A repetição em Freud e Lacan: vicissitudes na clínica da neurose e psicose

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1 989 A repetição em Freud e Lacan: vicissitudes na clínica da neurose e psicose The repetition in Freud and Lacan: ups and downs in the clinic of neurosis and psychosis La repetición en Freud y Lacan: avatares en la clínica de la neurosis y la psicosis Ricardo Otávio Maia Gusmão 1 Resumo O presente trabalho busca descrever o conceito psicanalítico repetição na obra freudiana e lacaniana. Trata-se de um estudo teórico, realizou-se uma investigação sobre o tema buscando apontar seus desdobramentos e relevância no desenvolvimento da elaboração teórico-clínica psicanalítica. O estudo na obra freudiana foi feito a partir da análise dos textos Recordar, repetir e elaborar e Além do princípio do prazer. Em Lacan, realizou-se uma análise da repetição a partir dos conceitos tiquê e autômaton trabalhados no Seminário 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, estabelecendo a sua relação com as noções de objeto a e real; além de suas contribuições do Seminário 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Por fim, foi realizada uma discussão sobre as vicissitudes da repetição na neurose e psicose a partir das operações de alienação e separação e noções de extração do objeto a. Palavras-chave: Psicanálise. Neurose. Psicose. Repetição. Abstract This paper seeks to describe the psychoanalytic concept in Lacanian work and Freudian repetition. It is a theoretical study, an investigation of the topic seeking point your wheels and relevance in the development of theoretical elaboration-psychoanalytic clinic. The study on the work that was done from the Freudian Analysis of the texts Recall, repeating and elaborating and beyond the pleasure principle. In Lacan, an analysis of the repetition from the ancient concepts and autômaton worked at the seminary 11: the four fundamental concepts of psychoanalysis, establishing your relationship with the concepts of object and real; In addition to his contributions to the seminar 2: the I in Freud's theory and technique of psychoanalysis. Finally, a discussion was held about the vicissitudes of repetition in neurosis and psychosis from alienation and separation operations and concepts of object extraction. Keywords: Psychoanalysis. Neurosis. Psychosis. Resumen Este artículo pretende describir el concepto psicoanalítico de repetición freudiana y lacaniana. Es un estudio teórico, una investigación sobre el tema que buscan punto de tus ruedas y relevancia en el desarrollo de clínica psicoanalítica de elaboración teórica. El estudio sobre el trabajo que se realizó a partir del Análisis Freudiano de los textos de memoria, repetición y elaboración y más allá del principio del placer. En Lacan, un análisis de la repetición de los conceptos antiguos y autômaton trabajado en el seminario 11: los cuatro conceptos fundamentales del psicoanálisis, establecer su relación con los conceptos de objeto y real; Además de sus contribuciones al seminario 2: el yo en la teoría y técnica del psicoanálisis de Freud. Por último, se celebró un debate sobre las vicisitudes de la repetición en las neurosis y psicosis de alienación y separación las operaciones y conceptos de la extracción del objeto. Palabras clave: Psicoanálisis. Neurosis. Psicosis. 1 Enfermeiro, Mestre em Psicanálise, Universidade Estadual de Montes Claros. ricardotavio@ig.com.br

2 990 Introdução A repetição encontra-se como um dos fundamentos do saber psicanalítico. O inconsciente, a transferência, a pulsão e a repetição foram nomeados por Lacan como os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. O presente trabalho é um estudo do conceito psicanalítico repetição na obra freudiana e lacaniana. Seus desdobramentos permitiram analisar as vicissitudes desse conceito na clínica da neurose e psicose. O tema foi investigado buscando apontar seus desdobramentos e relevância no desenvolvimento da elaboração teóricoclínica psicanalítica. Freud em seus escritos, sempre procurou estabelecer uma relação entre as suas observações clínicas com a teoria. Assim, estudar a repetição sob a perspectiva freudiana aconteceu articulando-se com as mudanças de pensamento empreitadas pelo movimento que este conceito suscitou em sua obra por meio da clínica. Investigamos, dessa forma, como a questão da repetição se introduziu e se desenvolveu ao longo da obra freudiana. Foram observados dois momentos distintos em relação à repetição na obra