos Visto permanente e concessão de permanência Cooperação jurídica internacional: fundamentos, classificação e mecanismos gerais no processo brasileiro. 14 Vias de cooperação: via diplomática e cooperação entre Autoridades Centrais Autoridades Centrais no Brasil Ação de homologação de sentença estrangeira e carta rogatória Sistema de exequatur por delibação. 18 Questões da delibação. 19 Delibação sumária. 20 Delibação difusa Auxílio direto: objeto e principais tratados Juízo Competência da Justiça Federal Atribuições da Advocacia-Geral da União Cooperação jurídica internacional em matéria civil: evolução histórica e principais tratados Cooperação jurídica internacional em matéria penal: evolução histórica, principais tratados e princípios da especialidade e da dupla incriminação Crimes limitadores da cooperação Recuperação de ativos. 28 Partilha de ativos Sequestro internacional de crianças. 30 Exceções ao retorno da criança Competência da Justiça Federal Atribuições da Advocacia-Geral da União Questões Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em s separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 2

3 1 Conflito de leis no espaço: evolução histórica, espécies de normas e fontes. INTRODUÇÃO O direito internacional privado (DIPr) pode ser definido como o direito que determina qual norma será aplicada quando de um caso concreto com conexão internacional. Em tese, cada Estado poderia determinar a simples aplicação de suas normas (direito interno) em todos os casos que ocorressem em seu território, porém, os Estados preferem estabelecer normas diferentes para as relações jurídicas de direito privado com conexão internacional. Essas normas dizem respeito, principalmente, ao direito aplicável ao caso concreto, se o nacional ou o de outro Estado. Nesse contexto podemos deduzir que todos os Estados possuem o seu DIPr e, embora já seja uma expressão universalmente aceita, por ser, na verdade, o direito interno determinando os casos que podem ou não o ordenamento jurídico nacional aceitar uma norma internacional, a denominação popularizada sofreu muitas críticas. 1 A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro nos informa em seu Art. 1º, 1º que Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade de lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada. Consideramos assim, que a lei das leis, quando idealizada pelo legislador, já se preocupava com a eficácia da lei no espaço, para saber se as normas de um país poderiam ser eficazes fora de seu respectivo território. A soberania dos Estados é um bem maior que cada um deles possui. Assim, mesmo considerando que cada Nação possui seus ordenamentos jurídicos, haveria que existir normas que fossem obrigatórias a todos em seus respectivos países, mas que atendessem, também, limites de sua extensão territorial, aérea, marítima e aos espaços fictos, também. 2 Desta forma, a própria Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, no âmbito interno, em seu Art. 9º diz que, para qualificar e reger obrigações aplicar-se-á a lei do país em que se constituem. Aplicamos, neste caso, o entendimento preceituado por Silvio Rodrigues, quando nos diz que para reger as obrigações constituídas no estrangeiro, o ordenamento jurídico brasileiro concorda em que a lei aplicável não seja a sua, mas a estrangeira. Podemos aduzir o texto do Art.5º, inciso LXXVII, 3º, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Constituindo, matéria do Direito Internacional Privado, a eficácia da lei no espaço, no Brasil, rege-se pelo princípio da territorialidade moderada, através da qual: a.1) Territorialidade a norma vai ser aplicada no território do Estado que a emitiu, regulando o regime de bens e obrigações; e a.2) Extraterritorialidade a norma será aplicada em território de outro Estado, segundo princípios e convenções internacionais. De forma condensada, aprendemos que esta matéria específica rege o Direito Internacional Privado, e que possui uma linha muito tênue de atuação, pois os limites no espaço da competência legislativa dos Estados, quando têm de aplicá-la às relações jurídicas que podem ser submetidas as mais de uma legislação. 3 Fica bem clara a ideia que depuramos deste tópico. Podemos citar, ainda, três tópicos importantes destacados na eficácia da lei no tempo, quais sejam a obrigatoriedade da lei preceito que tem a ver com a imperatividade da norma, dentro da sua vigência e eficácia, da sua continuidade, pois a norma 1 Sinopses Jurídicas. Diego Araújo Campos e Fabiano Tavora. Direito Internacional. Vol ª edição. Ed. Saraiva CAVALCANTE, Marcelo. Lei de Introdução ao Código Civil. Web Artigos; 06/02/ RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Parte Geral. Editora Saraiva, 34ª edição, 2007, p.29. 1

4 continuará em vigor até que seja revogada por outra de forma tácita ou expressa e também o da irretroatividade da lei, aonde a mesma terá efeito imediato e não retroativo (salvo os casos específicos); a própria Constituição Federal nos diz que a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Eficácia da Lei no Espaço Tendo em vista a soberania nacional o Direito Brasileiro, como já mencionado, está submetido ao Princípio da Territorialidade Moderada/Mitigada; vale dizer: no território brasileiro aplica-se, em regra, a lei brasileira. Excepcionalmente, porém, é aplicável a norma estrangeira no território brasileiro, desde que haja disposição legal expressa neste sentido, como nos seguintes casos: a) Segundo o artigo 7º da Lei de Introdução, aplica-se a lei do domicílio para reger o nome, capacidade, personalidade, direito de família. b) Conflito sobre bens imóveis situados fora do Brasil aplica-se a lei do lugar onde estiver situado (art. 8º da LINDB). Assim, execução hipotecária cujo bem hipotecado está no Paraguai se submete à legislação paraguaia. c) O contrato internacional se reputa formado onde residir o seu proponente, sendo esta a legislação aplicável e o foro competente (art. 9º, 2º, LINDB). Enfatiza-se que este dispositivo apenas se aplica a contratos internacionais. Para os contratos celebrados no Brasil há norma específica reputando-os celebrados no local em que foi proposto, segundo art. 435 do CC/02; d) Aplica-se a lei sucessória mais benéfica para sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil, quando há herdeiros brasileiros (art. 10, 1º da LINDB e 5º, XXXI CF/88). e) As sentenças, cartas rogatórias e laudos arbitrais estrangeiros podem ser executados no Brasil, desde que sejam observados alguns requisitos, como homologação pelo STJ, prova do trânsito em julgado da sentença estrangeira e compatibilidade constitucional, sendo permitida apenas a execução no Brasil de sentença estrangeira compatível com a ordem interna. A norma de direito internacional privado indica qual a norma, nacional ou estrangeira, é aplicável à solução de um conflito de leis no espaço. Por isso, diz-se que não é propriamente uma norma de direito, mas norma indireta indicativa, ou de sobredireito. Divide-se em (1) objeto de conexão (descreve a matéria a que se refere a norma: direito de família, personalidade etc.) e (2) elemento de conexão (determina o qual direito nacional aplicável a matéria: ordenamento jurídico brasileiro, americano, etc). É a lex fori (lei do Estado) que define quais os elementos de conexão. No caso brasileiro, tem-se: domicílio (que rege o estatuto pessoal, como regime de bens do casamento, sucessão, direito da personalidade etc. arts. 7º, 8º e 10 da LINDB); nacionalidade (em desuso, mas ainda empregada excepcionalmente nos arts. 7º, 2º a art. 18, LINDB); lex rei sitae (norma do lugar em que o ato ilícito foi cometido); lex loci executions (norma do local de execução do contrato art. 12 LINB e para contratos de trabalho); lex loci contractus (lugar de constituição da obrigação, aplicável aos contratos e obrigações art. 9º, LINDB). A qualificação pode ser entendida como o ato pelo qual se delimita o objeto de conexão. Cuida-se de ação anterior à escolha da norma aplicável. No Brasil, adota-se a teoria das qualificações pela Lex fori e, excepcionalmente, pela Lex causae, como no caso dos arts. 8º e 9º da LINDB. O reenvio, por sua vez, ocorre quando o direito internacional privado de um Estado remete à solução do caso concreto ao ordenamento jurídico de outro Estado e as normas de direito internacional deste Estado remetem a solução da questão para as normas de um terceiro estado ou do primeiro Estado. Reenvio de primeiro grau é o que ocorre entre dois Estados ao passo que o reenvio de segundo grau se dá entre três Estados, e assim por diante. 4 Em suma, o direito internacional privado moderno adota a doutrina da territorialidade moderada para solução dos conflitos de leis no espaço, aplicando o princípio da territorialidade (LICC, arts 8º e 9º) e o princípio da extraterritorialidade (arts 7º, 10, 12 e 17, da LICC). O princípio da territorialidade ocorre quando se aplica apenas a norma no território do Estado que a promulgou e, o princípio da extraterritorialidade, ocorre quando os Estados permitem que em seu território se aplique normas estrangeiras. 4 Pletsch, Anelise Ribeiro. Como se preparar para o Exame de Ordem. Internacional. Série Resumo 1ª fase OAB. Vol ª edição. Editora método. 2

5 DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta: Art. 1 Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 1 Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 2 (Revogado). 3 Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 4 As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Art. 2 Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 1 A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 2 A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 3 Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Art. 3 Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5 Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Art. 7 A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 1 Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 2 O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 3 Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 4 O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de 5 3

6 Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. 7 Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 8 Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Art. 8 Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 1 Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 2 O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9 Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 1 Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 2 A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 2 A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 1 Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 2 Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. 3 Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 1 Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. 2 A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; 4

7 e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal) 6. Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 2 É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 2 Nacionalidade: aquisição, mudança e perda. Nacionalidade é o vínculo jurídico de uma pessoa com determinado Estado Soberano. Vínculo que gera direitos, porém, também acarreta deveres. Cidadão é aquele que está no pleno gozo de seus direitos políticos. Geralmente, cidadão é o nacional, mas pode ocorrer de ser nacional e não ser cidadão (Exemplo: Um indivíduo preso é nacional, mas não é cidadão, visto estarem suspensos seus direitos políticos, em razão da prisão). Povo é o elemento humano da nação, do país soberano. É o conjunto dos nacionais. População é conceito demográfico, engloba nacionais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que estão em um território num dado momento histórico. A nacionalidade apresenta-se de duas formas: 6 Art Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: (...) i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; 5

8 a) Nacionalidade originária: Também denominada nacionalidade primária ou involuntária, é a nacionalidade dos natos, não dependendo de qualquer requerimento. É um direito subjetivo, potestativo, que nasce com a pessoa. É potestativo, pois depende exclusivamente de seu titular. Somente a CF poderá estabelecer quem são os natos. b) Nacionalidade secundária: Também denominada nacionalidade adquirida ou voluntária, é a nacionalidade dos naturalizados, sempre dependendo de um requerimento sujeito à apreciação. Em geral, não é um direito potestativo, visto não ser automático. A pessoa é livre para escolher sua nacionalidade ou optar por outra. A pessoa não pode ser constrangida a manter sua nacionalidade, podendo optar por outra, sendo aceita ou não. Considerando-se que compete ao direito interno de cada país fixar os critérios de aquisição da nacionalidade, é possível a existência de polipátridas (pessoas com diversas nacionalidades) e apátridas, também denominados heimatlos ou apólidos (pessoas que não possuem pátria). Existem três critérios para definir os natos: O critério do jus soli, o critério do jus sanguinis e o critério misto. Critério jus soli ou jus loci: É considerado brasileiro nato aquele que nasce na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que nenhum deles esteja a serviço de seu país. A República Federativa do Brasil é o seu território nacional mais suas extensões materiais e jurídicas. Se o estrangeiro estiver em território nacional a serviço de um terceiro país, que não o seu de origem, o filho deste que nascer no Brasil será brasileiro nato. Critério jus sanguinis: É considerado brasileiro nato o filho de brasileiros que nascer no estrangeiro estando qualquer um dos pais a serviço da República Federativa do Brasil. Como República Federativa do Brasil entende-se a União, os Estados, os Municípios, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou seja, o brasileiro deve estar a serviço da Administração Direta ou da Administração Indireta. Critério Misto: Também poderá exigir a nacionalidade, os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Distinção entre Brasileiro Nato e Naturalizado: Somente a CF/88 pode estabelecer distinções entre brasileiros natos e naturalizados. 6

9 Alguns cargos são reservados aos brasileiros natos: - Presidente e Vice-Presidente da República: Só poderão concorrer ao cargo brasileiros natos; - Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Senado Federal: estão na linha de substituição do Presidente da República, portanto deverão ser brasileiros natos; - Presidente do STF: Considerando que todos os Ministros do STF poderão ocupar o cargo de presidência do órgão, também deverão ser brasileiros natos. Os demais cargos do Poder Judiciário poderão ser ocupados por brasileiros natos ou naturalizados; - Ministro de Defesa: Cargo criado pela Emenda Constitucional 23/99, deverá necessariamente ser ocupado por um brasileiro nato; - Membros da Carreira Diplomática: Deverão ser, necessariamente, brasileiros natos. Não se impõe essa condição ao Ministro das Relações Exteriores; - Parte dos Conselheiros da República (art. 89, VII, da CF/88): O Conselho da República é um órgão consultivo do Presidente da República, devendo ser composto por seis brasileiros natos; - As empresas jornalísticas, de radiodifusão, som e imagem são privativas de brasileiros natos ou naturalizados. Estatuto da Igualdade (Quase Nacionalidade): O Estatuto da Igualdade é decorrente do Tratado entre Brasil e Portugal de Quando são conferidos direitos especiais aos brasileiros residentes em Portugal são conferidos os mesmos direitos aos portugueses residentes no Brasil. O núcleo do Estatuto é a reciprocidade. Os portugueses que possuem capacidade civil e residência permanente no Brasil podem requerer os benefícios do Estatuto da Igualdade e, consequentemente, há reciprocidade em favor dos brasileiros que residem em Portugal. Perda da Nacionalidade: Perde a nacionalidade brasileira o brasileiro naturalizado que tiver cancelada a sua naturalização ou adquirir voluntária e ativamente outra nacionalidade. Hipóteses de perda de nacionalidade: a) Cancelamento da Naturalização: O elemento básico que gera o cancelamento é a prática de atividade nociva ao interesse nacional, reconhecida por sentença judicial transitada em julgado. Entendese que a prática de atividade nociva tem pressuposto criminal (deve ser fato típico considerado como crime). A sentença tem efeitos ex nunc (não retroativos, valem dali para frente) e atinge brasileiros naturalizados. A reaquisição deve ser requerida por meio de ação rescisória que desconstitua os efeitos da decisão judicial anterior. b) Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalidade: Atinge tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados. O instrumento que explicita a perda da nacionalidade nesta hipótese é o decreto do Presidente da República. Essa perda ocorre por meio de um processo administrativo que culmina com o decreto do Presidente da República, que tem natureza meramente declaratória e efeitos ex nunc. A situação que impõe a perda é a aquisição da outra nacionalidade. O decreto somente irá reconhecer essa aquisição. A reaquisição deve ser feita por decreto do Presidente da República. Nem sempre a aquisição de outra nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira. O Brasil, além de admitir a dupla nacionalidade, admite a múltipla nacionalidade. Em regra, a aquisição de outra nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira, entretanto, há exceções. São essas exceções: a) o reconhecimento de outra nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) imposição da naturalização pelo Estado estrangeiro para o brasileiro residente em outro país como condição de permanência ou para exercício de direitos civis. 7

10 Símbolos nacionais: Bandeira Nacional, Hino Nacional, Selos Nacionais, Armas Nacionais. Vamos conferir os artigos pertinentes da Constituição Federal: CAPÍTULO III DA NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. 8

