Frederico Araujo Turolla 2

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Frederico Araujo Turolla 2"

Transcrição

1 A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA: CONCEITOS, PERFIL, EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS 1 Frederico Araujo Turolla 2 I. QUAL O TAMANHO DA DÍVIDA PÚBLICA?... 2 II. COMPARAÇÃO INTERNACIONAL... 3 III. OS PRINCIPAIS COMPONENTES DA DÍVIDA PÚBLICA... 4 III.1 A DÍVIDA MOBILIÁRIA INTERNA... 4 III.2 A DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA... 8 IV. CONDICIONANTES DA EVOLUÇÃO V. OBSERVAÇÕES SOBRE A SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA PÚBLICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Este artigo sistematiza os principais fatos sobre a dívida pública brasileira e faz comentários sobre suas perspectivas futuras. A primeira seção apresenta as principais medidas que permitem quantificar o estoque da dívida, notadamente os conceitos de dívida líquida e bruta. A segunda seção faz uma comparação entre o estoque da dívida bruta brasileira e a de outros países. A terceira seção apresenta os dois principais componentes da dívida pública: a dívida mobiliária interna e a dívida pública externa. A quarta seção detalha as fontes de variação da dívida pública e analisa a sua evolução recente. Finalmente, a quinta seção faz comentários gerais sobre a sustentabilidade intertemporal da dívida pública brasileira. 1 Artigo elaborado para o GV Prevê. 2 Economista. Mestre e Doutorando em Economia de Empresas pela FGV-SP. Professor de Análise de Conjuntura e Mercado de Capitais das Faculdades Oswaldo Cruz.

2 I. QUAL O TAMANHO DA DÍVIDA PÚBLICA? A medida mais ampla e conhecida disponível para a avaliação do tamanho da dívida pública no Brasil é a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP). Esta corresponde à soma de todos os passivos de todos os níveis do setor público, deduzidos dos ativos financeiros detidos por estes, como as disponibilidades de caixa e créditos a receber. Para algumas finalidades, é útil observar somente o total de passivos. Neste caso, trata-se do conceito de dívida bruta. A barra esquerda da Figura 1, a seguir, mostra que a dívida bruta, na posição do fim do primeiro semestre de 2002, representava 78,1% do PIB. Como o total de ativos é de 21,1% do PIB, a dívida líquida equivalia a 57% do PIB. 90,0 80,0 70,0 60,0 Ativos e passivos do setor público brasileiro (Posição de junho de 2002, em % do PIB) ATIVOS: 21,1% do PIB PASSIVOS (Dívida Bruta): 78,1% do PIB 50,0 40,0 30,0 20,0 Dívida Líquida: 57,0% do PIB Passivos mobiliários internos: 51,1% do PIB 10,0 0,0 Fonte: Banco Central do Brasil. Nota: estes valores seguem o conceito que o Banco Central chama de Dívida do Governo Geral, que é a única forma de desagregação entre ativos e passivos que é disponibilizada pelo Banco Central. Quando ocorre um déficit público, este pode ser financiado tanto pelo aumento dos passivos públicos quanto pela redução dos passivos. O déficit público deve ser então calculado como uma variação da dívida líquida, pois é necessário levar em consideração a possibilidade de que uma parte dos gastos tenha sido

3 financiada pela utilização de ativos 3. Por exemplo, algumas despesas são pagas com disponibilidades de caixa dos governos, portanto não criam novos passivos, mas reduzem os ativos. A utilização do conceito de dívida líquida se fundamenta, conforme Goldfajn (2002), porque esta medida se aproxima de um conceito de patrimônio líquido do setor público. Esta medida é internacionalmente reconhecida como uma boa medida da posição do estoque de endividamento do setor público. II. COMPARAÇÃO INTERNACIONAL A dívida pública brasileira como proporção do PIB não é grande quando se levam em consideração os padrões internacionais. Em termos de dívida bruta, no fim do ano de 2001 o Brasil tinha um estoque de dívida comparável ao da média dos países da zona do Euro. A Figura a seguir mostra a razão entre dívida pública e PIB do Brasil e a de vários países membros da OCDE. 132,8 Dívida Pública Bruta em % do PIB, Final de ,7 101,6 71,9 71,3 69,1 64,8 60,3 59,5 55,6 52,5 Japão Itália Canadá ZONA DO EURO BRASIL Espanha França Alemanha EUA Portugal Inglaterra Fonte: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Banco Central do Brasil. Nota: a metodologia de cálculo apresenta diferenças significativas entre países, portanto os números não são diretamente comparáveis. 3 No caso brasileiro, o déficit público não é calculado diretamente da variação da Dívida Líquida do Setor Público, mas sim de uma variante chamada Dívida Fiscal Líquida. A diferença entre as duas é dada pelos ajustes patrimoniais, visando garantir que a variação destes não seja tratada como déficit público corrente.

