Ensaios dos. Materiais. Ensaios Mecânicos. dos Materiais - Tração
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1 Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Materiais Ensaios dos Ensaios Mecânicos Materiais dos Materiais - Tração SMM0342- Introdução aos Ensaios Mecânicos dos Materiais Prof. Dr. José Benedito Marcomini 1
2 Propriedades Mecânicas de Metais Como os metais são materiais estruturais, o conhecimento de suas propriedades mecânicas é fundamental para sua aplicação. Um grande número de propriedades pode ser derivado de um único tipo de experimento, o ensaio de tração. Neste tipo de ensaio um material é tracionado e se deforma até fraturar. Mede-se o valor da força e do alongamento a cada instante, e gerase uma curva tensão-deformação. 2
3 Propriedades Mecânicas mais Comuns Resistência à tração, compressão e cisalhamento Fadiga Módulo de elasticidade medida de rigidez na região elástica Ductilidade grande deformação na zona de escoamento Fragilidade pequena deformação na zona de escoamento Elasticidade capacidade de deformar e voltar a forma original Resiliência capacidade de suportar grandes cargas dentro da zona elástica Plasticidade capacidade de deformar e manter a forma Tenacidade capacidade do material absorver energia sem ruptura Dureza - resistência a penetração 3
4 RESISTÊNCIA MECÂNICA Cabo em tração simples F F Ao = cross sectional area (when unloaded) Eixo solicitado em torção pura Ac M 2R M Fs Ao EXEMPLO: DISPOSITIVO DE TELEFÉRICO CASO REAL: TRAÇÃO; CORROSÃO; FRAGILIZAÇÃO(T ); VIBRAÇÃO; FADIGA. (Fonte:Callister)
5 T T T T T CATENÁRIA Jesuíta Italiano Vincenzo Riccati ( )
6
7 Ensaio de Tração: Procedimentos Normalizados Os Ensaios Mecânicos podem ser realizados em: Produtos acabados: os ensaios têm maior significado pois procuram simular as condições de funcionamento do mesmo. Mas na prática isso nem sempre é realizável; Corpos de prova: Avalia a propriedades dos materiais independentemente das estruturas em que serão utilizados. Estas propriedades (Ex. limite de elasticidade, de resistência, alongamento, etc.) são afetadas pelo comprimento do corpo de prova, pelo seu formato, pela velocidade de aplicação da carga e pelas imprecisões do método de análise dos resultados do ensaio. Para padronizar: Utiliza-se as NORMAS 7
8 Mesmo recorrendo às Normas, na fase de projeto das estruturas utilizase um fator multiplicativo chamado coeficiente de segurança, o qual leva em consideração as incertezas (provenientes da determinação das propriedades dos materiais e das teórias de cálculos das estruturas). As normas técnicas mais utilizadas pelos laboratórios de ensaios provêm das seguintes instituições: ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ASTM - American Society for Testing and Materials DIN - Deutsches Institut für Normung AFNOR - Association Française de Normalisation BSI - British Standards Institution ASME - American Society of Mechanical Engineer ISO - International Organization for Standardization JIS - Japanese Industrial Standards SAE - Society of Automotive Engineers COPANT - Comissão Panamericana de Normas Técnicas Além dessas, são também utilizadas normas particulares de indústrias. 8
9 TIPOS DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES QUE UMA ESTRUTURA ESTA SUJEITA ou compressão Flexão 9
10 Cisalhamento Uma tensão cisalhante causa uma deformação cisalhante, de forma análoga a uma tração. Tensão cisalhante = F/A 0 onde A 0 é a área paralela a aplicação da força. Deformação cisalhante = tan = y/z 0 onde é o ângulo de deformação Módulo de cisalhamento G = G 10
11 Coeficiente de Poisson Quando ocorre elongamento ao longo de uma direção, ocorre contração no plano perpendicular. A Relação entre as deformações é dada pelo coeficiente de Poisson. = - x / z = - y / z o sinal negativo apenas indica que uma extensão gera uma contração e viceversa Os valores de para diversos metais estão entre 0,25 e 0,35 (max 0,50) E = 2G(1+) Para a maioria dos metais G 0,4E O coeficiente de Poisson (materiais isotropicos) pode ser usado para estabelecer uma relação entre o módulo de elasticidade e o módulo de cisalhamento de um material. 11