11 3 Naturalização. Naturalização pode ser definida como sendo um ato unilateral e discricionário do Estado no exercício de sua soberania. A naturalização ocorre quando um país concede a qualidade de nacional a um estrangeiro que a requeira. Em resumo: é forma de aquisição de uma nacionalidade diversa da nacionalidade de origem. O país a que se requereu a naturalização não está obrigado a concedê-la (art. 111 do Estatuto do Estrangeiro) Art A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 145, item II, alínea b, da Constituição, é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da Justiça. Os requisitos para o requerimento da naturalização estão previstos nos artigos 112 e seguintes do Estatuto do Estrangeiro. Vejamos: (...) TÍTULO XI Da Naturalização CAPÍTULO I Das Condições (...) Art São condições para a concessão da naturalização: I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ser registrado como permanente no Brasil; III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; VI - bom procedimento; VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e VIII - boa saúde. 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há mais de dois anos. 1º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de quaisquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos artigos 112 e 113 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida. 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida. 9

12 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á administrativamente, no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da notificação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: I - ter filho ou cônjuge brasileiro; II - ser filho de brasileiro; III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça; IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola. Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V. Art Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada no Brasil por trinta dias, quando se tratar: I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em atividade; ou II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos. Art O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesa. 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruída com os documentos a serem especificados em regulamento. 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade; II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da formatura. 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posteriormente à naturalização, só por exceção e motivadamente será permitida, mediante autorização do Ministro da Justiça. Art O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça. Art O requerimento de que trata o artigo 115, dirigido ao Ministro da Justiça, será apresentado, no Distrito Federal, Estados e Territórios, ao órgão competente do Ministério da Justiça, que procederá à sindicância sobre a vida pregressa do naturalizando e opinará quanto à conveniência da naturalização. Art Recebido o processo pelo dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça, poderá ele determinar, se necessário, outras diligências. Em qualquer hipótese, o processo deverá ser submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça. Parágrafo único. O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça determinará o arquivamento do pedido, se o naturalizando não satisfizer, conforme o caso, a qualquer das condições previstas no 10

13 artigo 112 ou 116, cabendo reconsideração desse despacho; se o arquivamento for mantido, poderá o naturalizando recorrer ao Ministro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de trinta dias contados da publicação do ato. Art 118. Publicada no Diário Oficial a Portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, o qual emitirá certificado relativo a cada naturalizando, que será entregue na forma fixada em Regulamento. Parágrafo único. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo naturalizando, no prazo de doze meses, contados da data da publicação do ato, salvo motivo de força maior devidamente comprovado. Art Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, que emitirá certificado relativo a cada naturalizando, o qual será solenemente entregue, na forma fixada em Regulamento, pelo juiz federal da cidade onde tenha domicílio o interessado. 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a entrega será feita pelo da Primeira Vara. 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em que tiverem domicílio os interessados, a entrega será feita através do juiz ordinário da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima. 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo naturalizando no prazo de doze meses contados da data de publicação do ato, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado. Art No curso do processo de naturalização, poderá qualquer do povo impugná-la, desde que o faça fundamentadamente. Art A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à naturalização. Podemos subdividir a naturalização em: - comum; - extraordinária; - especial, e - provisória. Comum: pode ser requerida por qualquer estrangeiro. Extraordinária: deve ser requerida pelos estrangeiros que vivem no Brasil há mais de 15 anos. Além dos requisitos do art. 112 e seguintes do Estatuto do Estrangeiro é preciso atender as exigências do art. 12, alínea b da CF. Especial: destinada ao estrangeiro casado com diplomata brasileiro há mais de 5 anos, ou ao estrangeiro que conte com mais de dez anos de serviços ininterruptos empregado em Missão diplomática ou em Repartição consular brasileira. Provisória: ocorre na hipótese em que o estrangeiro tenha ingressado no Brasil durante os primeiros cinco anos de vida, e tenha se estabelecido definitivamente no território nacional. 11

14 4 Direitos especiais dos portugueses. A Constituição Federal em seu artigo 12, parágrafo 1º cita os direitos especiais dos portugueses que para a aquisição da nacionalidade brasileira. Art. 12. São brasileiros: 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. Desse dispositivo podemos extrair que os portugueses poderão se naturalizar brasileiros desde que tenham residam no Brasil por um ano ininterrupto e idoneidade moral. Esse direito concedido aos portugueses denominados direito de reciprocidade, significa que havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com residência no Brasil os mesmo direitos inerentes ao brasileiro, salvo nos casos de expressa vedação constitucional (como por exemplo, os cargos privativos a brasileiro nato art. 12, 3º da CF). Essa reciprocidade é assegurada pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa. Decreto nº 3.927/2001 Promulga o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, Considerando que os Governos da República Federativa do Brasil e da República Portuguesa celebraram, em Porto Seguro, em 22 de abril de 2000, Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta; Considerando que o Congresso Nacional aprovou esse Acordo por meio do Decreto Legislativo no 165, de 30 de maio de 2001; Considerando que o Tratado entrou em vigor em 5 de setembro de 2001; DECRETA: Art. 1º O Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro, em 22 de abril de 2001, apenso por cópia ao presente Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão do referido Tratado, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. 12

15 Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 19 de setembro de 2001; 180º da Independência e 113º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Luiz Felipe de Seixas Corrêa Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Federativa do Brasile a República Portuguesa O Governo da República Federativa do Brasil e O Governo da República Portuguesa (adiante denominados "Partes Contratantes"), Representados pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, reunidos em Porto Seguro, em 22 de abril de 2000; Considerando que nesse dia se comemora o quinto centenário do fato histórico do descobrimento do Brasil; Conscientes do amplo campo de convergência de objetivos e da necessidade de reafirmar, consolidar e desenvolver os particulares e fortes laços que unem os dois povos, fruto de uma história partilhada por mais de três séculos e que exprimem uma profunda comunidade de interesses morais, políticos, culturais, sociais e econômicos; Reconhecendo a importância de instrumentos similares que precederam o presente Tratado, Acordam o seguinte: Título I Princípios Fundamentais 1. Fundamentos e Objetivos do Tratado Artigo 1º As Partes Contratantes, tendo em mente a secular amizade que existe entre os dois países, concordam em que suas relações terão por base os seguintes princípios e objetivos: 1. o desenvolvimento econômico, social e cultural alicerçado no respeito os direitos e liberdades fundamentais, enunciados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, no princípio da organização democrática da Sociedade e do Estado, e na busca de uma maior e mais ampla justiça social; 2. o estreitamento dos vínculos entre os dois povos com vistas à garantia da paz e do progresso nas relações internacionais, à luz dos objetivos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas; 3. a consolidação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em que Brasil e Portugal se integram, instrumento fundamental na prossecução de interesses comuns; 4. a participação do Brasil e de Portugal em processos de integração regional, como a União Europeia e o Mercosul, almejando permitir a aproximação entre a Europa e a América Latina para a intensificação das suas relações. Artigo 2º 1. O presente Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta define os princípios gerais que hão de reger as relações entre os dois países, à luz dos princípios e objetivos atrás enunciados. 2. No quadro por ele traçado, outros instrumentos jurídicos bilaterais, já concluídos ou a concluir, são ou poderão ser chamados a desenvolver ou regulamentar áreas setoriais determinadas. 2. Cooperação Política e Estruturas Básicas de Consulta e Cooperação Artigo 3º Em ordem a consolidar os laços de amizade e de cooperação entre as Partes Contratantes, serão intensificadas a consulta e a cooperação política sobre questões bilaterais e multilaterais de interesse comum. 13

16 Artigo 4º A consulta e a cooperação política entre as Partes Contratantes terão como instrumentos: a) visitas regulares dos Presidentes dos dois países; b) cimeiras anuais dos dois Governos, presididas pelos chefes dos respectivos Executivos; c) reuniões dos responsáveis pela política externa de ambos os países, a realizar, em cada ano, alternadamente, no Brasil e em Portugal, bem como, sempre que recomendável, no quadro de organizações internacionais, de caráter universal ou regional, em que os dois Estados participem; d) visitas recíprocas dos membros dos poderes constituídos de ambos os países, para além das referidas nas alíneas anteriores, com especial incidência naquelas que contribuam para o reforço da cooperação interparlamentar; e) reuniões de consulta política entre altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal; f) reuniões da Comissão Permanente criada por este Tratado ao abrigo do Artigo 69. Artigo 5º A consulta e a cooperação nos domínios cultural e científico, econômico e financeiro e em outros domínios específicos processar-se-ão através dos mecanismos para tanto previstos no presente Tratado e nos acordos setoriais relativos a essas áreas. Título II Dos Brasileiros em Portugal e dos Portugueses no Brasil 1. Entrada e Permanência de Brasileiros em Portugal e de Portugueses no Brasil Artigo 6º Os titulares de passaportes diplomáticos, especiais, oficiais ou de serviço válidos do Brasil ou de Portugal poderão entrar no território da outra Parte Contratante ou dela sair sem necessidade de qualquer visto. Artigo 7º 1. Os titulares de passaportes comuns válidos do Brasil ou de Portugal que desejem entrar no território da outra Parte Contratante para fins culturais, empresariais, jornalísticos ou turísticos por período de até 90 (noventa) dias são isentos de visto. 2. O prazo referido no parágrafo 1o poderá ser prorrogado segundo a legislação imigratória de cada um dos países, por um período máximo de 90 (noventa) dias. Artigo 8º A isenção de vistos estabelecida no Artigo anterior não exime os seus beneficiários da observância das leis e regulamentos em vigor, concernentes à entrada e permanência de estrangeiros no país de ingresso. Artigo 9º É vedado aos beneficiários do regime de isenção de vistos estabelecido no Artigo 6º o exercício de atividades profissionais cuja remuneração provenha de fonte pagadora situada no país de ingresso. Artigo 10 As Partes Contratantes trocarão exemplares dos seus passaportes em caso de mudança dos referidos modelos. 14

17 Artigo 11 Em regime de reciprocidade, são isentos de toda e qualquer taxa de residência os nacionais de uma das Partes Contratantes residentes no território da outra Parte Contratante. 2. Estatuto de Igualdade entre Brasileiros e Portugueses Artigo 12 Os brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil, beneficiários do estatuto de igualdade, gozarão dos mesmos direitos e estarão sujeitos aos mesmos deveres dos nacionais desses Estados, nos termos e condições dos Artigos seguintes. Artigo A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil não implicará em perda das respectivas nacionalidades. 2. Com a ressalva do disposto no parágrafo 3º do Artigo 17, os brasileiros e portugueses referidos no parágrafo 1o continuarão no exercício de todos os direitos e deveres inerentes às respectivas nacionalidades, salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem pública do Estado de residência. Artigo 14 Excetuam-se do regime de equiparação previsto no Artigo 12 os direitos expressamente reservados pela Constituição de cada uma das Partes Contratantes aos seus nacionais. Artigo 15 O estatuto de igualdade será atribuído mediante decisão do Ministério da Justiça, no Brasil, e do Ministério da Administração Interna, em Portugal, aos brasileiros e portugueses que o requeiram, desde que civilmente capazes e com residência habitual no país em que ele é requerido. Artigo 16 O estatuto de igualdade extinguir-se-á com a perda, pelo beneficiário, da sua nacionalidade ou com a cessação da autorização de permanência no território do Estado de residência. Artigo O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitos equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade. Artigo 18 Os brasileiros e portugueses beneficiários do estatuto de igualdade ficam submetidos à lei penal do Estado de residência nas mesmas condições em que os respectivos nacionais e não estão sujeitos à extradição, salvo se requerida pelo Governo do Estado da nacionalidade. Artigo 19 Não poderão prestar serviço militar no Estado de residência os brasileiros e portugueses nas condições do artigo 12. A lei interna de cada Estado regulará, para esse efeito, a situação dos respectivos nacionais. 15

18 Artigo 20 O brasileiro ou português, beneficiário do estatuto de igualdade, que se ausentar do território do Estado de residência terá direito à proteção diplomática apenas do Estado da nacionalidade. Artigo 21 Os Governos do Brasil e de Portugal comunicarão reciprocamente, por via diplomática, a aquisição e perda do estatuto de igualdade regulado no presente Tratado. Artigo 22 Aos brasileiros em Portugal e aos portugueses no Brasil, beneficiários do estatuto de igualdade, serão fornecidos, para uso interno, documentos de identidade de modelos iguais aos dos respectivos nacionais, com a menção da nacionalidade do portador e referência ao presente Tratado. Título III Cooperação Cultural, Científica e Tecnológica 1. Princípios Gerais Artigo Cada Parte Contratante favorecerá a criação e a manutenção, em seu território, de centros e institutos destinados ao estudo, pesquisa e difusão da cultura literária, artística, científica e da tecnologia da outra Parte. 2. Os centros e institutos referidos compreenderão, designadamente, bibliotecas, núcleos de bibliografia e documentação, cinematecas, videotecas e outros meios de informação. Artigo Cada Parte Contratante esforçar-se-á por promover no território da outra Parte o conhecimento do seu patrimônio cultural, nomeadamente através de livros, periódicos e outras publicações, meios audiovisuais e eletrônicos, conferências, concertos, exposições, exibições cinematográficas e teatrais e manifestações artísticas semelhantes, programas radiofônicos e de televisão. 2. À Parte promotora das atividades mencionadas no número ou parágrafo anterior caberá o encargo das despesas delas decorrentes, devendo a Parte em cujo território se realizem as manifestações assegurar toda a assistência e a concessão das facilidades ao seu alcance. 3. A todo o material que fizer parte das referidas manifestações será concedida, para efeito de desembaraço alfandegário, isenção de direitos e demais imposições. Artigo 25 Com o fim de promover a realização de conferências, estágios, cursos ou pesquisas no território da outra Parte, cada Parte Contratante favorecerá e estimulará o intercâmbio de professores, estudantes, escritores, artistas, cientistas, pesquisadores, técnicos e demais representantes de outras atividades culturais. Artigo Cada Parte Contratante atribuirá anualmente bolsas de estudo a nacionais da outra Parte possuidores de diploma universitário, profissionais liberais, técnicos, cientistas, pesquisadores, escritores e artistas, a fim de aperfeiçoarem seus conhecimentos ou realizarem pesquisas no campo de suas especialidades. 2. As bolsas de estudo deverão ser utilizadas no território da Parte que as tiver concedido. Artigo Cada Parte Contratante promoverá, através de instituições públicas ou privadas, especialmente institutos científicos, sociedades de escritores e artistas, câmaras e institutos de livros, o envio regular de 16