4 III. OS PRINCIPAIS COMPONENTES DA DÍVIDA PÚBLICA A seção precedente argumentou que o setor público brasileiro não apresenta um problema de excesso de endividamento, já que economias mais estáveis apresentam cargas de dívida superiores à do Brasil. Entretanto, as condições de contratação dos principais passivos que compõem a dívida pública brasileira são diferentes das que prevalecem naqueles países. Estas condições desempenham um papel importante na determinação da dinâmica do estoque. Para se fazer esta avaliação, é útil separar dois grupos que representam a maior parte da dívida pública bruta. Estes grupos, que são a dívida mobiliária interna e a dívida pública externa, são analisados nos itens a seguir. III.1 A DÍVIDA MOBILIÁRIA INTERNA Mais de dois terços da dívida pública bruta correspondem a títulos públicos emitidos no mercado doméstico 4. Estes títulos, que constituem a dívida mobiliária interna, são colocados pelos três níveis de governo junto a bancos, fundos de investimento, empresas e pessoas físicas. A maior parte divida mobiliária do setor público brasileiro é de emissão do governo federal. Os passivos mobiliários dos governos estaduais e municipais são hoje pouco relevantes. Em sua maior parte, eles foram transferidos à União com os acordos de renegociação que ocorreram a partir de Os estados e municípios devem hoje, juntos, cerca de R$ 2,8 bilhões em títulos, de um volume que já foi superior a R$ 50 bilhões em A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) é relevante não somente pelo seu tamanho, mas também pela sua importância na rolagem da dívida pública. Esta rolagem é feita em leilões regulares e eventuais, constituindo um mercado aberto que já experimenta um grau avançado de consolidação do ponto de vista institucional. As regras e os calendários de rolagem da dívida pública são flexíveis e alterados conforme as circunstâncias. Tem sido comum a realização de um leilão semanal, regular, para rolagem das LTN e LFT, que são os títulos federais com remuneração respectivamente prefixada e ligada à taxa Selic. A rolagem dos títulos atrelados à taxa de câmbio é geralmente feita quando vencem os lotes emitidos anteriormente, algumas vezes por mês, incluindo a oferta de swaps 4 Note-se que a dívida mobiliária é, por definição, uma dívida bruta, já que é constituída somente por passivos na forma de títulos públicos.

5 cambiais. Uma vez por mês é realizado um leilão de títulos ligados a índice de preço, a NTN-C. Três aspectos são relevantes para a análise da DPMFi: a composição por indexadores; a estrutura de vencimentos; e os detentores dos títulos. Estes dois aspectos são analisados em seguida. a) Composição por indexadores Os títulos que compõem a DPMFi são denominados em reais e ofertados no mercado interno. Os títulos indexados à variação da taxa de câmbio do dólar norte-americano, como a NBC-E e a NTN-D, são também denominados e liquidados em reais. A composição atual da DPMFi é apresentada na Figura a seguir. Composição da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna, por Indexador Câmbio 34,98% Outros 2,04% Prefixado 7,73% Índice de Preços 9,87% Selic 45,38% Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, posição de agosto de Nota: o cálculo da participação foi feito após a incorporação das operações de swap. A parcela da DPMFi representada por títulos prefixados cresceu a partir de 1994 com a estabilidade que foi propiciada pelo Plano Real, tendo superado 60% em Sucessivas crises que ocorreram desde então reduziram a disposição dos tomadores de títulos em aceitar taxas de juros prefixadas. Para evitar estas taxas mais elevadas, o Banco Central realizou um movimento de substituição dos títulos prefixados por pós-fixados. Na posição de agosto de 2002, os títulos prefixados já haviam declinado a menos de 8% do total.

6 A parcela pós-fixada tem forte concentração nos títulos indexados à taxa de juros Selic. No fim de 1994 a participação deste tipo de indexador era de 16%, tendo chegado a 45,4% em agosto de Esta é uma situação indesejável do ponto de vista da política monetária. Os movimentos da política monetária são acompanhados de efeitos inversos sobre a despesa financeira do setor público, o que compromete parcialmente os objetivos da política. A participação dos títulos indexados à variação cambial tem apresentado crescimento significativo nos últimos anos, que foi intensificado pelo impacto da própria depreciação da taxa de câmbio sobre o estoque já emitido. Esta participação, que era de 8,3% no fim de 1994, chegou a 35% em agosto de Dada a volatilidade da taxa de câmbio associada ao regime de câmbio flutuante, esta exposição cambial também reduz os graus de liberdade da política econômica. A estratégia de gestão de passivos adotada pelo Tesouro Nacional incluiu também, nos últimos anos, o aumento da participação dos títulos indexados a índices de preços. Apesar das desvantagens típicas de um título pós-fixado, neste caso o mercado aceitou prazos mais longos, sendo que algumas emissões foram feitas com vencimento em 30 anos. A participação atual é da ordem de 10%. Assim, o aumento da participação destes títulos tem sido considerado positivo. A reversão do aumento recente da participação dos títulos pós-fixados na composição da DPMFi pode ser considerada um desafio a ser enfrentado pela política econômica nos próximos anos. Entretanto, embora a gestão adequada dos passivos contribua para a melhoria da composição, esta depende muito mais da estabilidade macroeconômica que dos esforços dos gestores da dívida pública. Em outras palavras, a composição da dívida mobiliária parece ser muito mais uma conseqüência que uma causa da estabilidade econômica e financeira, embora seja possível uma causalidade nos dois sentidos. b) Estrutura de vencimentos A análise da estrutura dos vencimentos da dívida pública permite avaliar o seu grau de vulnerabilidade frente a instabilidades macroeconômicas transitórias. Para essa avaliação, é relevante a distinção entre o prazo médio e a duração da dívida. O prazo médio dos títulos que compõem a dívida não é uma boa medida da sua estrutura de vencimentos quando existem pagamentos que são feitos antes do

7 vencimento. O conceito de duração 5 pondera os prazos médios pelos pagamentos intermediários e, portanto, constitui medida mais acurada da sensibilidade da dívida em relação a mudanças na política monetária. A figura a seguir apresenta a evolução recente do prazo médio e da duração dos títulos públicos federais emitidos em oferta competitiva, evidenciando que a estrutura de vencimentos tornou-se mais favorável nos últimos anos, mesmo tendo sofrido uma reversão com a instabilidade no período recente. 27,5 25,0 22,5 Prazo e Duração da Dívida Mobiliária Federal PRAZO MÉDIO 20,0 17,5 15,0 12,5 10,0 7,5 DURAÇÃO MÉDIA 5,0 2,5 0, Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional e Banco Central. Inclui somente os títulos emitidos em oferta competitiva. c) Detentores da DPMFi Em alguns países, investidores estrangeiros detêm títulos da própria dívida mobiliária interna. Como exemplo, antes da moratória russa, investidores de vários países haviam comprado títulos da dívida interna russa. Esta situação não ocorre no Brasil, onde praticamente 100% da dívida interna é detida por residentes. Em outras palavras, a dívida interna é rolada no mercado doméstico, junto aos residentes do país. Os seus detentores são principalmente instituições financeiras, que mantêm 37% da dívida mobiliária federal em sua carteira própria, e os fundos de investimento, que detêm 32,7% da dívida. Os bancos custodiam títulos 5 Conceito normalmente usado em inglês, como duration.