12 Propriedades Mecânicas dos Materiais 12
13 Equipamento para o ensaio de tração O ensaio de tração geralmente é realizado na máquina universal, que tem este nome porque se presta à realização de diversos tipos de ensaios. A máquina de tração É hidráulica ou eletromecânica, e está ligada a um dinamômetro ou célula de carga que mede a força aplicada ao corpo de prova; Máquina Universal de Ensaio de Tração. Possui um registrador gráfico que vai traçando o diagrama de força e deformação, em papel milimetrado, à medida em que o ensaio é realizado. 13
14 Propriedades Mecânicas dos Materiais Teste de tração: Célula de carga Detalhe do início da estricção do material Extensômetro Corpo de prova Gráfico de x do material ensaiado 14
15 Corpos de prova Possuem características especificadas de acordo com normas técnicas. Suas dimensões devem ser adequadas à capacidade da máquina de ensaio; Normalmente utilizam-se corpos de prova de seção circular ou de seção retangular, dependendo da forma e tamanho do produto acabado do qual foram retirados, como mostram as ilustrações a seguir. A parte útil do corpo de prova, identificada na figura anterior por Lo, é a região onde são feitas as medidas das propriedades mecânicas do material. Corpos de prova para o Ensaio de Tração. As cabeças são as regiões extremas, que servem para fixar o corpo de prova à máquina de modo que a força de tração atuante seja axial. 15
16 Sistemas de fixações para as cabeças mais comuns. Segundo a ABNT, o comprimento da parte útil dos corpos de prova utilizados nos ensaios de tração deve corresponder a 5 vezes o diâmetro da seção da parte útil; Por acordo internacional, sempre que possível um corpo de prova deve ter 10 mm de diâmetro e 50 mm de comprimento inicial. Não sendo possível retirada de um corpo de prova deste tipo, deve-se adotar um corpo com dimensões proporcionais a essas. Dimensões padronizadas podem ser encontradas nas normas como ASTM E8M. 16
17 Em materiais soldados, podem ser retirados corpos de prova com a solda no meio ou no sentido longitudinal da solda, como você pode observar na figura a seguir. Retirada de corpo de prova em materiais soldados. 17
18 Preparação do corpo de prova para o ensaio de tração 1. Identificar o material do corpo de prova. Corpos de prova podem ser obtidos a partir da matéria-prima ou de partes específicas do produto acabado; 2. Depois, deve-se medir o diâmetro do corpo de prova em dois pontos no comprimento da parte útil, utilizando um micrômetro, e calcular a média; 3. Por fim, deve-se riscar o corpo de prova, isto é, traçar as divisões no comprimento útil. Uma possibilidade seria para um CP de 50 mm de comprimento, as marcações serem feitas de 5 em 5 milímetros. Corpo de prova preparado para o ensaio de tração 18
19 Deformação Elástica X Plástica 19
20 Deformação Elástica Características Principais: A deformação elástica é resultado de um pequeno alongamento ou contração da célula cristalina na direção da tensão (tração ou compressão) aplicada; Deformação não é permanente, o que significa que quando a carga é liberada, a peça retorna à sua forma original; Processo no qual tensão e deformação são proporcionais (obedece a lei de Hooke) =E (lembra F=KX-Mola); Gráfico da tensão x deformação resulta em uma relação linear. A inclinação deste segmento corresponde ao módulo de elasticidade E 20
21 tensão Propriedades Mecânicas dos Materiais Comportamento x : elástica plástica Deformação elástica: é reversível, ou seja, quando a carga é retirada, o material volta às suas dimensões originais; átomos se movem, mas não ocupam novas posições na rede cristalina; numa curva de x, a região elástica é a parte linear inicial do gráfico. Deformação plástica: é irreversível, ou seja, quando a cargá é retirada, o material não recupera suas dimensões originais; átomos se deslocam para novas posições em relação uns aos outros. deformação 21
22 Curva Típica x (tração) Liga de alumínio p e 22
23 Módulo de Elasticidade (E) E S tan g E E = módulo de elasticidade ou Young (GPa) σ = tensão (MPa) ε = deformação (mm/mm) 23
