Jlcj/ ;;.- TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO ACÓRDÃO N 26213

Transcrição

1 Jlcj/ ;;.- TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO ACÓRDÃO N PROCESSO NO CLASSE- RE RECURSO ELEITORAL - REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA POLÍTICA - PROPAGANDA ELEITORAL - EXTEMPORÂNEA/ANTECIPADA - REDE SOCIAL FACEBOOK- DENÚNCIA VIA PARDAL- TANGARÁ DA SERRA/MT- 19a ZONA ELEITORAL- ELEIÇÕES 2016 RECORRENTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL RECORRIDO(S): EDMILSON AVELINO PORFIRIO ADVOGADO(S): ARTIDIANA APARECIDA BETONI SILVA RELATOR: DOUTOR ULISSES RABANEDA DOS SANTOS ELEIÇÕES 2016 RECURSO ELEITORAL REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA POLÍTICA - PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA/ ANTECIPADA REDE SOCIAL FACEBOOK DENÚNCIA VIA PARDAL SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA - FRASE DIVULGADA DIZENDO "SOU PRÉ-CANDIDATO A VEREADOR DESTE MUNICÍPIO CONTO COM SEU APOIO" - PEDIDO CLARO DE VOTO - PEDIDO DE APOIO DISSOCIADO DAS HIPÓTESES AUTORIZADAS NO PARÁGRAFO 2 DO ARTIGO 36-A DA LEI DAS ELEIÇÕES - MERA PROMOÇÃO DA PRÉ-CANDIDATURA COM PEDIDO DE VOTO - SENTENÇA REFORMADA - APLICAÇÃO DE MULTA EM SEU PATAMAR MÍNIMO - RECURSO PROVIDO. 1. O legislador, ao introduzir o Art. 36-A na lei das Eleições, autoriza a menção a uma pretensa candidatura, deixando claro que esta, ao ser cogitada, não deve ser o foco principal da manifestação, mas acessório. 2. No período de pré-campanha, o pedido de apoio político, quando vinculado a uma pretensa candidatura, somente não se considera pedido de voto quando, conforme expressamente consta do Art. 36-A, parágrafo segundo, da lei 9.504/97, estiver aliado ao contexto das taxativas hipóteses previstas nos incisos I a VI do mesmo dispositivo legal. 3. Quando algum pré-candidato expõe uma ideia sobre algum tema de interesse coletiv, ou seja, publiciza sua opinião pessoal sobre alg m questão política, emendando, ao final, "co to om seu apoio", pratica pedido lícito de apoi pol tico, que se enquadra em um dos incisos do rt. 3 -A da lei n 9.504/97, o que, às escâncaj, se difere do caso concreto. 4. No caso dos autos, promoção d. um futura candidatura própria, conten 1

2 DE MATO GROSSO de seu autor na frente de uma urna eletrônica, ao fundo um banner da EJE [Escola Judiciária Eleitoral], aliado à frase "conto com seu apoio" viola o disposto no 36 da Lei n 9.504/97. S. Para que ocorra um pedido explícito de voto não se exige que haja a expressão direta de "vote em mim". O conjunto de elementos do caso concreto deve ser apreciado segundo as novas diretrizes. Precedente deste TRE. 6. Recurso provido. ACORDAM os Membros do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, por unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO. Cuiabá, 6 de julho de 2017.

3 V( ) NOTAS TAQUIGRÁFICAS PROCESSO W 56-05/2016- RE RELATOR: DR. ULISSES RABANEDA DOS SANTOS RELATÓRIO DR. ULISSES RABANEDA DOS SANTOS (Relator) Trata-se de Recurso Eleitoral interposto pelo Ministério Público Eleitoral [fls. 36/43], em face da sentença proferida pelo MM. Juiz da 19 Zona Eleitoral [fls. 31 /34] que julgou improcedente representação ajuizada em desfavor de Edmilson Avelino Porfírio, ao fundamento de que "o conceito de propaganda antecipada deve ser feito por exclusão e verificando atentamente os documentos que embasaram tal Representação, entendo não se tratar de propaganda eleitoral antecipada, uma vez que não se vê na publicação pedido expresso de voto, mas sim divulgação de pré candidatura e pedido de apoio, condutas atualmente permitidas pelo artigo 36-A 'caput" e 2 da Lei das Eleições". Em razões recursais o recorrente aduz que: Conforme consta da documentação inclusa no presente processo, o recorrido Edmílson Avelino Porfírio, realizara, no mês de junho do ano de 2016, propaganda eleitoral antecipada, cuja publicidade fora levada a conhecimento em sua página pessoal na rede social "facebook". [... ] Ocorre que o representado, ao solicitar o "apoio" dos eleitores na rede social "facebook", solicitou os votos dos eleitores antes de , e praticou conduta vedada pela legislação eleitoral, consistente em propaganda extemporânea, conforme artigo 36, caput, da Lei n.o 9.504/97. [... ] No caso em análise Excelências, é evidente que a frase do representado "conto com seu apoio", configura pedido explicito de voto. Para que ocorra um pedido explícito de voto não é preciso que haja a expressão direta de pedido de voto, como por exemplo, "vote em mim". Basta que o contexto em que os fatos correram denote-se o nítido pedido de voto, ainda que camuflado como "apoio", como é o caso em análise.