8 para empresas, que respondem por 8% da dívida, e para pessoas físicas, estas últimas com uma participação próxima de 1%. Uma parcela representativa de 19% corresponde a títulos chamados vinculados a algumas finalidades específicas que incluem depósitos compulsórios no Banco Central, cauções e depósitos judiciais. III.2 A DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA A dívida pública brasileira é contraída em sua maior parte junto a credores nacionais. Tomando-se a dívida bruta, os passivos contra estrangeiros representam 17,8% do PIB, enquanto os passivos denominados em moeda nacional equivalem a 60,3% do PIB. A figura a seguir apresenta a distribuição da dívida bruta entre os credores nacionais e estrangeiros. A figura destaca a parcela da dívida interna com correção cambial, que obviamente representa dívida interna, mas é indexada à moeda estrangeira. Para a obtenção do total de dívida pública interna deve ser acrescida a parcela representada pela dívida interna com correção cambial. Composição da dívida bruta por origem do credor Dívida pública externa: 17,8% do PIB Dívida interna com correção cambial: 15,3% do PIB Dívida pública interna: 45,0% do PIB A dívida pública externa, especialmente sua parte mobiliária, tem sido contratada sob condições mais favoráveis que as da dívida mobiliária interna. A dívida mobiliária interna, incluídos os títulos de oferta não-competitiva, possui prazo médio de 36,76 meses, enquanto a parcela mobiliária da dívida externa tem prazo médio de 73,73 meses.

9 Os prazos médios da parcela mobiliária das dívidas externa e interna são apresentados na figura a seguir. Prazo Médio de Títulos Selecionados da Dívida Interna e Externa (em meses, posição de junho-2002) 88,83 67,73 INTERNA EXTERNA 73,73 75,42 48,64 36,76 39,58 30,70 17,09 4,41 LTN LFT NTN-C NTN-D TDA INTERNA EXTERNA Renegociação (Bradys) Bônus Global Eurobônus Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. A vantagem de prazos e custos em favor da dívida pública externa não deve ser tomada como um argumento em favor do incremento deste estoque em detrimento da dívida interna. Deve ser levado em consideração que o mercado interno de dívida pública encontra-se institucionalizado e é formado por um grande número de atores com razoável conhecimento sobre a economia brasileira, o que facilita a colocação regular de grandes volumes de dívida. O mesmo não acontece com a dívida brasileira no mercado internacional de capitais, que não dispõe do mesmo número de agentes com acompanhamento permanente da economia brasileira. As colocações brasileiras no mercado primário em países desenvolvidos ocorre na forma de emissões de grande volume, em geral precedidos por esforços de promoção (road shows). Estas emissões só costumam ocorrer durante janelas de oportunidade, ou seja, curtos períodos favoráveis para a colocação de dívida de países emergentes. Em função destas características, a colocação regular de grandes volumes de dívida enfrentaria dificuldades no mercado externo e provavelmente não poderia se dar de forma contínua, comprometendo a capacidade de rolagem da dívida. Em conseqüência, uma maior concentração da dívida pública no mercado local,

10 (1+ ainda que sujeita a condições de custo, prazo e indexação menos favoráveis, permite reduzir o risco associado à sua rolagem contínua. Neste sentido, o declínio da participação do endividamento externo que tem ocorrido desde o início dos anos noventa deve ser visto como um movimento positivo para a redução da vulnerabilidade macroeconômica e financeira do país. IV. CONDICIONANTES DA EVOLUÇÃO A fórmula a seguir permite visualizar a dinâmica da razão entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto de um país 6 : Onde: Dt = Dt-1. Dt = razão dívida/pib no ano t i). [(1 + q).(1 + π)] Dt-1 = razão dívida/pib no ano anterior ao ano t i = taxa de juros implícita sobre a dívida q = taxa de crescimento do PIB real π = taxa de inflação h = superávit primário/pib h + C C = reconhecimento de passivos contingentes (esqueletos) em relação ao PIB Como mostra a equação acima, um aumento da razão dívida/pib no tempo pode ser causado pelos seguintes fatores: Aumento da taxa de juros implícita paga sobre a dívida; Variação positiva da taxa de câmbio, que incide diretamente sobre o estoque da dívida atrelada à taxa de câmbio; Contração do PIB real; Deflação; Déficit primário em relação ao PIB; Reconhecimento de passivos contingentes, os chamados esqueletos. 6 Nesta versão, foi omitida a variação da base monetária, suposta constante. Para mais detalhes, ver Giambiagi e Além (1999).

11 A figura a seguir mostra que a razão dívida/pib experimentou uma trajetória de crescimento a partir do Plano Real, causada principalmente pela expansão da dívida do governo federal. A razão passou de 38,14% em 1991 para 61,3% em julho de ,0 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Dívida Líquida do Setor Público em % do PIB Setor Público Consolidado Governo Federal e BC Estados e Municípios Empresas Estatais jul/02 Fonte: Banco Central do Brasil No período entre julho de 1994 e julho de 2002, ou seja, desde a introdução do Plano Real, a razão dívida/pib saltou de 32,8% para 61,3%. Isto significa que o endividamento do setor público brasileiro praticamente duplicou nos oito anos que se passaram desde o plano de estabilização. Entre as principais causas que levaram a este crescimento podem ser apontados: a) O regime fiscal vigente entre 1994 e 1998, que se caracterizou por um insuficiente controle fiscal no nível primário. O setor público chegou a apresentar déficits primários que em alguns momentos foram superiores a 1% do PIB. A figura a seguir mostra que somente a partir do último trimestre de 1998 ocorreu uma mudança do regime fiscal, permitindo que o resultado primário deixasse de atuar no sentido do crescimento da razão dívida/pib.