freudiana. Num primeiro momento, apresentou-se como elemento de base para conceitos como inconsciente, recalque, transferência e pulsão. Em um segundo momento ganhou destaque a partir da insistência de alguns casos clínicos, em que a repetição de experiências desagradáveis, marcadas pelo desprazer e sofrimento, tornou-se uma evidência irrecusável da experiência analítica. Propomos, assim, apresentar esse conceito por meio do arcabouço teórico indicado por Freud, em Recordar, repetir e elaborar e em Além do princípio do prazer. O percurso desenvolvido por Lacan sobre a repetição se elucida pelas suas contribuições nos Seminários 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise e 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Destacaremos os conceitos construídos por Lacan para se pensar a repetição: a Tiquê e Autômaton. Pode-se estabelecer uma relação importante do conceito de repetição com as noções lacanianas de objeto a e real e por seguinte com a cadeia de significantes. Enunciaremos algumas faces dessa relação. Para finalizar, no desejo de trabalhar a dimensão teórica e clínica do conceito psicanalítico repetição, destacamos as vicissitudes da repetição na clínica das neuroses e psicoses, apresentando sua diferenciação a partir das operações de alienação e separação e noções de extração do objeto a. A repetição em Freud O conceito de compulsão a repetição aparece em Freud em 1914 em "Recordar, repetir e elaborar" e significa compulsão para trazer algo de volta. Para Freud nesse texto, a repetição está para ser interpretada e repetir é rememorar na transferência, o paciente reproduz não como lembrança, mas como ação. Verificamos uma aproximação entre a recordação e o fenômeno da repetição. Freud vai fazer um destaque para aqueles casos em que o paciente não recorda coisa alguma do que aconteceu e reprimiu, advertindo que com frequência nada e muito pouco na verdade se resta deste curso de acontecimentos primeiros que foram recalcados (FREUD, 1914/1996, p.165). Neste momento inicial o paciente não recorda coisa alguma do que esqueceu e reprimiu, mas o expressa pela atuação ou atua-o. Ele o reproduz não como lembrança, mas como ação, repete-o, sem naturalmente saber o que está repetindo (FREUD, 1914/1996, p.165). Logo a repetição é definida como algo que faz oposição ao saber, ao recordar, sendo ela da ordem da ação. Para Freud, o paciente não poderia fugir a esta compulsão a repetição e ao fim compreendemos que esta é sua maneira de recordar. Pela primeira vez, Freud vai fazer uso do termo compulsão à repetição, neste contexto inicial de forma mais generalizada sem abarcar suas concepções importantes que serão tratadas na segunda teoria das pulsões. Freud circunscreve a repetição no campo da transferência de forma decidida: logo percebemos que a transferência é, ela própria, apenas um fragmento da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido, não apenas para o médico, mas também para todos os outros aspectos da situação atual (FREUD, 1914/1996, p. 166). Quanto maior a resistência estabelecida na transferência, mais extensivamente as atuações e repetições substituirão o recordar. Freud, trabalhando na perspectiva da primeira tópica, vai considerar que para se lidar com a repetição seria necessário estar atento à resistência para que o conteúdo inconsciente pudesse assim tornar-se consciente. O que o paciente repete e atua seria nada mais nada menos que tudo o que avançou das fontes do reprimido para sua personalidade manifesta, suas inibições, suas atitudes inúteis, seus traços patológicos de caráter, seus sintomas (FREUD, 1914/1996). Nesta perspectiva cabe ao analista, utilizando-se da transferência, isolar a repetição na transferência e possibilitar que o paciente possa passar de uma neurose comum a uma neurose de transferência. Assim, podemos inferir que neste momento inicial em 1914, os