24 Módulo de Elasticidade (E) Principais características: Quanto maior o módulo, mais rígido será o material ou menor será a deformação elástica; O módulo do aço ( 200 GPa) é cerca de 3 vezes maior que o correspondente para as ligas de alumínio ( 70 GPa), ou seja, quanto maior o módulo de elasticidade, menor a deformação elástica resultante. O módulo de elasticidade corresponde a rigidez ou uma resistência do material à deformação elástica. O módulo de elasticidade está ligado diretamente com as forças das ligações interatômicas. 24
25 Seleção de Materiais- ligação - Propriedades Propriedades mecânicas: módulo de Elasticidade O módulo de elasticidade é proporcional à derivada da curva em r=r 0 : quanto maior a inclinação da curva, ligações mais fortes, maior módulo de elasticidade. Material a tem maior módulo que material b!
26 Módulo de Elasticidade Aço vs. Alumínio 26
27 Comportamento não-linear Alguns metais como ferro fundido cinzento, o concreto e muitos polímeros apresentam um comportamento não linear na parte elástica da curva tensão x deformação 27
28 Módulo de Elasticidade O módulo de elasticidade é dependente da temperatura; Quanto maior a temperatura o E tende a diminuir. 28
29 * Polímero termoplástico ** Polímero termofixo *** Compósitos 29
30 Módulo de Elasticidade Cerâmica O módulo elástico das cerâmicas são fortemente dependente da porosidade. E E f f 2 (1 p ) Onde f 1 =1,9 e f 2 = 0,9 p
31 Um outro fator importante no módulo de elasticidade nos materiais cerâmicos é a presença de microtrincas, as quais diminuem a energia elástica armazenada. As trincas podem ser geradas durante o resfriamento. Isso se deve à anisotropia na expansão e contração térmica. E E 2 16(10 3 )( (2 ) 0 0 ) N a 3 1 a é o raio médio das trincas N é o número de trincas por unidade de volume 31
32 Módulo de Elasticidade Polímero Os polímeros possuem constantes elásticas que variam a partir do inferior dos metais até valores bem mais baixos. 32
33 Deformação Plástica Para a maioria dos materiais metálicos, o regime elástico persiste apenas até deformações de aproximadamente 0,2 a 0,5%. À medida que o material é deformado além, desse ponto, a tensão não é mais proporcional à deformação (lei de Hooke) e ocorre uma deformação permanente não recuperável denominada de deformação plástica; A deformação plástica corresponde à quebra de ligações com os átomos vizinhos originais e em seguida formação de novas ligações; A deformação plástica ocorre mediante um processo de escorregamento (cisalhamento), que envolve o movimento de discordâncias. 33
34 34
35 Em 1939 um cientista chamado Johnson propôs um método para determinar um limite elástico aparente, que ficou conhecido como limite Johnson. O limite Johnson corresponde à tensão na qual a velocidade de deformação é 50% maior que na origem. 35
36 Limite de proporcionalidade e Tensão limite de escoamento O limite de proporcionalidade pode ser determinado como o ponto onde ocorre o afastamento da linearidade na curva tensão deformação (ponto P). Alongamento escoamento A posição deste ponto pode não ser determinada com precisão. Por conseqüência foi adotada uma convenção: é construída uma linha paralela à região elástica a partir de uma pré-deformação de 0,002 ou 0,2%. A intersecção desta linha com a curva tensão deformação é a tensão limite de escoamento (σ y ) 36
37 LIMITE DE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO
38 LIMITE DE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO INTERAÇÃO DE ÁTOMOS INTERSTICIAIS, COMO CARBONO E NITROGÊNIO, COM LINHAS DE DISCORDÂNCIA. ESTE FENÔMENO PODE SER DETECTADO EM ENSAIO DE TRAÇÃO E, VISUALMENTE, TRADUZ-SE PELAS BANDAS DE LÜDER FORMADAS NO PATAMAR, APÓS O LIMITE INFERIOR DE ESCOAMENTO, ANTES QUE A TENSÃO COMECE A AUMENTAR NOVAMENTE. EM AÇOS COM TEORES MUITO BAIXOS DE INTERSTICIAIS (0,05%C), FERRÍTICOS, PODE-SE NOTAR AS BANDAS DE LÜDER COMO FAIXAS A 45º. ESTE ÂNGULO ESTÁ RELACIONADO À DIREÇÃO MAIS COMPACTA DA ESTRUTURA CCC DA FERRITA, <111> E ÂNGULO DAS TENSÕES PRINCIPAIS EM TRAÇÃO.