19 suas publicações e demais meios de difusão cultural com destino às instituições referidas no parágrafo 2º do Artigo Cada Parte Contratante estimulará a edição, a coedição e a importação das obras literárias, artísticas, científicas e técnicas de autores nacionais da outra Parte. 3. As Partes Contratantes estimularão entendimentos entre as instituições representativas da indústria do livro, com vista à realização de acordos sobre a tradução de obras estrangeiras para a língua portuguesa e sua edição. 4. As Partes Contratantes organizarão, através de seus serviços competentes, a distribuição coordenada das reedições de obras clássicas e das edições de obras originais feitas em seu território, em número suficiente para a divulgação regular das respectivas culturas entre instituições e pessoas interessadas da outra Parte. Artigo As Partes Contratantes comprometem-se a estimular a cooperação nos campos da ciência e da tecnologia. 2. Essa cooperação poderá assumir, nomeadamente, a forma de intercâmbio de informações e de documentação científica, técnica e tecnológica; de intercâmbio de professores, estudantes, cientistas, pesquisadores, peritos e técnicos; de organização de visitas e viagens de estudo de delegações científicas e tecnológicas; de estudo, preparação e realização conjunta ou coordenada de programas ou projetos de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico; de apoio à realização, no território de uma das Partes, de exposições de caráter científico, tecnológico e industrial, organizadas pela outra Parte Contratante. Artigo 29 Os conhecimentos tecnológicos adquiridos em conjunto, em virtude da cooperação nos campos da ciência e da tecnologia, concretizados em produtos ou processos que representem invenções, serão considerados propriedade comum e poderão ser patenteados em qualquer das Partes Contratantes, conforme a legislação aplicável. Artigo 30 As Partes Contratantes propõem-se levar a cabo a microfilmagem ou a inclusão em outros suportes eletrônicos de documentos de interesse para a memória nacional do Brasil e de Portugal existentes nos respectivos arquivos e examinarão em conjunto, quando solicitadas, a possibilidade de participação nesse projeto de países de tradição cultural comum. Artigo Cada Parte Contratante, com o objetivo de desenvolver o intercâmbio entre os dois países no domínio da cinematografia e outros meios audiovisuais, favorecerá a co-produção de filmes, vídeos e outros meios audiovisuais, nos termos dos parágrafos seguintes. 2. Os filmes cinematográficos de longa ou curta metragem realizados em regime de co-produção serão considerados nacionais pelas autoridades competentes dos dois países e gozarão dos benefícios e vantagens que a legislação de cada Parte Contratante assegurar às respectivas produções. 3. Serão definidas em acordo complementar as condições em que se considera co-produção, para os efeitos do parágrafo anterior, a produção conjunta de filmes cinematográficos, por organizações ou empresas dos dois países, bem como os procedimentos a observar na apresentação e realização dos respectivos projetos. 4. Outras co-produções audiovisuais poderão ser consideradas nacionais pelas autoridades competentes dos dois países e gozar dos benefícios e vantagens que a legislação de cada Parte Contratante assegurar às respectivas produções, em termos a definir em acordo complementar. 2. Cooperação no Domínio da Língua Portuguesa Artigo 32 As Partes Contratantes, reconhecendo o seu interesse comum na defesa, no enriquecimento e na difusão da língua portuguesa, promoverão, bilateral ou multilateralmente, em especial no quadro da 17

20 Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a criação de centros conjuntos para a pesquisa da língua comum e colaborarão na sua divulgação internacional, e nesse sentido apoiarão as atividades do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, bem como iniciativas privadas similares. 3. Cooperação no Domínio do Ensino e da Pesquisa Artigo 33 As Partes Contratantes favorecerão e estimularão a cooperação entre as respectivas Universidades, instituições de ensino superior, museus, bibliotecas, arquivos, cinematecas, instituições científicas e tecnológicas e demais entidades culturais. Artigo 34 Cada Parte Contratante promoverá a criação, nas respectivas Universidades, de cátedras dedicadas ao estudo da história, literatura e demais áreas culturais da outra Parte. Artigo 35 Cada Parte Contratante promoverá a inclusão nos seus programas nacionais, nos vários graus e ramos de ensino, do estudo da literatura, da história, da geografia e das demais áreas culturais da outra Parte. Artigo 36 As Partes Contratantes procurarão coordenar as atividades dos leitorados do Brasil e de Portugal em outros países. Artigo 37 Nos termos a definir por acordo complementar, poderão os estudantes brasileiros ou portugueses, inscritos em uma Universidade de uma das Partes Contratantes, ser admitidos a realizar uma parte do seu currículo acadêmico em uma Universidade da outra Parte Contratante. Artigo 38 Também em acordo complementar será definido o regime de concessão de equivalência de estudos aos nacionais das Partes Contratantes que tenham tido aproveitamento escolar em estabelecimentos de um desses países, para o efeito de transferência e de prosseguimento de estudos nos estabelecimentos da outra Parte Contratante. 4. Reconhecimento de Graus e Títulos Acadêmicos e de Títulos de Especialização Artigo Os graus e títulos acadêmicos de ensino superior concedidos por estabelecimentos para tal habilitados por uma das Partes Contratantes em favor de nacionais de qualquer delas serão reconhecidos pela outra Parte Contratante, desde que certificados por documentos devidamente legalizados. 2. Para efeitos do disposto no Artigo anterior, consideram-se graus e títulos acadêmicos os que sancionam uma formação de nível pós-secundário com uma duração mínima de três anos. Artigo 40 A competência para conceder o reconhecimento de um grau ou título acadêmico pertence, no Brasil às Universidades e em Portugal às Universidades e demais instituições de ensino superior, a quem couber atribuir o grau ou título acadêmico correspondente. Artigo 41 O reconhecimento será sempre concedido, a menos que se demonstre, fundamentadamente, que há diferença substancial entre os conhecimentos e as aptidões atestados pelo grau ou título em questão, relativamente ao grau ou título correspondente no país em que o reconhecimento é requerido. 18

21 Artigo Podem as Universidades no Brasil e as Universidades e demais instituições de ensino superior em Portugal celebrar convênios tendentes a assegurar o reconhecimento automático dos graus e títulos acadêmicos por elas emitidos em favor dos nacionais de uma e outra Parte Contratante, tendo em vista os currículos dos diferentes cursos por elas ministrados. 2. Tais convênios deverão ser homologados pelas autoridades competentes em cada uma das Partes Contratantes se a legislação local o exigir. Artigo 43 Sem prejuízo do que se achar eventualmente disposto quanto a numerus clausus, o acesso a cursos de pós-graduação em Universidades no Brasil e em Universidades e demais instituições de ensino superior em Portugal é facultado aos nacionais da outra Parte Contratante em condições idênticas às exigidas aos nacionais do país da instituição em causa. Artigo 44 Com as adaptações necessárias, aplica-se por analogia, ao reconhecimento de títulos de especialização, o disposto nos Artigos 39 a 41. Artigo As Universidades no Brasil e as Universidades e demais instituições de ensino superior em Portugal, associações profissionais para tal legalmente habilitadas ou suas federações, bem como as entidades públicas para tanto competentes, de cada uma das Partes Contratantes, poderão celebrar convênios que assegurem o reconhecimento de títulos de especialização por elas emitidos, em favor de nacionais de uma e outra Parte. 2. Tais convênios deverão ser homologados pelas autoridades competentes de ambas as Partes Contratantes, se não tiverem sido por elas subscritos. 5. Acesso a Profissões e seu Exercício Artigo 46 Os nacionais de uma das Partes Contratantes poderão aceder a uma profissão e exercê-la, no território da outra Parte Contratante, em condições idênticas às exigidas aos nacionais desta última. Artigo 47 Se o acesso a uma profissão ou o seu exercício se acharem regulamentados no território de uma das Partes Contratantes por disposições decorrentes da participação desta em um processo de integração regional, poderão os nacionais da outra Parte Contratante aceder naquele território a essa profissão e exercê-la em condições idênticas às prescritas para os nacionais dos outros Estados participantes nesse processo de integração regional. 6. Direitos de Autor e Direitos Conexos Artigo Cada Parte Contratante, em harmonia com os compromissos internacionais a que tenham aderido, reconhece e assegura a proteção, no seu território, dos direitos de autor e direitos conexos dos nacionais da outra Parte. 2. Nos mesmos termos e sempre que verificada a reciprocidade, serão reconhecidos e assegurados os direitos sobre bens informáticos. 3. Será estudada a melhor forma de conceder aos beneficiários do regime definido nos dois parágrafos ou números anteriores tratamento idêntico ao dos nacionais no que toca ao recebimento dos seus direitos. 19

22 Título IV Cooperação Econômica e Financeira 1. Princípios Gerais Artigo 49 As Partes Contratantes encorajarão e esforçar-se-ão por promover o desenvolvimento e a diversificação das suas relações econômicas e financeiras, mediante uma crescente cooperação, tendente a assegurar a dinamização e a modernização das respectivas economias, sem prejuízo dos compromissos internacionais por elas assumidos. Artigo 50 Tendo em vista o disposto no Artigo anterior, as Partes Contratantes procurarão definir, relativamente aos diversos setores de atividade, regimes legais que permitam o acesso das pessoas físicas e jurídicas ou pessoas singulares e coletivas nacionais de cada uma delas a um tratamento tendencialmente unitário. Artigo 51 Reconhecem as Partes que a realização dos objetivos referidos no Artigo 49 requer: a) a difusão adequada, sistemática e atualizada de informações sobre a capacidade de oferta de bens e de serviços e de tecnologia, bem como de oportunidades de investimentos nos dois países; b) o acréscimo de colaboração entre empresas brasileiras e portuguesas, através de acordos de cooperação, de associação e outros que concorram para o seu crescimento e progresso técnico e facilitem o aumento e a valorização do fluxo de trocas entre os dois países; c) a promoção e realização de projetos comuns de investimentos, de co-investimento e de transferência de tecnologia com vistas a desenvolver e modernizar as estruturas empresariais no Brasil e em Portugal e facilitar o acesso a novas atividades em termos competitivos no plano internacional. Artigo 52 Para alcançar os objetivos assinalados nos Artigos anteriores propõem-se as Partes, designadamente: a) estimular a troca de informações e de experiências bem como a realização de estudos e projetos conjuntos de pesquisa e de planejamento ou planeamento entre instituições, empresas e suas organizações, de cada um dos países, em ordem a permitir a elaboração de estratégias de desenvolvimento comum, nos diferentes ramos de atividade econômica, a médio ou a longo prazo; b) promover ou desenvolver ações conjuntas no domínio da formação científica, profissional e técnica dos intervenientes em atividades econômicas e financeiras nos dois países; c) fomentar a cooperação entre empresas brasileiras e portuguesas na realização de projetos comuns de investimento tanto no Brasil e em Portugal como em terceiros mercados, designadamente através da constituição de "joint-ventures", privilegiando as áreas de integração econômica em que os dois países se enquadram; d) estabelecer o intercâmbio sistemático de informações sobre concursos públicos ou concorrências públicas nacionais e internacionais e facilitar o acesso dos agentes econômicos brasileiros e portugueses a essas informações; e) concertar as suas posições em instituições internacionais nas áreas econômicas e financeiras, nomeadamente no que respeita à disciplina dos mercados de matérias primas e estabilização de preços. Artigo 53 Entre os domínios abertos à cooperação entre as duas Partes, nos termos e com os objetivos fixados nos artigos 49 a 52, figuram designadamente, agricultura, as pescas, energia, indústria, transportes, comunicações e turismo, em conformidade com acordos setoriais complementares. 2. Cooperação no Domínio Comercial Artigo 54 As Partes Contratantes tomarão as medidas necessárias para promover o crescimento e a diversificação do intercâmbio comercial entre os dois países e, sem quebra dos compromissos internacionais a que ambas se encontram obrigadas, instituirão o melhor tratamento possível aos produtos comerciais com interesse no comércio luso-brasileiro. 20

23 Artigo 55 As Partes Contratantes concederão entre si todas as facilidades necessárias para a realização de exposições, feiras ou certames semelhantes, comerciais, industriais, agrícolas e artesanais, nomeadamente o benefício de importação temporária, a dispensa do pagamento dos direitos de importação para mostruários e material de propaganda e, de um modo geral, a simplificação das formalidades aduaneiras, nos termos e condições previstos nas respectivas legislações internas. 3. Cooperação no Domínio dos Investimentos Artigo Cada Parte Contratante promoverá a realização no seu território de investimentos de pessoas físicas e jurídicas ou pessoas singulares e coletivas da outra Parte Contratante. 2. Os investimentos serão autorizados pelas Partes Contratantes de acordo com sua lei interna. Artigo Cada Parte Contratante garantirá, em seu território, tratamento não-discriminatório, justo e equitativo aos investimentos realizados por pessoas físicas e jurídicas ou pessoas singulares e coletivas da outra Parte Contratante, bem como à livre transferência das importâncias com eles relacionadas. 2. O tratamento referido no parágrafo 1º deste Artigo não será menos favorável do que o outorgado por uma Parte Contratante aos investimentos realizados em seu território, em condições semelhantes, por investidores de um terceiro país, salvo aquele concedido em virtude de participação em processos de integração regional, de acordos para evitar a dupla tributação ou de qualquer outro ajuste em matéria tributária. 3. Cada Parte Contratante concederá aos investimentos de pessoas físicas e jurídicas ou pessoas singulares e coletivas da outra Parte tratamento não menos favorável que o dado aos investimentos de seus nacionais, exceto nos casos previstos pelas respectivas legislações nacionais. 4. Cooperação no Domínio Financeiro e Fiscal Artigo 58 As Partes Contratantes poderão estimular as instituições e organizações financeiras sediadas nos seus territórios a concluírem acordos inter-bancários e concederem créditos preferenciais, tendo em conta a legislação vigente nos dois Países e os respectivos compromissos internacionais, com vista a facilitar a implementação de projetos de cooperação econômica bilateral. Artigo Cada Parte Contratante atuará com base no princípio da não- discriminação em matéria fiscal relativamente aos nacionais da outra Parte. 2. As Partes Contratantes desenvolverão laços de cooperação no domínio fiscal, designadamente através da adoção de instrumentos adequados para evitar a dupla tributação e a evasão fiscais. 5. Propriedade Industrial e Concorrência Desleal Artigo 60 Cada Parte Contratante, em harmonia com os compromissos internacionais a que tenha aderido, reconhece e assegura a proteção, no seu território, dos direitos de propriedade industrial dos nacionais da outra Parte, garantindo a estes os recursos aos meios de repressão da concorrência desleal. Título V Cooperação em Outras Áreas 1. Meio Ambiente e Ordenamento do Território Artigo 61 As Partes Contratantes comprometem-se a cooperar no tratamento adequado dos problemas relacionados com a defesa do meio ambiente, no quadro do desenvolvimento sustentável de ambos os 21

24 países, designadamente quanto ao planejamento ou planeamento e gestão de reservas e parques nacionais, bem como quanto à formação em matéria ambiental. 2. Seguridade Social ou Segurança Social Artigo 62 As Partes Contratantes darão continuidade e desenvolverão a cooperação no domínio da seguridade social ou segurança social, a partir dos acordos setoriais vigentes. 3. Saúde Artigo 63 As Partes Contratantes desenvolverão ações de cooperação, designadamente na organização dos cuidados de saúde primários e diferenciados e no controle de endemias e afirmam o seu interesse em uma crescente cooperação em organizações internacionais na área da saúde. 4. Justiça Artigo As Partes Contratantes comprometem-se a prestar auxílio mútuo em matéria penal e a combater a produção e o tráfico ilícito de drogas e substâncias psicotrópicas. 2. Propõem-se também desenvolver a cooperação em matéria de extradição e definir um quadro normativo adequado que permita a transferência de pessoas condenadas para cumprimento de pena no país de origem, bem como alargar ações conjuntas no campo da administração da justiça. 5. Forças Armadas Artigo 65 As Partes Contratantes desenvolverão a cooperação militar no domínio da defesa, designadamente através de troca de informações e experiências em temas de atualidade como, entre outros, as Operações de Paz das Nações Unidas. 6. Administração Pública Artigo 66 Através dos organismos competentes e com recurso, se necessário, a instituições e técnicos especializados, as Partes Contratantes desenvolverão a cooperação no âmbito da reforma e modernização administrativa, em temas e áreas entre elas previamente definidos. 7. Ação Consular Artigo 67 As Partes Contratantes favorecerão contatos ágeis e diretos entre as respectivas administrações na área consular. Artigo 68 A partir dos acordos setoriais vigentes, as Partes Contratantes desenvolverão os mecanismos de cooperação baseados na complementaridade das redes consulares dos dois países, de modo a estender a proteção consular aos nacionais de cada uma delas, nos locais a serem previamente especificados entre ambas, onde não exista repartição consular brasileira ou posto consular português. Título VI Execução do Tratado Artigo 69 Será criada uma Comissão Permanente luso-brasileira para acompanhar a execução do presente Tratado. 22