4 Ao final requer o provimento do recurso, para o fim de reformar a sentença para que seja reconhecida a prática de propaganda eleitoral antecipada pelo Recorrido Edmilson Avelino Porfírio e lhe sejam aplicadas as penalidades do artigo 36, 3, da Lei n /97. Contrarrazões [fls. 49/59] pelo desprovimento do recurso. A douta Procuradoria Regional Eleitoral em manifestação [fls. 65/67] opinou pelo provimento do recurso. É o relatório. VOTOS DR. ULISSES RABANEDA DOS SANTOS (Relator) A minirreforma eleitoral alterou a redação do artigo 36-A da Lei das Eleições, com redação dada pela Lei no /2015, de forma a ampliar a possibilidade de manifestação de pré-candidatos, com previsão expressa de divulgação nos meios de comunicação social inclusive na internet, veja: Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social inclusive via internet: (Redação dada pela Lei no , de 20 15) I - a participação de filiados a partidos políticos ou de précandidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico; (Redação dada pela Lei no de 2013) 11 - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação intrapartidária; (Redação dada pela Lei n , de 2013) a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de 2

5 debates entre os pré-candidatos; (Redação dada pela Lei n , de 2015) IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça pedido de votos; (Redação dada pela Lei no , de 2013) V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais; (Redação dada pela Lei no , de 2015) VI - a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias. (Incluído pela Lei no , de 20 15) 1 o É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social. (Incluído pela Lei no , de 2015) 2 Nas hipóteses dos incisos I a VI do caput. são permitidos o pedido de apoio político e a divulgacão da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver. (Incluído pela Lei no , de 20 15) 3 O disposto no 2 não se aplica aos profissionais de comunicação social no exercício da profissão. (Incluído pela Lei no , de 2015) Antes de prosseguir, esclareço que as cópias das postagens das páginas do facebook do recorrente são de veiculação restrita, noutras palavras, não são links patrocinados, o que implicaria na prática vedada [art. 57-C da Lei no 9.504/97] de veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet. Fixada esta premissa, passo ao enfrentamento quanto a suposta infração ao art. 36 da Lei das Eleições. O que se extrai da peça de ingresso [fls. 9/14] é que haveria propaganda antecipada na publicação, via facebook, da seguinte mensagem postada pelo ora recorrente, in verbis: Amigos e irmãos do face, venho aqui através deste lhe informar que sou Pré Candidato a Vereador deste município conto com seu apoio. Este fato não é controvertido! 3