3 991 conceitos de repetição e transferência são indissociáveis e quem resiste à recordação é o material recalcado que não pode chegar à consciência. O conceito de repetição vai ganhar o seu grande destaque na obra freudiana em 1920, em "Além do princípio do prazer". As constatações clínicas a respeito de uma inadequação na dominância do princípio do prazer sobre o curso dos processos mentais fizeram Freud reformular sua teoria em A análise da compulsão à repetição de situações ou vivências desprazerosas vai ser o ponto de partida para se repensar metapsicologicamente o funcionamento do aparelho psíquico. A compulsão à repetição será identificada como um fenômeno que apontará para um aspecto da vida psíquica indiferente ao princípio do prazer ou desprazer justificando a máxima deste texto que seria a noção de um além do princípio do prazer, tal como o seu título enuncia. Analisando as neuroses traumáticas e a brincadeira do fort da, Freud constatará que o ser humano repete situações que não causam prazer. O estudo sobre os sonhos nas neuroses traumáticas permitiu perceber que os pacientes repetidamente evocavam as situações de seus acidentes, além de fixarem-se ao momento em que o trauma acontecia, tal como também observara nas neuroses de guerra. Em sua análise sobre a brincadeira do fort da, Freud vai observara a brincadeira efetuada por uma criança de um ano e meio de idade e inventada por ele próprio, em seguida, vai descobrir o significado dessa enigmática atividade que era repetida constantemente. A criança possuía o hábito de apanhar quaisquer objetos e atirálos para longe, ao passo que ao proceder com o ato emitia o som longo e arrastado fort acompanhado de interesse e satisafação. Freud vai analisar esta cena como um jogo em que a criança fazia com seus brinquedos que consistia em ir embora com eles. Ao observar este jogo da criança com um carretel, verificou que o retorno do mesmo também era saudado com um alegre da (ali). A brincadeira completa consistiria no desaparecimento e retorno do brinquedo. O primeiro ato era repetido como um jogo em si mesmo, embora ficasse claro que o prazer maior se ligava ao segundo ato. Freud logo vai concluir sobre o jogo que este se relacionaria à renúncia institual acontecida ao deixar a mãe ir sem protestar (FREUD, 1920/1996). Freud destacará o fato observado de o primeiro ato ser encenado como um jogo em si mesmo e acontecer com muito mais frequência do que o episódio na íntegra, com seu final agradável. Uma prevalência do desagradável, tal como havia sido observado na análise das neuroses traumáticas e neuroses de guerra, agora também se encenaria em episódios cotidianos e naturais da vida. Certamente a análise das situações clínicas e vivências cotidianas permitiram à elucidação de uma lógica do funcionamento do aparelho psíquico para um além do princípio do prazer. Freud neste momento, já não se contenta com o método psicanalítico que se resumiria em descobrir o material oculto para o paciente, reuni-lo e no momento oportuno comunicá-lo a este. A ideia de repetição estaria centrada até aqui na noção de que as repetições ou atuações aconteceriam via transferência justamente pela impossibilidade de rememorar os elementos recalcados e que seria, portanto, função do analista possibilitar que a repetição acontecesse o mínimo possível pela tentativa de diminuição da resistência via transferência. Freud vai avançar a sua análise sobre a compulsão a repetição considerando a necessidade de entender que aquilo que estamos lidando na luta contra a resistência não é uma resistência operada pelo inconsciente e que esta resultaria dos mesmos estratos e sistemas mais elevados da mente que originalmente provocaram a repressão. Estaria travada uma luta entre o ego coerente e o reprimido (FREUD, 1920/1996). Assim, fica nítida a ideia da compulsão à repetição como algo mais primitivo, mais elementar e mais institual do que o princípio do prazer que ela domina. O mais pulsional na pulsão, como será postulado, é a "compulsão à repetição", mecanismo primitivo que revelaria a eficácia de uma pulsão de morte, cujo livre curso em direção ao seu alvo encontra a barreira das pulsões sexuais e das pulsões do ego, reunidas e renomeadas de pulsões de vida. Essas seriam as contribuições fundamentais para reorientar a teoria freudiana com destaque para o conceito de pulsão de morte. Na nova construção teórica, a pulsão de morte sinalizaria para um retorno a um estado inorgânico onde não há conflitos, este seria o princípio de Nirvana. O princípio de realidade não abandona a intenção de obtenção de prazer, mas pode adiá-lo como algo necessário, sendo assim ele tolera o desprazer como uma etapa para obtenção de prazer (FREUD, 1920/1996). Neste momento, a repetição vai ocupar outro lugar na obra freudiana aparecendo como uma força pulsional. Se inicialmente a repetição seria apresentada como algo que estaria ligado ao campo transferencial como resistência, agora revelaria o seu caráter pulsional sendo um elemento constitutivo da condição humana. A repetição teria sua força propulsora baseada na pulsão, mais propriamente na pulsão de morte.