25 Artigo 70 A Comissão Permanente será composta por altos funcionários designados pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, em número não superior a cinco por cada Parte Contratante. Artigo 71 A presidência da Comissão Permanente será assumida, em cada ano, alternadamente, pelo chefe da delegação do Brasil e pelo chefe da delegação de Portugal. Artigo 72 A Comissão Permanente reunir-se-á obrigatoriamente, uma vez por ano, no país do presidente em exercício e poderá ser convocada por iniciativa deste ou a pedido do chefe da delegação da outra Parte, sempre que as circunstâncias o aconselharem. Artigo 73 Compete à Comissão Permanente acompanhar a execução do presente Tratado, analisar as dificuldades ou divergências surgidas na sua interpretação ou aplicação, propor as medidas adequadas para a solução dessas dificuldades, bem como sugerir as modificações tendentes a aperfeiçoar a realização dos objetivos deste instrumento. Artigo A Comissão Permanente poderá funcionar em pleno ou em subcomissões para a análise de questões relativas a áreas específicas. 2. As propostas das subcomissões serão submetidas ao plenário da Comissão Permanente. Artigo 75 As dificuldades ou divergências surgidas na interpretação ou aplicação do Tratado serão resolvidas através de consultas, por negociação direta ou por qualquer outro meio diplomático acordado por ambas as Partes. Artigo 76 A composição das delegações que participam nas reuniões da Comissão Permanente, ou das suas subcomissões, bem como a data, local e respectiva ordem de trabalhos serão estabelecidos por via diplomática. Título VII Disposições Finais Artigo O presente Tratado entrará em vigor trinta dias após a data da recepção da segunda das notas pelas quais as Partes comunicarem reciprocamente a aprovação do mesmo, em conformidade com os respectivos processos constitucionais. 2. O presente Tratado poderá, de comum acordo entre as Partes Contratantes, ser emendado. As emendas entrarão em vigor nos termos do parágrafo 1º. 3. Qualquer das Partes Contratantes poderá denunciar o presente Tratado, cessando os seus efeitos seis meses após o recebimento da notificação de denúncia. Artigo 78 O presente Tratado revoga ou ab-roga os seguintes instrumentos jurídicos bilaterais: 23

26 a) Acordo entre os Estados Unidos do Brasil e Portugal para a Supressão de Vistos em Passaportes Diplomáticos e Especiais, celebrado em Lisboa, aos 15 dias do mês de outubro de 1951, por troca de Notas; b) Tratado de Amizade e Consulta entre o Brasil e Portugal, celebrado no Rio de Janeiro, aos 16 dias do mês de novembro de 1953; c) Acordo sobre Vistos em Passaportes Comuns entre o Brasil e Portugal, concluído em Lisboa, por troca de Notas, aos 9 dias do mês de agosto de 1960; d) Acordo Cultural entre o Brasil e Portugal, celebrado em Lisboa, aos 7 dias do mês de setembro de 1966; e) Protocolo Adicional ao Acordo Cultural de 7 de setembro de 1966, celebrado em Lisboa, aos 22 dias do mês de abril de 1971; f) Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses, celebrada em Brasília, aos 7 dias do mês de setembro de 1971; g) Acordo, por troca de Notas, entre o Brasil e Portugal, para a abolição do pagamento da taxa de residência pelos nacionais de cada um dos países residentes no território do outro, celebrado em Brasília, aos 17 dias do mês de julho de 1979; h) Acordo Quadro de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Portuguesa, celebrado em Brasília, aos 7 dias do mês de maio de 1991; i) Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Portuguesa relativo à Isenção de Vistos, celebrado em Brasília, aos 15 dias do mês de abril de Artigo 79 Os instrumentos jurídicos bilaterais não expressamente referidos no Artigo anterior permanecerão em vigor em tudo o que não for contrariado pelo presente Tratado. Feito em Porto Seguro, aos 22 dias do mês de abril do ano 2000, em dois exemplares originais em língua portuguesa, sendo ambos igualmente autênticos. Pelo Governo da República Federativa do Brasil Luiz Felipe Lampreia Ministro de Estado das Relações Exteriores Pelo Governo da República Portuguesa Jaime Gama Ministro dos Negócios Estrangeiros 5 Conexão: elementos de Conexão no Direito Brasileiro. Conceito e classificação Elementos de conexão são como o próprio nome diz elementos que conectam a legislação brasileira à legislação de outro País, quando aplicado em determinado fato ou ato em concreto. A maior fonte do Direito Internacional Privado, contendo os elementos de conexão no espaço no Ordenamento Jurídico Brasileiro podem ser encontrados nos arts 7 ao 19 é o Decreto-Lei nº de 4 de setembro de 1942, chamado de Lei de Introdução das Normas Brasileiras LINDB. 24

27 São exemplos de elementos de conexão: - lex patriae: lei da nacionalidade da pessoa física; - lex domicilii: lei do domicílio; - lex loci actus e locus regit actus: lei do local da realização do ato jurídico; - lex loci contractus: lei da celebração do contrato; - lex loci solutionis: lei do local onde a obrigação ou o contrato deve ser cumprido; - lex voluntatis: lei de escolha dos contratantes; - lex loci delicti: lei do lugar onde o ato ilícito foi cometido; - lex rei sitae: lei do local em que a coisa se encontra; - mobilia sequuntur personam: lei do local onde se encontra o proprietário (para bens móveis); - lex loci celebrationis: a lei do local da celebração rege as formalidades do casamento; - lex monetae: lei do local em cuja moeda a dívida está expressa; - lex loci executionis: lei do local onde se procede à execução forçada de uma obrigação; - lex fori: lei do local onde corre a ação judicial. Cada país pode escolher o elemento de conexão a ser aplicado em seu território. O Direito Internacional Privado brasileiro elegeu a lex domicilii para reger o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família; a lex rei sitae para reger os bens. Vejamos aos artigos da LINDB que trata sobre o assunto: Decreto-Lei nº de 4 de setembro de 1942 (...) Art. 7 A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 1 Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 2 O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 3 Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 4 O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. 7 Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 8 Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Art. 8 Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 1 Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 2 O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9 Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 25

28 1 Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 2 A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 2 A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 1 Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 2 Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. 3 Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 1 Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. 2 A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal). Parágrafo único. (Revogado) Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à 26

29 retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 2 É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 6 Reenvio: argumentos relativos ao reenvio e a solução no Direito Brasileiro. O reenvio surge quando um determinado ordenamento jurídico prevê em suas normas de Direito Internacional Privado que em determinado assunto deverá ser aplicado o direito estrangeiro, e o direito estrangeiro, por sua vez, também determina que o mesmo deverá ser aplicado pelo ordenamento jurídico anterior. Frise-se assim que, o primeiro ordenamento jurídico determinará que o segundo resolva a questão, enquanto o segundo, por sua vez, remeterá a resolução novamente ao primeiro. Ocorrendo a situação acima descrita, haverá o chamado reenvio de primeiro grau, uma vez que nenhum dos ordenamentos coloca qual o direito material a ser aplicado, determinando unicamente que as normas de Direito Internacional Provado devem ser observadas para a resolução do conflito. No que tange ao reenvio de segundo grau, este ocorre quando o Direito Internacional Privado de um país determina a aplicação do DIPr a outro país, que por sua vez, determina a aplicação do Direito Internacional Privado de um terceiro país, não ocorrendo portanto a questão de direito material. Ilustre-se assim, que o reenvio pode ocorrer em vários graus. A Solução estabelecida no Direito brasileiro é a aplicação disposto no artigo 16 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a qual dispõe que se a norma do país do direito aplicável determinar a remessa da questão a qualquer outro ordenamento, o reenvio deverá ser desconsiderado, devendo assim ser aplicada a norma substantiva de tal país e por conseguinte, desconsidera as remissões lá previstas. Nesse sentido, é importante trazer o texto do artigo 16 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro que dita: Art. 16 Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 27

30 7 Condição jurídica do estrangeiro. 8 Visto de entrada: espécies e requisitos. 9 Saída compulsória do estrangeiro: deportação, expulsão e extradição. Condição Jurídica Do Estrangeiro O estrangeiro goza de muitos dos direitos consagrados aos nacionais, excluindo aqueles expressamente mencionados pela normatização interna mencionados nos direitos fundamentais. O estrangeiro, apesar de sua isenção militar, como os demais habitantes brasileiros, pode ser obrigado, a prestar serviços alguns serviços especiais em casos de calamidade públicas. Devem ser reconhecidos aos estrangeiros os seus direitos primordiais, como ser humano, assim descreve a norma constituinte e os preceitos internacionais. A Declaração Universal prevê, em seu artigo XIII, que todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada estado, e acrescenta, no 2 : todo homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar ( ACCIOLY, 2009, p.492). Importante salientar que compete ao Estado permitir ou negar o ingresso do estrangeiro e o tempo de sua permanência. Os Direitos fundamentais se estendem aos estrangeiros temporários, apesar do artigo 5, caput, mencionar a proteção aos estrangeiros residentes. Deste mofo, ainda que o estrangeiro esteja apenas temporariamente no país, por meio de viagem, estudos, turismo, etc., os direitos fundamentais estão presentes, de tal modo se presume que em outro Estado terá as devidas tuteladas. Artigo 5º Art. 5º. todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no país direitos que versam sobre liberdades políticas, tais como a liberdade de manifestação de pensamento (inciso IV, artigo 5º), a liberdade de comunicação (inciso IX, artigo 5º), o direito de reunião pacífica (inciso XVI, artigo 5º) e o direito à liberdade de associação (inciso XVII, artigo 5º). A Declaração Universal dos Direitos do Homem proclama em seu artigo 2º que todos os direitos por ela enunciados correspondem a toda pessoa sem distinção de origem nacional. No que tange aos direitos políticos, a Convenção de Havana sobre a Condição dos Estrangeiros de 1928 dita que: Art. 7º O estrangeiro não se deve ingerir nas atividades políticas privativas dos cidadãos do país no qual se encontre; se tal fizer, ficará sujeito às sanções previstas na legislação local. Conforme explanado, porém, a Constituição Federal estabelece aos estrangeiros direitos concernente à liberdade política, de maneira que o estrangeiro tem liberdade para se comunicar, reunir-se, associarse para fins lícitos e para manifestar seu pensamento, porém tudo teórica e intelectualmente, diferentemente da atividade de natureza política, a qual enseja a ingerência nos negócios públicos do Brasil, atividade esta vedada por lei. 28

31 Destarte, aos imigrantes, concede-lhes o direito à igualdade nos campos econômico e social, todavia, essa igualdade não se estende ao direito político. Com exceção dos portugueses, os estrangeiros não votam nas eleições brasileiras, pois a Constituição Federal vedou expressamente este exercício no artigo 14, 2º, que dispõe: Art. 14. (...) 2º. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros. Os estrangeiros são submetidos ainda a outras restrições no Texto Supremo no que diz respeito à atuação do estrangeiro no governo, ao restringir a ocupação de certos cargos à brasileiros natos, além da limitação a apenas brasileiros (natos e naturalizados) em relação à propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, só havendo ainda esta possibilidade aos naturalizados após decorridos dez anos de naturalização, pertencendo somente a brasileiros a responsabilidade pela administração e pela orientação intelectual de tais empresas. Visto de Entrada Existem alguns tipos de visto de entrada os quais podem ser concedidos ao estrangeiro, ou seja, visto de trânsito, de turista, temporário, permanente, de cortesia, oficial e diplomático. A concessão de visto ao estrangeiro menor de dezoito anos desacompanhado de responsável legal ou sem sua autorização expressa, ao considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais é proibida pela legislação. A proibição prevista na Lei se estende à pessoa anteriormente expulsa do país, àquela que tiver sido condenada ou processada em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira, ou aquela que não satisfaça as condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Há ainda a proibição da legalização do clandestino e do irregular bem como a transformação dos vistos de trânsito, turista, cortesia e temporário em permanente, com exceção dos casos do cientista, professor, técnico ou profissional e a de ministro de confissão religiosa. relativamente A Lei nº 6.815/80 em seu artigo 26 (modificada pela Lei nº 6.964/81) dispõe que o visto concedido pela autoridade consular brasileira configura mera expectativa de direito, uma vez que a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro pode ser proibida, se surgir a inconveniência de sua presença no Brasil, ou ainda ocorrer qualquer dos casos enumerados no artigo 7 da Lei. O Brasil no que tange ao visto, segue uma política de reciprocidade, uma vez que as autorizações e isenções serão concedidas de acordo com reciprocidade estabelecida através de acordo internacional. Assim, há a faculdade de impedir a entrada de estrangeiro e tal impedimento se estender a todo o grupo familiar uma vez que a medida é discricionária no âmbito da conveniência do Estado. O visto, todavia é uma permissão individual, apesar de, assim como no impedimento, o mesmo poder ser estendido aos dependentes legais, desde que estes não estejam impedidos de receber o visto. Ao ser feito o pedido de visto a uma autoridade consular, este vai examiná-los, de todos os meios possíveis, a fim de reconhecer sua autenticidade. Tais documentos devem ser apresentados em português, sendo admitidos, também, os idiomas inglês, francês e espanhol, afastando dificuldades que vinham surgindo em países com idioma pouco desconhecidos. Os vistos poderão ser concedidos no exterior, pelas Missões Diplomáticas, Repartições consulares, Vice-consulados e, quando autorizados pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores, pelos Consulados honorários. Excepcionalmente, os vistos poderão ser concedidos no Brasil, ficando a concessão a critério das Relações Exteriores. No caso de suspensão de relações diplomáticas e consulares, os vistos de entrada no Brasil poderão ser concedidos por Missão diplomática ou Repartição consular do país encarregado dos interesses brasileiros. Ao estrangeiro que pretenda entrar no Território Nacional, poderão ser concedios ao seguintes vistos: De trânsito O Visto de trânsito é improrrogável, válido apenas para uma entrada, a qual não pode ultrapassar 10 dias. Em razão da extensão do Brasil, a passagem de estrangeiros a fim de chegarem ao país de destino é constante, desse modo para que haja o desembarque, o estrangeiro deverá estar munido do visto de trânsito, conforme dita o artigo 8º e 2º do dispositivo, excluindo aqueles que através de viagens contínuas, adentram ao território somente para escalas obrigatórias. 29