6 A imagem colhida da página do facebook de fls. 03/08, é uma cópia da postagem, dos comentários, e, nelas, não é possível identificar a data de sua publicação. A única informação quanto a sua origem está na fi. 02, protocolo n 27157/2016- DENÚNCIA VIA PARDAL, noticiada em Conforme pode ser observado das imagens, trata-se, às veras, de promoção de uma eventual e futura candidatura própria, contendo uma imagem de seu autor na frente de uma urna eletrônica, ao fundo um banner da EJE [Escola Judiciária Eleitoral], aliado à frase "conto com seu apoio". Noutras palavras, a propaganda tinha como objetivo principal divulgar que o autor da mensagem era pré-candidato, e, ao invés de destacar alguma de suas qualidades, intenções ou projetos, trouxe um "conto com seu apoio" como mensagem final, como quem diga "conto com seu voto". Pré-campanha não é campanha! Nesta o candidato pode pedir o voto, enquanto, naquela, o objetivo é o debate de ideias, onde, a mencão a pretensa candidatura, sem pedido de votos, é licita. Importante colocar em destaque que o legislador, no Art. 36-A, autoriza a menção a uma pretensa candidatura, deixando claro que esta, ao ser cogitada, não deve ser o foco principal da manifestação, mas acessório. De todo modo, o que realmente chama atenção é o pedido de apoio na mensagem postada no facebook, existente no caso concreto. Quanto a esta questão, o legislador acabou por colocar a Justiça Eleitoral em uma desconfortável encruzilhada. Isto porque, o 2 do Art. 36-A da lei 9.504/97, autoriza o pedido de apoio político. Neste sentido, vem a indagação: Qual o conceito de pedido de apoio político? Quando uma frase como "conto com seu apoio'~ "venha conosco'~ "venha junto'~ "alie-se a nós'~ se considera pedido de voto e quando se considera pedido de apoio político? A doutrina é absurdamente vaga a respeito, bem como a jurisprudência. Esta, ao ser consultada, traz inúmeros acórdãos julgando lícito o pedido de apoio político, sem, no entanto, conceituá-lo. Este subjetivismo extremo não é razoável, visto que faz imperar certa insegurança no campo prático, devendo, a meu sentir, serem listados critérios para, se não extirpá-lo, minorá-lo. Trago, a título de exemplo, duas situações, onde, na primeira delas, considerou-se lícito o uso da expressão "venha conosco nessa caminhada'~ afirmando ser este um pedido legal de apoio político. Já na segunda, frente à expressão "gostaria de contar com você'~ a Justiça Eleitoral interpretou como pedido de voto e não de apoio, condenando o responsável. 4

7 SITUACÃO 1 SITUACÃO 2 RECURSO PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA - REPRESENTAÇÃO- REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNA. ELEIÇÕES PUBLICAÇÃO, NO "FACEBOOK", DE VÍDEO PUBLICAÇÃO NO FACEBOOK. AMADOR COM MENSAGEM DIVULGANDO PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. PRÉ-CANDIDATURA, ACÕES POLÍTICAS DESENVOLVIDAS E QUALIDADES PESSOAIS, [... ]. Portanto, em que pese a nova BEM COMO SOLICITANDO APOIO POLÍTICO- redação do art. 36-A da Lei no ART. 36-A DA LEI N /1997 ALTERADO 9.504/1997, a propaganda eleitoral PELA NOVEL LEI N / AUSÊNCIA DE antecipada pode ser praticada de PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTO NÃO maneira dissimulada ou subliminar, CARACTERIZAÇÃO EXTEMPORÂNEA SENTENÇA - DESPROVIMENTO. [TRE/SC; RDJE - DE PROPAGANDA quando o pedido de voto for MANUTENÇÃO DA explicitado por expressões que deixem clara, deixem expressa formalmente, RECURSO CONTRA DECISOES DE JUIZES ou explicada, a intenção do agente ELEITORAIS n 10277; j. 06/09/2016] de obter o voto do eleitor, e não somente se o pré-candidato utilizar de expressões usuais, como, por exemplo, "Vote em mim!" ou "Conto com o seu voto!". Consta no processo apenso. as fls , cópia da página do facebook e da mensagem enviada para Karla Mireli Batista Souza. O Ministério Público Eleitoral ajuizou representação em desfavor de Renata Carolina de Almeida Vilas Boas, porque, na data de 11 de junho de 2016, as 16h36min 1 ela utilizou o aplicativo Messenger. vinculado a rede social facebook, solicitou votos por meio da seguinte mensagem: "Oi 5

8 '0h '..,,;,;;.-~. ~ - IJ"'_./ TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL Querida!! Vou ser indicada a vereadora de Acaiaca e gostaria de contar c v e seu marido. Tenho muitos sonhos para melhorar nossa roca." Analisando os documentos carreados aos autos as fls. 2-5 do procedimento em apenso, e possível constatar a realização de propaganda eleitoral extemporânea, visto que a representada pede expressamente voto a Karla Mireli Batista de Souza. Responsabilidade da recorrente comprovada pelas cópias da página do Facebook - fls Em sintonia com a argumentação acima expendida, entendo que a sentença desafiada não merece ser reformada. RECURSO A QUE NEGA PROVIMENTO, para manter a sentença que condenou a recorrente pela prática de propaganda eleitoral extemporânea. [TRE/MG; RE - RECURSO ELEITORAL n ; j. em 05/09/2016] À toda evidência, não se trata de demonstrar, única e simplesmente, a existência de decisões diversas para situações que se assemelham. Isto ocorre a todo momento entre variados Tribunais. Na verdade, o que chamo atenção, reafirmo, é a falta de critério norteador para se estabelecer o que vem a ser pedido de apoio político e quando há pedido explícito de voto, a despeito do disfarce. O TSE ainda não se pronunciou sobre esta questão. 6