4 992 A repetição em Lacan: O conceito de repetição é retomado por Lacan no Seminário 11. Anteriormente em seu Seminário 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise, Lacan havia discorrido sobre a temática. Mas é no capítulo V do Seminário 11 que Lacan retoma dois conceitos contidos no pensamento aristotélico, a Tiquê e o Autômaton, para refletir acerca da problemática da repetição. Apropriamo-nos das falas de Lacan para definição dos termos Tiquê e Autômaton: o primeiro refere-se ao encontro com o real, enquanto que o último à insistência dos signos. primeiro a tiquê, que tomamos emprestada, eu lhes disse da última vez, do vocabulário de Aristóteles em busca de sua pesquisa da causa. Nós a traduzimos por encontro com o real. O real está para além do autômaton, do retorno, da volta, da insistência dos signos aos quais nos vemos comandados pelo princípio do prazer. O real é o que vige sempre por trás do autômaton, e do qual é evidente, em toda pesquisa de Freud (LACAN, 1964/2008, p.59). Assim, podemos definir a repetição como sendo a articulação interna e indissociável entre Autômaton e Tiquê para o sujeito falante. Os conceitos considerados por Aristóteles sobre causalidade, tiquê e autômaton foram fonte de inspiração de Lacan para seus apontamentos sobre a repetição. Aristóteles admite níveis diferentes de causalidade para o mundo físico: o mundo supralunar regido por uma necessidade absoluta de existir sempre e necessariamente do mesmo modo; e o mundo sublunar que, por sua vez, apresenta em seus processos tanto regularidade como acidentalidade: existem entes e eventos que vêm a ser prevalentes e outros que vêm a ser excepcionais. Estes, denominados por Aristóteles de acidentes, seriam consequência de causas também acidentais, definidas como sorte (tyche) e acaso (automaton). O automaton se diferencia da tyche por ser mais amplo. O acaso compreende todos os resultados acidentais que acontecem no mundo da physis, enquanto a sorte restringe-se ao âmbito da ação humana (SILVA, 2009). A definição que o Aristóteles faz do tiquê como aquilo que se restringe ao âmbito da ação humana se aproxima com as considerações que Lacan irá tecer com o núcleo do real. Lacan vai elucidar a impossibilidade para a confusão entre a repetição com o retorno dos signos e com a reprodução ou modulação pela conduta de uma espécie de rememoração agida. A repetição estaria sempre velada na análise por causa da sua identificação com a transferência feita pelos analistas. Em 1920, Freud fala em uma força, algo da insistência, já apontando para o real, como algo que não cessa de não se inscrever. É a repetição que vai servir de fundamento para a explicação da pulsão de morte. A repetição é característica própria da pulsão. Assim queremos abarcar a discussão lacaniana de que repetição não é reprodução ou rememoração tal como se pensava Freud no início de suas formulações e ele mesmo chegou a esta conclusão em sua segunda teoria. Na leitura de Lacan toda a história da descoberta por Freud da repetição como função só se define em mostrar assim a relação do pensamento com o real (LACAN, 1964/2008, p.58). O autômaton seria definido como a rede de significantes, enquanto a tiquê como o encontro do real. A tiquê designaria o real como encontro faltoso, para além do jogo dos signos e de seu retorno, para além da fantasia, que é regulado pelo princípio do prazer. Aquilo que Lacan procura esclarecer através das noções de tiquê e autômaton, particularmente através da tiquê é a função do real. Neste momento o real ganhará grande destaque nas considerações lacanianas acerca da repetição. O real não é o que retorna, o que retorna são os signos, mas o que se repete como falta. Assim, a tiquê como encontro com o inassimilável, comporta a verdade do sujeito, mais além do princípio do prazer. Pode também surgir promovendo novas significações através da cadeia de significantes do autômaton. A repetição, propriamente dita, refere-se a este encontro do real. O real é o que vige sempre por trás do autômaton, e do qual é evidente (LACAN, 1964/ 2008). Existiriam, portanto, dois registros na repetição: o simbólico e o real. No Seminário de Angústia, Lacan vai se referir a este encontro sempre faltoso como o íntimo e que dentro da experiência humana seria a casa do homem, este lugar que se situa dentro do