32 Para o visto de trânsito, o estrangeiro deverá apresentar: a) o passaporte ou documento equivalente; b) o certificado internacional de imunização (quando o indivíduo for procedente de área infectada); c) o bilhete de viagem para o país de destino (com o visto aposto pelo representante do país de destino, caso seja necessário). De turista Visto de Turista é fornecido ao estrangeiro que venha ao Brasil, em caráter recreativo ou de visita, assim considerado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercitar atividade remuneratória. É dispensável a exigência de visto de turista ao nacional de país que dispense ao brasileiro, para que haja reciprocidade de tratamento, estabelecido mediante acordo internacional, sendo observado, contudo, o tempo de estada deste turista no Brasil. Cabe ao Departamento Consular e Jurídico, do Ministério das Relações Exteriores, indicar os países cujos nacionais gozam de isenção do visto de turista, informando a relação atualizada dos países cujo os nacionais são insetos do visto de turista ao Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça. Caso a autoridade policial brasileira duvide da legitimidade de turista do estrangeiro, o Departamento de Polícia Federal poderá exigir prova de meios de subsistência (como posse de numerário ou carta de crédito) e bilhete de viagem que o habilite a sair do Brasil. A empresa transportadora do turista deverá verificar, por ocasião do embarque no exterior, a documentação exigida, sendo responsável, no caso de irregularidade apurada no momento da entrada, pela saída do estrangeiro, além de responder criminalmente por isso. O prazo de validade do visto de turista será de cinco anos, fixado pelo Ministério das Relações, dentro de critérios de reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes a noventa dias, prorrogáveis por igual período, totalizando cento e oitenta dias por ano, podendo, também, ser reduzido o prazo de estada do turista, a critério discricionário do Departamento de Polícia Federal, devendo o estrangeiro ser certificado da decisão e notificado para deixar o país. O prazo de estada do turista é de noventa dias por ano, podendo ser prorrogada esta estada por igual período, a critério do Ministério da Justiça. Se o estrangeiro não deixar o Território nacional esgotado o prazo de sua estada será considerado irregular, ficando sujeito a duas sanções dispostas no artigo 125, II: ou seja: Art. 125 (...) a) multa, de um décimo do valor de referência, por dia de excesso, até o máximo de dez vezes o maior valor de referência; b) deportação, caso não saia voluntariamente no prazo que lhe for fixado. Para a obtenção do visto de turista, o estrangeiro deverá apresentar: a) o passaporte ou documento equivalente; b) o certificado internacional de imunização (quando o estrangeiro derivar de área infectada); c) a prova de meios de subsistência ou bilhete de viagem que o habilite a entrar no Território Nacional e dele sair. Para o turista isento de visto, nos termos do artigo anterior, por sua vez, o mesmo deverá apresentar aos órgãos federais competentes, no momento da entrada no Território Nacional: a) o passaporte ou documento equivalente ou carteira de identidade; b) o certificado internacional de imunização (quando o estrangeiro derivar de área infectada). Temporário O visto temporário é concedido aquele que não é turista, mas, também, não vem com intuito de estabelecer-se definitivamente no país, mas, que venha por um período longo, determinado e com objetivo específico. Está disposto nos artigos 13 usque 15. O visto temporário, em regra geral, só pode ser obtido, salvo no caso de força maior, na jurisdição consular em que o estrangeiro tenha mantido sua residência pelo prazo mínimo de 1 ano, dispensados desta exigência os artistas, desportistas, correspondentes de jornal, de revista, de rádio, de televisão ou 30

33 de agência noticiosa estrangeira, por causa da sua contínua e natural movimentação própria de suas profissões. É o caso dos estrangeiros que venham: a) em viagem cultural; b) em missões de estudo; c) em viagens de negócios; d) nas condição de artista ou de desportista; e) na condição de estudante; f) nas condições de cientista, de professor, de técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço do Governo brasileiro; g) nas condições de correspondente de jornal, de revista, de rádio, de televisão ou de agência noticiosa estrangeira; h) na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa, ressaltando que, estes, devem vir exercer suas funções de ministro. No que concerne as viagens de negócios e na condição de artista ou de desportista o prazo de estada no Brasil será de no máximo 90 dias; - aos ministros de confissão religiosa ou membros de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa, o prazo de estada é de no máximo 1 ano; - aos estudantes, o prazo de estada é de 1 ano, prorrogáveis mediante prova do aproveitamento escolar e da matrícula; para as viagens culturais ou missões de estudos, na condição de cientista, de professor, de técnico ou profissional de outra categoria, como também nas condições de correspondente de jornal, de revista, de rádio, de televisão ou de agência noticiosa estrangeira, o prazo de estada será o correspondente à duração da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a autoridade consular. No caso de artistas ou desportistas, assim como os cientista, os professores, os técnicos ou profissionais de outra categoria, os mesmos necessitarão de satisfazer as exigências especiais previstas em Regulamento, comprovando a sua qualificação e experiência compatível com a atividade que irá exercer no Brasil, excluindo-se todavia os casos em que comprovada a prestação de serviço ao Governo brasileiro, em razão da necessidade de que a profissão do estrangeiro possa contribuir para o desenvolvimento do País. As exigências do artigo 7º é regra para toda concessão de visto. Para se obter visto temporário, o estrangeiro deverá apresentar: a) o passaporte ou documento equivalente; b) o certificado internacional de imunização (quando o estrangeiro proceder de área infectada); c) o atestado de saúde; a prova de meios de subsistência (nos casos de viagem cultural, missão de estudos, viagem de negócios, estudante, ministro de confissão religiosa, membro de instituto de vida consagrada, congregação ou ordem religiosa); d) atestado de antecedentes criminais ou documento equivalente, caso não haja, no país de origem do estrangeiro, o atestado de antecedentes criminais, tendo, entretanto, que ter a mesma eficácia desse; e) contrato de trabalho (para os artistas, desportistas, cientistas, professores, técnicos ou profissionais especializados). Permanente Quando o estrangeiro pretender fixar-se definitivamente no Brasil, poderá ser-lhe concedido o visto permanente, segundo o artigo 16 e seguintes. Mas, a política imigratória há de ser ordenada - não pode caminhar com livre arbítrio, haja vista o caos, a tensão nacional (xenofobia); também não pode ter somente regras objetivas e rígidas. Assim, deve-se estar presentes a observação da constituição étnica do povo e a defesa do trabalhador nacional, devendo, portanto, a imigração objetivar, primordialmente, proporcionar mão de obra especializada e escassa aos vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento (desenvolvimento do homem, da terra e das instituições), em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para os setores específicos. O Brasil necessita de profissionais especializados, que possam contribuir para o crescimento nacional, e trabalhadores em que sua admissão possa agravar a situação socio-econômica e gerar desemprego para os nacionais. Desta forma pensam Dardeau de Carvalho e Mirtô Fraga. 31

34 Ao que se refere o artigo 17, parece que houve confusão. De fato muito já se debateu sobre a mudança da redação do artigo, mas, o Ministério da Justiça entende que não há prejuízo para os objetivos da lei, permanecendo o artigo como foi publicado inicialmente. Assim, o estrangeiro deverá satisfazer, além dos requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter especial previstas nas normas de seleção de imigrantes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração. Aqui, nada mais há que duplicidade de uma idéia, pois, o artigo 5º do Estatuto, reza que serão fixados em Regulamento as exigências previstas para a obtenção de visto permanente. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo não-superior a 5 anos, ao exercício de atividade certa e à fixação em região determinada do Território Nacional (o que não caracteriza limitação à liberdade individual). A autoridade consular anotará à margem do visto a atividade a ser exercida pelo estrangeiro e a região em que se em que ele fixará seu domicílio. De cortesia A Lei não estabelece normas de caráter especial para a concessão, prorrogação ou dispensa do visto de cortesia, conferido, apenas ao Ministério das Relações Exteriores, por força do artigo 19, a competência para definir, evidentemente através de Portaria do Titular da Pasta, quando será possível concedê-los, prorrogá-los ou dispensá-los, observadas as regras do artigo 7º, haja vistas serem pressupostos para a concessão de qualquer tipo de visto. Assim, o visto de cortesia é decidido pelo Ministério das relações Exteriores. Oficial A Lei não estabelece normas de caráter especial para a concessão, prorrogação ou dispensa do visto oficial, conferido, apenas ao Ministério das Relações Exteriores, por força do artigo 19, a competência para definir, evidentemente através de Portaria do Titular da Pasta, quando será possível concedê-los, prorrogá-los ou dispensá-los, observadas as regras do artigo 7º, haja vistas serem pressupostos para a concessão de qualquer tipo de visto. Assim como o visto de cortesia, o visto oficial é decidido pelo Ministério das relações Exteriores. Havendo dúvida quanto à dispensa de visto, no caso de titular de passaporte oficial o Departamento de Polícia Federal consultará o ministério das Relações Exteriores, para decidir sobre a entrada do estrangeiro. Diplomático A Lei não estabelece normas de caráter especial para a concessão, prorrogação ou dispensa do visto diplomático, conferido, apenas ao Ministério das Relações Exteriores, por força do artigo 19, a competência para definir, evidentemente através de Portaria do Titular da Pasta, quando será possível concedê-los, prorrogá-los ou dispensá-los, observadas as regras do artigo 7º, haja vistas serem pressupostos para a concessão de qualquer tipo de visto. Assim como o visto de cortesia, e oficial, o visto diplomático é decidido pelo Ministério das relações Exteriores, pois este é o único órgão que possui repartições no exterior, para realizar as investigações necessárias à apuração de fraudes praticadas relativas ao visto consular, devendo encaminhar suas conclusões ao Ministério da Justiça. No caso da existência de dúvida acerca da dispensa de visto, quando titular de passaporte diplomático, o Departamento de Polícia Federal consultará o ministério das Relações Exteriores, para decidir sobre a entrada do estrangeiro. Contudo, ao titular de passaporte diplomático não se deve, necessariamente, conceder visto diplomático, pois, o que determina a espécie de visto é o objetivo da viagem, não o tipo de passaporte, cargo ou função de seu titular. SAÍDA COMPULSÓRIA A Extradição é denominada como o processo através do qual um Estado atende ao pedido de outro, remetendo-lhe pessoa processada no país requerente por crime punido na legislação de ambos os países, não sendo extraditado, todavia nacional do país requerido. 32

35 A Expulsão é o processo por meio do qual um país expele de seu território um estrangeiro residente, em razão de crime ali praticado ou de comportamento nocivo aos interesses nacionais, ficando-lhe vedado o retorno ao país de onde fora expulso. A deportação por sua vez é o processo de devolução de estrangeiro que chega ou que permanece irregularmente, retornando ao país de sua nacionalidade ou de sua procedência. Na expulsão, a remoção se dá por prática ocorrida após a chegada e a fixação do estrangeiro no território do país, já na deportação, esta saída compulsória advém exclusivamente de sua entrada ou estada irregular no país. O nacional tem o direito inalienável de permanecer em seu solo pátrio, uma vez que apenas os regimes de força podem banir seus nacionais, já o estrangeiro não tem esta garantia. Essa situação ocorre em razão do Estado, apesar de admitir o estrangeiro em seu território em caráter permanente, guarda o direito de expulsá-lo, se for considerado perigoso para a boa ordem e para a tranquilidade pública do país. Enalteça-se que todo Estado possui o direito soberano de expulsar os estrangeiros que desafiem sua ordem política e que se dediquem a atividades sediciosas. Assim, o estrangeiro não tem entrada no território por direito próprio, mas por concessão do governo e sob condição de não se tornar prejudicial ao bem do Estado, podendo ser expulso, caso não cumpra com seus deveres e infrinja a lei do país e o governo a que ele pertence não tem direito de opor-se. A expulsão de estrangeiro cabe exclusivamente ao Presidente da República, mas, para processar e julgar os crimes de ingresso ou de permanência irregular de estrangeiro, a competência é dos juízes federais. Já para ordenar a prisão do deportando, a competência é do Ministro da Justiça. De acordo com Dolinger (2005), há a possibilidade de indenizar por expulsão, quando os Estados, por suas políticas internas, forçam seus cidadãos a se tornarem refugiados, uma vez que nestes casos, praticam um ato considerado ilegal internacionalmente. Isso cria a obrigação de compensarem o mal cometido, de maneira que estes Estados devem ser obrigados a indenizar seus nacionais forçados a deixar a pátria, da mesma forma como são obrigados, pelo direito internacional, a compensar os estrangeiros expulsos. 10 Extradição e entrega. Extradição a entrega de um indivíduo, mediante pedido, a outro Estado, em cujo território tenha cometido algum crime, com o intuito de julgá-lo e puni-lo. A extradição pode ocorrer para fins processuais, quando ainda haverá julgamento, ou para a execução da pena já imposta. O direito internacional dispõe que nenhum Estado é obrigado a extraditar uma pessoa presente em seu território, em razão do princípio da soberania estatal, devendo portanto o tema ser regulamentado por tratados bilaterais que podem gerar, observada sua redação, este tipo de obrigação. A pessoa em processo de extradição chama-se extraditando. O Estado que solicita a extradição denomina-se "Estado requerente" e o que recebe o pedido, "Estado requerido". No Brasil, o instituto está na Constituição Federal, art. 5º, LI, o qual dispõe que: 33

36 Art 5º(...) (...) LI. nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. O pedido de extradição é feito pelo governo do Estado estrangeiro por via diplomática e endereçado ao Presidente da República que deve remetê-lo ao Supremo Tribunal Federal, para que este analise a sua legalidade e a procedência do pedido, o que somente pode ocorrer com o extraditando preso e à disposição do Tribunal. Expedida análise contrária ao pedido, o Presidente encontra-se vinculado à decisão, sendo, neste caso, vedada a extradição. Caso o pedido seja aceito, o Presidente da República tomará a decisão discricionariamente, aceitando-o ou não. Entrega A entrega, relaciona-se aos países signatários do Estatuto de Roma, que instituiu o Tribunal Penal Internacional. O instituto é denominado como a entrega de um indivíduo ao Tribunal, que é um organismo internacional, criado pelo esforço de diversos Estados, ante a indignação causada por fatos ocorridos, os quais não podem acontecer novamente numa sociedade internacional regulada pela defesa dos direitos humanos. A entrega ocorre com a finalidade de que o Tribunal Penal Internacional possa julgar e condenar os indivíduos que cometem os crimes elencados no Estatuto de Roma, ou seja, crimes contra a humanidade, crimes de genocídio, crimes de guerra, e crimes de agressão. A entrega tem como alicerce um tratado multilateral, ou seja, o Estatuto de Roma, e assim como o instituto da extradição visa impossibilitar que indivíduos que cometeram os crimes elencados pelo Estatuto, fiquem impunes. Dita o artigo 89 do Estatuto de Roma: O Tribunal poderá dirigir um pedido de detenção e entrega de uma pessoa, instruído com os documentos comprovativos referidos no artigo 91, a qualquer Estado em cujo território essa pessoa se possa encontrar, e solicitar a cooperação desse Estado na detenção e entrega da pessoa em causa. Os Estados-Parte darão satisfação aos pedidos de detenção e de entrega em conformidade com o presente Capítulo e com os procedimentos previstos nos respectivos direitos interno. Deste modo, nota-se que o Estatuto de Roma coloca a entrega de indivíduos como meio de cooperação dos países signatários para com o Tribunal. O caráter ultrapassado dessa tradição jurídica revelou-se por meio das atividades dos Tribunais Penais Internacionais. Muitas vezes, quando o procurador do Tribunal Penal Internacional de Haia pedia ao Estado em questão que lhe entregasse um de seus cidadãos acusado de crimes internacionais, o Estado entrincheirava-se através de sua Constituição que lhe proibia a extradição. Essa recusa é ainda mais absurda porque acabava garantido a impunidade de pessoas acusadas de crimes muito graves. A resposta constante dos juízes internacionais foi dupla. Primeiro, em virtude de um bem consolidado princípio de direito internacional, os Estados não podem invocar sua legislação, nem mesmo constitucional, para se furtarem a uma obrigação internacional. Essa objeção é, obviamente, tradicional. Outra, ao contrário, é inovadora. Consiste em dizer que as regras constitucionais em questão deveriam ser aplicadas no máximo às relações entre Estados soberanos, e não às relações entre um Estado e uma jurisdição penal internacional. As relações entre Estados são baseadas no princípio de igualdade formal; já entre um Estado e uma jurisdição internacional inspiram-se, ao contrário, no princípio hierárquico. Por consequência, enquanto entre Estados podemos falar de extradição do acusado, entre um Estado e um Tribunal Penal Internacional seria mais adequado falar em entrega do acusado. Acrescentamos que, em qualquer caso, os direitos do acusado são plenamente respeitados diante das instâncias judiciárias internacionais, e portanto a proteção do Estado nacional deixa de ter sentido. 7 7 CASSESE, Antonio. Existe um conflito insuperável entre soberania dos Estados e justiça penal internacional? p IN: Crimes Internacionais e Jurisdições Internacionais. Antonio Cassese, Mereille Delmas-Marty (Org.); Silvio Antunha (trad.).são Paulo: Manole, p