39 BANDAS DE LÜDER (
40 LIMITE DE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO UM INDÍCIO QUE MOSTRA QUE OS INTERSTICIAIS SÃO RESPONSÁVEIS POR ESTE FENÔMENO É QUE APÓS RECOZIMENTO EM PRESENÇA DE HIDROGÊNIO ÚMIDO, O QUE REDUZ O TEOR DE CARBONO E NITROGÊNIO, O LIMITE DE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO DESAPARECE. O FENÔMENO DO LIMITE DE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO É OBSERVADO PARA TEORES DE CARBONO DE 0,002% E DE NITROGÊNIO DE 0,001%. O NITROGÊNIO (RAIO ATÔMICO: 0,549Å) É MAIS EFICAZ POIS POR SER MENOR QUE O ÁTOMO DE CARBONO (RAIO ATÔMICO: 0,772), SUA SOLUBILIDADE EM TEMPERATURA AMBIENTE É MAIOR.
41 LIMITE DE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO OS ÁTOMOS INTERSTICIAIS MIGRAM PARA OS CAMPOS DE DEFORMAÇÃO DAS LINHAS DE DISCORDÂNCIA PROMOVENDO O ABAIXAMENTO DA ENERGIA DE DEFORMAÇÃO. DESSE MODO, TERMODINAMICAMENTE É FAVORÁVEL A FORMAÇÃO DE UMA ATMOSFERA DE INTERSTICIAIS NAS VIZINHANÇAS DE LINHAS DE DISCORDÂNCIAS. COTTRELL E BILBY FORAM OS PRIMEIROS A ESTUDAR ESTE FENÔMENO (1949), POR ISSO ESSAS ATMOSFERAS SÃO CONHECIDAS COMO ATMOSFERAS DE COTTRELL. O FENÔMENO É UMA COMBINAÇÃO DE MECANISMOS: ANCORAMENTO DESANCORAMENTO DE DISCORDÂNCIAS E FONTES DE FRANK-READ. E
42 EFEITO PORTEVIN-LECHATELIER
43 EFEITO PORTEVIN-LECHATELIER COM O FORNECIMENTO DE ENERGIA TÉRMICA AO SISTEMA, AUMENTA A MOBILIDADE DE SOLUTOS, ISTO É, DIFUSÃO DE C E N, OU SOLUTOS PEQUENOS E INTERSTICIAIS. COM DEFORMAÇÃO EM TEMPERATURAS MÉDIAS ( ºC), AS LINHAS DE DISCORDÂNCIAS SÃO DESANCORADAS OU NOVAS DISCORDÂNCIAS SÃO FORMADAS, ESTAS SÃO NOVAMENTE CAPTURADAS POR ATMOSFERAS DE SOLUTO, FAZENDO COM QUE APAREÇA O LIMITE ESCOAMENTO DESCONTÍNUO, PORÉM COM MENOR AMPLITUDE. O EFEITO VISUAL DESTE FENÔMENO É O APARECIMENTO DE UM SERRILHADO NA CURVA TENSÃO DEFORMAÇÃO. OS PRIMEIROS A ESTUDAREM O ASSUNTO FORAM A. PORTEVIN E F. LE CHATELIER, PARIS, 1926.