outro e que representa a ausência onde nós somos o vazio, o buraco, o fim da cadeia significante, a falta de significante do grande Outro. Este ponto nos revela a presença em outro lugar, nos revela o não especularizável, nos revela a causa. Esta causa, é o que insiste, é o que pulsa como resto, é a compulsão a repetição, é o reencontro sempre faltoso (LACAN, /2005). Lacan já no Seminário 2 trabalhara principalmente a noção do simbólico e o jogo do fort-da, estabelecendo uma relação entre a repetição e o real. Considera que o sujeito repete para escapar da falta e do desampararo, mas é o intervalo que vai garantir a repetição do significante, sendo o seu limite, mas também a sua causa. O duplo registro da repetição como tiquê e como autômaton pode ser ilustrado pelo jogo do Fort-da, enquanto exemplo paradigmático da simbolização

5 993 primordial do sujeito. É o jogo da presença e da ausência do objeto modulado pela alternância de sílabas distintivas fort-da. A repetição enquanto atividade que escapa ao domínio do princípio do prazer, que escapa ao simbólico, é ilustrado aí, não apenas como repetição de um pedido de retorno da mãe: "É a repetição da saída da mãe como causa de uma Spaltung do sujeito, superada pelo jogo. Trata-se, da repetição da perda do objeto, experiência do que é inassimilável para o sujeito, mas que é passível de ser simbolizada pela alternância significante (LACAN, 1964/2008, p.67). Este nível de simbolização primordial coloca-se como matriz das operações de alienação e separação, já que o objeto em jogo antecipa a função do objeto a. Freud, em 1920, assinala que a repetição e atuação surgidas nas análises traziam as marcas daquilo que haveria de ter sido recalcado e esquecido de um passado marcado pelo complexo de Édipo. A repetição seria então, uma força de atualização desses componentes. Essa reflexão freudiana nos remete à teoria da cadeia de significantes, já que para Lacan, a compulsão a repetição representa a insistência dessa cadeia. O sujeito seria o produto desta cadeia, da articulação entre dois significantes e o objeto a seria o elemento que proporciona o movimento da cadeia, ou a própria compulsão à repetição. A natureza não representacional do real seria o elemento propulsor da repetição, exigindo ao sujeito o seu retorno ao objeto perdido, da satisfação perdida. A repetição na clínica da neurose e psicose Conforme os desdobramentos teóricos acerca da repetição na teoria psicanalítica apresentados até aqui, entendemos que as vicissitudes clínicas da repetição na neurose e psicose podem ser discutidas a partir das operações de alienação e separação e da noção de extração do objeto a. Na neurose, a realidade obtém seu enquadramento a partir da extração do objeto. É o aparecimento do furo que determina a construção fantasmática onde cada um supõe a subtração do objeto. Dessa operação decorrem as duas dimensões subjetivas, o sujeito falta a ser que corresponde a esse furo e o ser do sujeito equivalente a este pedaço subtraído. Quando não há essa extração, estamos no terreno da psicose (LACAN, 1958/1998). A função do objeto a é correlativa à perda, isto é, o objeto se constitui como separado e se coordena à falta instituída pela castração imaginária. Tratar-se, pois, de uma função separadora. Neste sentido, a repetição seria decorrência das operações de separação e alienação articulada a essa noção de extração do objeto a, já que como causa é esse reencontro sempre faltoso o propulsor da repetição. É interessante destacar a passagem em que Lacan comenta a função do objeto a, pois, logo em seguida, é o encontro com o objeto que funda-o sujeito: "Pela função do objeto a, o sujeito se separa, deixa de estar ligado à vacilação do ser, ao sentido que constitui o essencial da alienação (LACAN, 1964/2008, p.243). È neste sentido que podemos demarcar uma diferenciação quanto ao estatuto das repetições na psicose. A partir do conceito de foraclusão do significante do Nome-do pai, pode-se dizer em uma ausência no processo de simbolização primordial, na medida em que esse objeto a não tenha se constituído como separado, como perdido. Lacan fazendo uso de uma metáfora determina que o significante Nome-do-Pai, no registro da neurose, é o que constitui o elemento para a qual convergem as vias em torno de um sítio que polariza, enquanto significante, as