37 Diferenças entre entrega e extradição Os institutos extradição e entrega são distintos. Não há conflito entre o Estatuto de Roma e a Constituição, uma vez que o Estatuto de Roma apresenta caráter complementar. Apesar do objeto de ambos institutos a entrega do indivíduo nacional, a extradição diz respeito a entrega de um nacional à outro Estado, com base em um tratado, convenção, ou no próprio direito interno, presumindo, então, reciprocidade na relação entre os Estados. Já a entrega, diz respeito ao envio de um indivíduo nacional, ou não, para o Tribunal Penal Internacional, o qual é organismo internacional, criado pela vontade dos próprios Estados, conforme disposto no artigo 89 do Estatuto de Roma. Frise-se que na entrega, a recusa em entregar um nacional, quando uma ordem é emitida pelo Tribunal, pode ocasionar ao país responsabilidade internacional, conforme previsto no Estatuto, fato este que deixa absolutamente claro que, a cooperação dos Estados é fundamental para o devido funcionamento do Tribunal Penal Internacional. O Estatuto não prevê a recusa de cooperação. Para evitar maiores problemas, as delegações propuseram a diferenciação de extradição e entrega para o Estatuto, uma vez que o último não iria ferir a soberania dos Estados, tendo em vista que em alguns o instituto não é previsto na legislação, e em outros é proibido. O Estatuto de Roma não admite reservas, ou seja, um país ao aderir ao tratado, não pode simplesmente descumprir o previsto, em razão do texto do Estatuto ser contra o ordenamento nacional. Nesse diapasão, quando da assinatura do Estatuto de Roma pelos países, esses não podem usar a proibição de extradição de nacionais, prevista nos ordenamentos domésticos para não entregar os indivíduos requeridos pelo Tribunal, sob pena de responsabilidade. Assim, para que os países signatários do tratado não se eximissem da cooperação com o Tribunal, não entregando os responsáveis pelos crimes ali previstos, em razão de diversos ordenamentos jurídicos proibirem a extradição de nacionais, decidiu-se pela diferenciação dos institutos da entrega e da extradição no próprio Estatuto de Roma. Deste modo, é de suma importância trazer á conhecimento o texto do art. 102 do Estatuto de Roma, o qual dispõe: Para os fins do presente Estatuto: a) Por entrega entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado ao Tribunal, nos termos do presente Estatuto; b) Por extradição entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado a outro Estado, conforme previsto num tratado, numa convenção ou no direito interno. [83] Deste modo, em razão da entrega e extradição serrem institutos diferentes, havendo previsão constitucional apenas para a extradição (artigo 5º, incisos LI da Carta Magna), uma vez que nada consta acerca da entrega, não há que se falar em inconstitucionalidade do instituto entrega. Destarte, enquanto não houver norma constitucional a respeito, em caso de pedido de entrega de um nacional para o Tribunal Penal Internacional, segundo posição adotada pelo STF, aplicar-se-á a norma mais favorável ao indivíduo, o que nesse caso se representa pela norma constitucional, e não pelo Estatuto de Roma, ainda que ambos tenham a mesma hierarquia normativa. 8 Frise-se que o entendimento acima exposto somente tem validade quando se refere a brasileiros natos, ou naturalizados, devendo atentar-se ao crime cometido. Já no que diz respeito aos estrangeiros, o Brasil poderia entregá-los à jurisdição do Tribunal Penal Internacional sem dificuldades. 8 MIRANDA, João Irineu de Resende. O Tribunal Penal Internacional frente ao princípio da soberania. Londrina: Eduel, p

38 11 Prisão preventiva: competência e pressupostos. Prisão preventiva. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial (art. 311, CPP). De antemão já se pode observar que à autoridade judicial é vedada a decretação de prisão preventiva de ofício na fase do inquérito policial (isso é novidade da Lei nº , já que antes desta previa-se legalmente a possibilidade de decretar o juiz prisão preventiva de ofício também durante as investigações, o que era bastante criticado pela doutrina garantista). Pressupostos da prisão preventiva. Há se distinguir os pressupostos dos motivos ensejadores da prisão preventiva (estes últimos serão estudados no tópico seguinte). São pressupostos: A) Prova da existência do crime. É o chamado fumus comissi delicti ; B) Indícios suficientes de autoria. É o chamado periculum libertatis. Chama-se a atenção, preliminarmente, que o processualismo penal exige prova da existência do crime, mas se contenta com indícios suficientes de autoria. Desta maneira, desde que haja um contexto probatório maciço acerca dos fatos, dispensa-se a certeza acerca da autoria, mesmo porque, em termos práticos, caso fique realmente comprovada, a autoria só o ficará, de fato, quando de um eventual decreto condenatório definitivo. No mais, há se ter em mente que, para que se decrete a prisão preventiva de alguém, basta um dos motivos ensejadores da prisão preventiva, mas os dois pressupostos devem estar necessariamente previstos cumulativamente. Então, sempre deve haver, obrigatoriamente, os dois pressupostos (existência do crime e indícios de autoria), mais ao menos um motivo ensejador (ou a garantia da ordem pública, ou a garantia da ordem econômica, ou o asseguramento da aplicação da lei penal, ou a conveniência da instrução criminal, ou o descumprimento de qualquer das medidas cautelares diversas da prisão). Motivos ensejadores da prisão preventiva. Eles estão no art. 312, do Código de Processo Penal, e devem ser conjugadas com a prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. A saber: A) Para garantia da ordem pública. É o risco considerável de reiteração de ações delituosas, em virtude da periculosidade do agente. Necessidade de afastamento do convívio social. O clamor social causado pelo delito autoriza à decretação de prisão preventiva por garantia da ordem pública? Prevalece que sim, pois, do contrário, se o indivíduo for mantido solto, há risco de caírem as autoridades judiciais e policiais em descrédito para com a sociedade; B) Para garantia da ordem econômica. Trata-se do risco de reiteração delituosa, porém relacionado com crimes contra a ordem econômica. A inserção deste motivo (na verdade, uma espécie da garantia da ordem pública) se deu pelo art. 84, da Lei nº 8.884/94 ( Lei Antitruste ); C) Por conveniência da instrução criminal. Visa-se impedir que o agente perturbe a livre produção probatória. O objetivo, pois, é proteger o processo, as provas a que o Estado persecutor ainda não teve acesso, e os agentes (como testemunhas, p. ex.) que podem auxiliar no deslinde da lide; D) Para assegurar a aplicação da lei penal. Se ficar demonstrado concretamente que o acusado pretende fugir, p. ex., inviabilizando futura e eventual execução da pena, impõe-se a prisão preventiva por este motivo; 36

39 E) Em caso de descumprimento de qualquer das medidas cautelares diversas da prisão. As medidas cautelares diversas da prisão são novidade no processo penal, e foram trazidas pela Lei nº /2011. Hipóteses em que se admite prisão preventiva. São elas, de acordo com o art. 312, CPP: A) Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos (inciso I); B) Se o agente tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no art. 64, I, do Código Penal (configuração do período depurador) (inciso II); C) Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência (inciso III); D) Quando houver dúvidas sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la (neste caso, o preso deve imediatamente ser posto em liberdade após a identificação, salvo de outra hipótese recomendar a manutenção da medida) (parágrafo único). Revogação da prisão preventiva. Isso é possível se, no transcorrer do processo, verificar a autoridade judicial a falta de motivo para que subsista a prisão preventiva. Assim, em sentido contrário, também poder decretá-la se sobrevierem razões que a justifiquem. De toda forma, a decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. Prisão preventiva e excludentes de culpabilidade e de ilicitude. De acordo com o art. 314, do Diploma Processual Penal, a prisão preventiva em nenhum momento será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal, ou no exercício regular de um direito (excludentes de ilicitude). Apesar da ausência de previsão acerca das excludentes de culpabilidade, é forte o entendimento no sentido de que o art. 314 deve a elas ser aplicado por analogia, com exceção da hipótese de inimputabilidade (art. 26, caput, CP), afinal, o próprio Código de Processo Penal permite a absolvição sumária do agente se o juiz verificar a existência de manifesta causa excludente de culpabilidade, salvo inimputabilidade (art. 297, II, CPP). Inexistência de qualquer hipótese de prisão preventiva automática. Não há se falar, sob qualquer hipótese, na prisão preventiva como efeito automático de algum ato. Um bom exemplo disso é o parágrafo primeiro, do art. 387, CPP (antigo parágrafo único, mas hoje renumerado pela Lei nº /2012), segundo o qual o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. Outro exemplo é o art. 366, da Lei Processual, pelo qual se o acusado, citado por edital, não comparecer nem constituir defensor, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada de provas urgentes, e, se for o caso, decretar prisão preventiva. Várias informações podem ser extraídas destes dois únicos dispositivos. A primeira delas é que não há mais se falar em prisão preventiva como efeito automático da condenação. Pode ser o caso de, mesmo diante de decreto condenatório, entender a autoridade judicial que o acusado pode ficar solto esperando o trânsito em julgado do processo no qual litiga. A segunda delas é a inexigibilidade de recolhimento à prisão para apelar, como se entendia no hoje revogado (pela Lei nº /08) art. 594, CPP, o que acabava por constituir grave ofensa ao duplo grau de jurisdição. A terceira delas, prevista no art. 366, CPP, que trata da suspensão do processo e do prazo prescricional (e será estudado mais à frente), atine à informação de que, ainda que foragido/ausente o acusado, deverá o magistrado fundamentar eventual decisão que decrete prisão preventiva deste. Desta maneira, o mero sumiço do acusado não é, por si só, elemento decretador automático de prisão preventiva. Recurso de decisão acerca da prisão preventiva. Conforme o art. 581, V, CPP, se o juiz de primeiro grau indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogar a medida colocando o agente em liberdade, caberá recurso em sentido estrito. 37

40 Uma questão que fica em zona nebulosa diz respeito à revogação de prisão preventiva em prol de uma medida cautelar diversa da prisão. Há quem diga que a lógica é mesma das hipóteses acima vistas que desafiam recurso em sentido estrito, por importarem maior grau de liberdade ao agente, o que denotaria o manejo de tal instrumento. Por outro lado, há quem entenda que tal decisão seja irrecorrível por ausência de previsão legal expressa. Não há qualquer entendimento consolidado sobre o tema. De toda maneira, há se observar que o recurso em sentido estrito somente será cabível caso se indefira o requerimento de preventiva (caso o requerimento seja deferido não há previsão recursal), ou caso se revogue a medida (caso a medida seja mantida não há previsão recursal). Substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar. O art. 317, da Lei Processual, inovou (graças à Lei nº /11) ao disciplinar que a prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. Trata-se de medida humanitária a ser tomada em situações especiais, desde que se comprove a real existência da excepcionalidade (parágrafo único, do art. 318, do Código de Processo Penal). Hipóteses de substituição da prisão preventiva pela domiciliar. Isso será possível quando o agente for (art. 318, CPP): A) Maior de 80 (oitenta) anos (inciso I); B) Extremamente debilitado por motivo de doença grave (inciso II); C) Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de seis anos de idade ou com deficiência (inciso III); D) Gestante a partir do sétimo mês de gravidez ou sendo esta de alto risco (inciso IV). Medidas cautelares diversas da prisão. Antes do advento da Lei nº /11, as únicas opções cabíveis na seara processual eram o aprisionamento cautelar do acusado ou a concessão de liberdade provisória, em dois extremos antagonicamente opostos que desconsideravam hipóteses em que nem a liberdade e nem o aprisionamento cautelar eram as medidas mais adequadas. Em razão disso, após o advento da Nova Lei de Prisões, inúmeras opções são conferidas no vácuo deixado entre o claustro e a liberdade, opções estas conhecidas por medidas cautelares diversas da prisão. Os requisitos para fixação das medidas cautelares estão previstas no art. 282 do CPP, sendo estes: - Necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; - Adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. Medidas cautelares diversas da prisão em espécie. Elas estão no art. 319, do CPP, e são inovação trazida pela Lei nº /2011 São elas: A) Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades (inciso I); B) Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante destes locais para evitar o risco de novas infrações (inciso II); C) Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, dela o indiciado ou acusado deva permanecer distante (inciso III); D) Proibição de ausentar-se da Comarca, quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação/instrução (inciso IV); E) Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos (inciso V); F) Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais (inciso VI); G) Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável e houver risco de reiteração (inciso VII); H) Fiança, nas infrações penais que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução de seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial (inciso VIII); I) Monitoração eletrônica (inciso IX). Tal medida já havia sido trazida para o âmbito da execução penal, pela Lei nº /10, e, agora, também o foi para o prisma processual. 38

41 Possibilidade de cumulação de medidas cautelares diversas da prisão e necessidade de fundamentação, sempre, da aplicação de medida cautelar, seja ou não diversa da prisão. O art. 310, II, CPP, fornece um norte para a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. De acordo com tal dispositivo, o juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá converter esta prisão em preventiva, se presentes os requisitos do art. 312, CPP, e se revelarem inadequadas as medidas cautelares diversas da prisão. Isso somente demonstra que, seguindo tendência iniciada na execução penal, de aprisionamento corporal via pena privativa de liberdade somente quando estritamente necessário, também assim passa a acontecer no ambiente processual, o que retira da prisão preventiva grande poder de atuação ao se prevê-la, apenas, em último caso. Assim, atualmente, primeiro o juiz verifica se é caso de liberdade provisória pura e simples; depois, se é caso de liberdade provisória com medida cautelar diversa da prisão; depois, se é caso de liberdade provisória mais a cumulação de medidas cautelares diversas da prisão; e, apenas por último, se é caso de aprisionamento processual. Assim, toda e qualquer decisão exarada pela autoridade judicial quanto ao tema prisões processuais deve ser fundamentada. Ao juiz compete decretar prisão preventiva fundamentadamente; ao juiz compete conceder liberdade provisória fundamentadamente; ao juiz compete decretar medida cautelar diversa da prisão fundamentadamente; ao juiz compete converter a medida cautelar diversa da prisão em outra medida cautelar diversa da prisão fundamentadamente; ao juiz compete converter a medida cautelar diversa da prisão em prisão processual fundamentadamente. Neste diapasão, outra questão que merece ser analisada diz respeito à possibilidade de cumulação de medidas cautelares diversas da prisão. Ora, pode ser que, num determinado caso concreto, apenas uma medida cautelar não surta efeito, e, ainda assim, não seja o caso de se impor prisão processual ao acusado. Nesta hipótese, é perfeitamente passível de se decretar mais de uma medida cautelar diversa da prisão. É o caso da proibição de acesso a determinados lugares (art. 319, II) e a determinação de comparecimento periódico em juízo (art. 319, I), como exemplo, ou da suspensão do exercício da função pública (art. 319, VI) e da proibição de ausentar-se da Comarca (art. 319, IV), como outro exemplo, ou da monitoração eletrônica (art. 319, IX) e da fiança (art. 319, VIII), como último exemplo. Tudo depende, insiste-se, da necessidade da medida, e da devida fundamentação feita pela autoridade policial. 12 Visto permanente e concessão de permanência. * Assunto tratado no tópico 8. 39