12 16,0 Déficit Público e Componentes, em % do PIB 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0-2,0-4,0-6, Juros Primário Déficit nominal Fonte: Banco Central do Brasil b) No período entre 1994 e 1998 ocorreram elevações abruptas de taxas de juros, justificadas pela defesa do regime de câmbio administrado frente a choques externos freqüentes. A observação da figura abaixo, que apresenta a evolução da taxa de juros Selic no período, sugere que o padrão de comportamento da política monetária sofreu uma alteração marcante com a substituição do regime cambial administrado pelo flutuante no começo de Após 1999, choques externos como a crise argentina permitiram resposta mais branda por parte da política monetária, com boa parte dos efeitos sendo transferida para a volatilidade da taxa de câmbio.

13 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 Crise mexicana Taxa de Juros Selic, % ao Ano Crise asiática Crise russa Crise brasileira Crise argentina Fonte: Banco Central do Brasil c) A explicitação de esqueletos contribuiu para o aumento da dívida de maneira limitada. Foram utilizadas receitas de privatização como compensação para os principais acréscimos na forma de reconhecimento de passivos contingentes. Tomando-se apenas o governo federal, em valores de 2001 a contribuição do reconhecimento de passivos para a evolução da dívida foi de R$ 88,3 bilhões, enquanto as privatizações abateram R$ 58,9 bilhões em dívidas 7. d) No período do câmbio flutuante, a partir de 1999, a depreciação da taxa de câmbio se transmitiu para a razão dívida/pib. Entre a reforma monetária que introduziu o Real e o final de 1998, a depreciação cambial nominal acumulada foi de 20,87%, em um período de 4,5 anos. No período entre o início de 1999 e julho de 2002, portanto em pouco mais de 3,5 anos, a depreciação cambial acumulada chegou a 183,7%. Esta diferença representou um impacto importante sobre o estoque de dívida pública atrelada à taxa de câmbio, que explica boa parte da expansão da razão dívida/pib no período. e) O crescimento do PIB e a taxa de inflação foram ambos positivos no período, tendo sido fatores que agiram no sentido de redução da razão dívida/pib. 7 Cálculos da Secretaria do Tesouro Nacional, com valores atualizados pelo respectivo fator de remuneração.

14 V. OBSERVAÇÕES SOBRE A SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA PÚBLICA A seção precedente mostrou que a dívida pública praticamente relativamente ao PIB dobrou nos oito anos que se seguiram à implantação do Plano Real. As principais fontes deste crescimento podem ser resumidas da seguinte forma: - No período entre 1994 e 1998, dois fatores contribuíram para a expansão da dívida: o regime fiscal explosivo, caracterizado pela geração de superávits primários insuficientes e pelo aumento do serviço da dívida provocado pelas respostas da política monetária a choques externos em um regime de câmbio administrado. - No período entre 1999 e 2002, com a introdução da flutuação cambial, a depreciação da taxa de câmbio passou a influenciar a razão dívida/pib de maneira mais significativa. - O reconhecimento de passivos contingentes, com impactos limitados devido à sua compensação parcial pelas receitas de privatização. A formação de uma expectativa para o comportamento da razão dívida/pib nos próximos anos deve levar em consideração que os principais elementos da política econômica que produziram a expansão dessa razão não deverão estar presentes nos próximos anos. De maneira relevante: - O regime de câmbio flutuante permite respostas mais brandas da política monetária a choques externos, evitando os impactos significativos que foram registrados no passado. - A taxa de câmbio experimentou um movimento de depreciação bastante significativo desde a flutuação cambial de É pouco provável que novos movimentos desta magnitude venham a ocorrer. Existe ainda o risco de uma apreciação cambial tão logo se dissipem os riscos representados pela transição política. - O estoque remanescente de esqueletos poderá ser compensado, em parte, por eventuais privatizações a serem realizadas. Adicionalmente, o ambiente institucional evoluiu nos últimos anos no tocante à gestão das finanças públicas. O principal instrumento formal é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Entretanto, os dispositivos da renegociação de dívidas entre a União e alguns governos estaduais e municipais a partir de 1997 também constituem importante elemento de disciplina fiscal dos governos subnacionais.

15 Some-se a isto que a percepção da importância do equilíbrio fiscal está hoje mais difundida junto à opinião pública que nos tempos em que a situação fiscal era facilmente escamoteada pela alta inflação. As perspectivas positivas são confirmadas por exercícios que têm sido realizados sobre a sustentabilidade da dívida pública 8. Estes mostram que a manutenção dos parâmetros atuais da política macroeconômica em geral conduzem a trajetórias sustentáveis de endividamento público, desde que não ocorram choques de grande magnitude. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Giambiagi, Fábio e Ana Cláudia Além. Finanças Públicas. Rio de Janeiro: Editora Campus, Goldfajn, Ilan. Há razões para duvidar que a dívida pública no Brasil é sustentável? Banco Central do Brasil, Nota Técnica número 25, julho de Schwartsman, Alexandre. The road to Damascus? Relatório do Banco BBA Economic Research, 25 de junho de Por exemplo, veja-se Goldfajn (2002) e Schwartsman (2002).