significações. A inscrição no Outro do significante Nome-do-Pai que instaura a lei, mediante a metáfora paterna, é a operação que caracteriza a neurose (LACAN, , p.328). O Nome-do-Pai é o significante que substitui o significante enigmático do desejo da mãe, promovendo a significação fálica no campo do Outro. Na psicose, esta operação simbólica encontra-se abolida. É o fracasso da metáfora paterna que irá conferir à psicose a sua condição essencial. No terreno da psicose é necessário, portanto, entender a operação da foraclusão do significante Nome-do-Pai, ordenador da cadeia significante (LACAN (1958/1998, p.582). A foraclusão implicaria, então, na ausência de extração do objeto a na psicose com sua fixação na primeira dupla significante, não havendo a hiância constitutiva do sujeito característica da operação de alienação e separação como se observa na neurose. Dessa forma, a repetição na neurose seria um efeito das operações de alienação e separação, ou seja, um efeito da cadeia significante articulada e coordenada pelo objeto a e atrelada pelo encontro faltoso com o real. A repetição assim, retomando aos conceitos de tiquê e autômaton, aconteceria na neurose sob dois registros, o simbólico e o real. Já na psicose, em conseqüência da foraclusão do Nome-do-Pai, não extração do objeto a e falhas nas operações de alienação e separação pensaríamos numa repetição fora do simbólico e com predominância para a esfera do real.

6 994 Considerações Finais Se em um primeiro momento da obra freudiana a repetição seria anunciada como rememoraração na transferência; uma reprodução não como lembrança, mas como ação em que verificamos uma aproximação da recordação com o fenômeno da repetição; no segundo momento de sua obra consideraremos o ápice desse conceito que possibilitou o desenvolvimento da grande virada de seu pensamento em 1920, a partir da noção do além do princípio do prazer. Aqui a repetição perderia a sua representação ligada ao campo transferencial e se estabelecia como um fenômeno de caráter pulsional, sendo um elemento constitutivo da condição humana que teria a sua força propulsora baseada na pulsão de morte. Lacan fará suas considerações sobre a repetição a partir de dois conceitos contidos no pensamento aristotélico tiquê e autômaton apontando para a existência na clínica de dois registros da repetição, o simbólico e o real. O primeiro refere-se ao encontro com o real, enquanto que o último à insistência dos signos. O real é o que se repete e nessa repetição funda o próprio mundo enquanto realidade psíquica. Esta é a repetição que vai caracterizar essencialmente a pulsão, em que este real como encontro faltoso sempre retornará, um encontro ao irrepresentável, o objeto a. Ponto este propulsor da repetição. As vicissitudes desse fenômeno na clínica da neurose e psicose, por sua vez, se desdobram a partir das noções que elucidam as particularidades dessas estruturas clínicas frente aos fenômenos das operações de alienação e separação e extração de objeto a. REFERÊNCIAS 1. FREUD, S. (1914). Recordar, repetir e elaborar. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, XII, p Rio de Janeiro: Imago Editora (1918[1914]). História de uma neurose infantil. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XVII p , Rio de Janeiro, Imago Editora, (1920). Além do princípio de prazer. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XVIII p , Rio de Janeiro, Imago Editora, LACAN J. ( ). O seminário, livro 2, O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ( ). O seminário, livro 3,As psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ( ). O seminário, livro 5. As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, (1958). De uma questão preliminar a todo tratamento possível nas psicoses. In J. 8. Lacan, Escritos, página Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ( ). O seminário, livro 10, A angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, (1964). O seminário, livro 11, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. 11. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, SILVA LR. Sobre as causas em Aristóteles. Revista do Programa de Pós Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2009; 2(1): Recebido em: 11/2016 Aceito em: 12/2016 Publicado em: 12/2016

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