42 13 Cooperação jurídica internacional: fundamentos, classificação e mecanismos gerais no processo brasileiro. 14 Vias de cooperação: via diplomática e cooperação entre Autoridades Centrais. Cooperação Judiciária/Jurídica Internacional É princípio fundamental no direito internacional público que os tribunais e outras autoridades estatais desempenhem suas funções somente dentro dos limites do território do próprio Estado, salvo quando autorizados, expressamente, por outro Estado para atuar no território alheio, e sua violação é desrespeito à soberania do Estado. Deste modo, no caso de procedimento judicial o qual for necessárias providências e diligências de fora do território nacional, as autoridades judiciárias dependerão da cooperação das autoridades estrangeiras. A cooperação judiciária internacional, não se limita ao direito civil, pois abrange também o direito comercial, bem como os direitos penal, econômico, administrativo, da previdência social e tributário ou ainda fiscal. A prestação da cooperação judiciária internacional é efetuada voluntariamente pelos Estados, fundados na legislação interna ou em virtude de obrigações assumidas em tratados ou convenções internacionais. As Convenções mais conhecidas que se dedicam à matéria são as Convenções de Haia sobre o Direito Processual Civil, de 1º de março de 19543, sobre a Liberação dos Instrumentos Públicos de Origem Estrangeira da Autenticação, de 5 de outubro de 19614, sobre a Transmissão de Documentos Judiciais e Extrajudiciais em Matérias de Direito Civil e Comercial, de 15 de novembro de 19655, e sobre Aspectos Civis de Sequestros Internacionais de Crianças, de 25 de outubro de Cabe ressaltar, igualmente, a Convenção de Nova Iorque, de 20 de junho de 1956, patrocinada pela ONU, sobre a Prestação de Alimentos no Estrangeiro7. De interesse particular são, também, as Convenções Interamericanas do Panamá de Direito Processual Internacional, de 30 de janeiro de 1975, que se referem às cartas rogatórias, à obtenção de provas no exterior e ao regime legal das procurações para serem utilizadas no exterior. Com exceção das três primeiras convenções de Haia mencionadas acima, o Brasil ratificou todas as Convenções. Objeto de cooperação internacional são os atos de comunicação e diligências de instrução dos processos em curso, como citações, notificações, intimações, vistorias, avaliações, exames de livros, interrogatórios, inquirições etc. Frise-se que o meio para obter a cooperação de uma autoridade estrangeira é a carta rogatória, que é classificada como instrumento que contém o pedido de auxílio feito pela autoridade judiciária de um Estado a outro Estado estrangeiro. 40

43 15 Autoridades Centrais no Brasil. As autoridades Centrais no Brasil são as denominadas: 1- Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional DRCI. O qual é vinculado ao Ministério da Justiça, esta é a autoridade central no Brasil por excelência, ficando responsável por: - Pedidos de auxílio direto no caso de haver acordo bilateral ou multilateral de cooperação jurídica internacional, o DRCI remeterá o pedido ao Estado requerido. - Pedidos de auxílio direto passivo são recebidos pelo DRCI, que os encaminha para o Centro de Cooperação Jurídica Internacional da Procuradoria Geral da República, quando houver medida judicial, ou para a autoridade administrativa brasileira competente, nos demais casos. - Ações referentes à recuperação de ativos. 2- Ministério das Relações Exteriores. È de competência do Ministério das Relações Exteriores: - Pedido de auxílio direto no caso de inexistir acordo. Cabe ao DRCI encaminhar o pedido à Divisão Jurídica do Ministério das Relações Exteriores, para que seja transmitido por meio dos canais diplomáticos 3- Procuradoria Geral da República. È de competência da PGR: - Pedidos de auxílio direto destinados e provenientes de Portugal e do Canadá; - Pedidos rogatórios extraídos de Ação de Alimentos ajuizados perante a Justiça Federal (Convenção de Nova Iorque sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro, de 1956; Tratado de Auxílio Mútuo em Matéria Penal entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Federativa Portuguesa, de 1991). 4- Secretaria Especial de Direitos Humanos. É de competência da SEDH: - Pedidos de Cooperação referentes à adoção de crianças e eventuais litígios. (Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Menores, 1980 e Convenção de Haia sobre Cooperação Internacional e Proteção de Crianças e Adolescentes em Matéria de Adoção Internacional, 1993). 41

44 16 Ação de homologação de sentença estrangeira e carta rogatória. A sentença estrangeira pode ser executada no Brasil, entretanto, para que isso ocorra é indispensável sua homologação. Homologar uma sentença é conceder sua eficácia no território nacional. Antes da EC 45/2004 a homologação de sentença estrangeira no Brasil era feita pelo STF (Supremo Tribunal Federal), com a emenda o STJ Superior Tribunal de Justiça passou a ser o tribunal competente. Em um pedido de homologação de sentença o STJ não pode realizar análise de mérito, mas apenas observar se as formalidades do art. 15 e 17 da LINDB e art. 5º da Resolução nº 9 do STJ foram cumpridas. Assim sendo, podemos concluir que o juízo de delibação do STJ é limitado, pois não pode adentrar ao mérito da causa. Em razão disso, a contestação ao pedido de homologação só poderá versar sobre a autenticidade dos documentos, inteligência da decisão e observância dos requisitos previstos na LINDB e na Resolução nº 9 do STJ. Para proteger a soberania nacional o legislador criou o artigo 17 da LINDB para limitar o STJ na homologação de sentença estrangeira. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. É importante destacar que Supremo Tribunal Federal sempre considerou e agora o Superior Tribunal de Justiça também adota em seus julgados, são as situações em que há competência exclusiva da justiça brasileira para tratar do assunto, ou seja, os casos previstos no art. 89 do CPC. Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. No entanto, tem se aceito uma exceção à hipótese do inciso II do art. 89 do CPC, considerando possível a homologação de sentença estrangeira caso se trate de partilha inter vivos. Afora, esses dois limites já destacados, existem outros requisitos formais para que a sentença estrangeira possa ser homologada no Brasil. Esses requisitos estão dispostos no art. 15 da LINDB e no art. 5º da Resolução nº 09 do STJ, são eles: a) a sentença deve ser proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; e d) estar traduzida por intérprete autorizado e autenticada pelo cônsul brasileiro. 42

45 Competência do juiz: é a aferida nos limites da competência internacional e não adentra a subdivisão interna do país. Citação do réu: é imprescindível para a homologação da sentença a citação por meio de carta rogatória quando o réu tiver domicílio no Brasil. Tem-se admitido a citação nos casos em que o réu se apresenta espontaneamente no processo. Trânsito em julgado: essa necessidade deriva dos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como da segurança jurídica. A prova do trânsito em julgado deve obedecer as regras do direito local. Autenticação e tradução dos documentos: deve ser feita por tradutor juramentado, e autenticado no Consulado brasileiro. A Carta Rogatória É o pedido feito ao órgão jurisdicional de outro país, para que este colabore na prática de um determinado ato processual. Note-se que a admissibilidade e o cumprimento dessas cartas devem obedecer às regras estabelecidas nas Convenções Internacionais. Além disso, as cartas rogatórias não se prestam para cumprimento de atos de constrição judicial. De outro lado, as rogatórias vindas de outro país, para cumprimento no Brasil, devem receber a autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 9. A finalidade da carta rogatória é auxiliar a instrução do processo, nas hipóteses em que um Estado requer a outro a adoção de determinadas medidas. Destinam-se ao cumprimento de diversos atos, como por exemplo, citação, coleta de provas, etc. Podemos dividi-la em: - carta rogatória ativa: é enviada pelo Estado brasileiro; - carta rogatória passiva: enviada por outros Estados ao Brasil. A seguir a íntegra da Resolução nº 9 do STJ que dispõe sobre a carta rogatória e a homologação de sentença estrangeira. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRESIDÊNCIA RESOLUÇÃO Nº 9, DE 4 DE MAIO DE 2005 Dispõe, em caráter transitório, sobre competência acrescida ao Superior Tribunal de Justiça pela Emenda Constitucional nº 45/2004. O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, no uso das atribuições regimentais previstas no art. 21, inciso XX, combinado com o art. 10, inciso V, e com base na alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 45/2004 que atribuiu competência ao Superior Tribunal de Justiça para processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias (Constituição Federal, Art. 105, inciso I, alínea i ), ad referendum do Plenário, resolve: Art. 1º Ficam criadas as classes processuais de Homologação de Sentença Estrangeira e de Cartas Rogatórias no rol dos feitos submetidos ao Superior Tribunal de Justiça, as quais observarão o disposto nesta Resolução, em caráter excepcional, até que o Plenário da Corte aprove disposições regimentais próprias. Parágrafo único. Fica sobrestado o pagamento de custas dos processos tratados nesta Resolução que entrarem neste Tribunal após a publicação da mencionada Emenda Constitucional, até a deliberação referida no caput deste artigo. Art. 2º É atribuição do Presidente homologar sentenças estrangeiras e conceder exequatur a cartas rogatórias, ressalvado o disposto no artigo 9º desta Resolução. Art. 3º A homologação de sentença estrangeira será requerida pela parte interessada, devendo a petição inicial conter as indicações constantes da lei processual, e ser instruída com a certidão ou cópia

46 autêntica do texto integral da sentença estrangeira e com outros documentos indispensáveis, devidamente traduzidos e autenticados. Art. 4º A sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça ou por seu Presidente. 1º Serão homologados os provimentos não-judiciais que, pela lei brasileira, teriam natureza de sentença. 2º As decisões estrangeiras podem ser homologadas parcialmente. 3º Admite-se tutela de urgência nos procedimentos de homologação de sentenças estrangeiras. Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira: I - haver sido proferida por autoridade competente; II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; III - ter transitado em julgado; e IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil. Art. 6º Não será homologada sentença estrangeira ou concedido exequatur a carta rogatória que ofendam a soberania ou a ordem pública. Art. 7º As cartas rogatórias podem ter por objeto atos decisórios ou não decisórios. Parágrafo único. Os pedidos de cooperação jurídica internacional que tiverem por objeto atos que não ensejem juízo de delibação pelo Superior Tribunal de Justiça, ainda que denominados como carta rogatória, serão encaminhados ou devolvidos ao Ministério da Justiça para as providências necessárias ao cumprimento por auxílio direto. Art. 8º A parte interessada será citada para, no prazo de 15 (quinze) dias, contestar o pedido de homologação de sentença estrangeira ou intimada para impugnar a carta rogatória. Parágrafo único. A medida solicitada por carta rogatória poderá ser realizada sem ouvir a parte interessada quando sua intimação prévia puder resultar na ineficácia da cooperação internacional. Art. 9º Na homologação de sentença estrangeira e na carta rogatória, a defesa somente poderá versar sobre autenticidade dos documentos, inteligência da decisão e observância dos requisitos desta Resolução. 1º Havendo contestação à homologação de sentença estrangeira, o processo será distribuído para julgamento pela Corte Especial, cabendo ao Relator os demais atos relativos ao andamento e à instrução do processo. 2º Havendo impugnação às cartas rogatórias decisórias, o processo poderá, por determinação do Presidente, ser distribuído para julgamento pela Corte Especial. 3º Revel ou incapaz o requerido, dar-se-lhe-á curador especial que será pessoalmente notificado. Art. 10 O Ministério Público terá vista dos autos nas cartas rogatórias e homologações de sentenças estrangeiras, pelo prazo de dez dias, podendo impugná-las. Art. 11 Das decisões do Presidente na homologação de sentença estrangeira e nas cartas rogatórias cabe agravo regimental. Art. 12 A sentença estrangeira homologada será executada por carta de sentença, no Juízo Federal competente. Art. 13 A carta rogatória, depois de concedido o exequatur, será remetida para cumprimento pelo Juízo Federal competente. 1º No cumprimento da carta rogatória pelo Juízo Federal competente cabem embargos relativos a quaisquer atos que lhe sejam referentes, opostos no prazo de 10 (dez) dias, por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, julgando-os o Presidente. 2º Da decisão que julgar os embargos, cabe agravo regimental. 3º Quando cabível, o Presidente ou o Relator do Agravo Regimental poderá ordenar diretamente o atendimento à medida solicitada. 44

47 Art. 14 Cumprida a carta rogatória, será devolvida ao Presidente do STJ, no prazo de 10 (dez) dias, e por este remetida, em igual prazo, por meio do Ministério da Justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, à autoridade judiciária de origem. Art. 15 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogados a Resolução nº 22, de 31/12/2004 e o Ato nº 15, de 16/02/2005. Ministro EDSON VIDIGAL 17 Sistema de exequatur por delibação. 18 Questões da delibação. 19 Delibação sumária. 20 Delibação difusa. Juízo de delibação trata-se de um juízo superficial sobre a legalidade de um ato, sem, contudo, adentrar no exame de mérito. É usado na homologação de sentença estrangeira pelo STF, exame de legalidade dos atos administrativos feito pelo Poder Judiciário. O juízo de delibação permite a eventual análise da prova existente no país solicitante, mas somente para aferir pontos específicos. O juízo de delibação não permite que o Estado Requerido possa proceder a uma revisão acerca das provas ou do mérito da decisão exarada pela justiça do Estado requerente, tomando-as como um fato jurídico que não pode ser reexaminado sob pena de ofensa à Soberania do outro Estado. Delibação sumária e Delibação difusa A cooperação jurídica internacional pode ser classificada nas modalidades ativa e passiva, de acordo com a posição de cada um dos Estados cooperantes. A cooperação será ativa quando um Estado (requerente) formular a outro (requerido) um pedido de assistência jurídica; a cooperação, por outro lado, será passiva quando um Estado (requerido) receber do outro (requerente) um pedido de cooperação. A cooperação jurídica internacional também pode ser classificada em direta e indireta. Esta, para ser efetivada, depende de juízo de delibação, como é o caso da homologação de sentença estrangeira e das cartas rogatórias. A cooperação direta é aquela em que o juiz de primeiro grau tem pleno juízo de conhecimento. Trata-se da assistência direta. 10 Para que a decisão estrangeira possa produzir, em território nacional, os efeitos jurídicos que lhes são inerentes, faz-se necessário o seu respectivo reconhecimento, pelo Estado brasileiro, através do processo de homologação de sentença estrangeira. O sistema de recepção de sentenças estrangeiras não conhece uma regra universalmente harmônica, existindo, por isso, países que atribuem valor às decisões decorrentes de Cortes estrangeiras, outros praticam a denominada reciprocidade pura sem formalidades, têm-se ainda aqueles que emprestam caráter meramente probatório aos provimentos estrangeiros, e, por fim, os que reconhecem na sentença estrangeira a mesma eficácia da decisão nacional mediante um prévio juízo de delibação. O Brasil, como a Itália, adota este último sistema, conferindo à sentença estrangeira a mesma eficácia da decisão nacional mediante um prévio juízo de deliberação por meio do qual se atesta o cumprimento 10 BARBOSA Júnior, Márcio Mateus. Homologação de Sentenças Estrangeiras e o Sistema Difuso de Reconhecimento - A necessidade de mudança na redação do texto constitucional. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 93, out Disponível em: < 45