DIAGNÓSTICO SOBRE O CRESCIMENTO DA DÍVIDA INTERNA A PARTIR DE 1/1/95

DIAGNÓSTICO SOBRE O CRESCIMENTO DA DÍVIDA INTERNA A PARTIR DE 1/1/95 DIAGNÓSTICO SOBRE O CRESCIMENTO DA DÍVIDA INTERNA A PARTIR DE 1/1/95 JOÃO RICARDO SANTOS TORRES DA MOTTA Consultor Legislativo da Área IX Política e Planejamento Econômicos, Desenvolvimento Econômico,

Leia mais

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa A instabilidade registrada nos mercados financeiros internacionais de maio a junho de 26, a exemplo da turbulência observada recentemente, impactou negativamente

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

Parte III Política Cambial

Parte III Política Cambial Parte III Política Cambial CAPÍTULO 5. A GESTÃO DO REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE NO BRASIL CAPÍTULO 6. A RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE CÂMBIO E O DESENVOLVIMENTO Regimes e Política Cambial Apesar da adoção quase

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

Material Explicativo sobre Títulos Públicos

Material Explicativo sobre Títulos Públicos Material Explicativo sobre 1. Definições Gerais Os são emitidos pelo Tesouro Nacional, servindo como um instrumento de captação do Governo Federal para execução e financiamento de suas dívidas internas,

Leia mais

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 1 SUMÁRIO 1. Economia Mundial e Impactos sobre o Brasil 2. Política Econômica Desastrosa do Primeiro Mandato 2.1. Resultados

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Fernando Ferrari-Filho Frederico G. Jayme Jr Gilberto Tadeu Lima José

Leia mais

A Importância dos Fundos de Investimento no Financiamento do Governo

A Importância dos Fundos de Investimento no Financiamento do Governo A Importância dos Fundos de Investimento no Financiamento do Governo A importância dos Fundos de Investimento no Financiamento do Governo Prof. William Eid Junior Professor Titular Coordenador do GV CEF

Leia mais

Precificação de Títulos Públicos

Precificação de Títulos Públicos Precificação de Títulos Públicos Precificação de Títulos Públicos > Componentes do preço > Entendendo o que altera o preço Componentes do preço Nesta seção você encontra os fatores que compõem a formação

Leia mais

República Federativa do Brasil Ministério da Fazenda PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS

República Federativa do Brasil Ministério da Fazenda PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS Componentes do Preço; Entendendo o que altera o preço. Componentes do Preço O objetivo desta seção é apresentar ao investidor: os fatores

Leia mais

CRITÉRIOS / Indicadores

CRITÉRIOS / Indicadores CRITÉRIOS / Indicadores A lista de conceitos desta MELHORES E MAIORES Os valores usados nesta edição são expressos em reais de dezembro de 2014. A conversão para dólares foi feita, excepcionalmente, com

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

Diretoria de Política Econômica Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais. Indicadores Fiscais

Diretoria de Política Econômica Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais. Indicadores Fiscais Diretoria de Política Econômica Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais Indicadores Fiscais com informações até março de 2015 S é r i e Perguntas Mais Frequentes Indicadores

Leia mais

Política Fiscal do Brasil: pós-crise x pré-crise?

Política Fiscal do Brasil: pós-crise x pré-crise? Política Fiscal do Brasil: pós-crise x pré-crise? José Roberto R. Afonso ANBIMA 14/6/213 2 Pós-Crise Metas Fiscais: contabilidade criativa esconde mudanças mais profundas como modelo de crescente endividamento

Leia mais

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras As principais modalidades de aplicação financeira disponíveis no mercado doméstico caderneta de poupança, fundos de investimento e depósitos a prazo

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

Perspectivas da Economia Brasileira

Perspectivas da Economia Brasileira Perspectivas da Economia Brasileira Márcio Holland Secretário de Política Econômica Ministério da Fazenda Caxias do Sul, RG 03 de dezembro de 2012 1 O Cenário Internacional Economias avançadas: baixo crescimento

Leia mais

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia Workshop de Macroeconomia Avaliação de Conhecimentos Específicos sobre Macroeconomia Workshop - Macroeconomia 1. Como as oscilações na bolsa de valores impactam no mercado imobiliário? 2. OquemoveoMercadoImobiliário?

Leia mais

Período São Bernardo SB Zero SB 20 SB 40 CDI. Janeiro 0,92% 1,05% -0,29% -1,71% 0,93% Fevereiro 0,81% 0,74% 1,93% 3,23% 0,82%

Período São Bernardo SB Zero SB 20 SB 40 CDI. Janeiro 0,92% 1,05% -0,29% -1,71% 0,93% Fevereiro 0,81% 0,74% 1,93% 3,23% 0,82% Rentabilidade da Renda Fixa em 2015 Desde o mês de junho deste ano as carteiras de investimentos financeiros que compõem os perfis de investimentos da São Bernardo têm sofrido forte flutuação de rentabilidade,não

Leia mais

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 Março 2015 1 NOTA CEMEC 03/2015 SUMÁRIO Os dados de Contas Nacionais atualizados até o terceiro trimestre de 2014 revelam a continuidade da

Leia mais

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias Macroeconomia Prof. Aquiles Rocha de Farias Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-) No modelo Mundell-Fleming é introduzida ao modelo IS-LM uma nova curva, a curva, que corresponde aos valores de renda e taxa

Leia mais

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional Brasília, 18 de setembro de 2013. Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional Exmas. Sras. Senadoras e Deputadas

Leia mais

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Certificado de Recebíveis Imobiliários Instrumento de captação de recursos e de investimentos no mercado imobiliário O produto O Certificado

Leia mais

Fundos de Investimentos

Fundos de Investimentos Fundos de Investimentos 1 O que e um fundo de investimentos? Um fundo de investimentos concentra em uma unica entidade juridica, varios investidores com o mesmo objetivo e que compartilham a mesma estrategia

Leia mais

Discussões sobre política fiscal e política monetária

Discussões sobre política fiscal e política monetária O desafio fiscal do Brasil Insper 7 de maio de 2015 Discussões sobre política fiscal e política monetária Felipe Salto* *Assessor econômico do senador José Serra, é mestre em administração pública e governo

Leia mais

Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil

Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil Yoshiaki Nakano Escola de Economia de São Paulo Fundação Getulio Vargas 26 de Abril de 2006 Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil A Base do Novo

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises.

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises. Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização Uma desvalorização ocorre quando o preço das moedas estrangeiras sob um regime de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial.