9 Frente a este quadro, para que se tenha um critério objetivo para solucionar estas situações, filiar-me-ei à interpretação de que no período de précampanha, o pedido de apoio, quando vinculado a uma pretensa candidatura, somente não se considera pedido de voto quando, conforme expressamente consta do dispositivo legal, estiver aliado ao contexto das taxativas hipóteses previstas nos incisos I a VI do Art. 36-A da lei 9.504/97. Em outras palavras, o pedido de apoio político autorizado pelo Art. 36-A, parágrafo segundo, da lei das eleições, só se legitima quando ocorrer no contexto de alguma das seguintes hipóteses autorizadas pelo Art. 36-A: I - a participação de filiados a partidos políticos ou de précandidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonõmico; (Redação dada pela Lei no , de 2013) 11 - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação intrapartidária; (Redação dada pela Lei no , de 2013) a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos; (Redação dada pela Lei n , de 2015) IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça pedido de votos; (Redação dada pela Lei no , de 20 13) V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas. inclusive nas redes sociais; (Redação dada pela Lei n , de 2015) VI - a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias. (Incluído pela Lei no , de 2015) Neste sentido, veja a redação do Art. 36-A, parágrafo segundo: 2 Nas hipóteses dos incisos I a VI do caput. são permitidos o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, 7

10 y / TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL dos ações políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver. (Incluído pela Lei no , de 20 15) Fora destas hipóteses, o pedido de apoio, que se vincule diretamente a uma pretensa candidatura, a meu sentir, passa a ser camuflagem de um pedido explícito de votos. Não tem como ser diferente! "Sou pré-candidato, conto com você'; "Sou pré-candidato, conto com seu apoio'; "Sou pré-candidato, vem comigo'; "Sou pré-candidato, me ajudem", são situações que demonstram, claramente, propaganda extemporânea, pois não se enquadram em nenhuma dos hipóteses mencionados nos incisos do Art. 36-A da lei 9.504/97. Diferente ocorre, a título ilustrativo, quando algum précandidato expõe uma ideia sobre algum tema de interesse coletivo, ou seja, publiciza sua opinião pessoal sobre alguma questão política, emendando, ao final "conto com seu apoio para colocar essas visões em prática", ou "venha comigo para que esta posição prevaleça", já que, claramente, a conduta se enquadra em um dos incisos do Art. 36-A, especificamente o V, que passa a se conjugar com o seu parágrafo 2. No recurso em julgamento, a mensagem "conto com seu apoio" deu-se em contexto diverso de quaisquer das hipóteses taxativas acima mencionados, vinculando-se, apenas, a um anúncio de pré-candidatura. Conforme a jurisprudência do TSE, "a ratio essendi subjacente à vedação do art. 36, caput, da Lei das Eleições, é evitar, ou, ao menos, amainar a captação antecipada de votos, o que poderia desequilibrar a disputa eleitoral, vulnerar o postulado da igualdade de chances entre os candidatos e, no limite, comprometer a própria higidez do prélio eleitoral." [TSE- AgR-AI: RJ, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 16/04/20 15]. Entendo, portanto, configurada a propaganda irregular. Com essas considerações, em consonância com o parecer ministerial, dou provimento ao recurso, para condenar o recorrente à multa no valor de R$ 5.000,00 [cinco mil reais], mínimo para a espécie. É como voto. DES. PEDRO SAKAMOTO; DR. PAULO CÉZAR ALVES SODRÉ; DR. RODRIGO ROBERTO CURVO; DR. JOSÉ ANTÔNIO BEZERRA FILHO Com o relator. DES. PRESIDENTE O Tribunal, por unanimidade, deu provimento ao recurso para condenar o recorrente à multa no valor de R$ 5.000,00, nos termos do voto do douto relator, em consonância com o parecer ministerial. 8