44 Limite de Escoamento Quando não observa-se nitidamente o fenômeno de escoamento, a tensão de escoamento corresponde à tensão necessária para promover uma deformação permanente de 0,2% ou outro valor especificado (Ver gráfico ao lado) 44
45 ENSAIO DE TRAÇÃO
46 ENSAIO DE TRAÇÃO Extensômetro (ASM METALS HANDBOOK, VOL.8)
47 ENSAIO DE TRAÇÃO Extensômetro ( strain Gage ) (ASM METALS HANDBOOK, VOL.8)
48
49 Limite de resistência à tração Após o escoamento, a tensão necessária para continuar a deformação plástica aumenta até um valor máximo (ponto M) e então diminui até a fratura do material; Para um material de alta capacidade de deformação plástica, o φ do CP decresce rapidamente ao ultrapassar o ponto M e assim a carga necessária para continuar a deformação, diminui até a ruptura final. O limite de resistência à tração é a tensão no ponto máximo da curva tensãodeformação. É a máxima tensão que pode ser sustentada por uma estrutura que se encontra sob tração (ponto M). 49
50 Ductilidade Definição: é uma medida da extensão da deformação que ocorre até a fratura Ductilidade pode ser definida como: Alongamento percentual %AL = 100 x (L f - L 0 )/L 0 onde L f é o alongamento do CP na fratura uma fração substancial da deformação se concentra na estricção, o que faz com que %AL dependa do comprimento do corpo de prova. Assim o valor de L 0 deve ser citado. Redução de área percentual %RA = 100 x(a 0 - A f )/A 0 onde A 0 e A f se referem à área da seção reta original e na fratura. Independente de A 0 e L 0 e em geral é de AL% 50
51 Tenacidade Representa uma medida da habilidade de um material em absorver energia até a fratura; Pode ser determinada a partir da curva x. Ela é a área sob a curva; Para que um material seja tenaz, deve apresentar certa resistência e ductilidade. Materiais dúcteis são mais tenazes que os frágeis. Material Frágil Materiais Dúcteis U t = ( esc + LRT )/2. fratura em N.m/m 3 Material Dúctil Materiais Frágeis U t = (2/3). LRT. fratura em N.m/m 3 51
52 Resiliência Definição: Capacidade de um material absorver energia sob tração quando ele é deformado elasticamente e devolvê-la quando relaxado (recuperar); para aços carbono varia de 35 a 120 MJ/m 3 O módulo de resiliência é dado pela área da curva tensão-deformação até o escoamento e ou através da fórmula: U r 0 d Na região linear U r = y y /2 = y ( y /E)/2 = y2 /2E Assim, materiais de alta resiliência possuem alto limite de escoamento e baixo módulo de elasticidade. Estes materiais seriam ideais para uso em molas. U r e 0 52 d
53 tensão tensã o tensã o Propriedades Mecânicas dos Materiais Tipos de material e as curvas de x deformaç ão deformaç ão deformaç ão 53
54 Ensaio de tração uniaxial O ensaio de tração consiste na aplicação de carga uniaxial crescente até a ruptura. Mede-se a variação do comprimento como função da carga e fornece dados quantitativos das características mecânicas dos materiais; Os CPs geralmente possuem seção transversal circular ou retangular com proporções geométricas normalizadas 54
55 Ensaio de Tração 55
56 Ensaio de Tração 56
57 Ensaio de Tração 57
58 Ensaio de Tração: Curva Tensão Deformação Convencional Tensão Convencional, nominal ou de Engenharia σ C =tensão P=carga aplicada S 0 =seção transversal original C P A Deformação Convencional, nominal ou de Engenharia O C l l l 0 0 l l 0 ε C = deformação (adimensional - mm/mm) l 0 = comprimento inicial de referência (mm) l = comprimento de referência para cada carga (mm) 58
59 Cálculo Alongamento (%AL) 59
60 Ensaio Tração - Extensômetro 60
61 Ensaio Tração CP Cilíndrico sem Extensômetro 61
62 Limite de escoamento ou tensão limite de escoamento 62
63 Propriedades Mecânicas da metais e ligas 63