Leia mais

Correção 9)As operações de mercado aberto envolvem variações nos encaixes compulsórios que os bancos. Conceito de Déficit e Dívida Pública

Correção 9)As operações de mercado aberto envolvem variações nos encaixes compulsórios que os bancos. Conceito de Déficit e Dívida Pública Conceito de Déficit e Dívida Pública Correção 9)As operações de mercado aberto envolvem variações nos encaixes compulsórios que os bancos comerciais detêm junto ao Banco Central e, por essa razão, afetam

Leia mais

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16 PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16 Índice 1. Orçamento Empresarial...3 2. Conceitos gerais e elementos...3 3. Sistema de orçamentos...4 4. Horizonte de planejamento e frequência

Leia mais

Dívida Líquida do Setor Público Evolução e Perspectivas

Dívida Líquida do Setor Público Evolução e Perspectivas Dívida Líquida do Setor Público Evolução e Perspectivas Amir Khair 1 Este trabalho avalia o impacto do crescimento do PIB sobre a dívida líquida do setor público (DLSP). Verifica como poderia estar hoje

Leia mais

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS POLÍTICA DE INVESTIMENTOS Segurança nos investimentos Gestão dos recursos financeiros Equilíbrio dos planos a escolha ÍNDICE INTRODUÇÃO...3 A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS...4 SEGMENTOS DE APLICAÇÃO...7 CONTROLE

Leia mais

A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda

A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda Câmara dos Deputados Brasília, 23 de novembro de 2011 1 Economia mundial deteriorou-se nos últimos meses

Leia mais

Conceitos básicos; Liquidez Inflação Rentabilidade Juros Risco

Conceitos básicos; Liquidez Inflação Rentabilidade Juros Risco QUEM SOMOS 2 Conceitos básicos; 3 Liquidez Inflação Rentabilidade Juros Risco Liquidez: Capacidade de transformar um ativo em dinheiro. Ex. Se você tem um carro ou uma casa e precisa vendê-lo, quanto tempo

Leia mais

Aula 06: Moedas e Bancos

Aula 06: Moedas e Bancos Aula 06: Moedas e Bancos Macroeconomia Agregados Monetários. As contas do Sistema Monetário. Gilmar Ferreira Janeiro 2010 Moeda Conceitualmente, o termo moeda é usado para denominar tudo aquilo que é geralmente

Leia mais

FLUTUAÇÕES CAMBIAIS RECENTES EM MOÇAMBIQUE

FLUTUAÇÕES CAMBIAIS RECENTES EM MOÇAMBIQUE FLUTUAÇÕES CAMBIAIS RECENTES EM MOÇAMBIQUE D E T E R M I N A N T E S, I M PA C TOS E I M P L I C A Ç Õ E S D E P O L Í T I C A E D UARDO N E VES J OÃO Quais são os determinantes das taxas de câmbio? Os

Leia mais

REQUERIMENTO N.º, DE 2.006 ( Dep. BABÁ)

REQUERIMENTO N.º, DE 2.006 ( Dep. BABÁ) REQUERIMENTO N.º, DE 2.006 ( Dep. BABÁ) Solicita ao Ministério da Fazenda o atendimento do requerimento 3513/2005 que solicita informações sobre os detentores dos títulos da dívida Interna Pública Federal.

Leia mais

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo:

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo: PESQUISA DE JUROS Após longo período de elevação das taxas de juros das operações de crédito, as mesmas voltaram a ser reduzidas em setembro/2014 interrompendo quinze elevações seguidas dos juros na pessoa

Leia mais

Resenha do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) Período de 12/12/2011 a 16/12/2011

Resenha do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) Período de 12/12/2011 a 16/12/2011 Resenha do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) Período de 12/12/2011 a 16/12/2011 Mercado Primário Na quinta-feira, 15 de dezembro, foram realizados os leilões tradicionais do Tesouro para

Leia mais

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Um dos ramos mais importantes do mercado segurador brasileiro é o de saúde. Surgido sobretudo com uma opção

Leia mais

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE l

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE l DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE l! Breve revisão do conceito de risco! O risco de mudança na taxa de juros! O que ocorre com o preço de um ativo de renda fixa quando muda

Leia mais

ATIVO Explicativa 2012 2011 PASSIVO Explicativa 2012 2011

ATIVO Explicativa 2012 2011 PASSIVO Explicativa 2012 2011 ASSOCIAÇÃO DIREITOS HUMANOS EM REDE QUADRO I - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO (Em reais) Nota Nota ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa e equivalentes de caixa 4 3.363.799

Leia mais

Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto. Tesouro Selic (LFT)

Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto. Tesouro Selic (LFT) Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto Tesouro Selic (LFT) O Tesouro Selic (LFT) é um título pós fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa básica

Leia mais

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA Interação de três processos distintos: expansão extraordinária dos fluxos financeiros. Acirramento da concorrência nos mercados

Leia mais

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Palma, G. (2002). The Three routes to financial crises In: Eatwell, J; Taylor, L. (orgs.). International Capital Markets: systems in transition. Oxford

Leia mais

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O HSBC CAMBIAL DOLAR 02.294.024/0001-26 Informações referentes a Abril de 2013

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O HSBC CAMBIAL DOLAR 02.294.024/0001-26 Informações referentes a Abril de 2013 Esta lâmina contém um resumo das informações essenciais sobre o HSBC FUNDO DE INVESTIMENTO CAMBIAL LONGO PRAZO. As informações completas sobre esse fundo podem ser obtidas no Prospecto e no Regulamento

Leia mais

Resenha do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) Período de 15/9/14 a 19/9/14

Resenha do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) Período de 15/9/14 a 19/9/14 Resenha do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) Período de 15/9/14 a 19/9/14 Mercado Primário Na quinta-feira, 18 de setembro, foram realizados os leilões tradicionais do Tesouro para a

Leia mais

ASSOCIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM REDE

ASSOCIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM REDE ASSOCIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM REDE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 CONTEÚDO Parecer dos auditores independentes Quadro