48 de requisitos necessários à nacionalização do pronunciamento judicial para posterior atribuição de eficácia executivo judicial. Essa execução passa por um procedimento de verificação dos requisitos mínimos exigidos para sua implementação. Trata-se do chamado juízo de delibação (giudizio di delibazione). Tais requisitos estão previstos no art. 17 da supracitada da Lei de Introdução ao Código Civil: "As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes." A análise feita antes pelo STF e agora pelo STJ para a concessão de exequatur leva em consideração o preenchimento de requisitos formais (como a verificação da autenticidade, a existência de tradução) e materiais (não ser contrário à ordem pública, à soberania nacional e aos bons costumes), no denominado juízo de delibação, no qual não é dado ao Tribunal apreciar o mérito ou a procedência do pedido, podendo, tão somente, verificar se está de acordo com a ordem pública, a soberania nacional e os bons costumes. Delibação difusa O sistema de delibação difuso não foi adotado no Brasil, sendo vedado de forma expressa pelo art. 483, CPC, uma vez que a sentença proferida pro tribunal estrangeiro não terá eficácia no Brasil senão depois de homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (leia-se Superior Tribunal de Justiça, conforme Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Delibação sumária A delibação sumária é a delibação realizada com base em cognição sumária; é o provimento que antecipa total ou parcialmente os efeitos da decisão que homologa a sentença estrangeira ou concede o "exequatur" à carta rogatória. Tal provimento antecipatório, apesar de controvertido durante muitos anos, tem seu cabimento expressamente previsto nos arts. 4º, 3º 11 e 8º, parágrafo único 12 da Resolução 9/05 do STJ. 21 Auxílio direto: objeto e principais tratados. Auxílio direto, ou assistência direta, é o instrumento utilizado para cumprir determinada solicitação de autoridade estrangeira, sem que seja necessária a expedição de carta rogatória. A resolução n. 9, do Superior Tribunal de Justiça, estabelece no parágrafo único do seu art. 7º que: "Os pedidos de cooperação jurídica internacional que tiverem por objeto atos que não ensejem pedido de delibação pelo Superior Tribunal de Justiça, ainda que denominados como carta rogatória, serão 11 Art. 4º A sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça ou por seu Presidente. 1º Serão homologados os provimentos não-judiciais que, pela lei brasileira, teriam natureza de sentença. 2º As decisões estrangeiras podem ser homologadas parcialmente. 3º Admite-se tutela de urgência nos procedimentos de homologação de sentenças estrangeiras. 12 Art. 8º (...) Parágrafo único. A medida solicitada por carta rogatória poderá ser realizada sem ouvir a parte interessada quando sua intimação prévia puder resultar na ineficácia da cooperação internacional. 46

49 encaminhados ou devolvidos ao Ministério da Justiça para as providências necessárias ao cumprimento por auxílio direto". Podemos notar que nestes casos não cabe ao Superior Tribunal de Justiça, diferentemente do que ocorre no caso das cartas rogatórias, conceder o exequatur, visto que caberá ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) tomar as providências necessária para o cumprimento do auxílio direto. No site do Ministério da Justiça, podemos encontrar os requisitos do auxílio direto, que são, a saber: - base legal por meio da qual se efetua a solicitação - acordo ou garantia de reciprocidade; - indicação da autoridade requerente; - indicação das autoridades centrais requerente e requerida; - sumário contendo número(s) e síntese(s) do(s) procedimento(s) ou processo(s) no país requerente os quais servem de base ao pedido de cooperação; - qualificação completa e precisa das pessoas às quais o pedido se refere (nome, sobrenome, nacionalidade, lugar de nascimento, endereço, data de nascimento, e, sempre que possível, nome da genitora, profissão e número do passaporte); - narrativa clara, objetiva, concisa e completa, no próprio texto do pedido de cooperação jurídica internacional, da base factual que lhe deu origem; - referência e transcrição literal e integral do texto dos dispositivos legais aplicáveis, destacando-se, em matéria criminal, os tipos penais; - descrição detalhada do auxílio solicitado; - descrição do objetivo do pedido de cooperação jurídica internacional; - qualquer outra informação que possa ser útil à autoridade requerida, para os efeitos de facilitar o cumprimento do pedido de cooperação jurídica internacional; - outras informações solicitadas pelo Estado requerido; - assinatura da autoridade requerente, local e data. É importante ressaltar que caso já exista uma ação judicial em curso, não será possível a substituição da via clássica de cooperação judiciária internacional, no caso, a carta rogatória, pelo auxílio direto. O auxílio direto tem como sua maior característica trazer agilidade para o processo de cooperação judiciária internacional, permitindo, assim, a assistência mútua entre Estados no exercício das atividades jurisdicionais. Entre os principais tratados iremos destacar o recentemente aprovado, o Decreto nº 8.430/2015, trata sobre Auxílio Judicial em Matéria Civil e Comercial entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China, firmado em Pequim, em 19 de maio de

50 22 Juízo Competência da Justiça Federal. Iniciaremos os estudos com os dispositivos constitucionais referentes ao tema. Art Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o 5º deste artigo; VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. 1º. As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. 2º. As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 3º. Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. 4º. Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 5º. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. 48

51 Art Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. Competência dos Juízes Federais: Aos juízes federais compete processar e julgar (art. 109, CF): A) As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho (inciso I); B) As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País (inciso II); C) As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional (inciso III); D) Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (inciso IV); E) Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente (inciso V); F) As causas relativas a direitos humanos a que se refere o 5º, do art. 109, da Constituição Federal (inciso V-A); G) Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira (inciso VI); H) Os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição (inciso VII); I) Os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais (inciso VIII); J) Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar (inciso IX); K) Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização (inciso X); L) A disputa sobre direitos indígenas (inciso XI). Serão, todavia, processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Vale lembrar que, nesta hipótese, os recursos cabíveis serão sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. Incidente de deslocamento de foro. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil faz parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento da competência para a Justiça Federal. 49

52 23 Atribuições da Advocacia-Geral da União. A Advocacia Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União judicial ou extrajudicialmente, cabendo-lhe as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. Com efeito, a Lei Complementar nº 73/1993, conhecida por Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União, dispõe que a AGU compreende, como órgãos de direção superior, o Advogado-Geral da União, a Procuradoria-Geral da União e a da Fazenda Nacional, a Consultoria Geral da União, o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União, e a Corregedoria Geral da Advocacia da União; como órgãos de execução, as Procuradorias Regionais da União e as da Fazenda Nacional e as Procuradorias da União e as da Fazenda Nacional nos Estados e no Distrito Federal e as Procuradorias Seccionais destas, a Consultoria da União, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, da Secretaria Geral e das demais Secretarias da Presidência da República e do Estado-Maior das Forças Armadas; e, como órgão de assistência direta e imediata ao Advogado-Geral da União, o Gabinete do Advogado-Geral da União. Chefe da Advocacia-Geral da União e forma de nomeação: O chefe da AGU é o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Forma de ingresso na AGU: Se dá mediante concurso público de provas e títulos. A AGU também possui função consultiva que consiste no assessoramento e orientação dos dirigentes do Poder Executivo Federal, de suas autarquias e fundações públicas, para dar segurança jurídica aos atos administrativos que serão por elas praticados, notadamente quanto à materialização das políticas públicas, à viabilização jurídica das licitações e dos contratos e, ainda, na proposição e análise de medidas legislativas (Leis, Medidas Provisórias, Decretos e Resoluções, entre outros) necessárias ao desenvolvimento e aprimoramento do Estado Brasileiro Fonte: 50

53 24 Cooperação jurídica internacional em matéria civil: evolução histórica e principais tratados. Os pedidos de Cooperação Jurídica Internacional em matéria civil se destinam à satisfação de direitos privados no âmbito transnacional e são oriundos de cidadãos, empresas ou autoridades judiciais e podem se configurar, por exemplo, na comunicação de ato processual, na obtenção de prova, documento, informação ou ainda em medidas constritivas ou em obrigações de fazer ou de deixar de fazer. A maioria das questões em matéria civil diz respeito às pensões alimentícias, paternidade, divórcio e outros. Nestes casos, trata-se de pessoas que necessitam da cooperação internacional para garantir o acesso a direitos básicos e fundamentais, como a prestação de alimentos a crianças. Daí a relevância da atividade e a necessidade de estrutura capaz de atender a tempo e a contento as demandas desses cidadãos pelos seus direitos. Com algumas exceções, o Ministério da Justiça atua, por intermédio do Departamento de Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça (DRCI/SNJ), como Autoridade Central brasileira tanto para os pedidos de cooperação jurídica internacional em matéria civil feitos pelo Brasil, quanto para aqueles recebidos do exterior. Ao processo de homologação de sentença estrangeira é permitido aplicar o 7º do art. 273 do CPC que trata da fungibilidade entre medida cautelar e antecipatória. Cumpre destacar que a homologação de sentença, consiste em um processo de jurisdição contenciosa, possuindo assim, o mérito próprio. De fato, o mérito do processo de homologação de sentença estrangeira não se confunde com o mérito do processo estrangeiro que ensejou a prolação da sentença homologanda. Nesta sede, o mérito do processo de homologação de sentença estrangeira consiste na chamada atribuição ou, mais tecnicamente, importação de efeitos à sentença estrangeira, ou seja, está em permitir que a eficácia original da sentença estrangeira se projete no território nacional. Por tal razão a decisão proferida pelo STJ é sempre constitutiva, independentemente da natureza da sentença homologanda (declaratória, condenatória ou constitutiva). O Presidente do STJ é quem apreciará o pedido de concessão de tutela de urgência na fase inicial de todos os processos de homologação. Decorrido o prazo e apresentada a contestação será competente o Ministro da Corte Especial designado para a relatoria, após a distribuição do processo. Decorrido in albis o prazo para a apresentação de contestação, mantém-se a competência do Presidente do STJ para apreciação de eventuais medidas urgentes requeridas pelos interessados. A medida antecipatória concedida poderá ser revista pelo presidente ou pelo relator a qualquer tempo, nos termos do art. 273, parágrafo 4º, do Código de Processo Civil. O Brasil é parte de diversos tratados de cooperação jurídica internacional em matéria civil, sejam bilaterais, sejam multilaterais. Dentre os últimos se destacam aqueles negociados no âmbito da Organização das Nações Unidas, da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, da Organização dos Estados Americanos e do MERCOSUL. São eles: Acordos multilaterais 51

54 a- Convenção sobre a Prestação de Alimentos no Estrangeiro - Decreto Nº , de 02 de setembro de 1965; b- Convenção Interamericana sobre Prova e Informação acerca do Direito Estrangeiro - Decreto nº 1.925, de 10 de junho de 1996; c- Convenção Interamericana Sobre Obrigação Alimentar - Decreto nº 2.428, de 17 de dezembro de 1997; d- Convenção Interamericana sobre a Restituição Internacional de Menores - Decreto nº 1.212, de 3 de agosto de 1994; e- Convenção Interamericana sobre Tráfico Internacional de Menores - Decreto nº 2.740, de 20 de agosto de 1998; f- Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa entre os Estados Partes do Mercosul - Mercosul/CMC/DEC. Nº 07/2002; g- Acordo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa entre os Estados Partes do Mercosul, a República da Bolívia e do Chile - Decreto nº 6.891, de 2 de julho de h- Protocolo de Medidas Cautelares - Decreto nº 2.626, de 15 de junho de 1998; i- Acordo sobre o Benefício da Justiça Gratuita e a Assistência Jurídica Gratuita entre os Estados- Partes do Mercosul, a República da Bolívia e a República do Chile - Mercosul/CMC/DEC. Nº 50/2000. Acordos bilaterais a- BÉLGICA: Convenção entre Brasil e a Bélgica sobre Assistência Judiciária Gratuita - Decreto nº , de 29 de julho de 1957; b- ESPANHA: Convênio de Cooperação Judiciária em Matéria Civil, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Reino da Espanha - Decreto nº 166 de 3 de julho de 1991; c- FRANÇA: Acordo de Cooperação em Matéria Civil entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Francesa - Decreto nº 3.598, de 12 de setembro de 2000; d- ITÁLIA: Tratado Relativo à Cooperação Judiciária e ao Reconhecimento e Execução de Sentenças em Matéria Civil entre a República Federativa do Brasil e a República Italiana - Decreto nº 1.476, de 2 de maio de 1995; e- JAPÃO: Acordo sobre Assistência Judiciária Gratuita entre o Brasil e o Japão; f- LÍBANO: Acordo sobre Cooperação Jurídica em Matéria Civil entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Libanesa - Decreto nº 7.934, de 19 de fevereiro de 2013; g- PAÍSES BAIXOS: Convenção sobre Assistência Judiciária Gratuita entre o Brasil e o Reino dos Países Baixos - Decreto nº , de 20 de maio de 1964; h- Portugal: Acordo relativo ao Cumprimento de Cartas Rogatórias entre Brasil e Portugal Firmado por Troca de Notas nos dias 23 e 29 de agosto de 1895; i - Argentina: Convenção sobre Assistência Judiciária Gratuita com a Argentina - Decreto nº , de 11 de julho de 1968; j- Argentina: Acordo de Cooperação Judiciária em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argentina - Decreto nº 1.560, de 18 de julho de 1995; k- Uruguai: Acordo de Cooperação Judiciária em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Oriental do Uruguai - Decreto nº 1.850, de 10 de abril de 1996; l- China: Tratado sobre Auxílio Judicial em Matéria Civil e Comercial entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China, firmado em Pequim, em 19 de maio de Decreto nº 8.430, de 09 de Abril de

55 25 Cooperação jurídica internacional em matéria penal: evolução histórica, principais tratados e princípios da especialidade e da dupla incriminação Na seara penal, os pedidos de cooperação jurídica internacional Carta Rogatória e Auxílio Direto são recebidos exclusivamente de Autoridades Públicas Juízes, membros dos Ministérios Públicos, Delegados de Polícia, Defensores Públicos e visam cumprir atos de comunicação processual (citações, intimações e notificações), atos de investigação ou instrução (oitivas, obtenção de documentos, quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo telemático, etc) ou ainda algumas medidas de constritivas de ativos, como bloqueio de bens ou valores no exterior. Excetuam-se somente os seguintes acordos bilaterais, cuja Autoridade Central é a Procuradoria-Geral da República: Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Portuguesa Decreto n.º 1.320/1994; e Acordo de Assistência Jurídica Mútua em Matéria Penal entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo do Canadá Decreto nº 6.747/2009. Saliente-se também que o trâmite das medidas de cunho compulsório (extradição, prisão, deportação, transferência de pessoas condenadas, etc.) é de competência do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça (DEEST/SNJ). Acordos Multilaterais a- Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional - Decreto nº 5.015, de 12 de março de 2004; b- Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por Via Terrestre - Decreto nº 5.016, de 12 de março de 2004; c- Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas - Decreto nº 5.017, de 12 de março de 2004; d- Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, suas Peças, Componentes e Munições - Decreto nº 5.941, de 26 de outubro de 2006; e- Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas - Decreto nº 154, de 26 de junho de 1991; f- Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção - Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006; g- Convenção Interamericana sobre Assistência Mútua em Matéria Penal - Decreto nº 6.340, de 3 de janeiro de 2008; h - Convenção Sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais - Decreto nº 3.678, de 30 de novembro de 2000; i- Protocolo de Assistência Jurídica Mútua em Assuntos Penais Mercosul - Decreto nº 3.468, de 17 de maio de 2000; Acordos Bilaterais a- CANADÁ: Acordo de Assistência Mútua em Matéria Penal entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo do Canadá, celebrado em Brasília, em 27 de janeiro de Decreto nº 6.747, de 22 de janeiro de 2009; 53

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