Leia mais

POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA O gerenciamento da dívida pública e a sustentabilidade fiscal

POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA O gerenciamento da dívida pública e a sustentabilidade fiscal POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA O gerenciamento da dívida pública e a sustentabilidade fiscal José Guilherme Silva Vieira Jedson César de Oliveira Fernando Motta Desde o início do regime de metas inflacionárias

Leia mais

Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto

Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto LFT A LFT é um título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração

Leia mais

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE MELHORES PRÁTICAS DA OCDE PARA A TRANSPARÊNCIA ORÇAMENTÁRIA INTRODUÇÃO A relação entre a boa governança e melhores resultados econômicos e sociais é cada vez mais reconhecida. A transparência abertura

Leia mais

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação O que é Inflação? Inflação É a elevação generalizada dos preços de uma economia O que é deflação? E a baixa predominante de preços de bens

Leia mais

André Proite. Novembro de 2012

André Proite. Novembro de 2012 Tesouro Direto André Proite Rio de Janeiro, Novembro de 2012 Princípios da Gestão da Dívida Visão Geral do Programa Vantagens do Tesouro Direto Entendendo o que altera o preço Simulador do Tesouro Direto

Leia mais

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito 3 ago 2006 Nº 7 O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito Por Ernani Teixeira Torres Filho Superintendente da SAE Nas crises, sistema bancário contrai o crédito. BNDES atua em sentido contrário e sua

Leia mais

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade II Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Definição do mercado financeiro Representa o Sistema Financeiro Nacional Promove o fluxo de recursos através

Leia mais

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real Capítulo utilizado: cap. 13 Conceitos abordados Comércio internacional, balanço de pagamentos, taxa de câmbio nominal e real, efeitos

Leia mais

Como anda o investimento público no Brasil?

Como anda o investimento público no Brasil? Como anda o investimento público no Brasil? Cláudio Hamilton Matos dos Santos Coordenação de Finanças Públicas Diretoria de Estudos Macroeconômicos (DIMAC) IPEA Brasília, 29/12/2011 Prólogo (1): O peso

Leia mais

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP PROF. Ms. EDUARDO RAMOS Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS E ESTRUTURA CONCEITUAL 3. O CICLO CONTÁBIL

Leia mais

Perspectiva de um Emitente Soberano República de Portugal

Perspectiva de um Emitente Soberano República de Portugal Perspectiva de um Emitente Soberano República de Portugal 31 de Janeiro de 2011 Alberto Soares IDENTIDADE FUNDAMENTAL DA MACROECONOMIA ECONOMIA ABERTA Poupança Interna + Poupança Externa Captada = Investimento

Leia mais

Traduzindo o Fluxo de Caixa em Moeda Estrangeira

Traduzindo o Fluxo de Caixa em Moeda Estrangeira Traduzindo o Fluxo de Caixa em Moeda Estrangeira por Carlos Alexandre Sá Muitas empresas necessitam traduzir os relatórios do fluxo de caixa em moeda estrangeira. Este imperativo decorre, quase sempre,

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Parte V Financiamento do Desenvolvimento Parte V Financiamento do Desenvolvimento CAPÍTULO 9. O PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS CAPÍTULO 10. REFORMAS FINANCEIRAS PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO. Questão central: Quais as dificuldades do financiamento

Leia mais

RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.265/09. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.265/09. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, NOTA - A Resolução CFC n.º 1.329/11 alterou a sigla e a numeração desta Interpretação de IT 12 para ITG 12 e de outras normas citadas: de NBC T 19.1 para NBC TG 27; de NBC T 19.7 para NBC TG 25; de NBC

Leia mais

DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS PROFESSOR: GILBERTO DE CASTRO TIMOTHEO APOSTILA: 6 ASSUNTO PRINCIPAL: Administração da dívida Pública

DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS PROFESSOR: GILBERTO DE CASTRO TIMOTHEO APOSTILA: 6 ASSUNTO PRINCIPAL: Administração da dívida Pública 1 Mercado Secundário de Open Market 2 Operações de Overnight 3 Tesouro Direto 1 Mercado Secundário de Open market É um mercado secundário onde são negociados os títulos federais emitidos anteriormente

Leia mais

Baixa do dólar e recuo das Treasuries corroboram para fechamento dos juros futuros; Fatores domésticos levam a depreciação do dólar frente ao real;

Baixa do dólar e recuo das Treasuries corroboram para fechamento dos juros futuros; Fatores domésticos levam a depreciação do dólar frente ao real; 20-jan-2014 Baixa do dólar e recuo das Treasuries corroboram para fechamento dos juros futuros; Fatores domésticos levam a depreciação do dólar frente ao real; Ibovespa recuou 1,04% na semana, seguindo

Leia mais

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO As condições para o financiamento do desenvolvimento urbano estão diretamente ligadas às questões do federalismo brasileiro e ao desenvolvimento econômico. No atual

Leia mais

Swaps. Que é um Swap? Natureza dos Swaps. Prf. José Fajardo FGV-EBAPE

Swaps. Que é um Swap? Natureza dos Swaps. Prf. José Fajardo FGV-EBAPE Swaps Prf. José Fajardo FGV-EBAPE Que é um Swap? Um swap é um acordo para trocar fluxos de caixa num futuro determinado, na mesma ou em moedas diferentes, com certas regras establecidas, Os contratos de

Leia mais

do estado do Rio Grande do Sul lidera o ranking estadual com 221%, seguido por Minas Gerais na vice-liderança, com 179%.

do estado do Rio Grande do Sul lidera o ranking estadual com 221%, seguido por Minas Gerais na vice-liderança, com 179%. IBEF apoia reequilíbrio das dívidas dos estados e municípios com a União Pernambuco está em situação confortável se comparado a outros estados. Confira os números O Instituto Brasileiro de Executivos de

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

Nova Estrutura de Dados de Crédito

Nova Estrutura de Dados de Crédito Nova Estrutura de Dados de Crédito Este boxe apresenta as principais alterações introduzidas recentemente nas estatísticas de crédito publicadas pelo Banco Central 1. A reformulação objetivou ampliar a

Leia mais

Banco de Portugal divulga estatísticas das contas financeiras das administrações públicas e da dívida pública

Banco de Portugal divulga estatísticas das contas financeiras das administrações públicas e da dívida pública N.º 7 Abril 2015 Banco de Portugal divulga estatísticas das contas financeiras das administrações públicas e da dívida pública Na edição de abril de 2015 do Boletim Estatístico são divulgadas as contas

Leia mais

Relatório de Gerenciamento de Riscos. Informações Adicionais e. Dados Quantitativos

Relatório de Gerenciamento de Riscos. Informações Adicionais e. Dados Quantitativos Relatório de Gerenciamento de Riscos Informações Adicionais e Dados Quantitativos Avaliação da adequação do Patrimônio de Referência (PR) face à estrutura e contexto operacional O processo de monitoramento

Leia mais

INDICADORES ABRAINC/FIPE DO MERCADO IMOBILIÁRIO

INDICADORES ABRAINC/FIPE DO MERCADO IMOBILIÁRIO INDICADORES ABRAINC/FIPE DO MERCADO IMOBILIÁRIO NOTAS METODOLÓGICAS SÃO PAULO AGOSTO/2015 ÍNDICE INTRODUÇÃO 1 1. DADOS 3 2. METODOLOGIA 5 2.1 INDICADORES 5 2.1.1 Unidade Lançadas 5 2.1.2 VGV Lançado 5

Leia mais

Consultoria. Crise econômica - o que ainda está por vir e os impactos na hotelaria. Novembro/2015. Juan Jensen jensen@4econsultoria.com.

Consultoria. Crise econômica - o que ainda está por vir e os impactos na hotelaria. Novembro/2015. Juan Jensen jensen@4econsultoria.com. Consultoria Crise econômica - o que ainda está por vir e os impactos na hotelaria Novembro/2015 Juan Jensen jensen@4econsultoria.com.br Cenário Político DilmaI: governo ruim, centralizador e diagnóstico

Leia mais

Manual de Instrução. Para o preenchimento do questionário sobre OPERAÇÕES E POSIÇÕES COM EXTERIOR EMPRESAS DE TRANSPORTE

Manual de Instrução. Para o preenchimento do questionário sobre OPERAÇÕES E POSIÇÕES COM EXTERIOR EMPRESAS DE TRANSPORTE Manual de Instrução Para o preenchimento do questionário sobre OPERAÇÕES E POSIÇÕES COM EXTERIOR EMPRESAS DE TRANSPORTE Direcção de Estatísticas Económicas e Financeiras DEEF 1.Introdução O Manual de Instrução

Leia mais

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 %

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 % ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA A partir de 2005 foi iniciado um processo de alongamento dos prazos das carteiras de renda fixa da PSS, que propiciou bons ganhos por oito anos seguidos até o final

Leia mais

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 16 de dezembro de 2013 Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 O ICEC é um indicador da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que visa medir o nível

Leia mais

Políticas Públicas. Lélio de Lima Prado

Políticas Públicas. Lélio de Lima Prado Políticas Públicas Lélio de Lima Prado Política Cambial dez/03 abr/04 ago/04 dez/04 abr/05 ago/05 Evolução das Reservas internacionais (Em US$ bilhões) dez/05 abr/06 ago/06 dez/06 abr/07 ago/07 dez/07

Leia mais

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação Fundo Especial de Investimento Aberto CAIXA FUNDO RENDIMENTO FIXO IV (em liquidação) RELATÓRIO & CONTAS Liquidação RELATÓRIO DE GESTÃO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS RELATÓRIO DO AUDITOR EXTERNO CAIXAGEST Técnicas

Leia mais

UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS ECONOMIA II PROFESSOR AGENOR CASTOLDI APONTAMENTOS DE MACROECONOMIA

UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS ECONOMIA II PROFESSOR AGENOR CASTOLDI APONTAMENTOS DE MACROECONOMIA UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS ECONOMIA II PROFESSOR AGENOR CASTOLDI APONTAMENTOS DE MACROECONOMIA MATERIAL DE AUXILIO PARA AULAS DE ECONOMIA II CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANO

Leia mais

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Desde a crise económica e financeira mundial, a UE sofre de um baixo nível de investimento. São necessários esforços coletivos

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes Serkan Arslanalp e Takahiro Tsuda 5 de março de 2014 Há um trilhão de razões para se interessar em saber quem detém

Leia mais

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS Em geral as estatísticas sobre a economia brasileira nesse início de ano não têm sido animadoras

Leia mais

A Taxa de Câmbio no Longo Prazo

A Taxa de Câmbio no Longo Prazo A Taxa de Câmbio no Longo Prazo Organização do Capítulo Introdução A Lei do Preço Único Paridade do Poder de Compra Modelo da Taxa de Câmbio de Longo Prazo Baseado na PPC A PPC e a Lei do Preço Único na

Leia mais

Apresentação de Resultados

Apresentação de Resultados Apresentação 3T08 Apresentação de Resultados José Carlos Aguilera (Diretor Presidente e de RI) Eduardo de Come (Diretor Financeiro) Marcos Leite (Gerente de RI) Destaques do Período Contexto de crise no

Leia mais

Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos

Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos Transparência para a sociedade istema de Informações de Crédito

Leia mais

Títulos de Capitalização: Análise comercial indica mudanças estratégicas Francisco Galiza Mestre em Economia (FGV) Dezembro/2000

Títulos de Capitalização: Análise comercial indica mudanças estratégicas Francisco Galiza Mestre em Economia (FGV) Dezembro/2000 Títulos de Capitalização: Análise comercial indica mudanças estratégicas Francisco Galiza Mestre em Economia (FGV) Dezembro/2000 I) Introdução O objetivo deste estudo é avaliar a estratégia comercial de

Leia mais