64 Encruamento A partir da região de escoamento, o material entra no campo de deformações permanentes, onde ocorre endurecimento por trabalho a frio (encruamento); Resulta em função da interação entre discordâncias e das suas interações com obstáculos como solutos e contornos de grãos. É preciso uma energia cada vez maior para que ocorra essa movimentação 64
65 Empescoçamento - Estricção Região localizada em uma seção reduzida em que grande parte da deformação se concentra; Ocorre quando o aumento da dureza por encruamento é menor que a tensão aplicada e o material sofre uma grande deformação. 65
66 Cálculo da Estricção (%RA) 66
67 (c)2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc. Thomson Learning is a trademark used herein under license. Fratura dúctil O processo de fratura dúctil ocorre normalmente em vários estágios (a) Empescoçamento inicial (b) Pequenas cavidades ou microvazios se formam (c) Microvazios aumentam, se unem e coalescem para formar uma trinca elíptica (d) Rápida propagação da trinca (e) Fratura final por cisalhamento em um ângulo de 45 o em relação à direção de tração (a) (b) (c)(d) (e) (e)
68 Fratura dúctil (Tipo Taça Cone) Trincamento e ruptura da area externa em forma de anel, num ângulo de aproximademente 45 (Shear Lip)
69 Fratura frágil Fratura frágil ocorre sem qualquer deformação apreciável e através de uma rápida propagação de trincas (a) algumas peças de aço apresentam uma série de marcas de sargento com formato em V apontando para trás em direção ao ponto de iniciação de trinca (b) outras superfícies apresentam linhas ou nervuras que se irradiam a partir da origem da trinca em forma de leque
70 Tensão Verdadeira e Deformação Verdadeira Na curva tensão-deformação convencional após o ponto máximo (ponto M), o material aumenta em resistência devido ao encruamento, mas a área da seção reta está diminuindo devido ao empescoçamento; Resulta em uma redução na capacidade do corpo em suportar carga; Estricção ou empescoçamento A tensão calculada nessa carga é baseada na área da seção original e não leva em conta o pescoço. 70
71 Tensão Verdadeira e Deformação Verdadeira A Tensão Verdadeira é definida como sendo a carga P dividido sobre a área instantânea, ou seja, área do pescoço após o limite de resistência à tração V P A A Deformação Verdadeira é definida pela expressão i ln l i V l 0 71
72 Relações entre Tensões e Deformações Reais e Convencionais Deformação Tensão ) ln(1 ln C r C C l l l l l l l l ) (1 ) (1 1 ) ln(1 ln ln C C r C r C C S P S P S S l l S S 72 Geralmente, representa-se Ɛ r = e
73 TENSÃO PARA A REGIÃO DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA = K n K e n são constantes que dependem do material e dependem do tratamento dado ao mesmo, ou seja, se foram tratados termicamente ou encruados K= coeficiente de resistência (quantifica o nível de resistência que o material pode suportar) n= coeficiente de encruamento (representa a capacidade com que o material distribui a deformação) 73
74 K e n para alguns materiais Material n K (MPa) Aço baixo teor de carbono 0, recozido Aço 4340 recozido 0, Aço inox 304 recozido 0, Alumínio recozido 0,2 180 Liga de Alumínio 2024 T 0, Cobre recozido 0, Latão recozido 0,
75 Determinação de K e n Log =log k+ n log Para = 1 =k extrapolando K Inclinação= n 75 1
76 Efeito da temperatura A temperatura pode influenciar significativamente as propriedades mecânicas levantadas pelo ensaio de tração Em geral, a resistência diminui e a ductilidade aumenta conforme o aumento de temperatura 76
77 Efeito %C nas Propriedades de Tração Diferentes limites de resistência para ligas de Fe-C(Aços) baixo % de carbono dúctil e tenaz alto % de carbono limite de escoamento convencional mais elevado que o de baixo C, assim ele é mais resiliente que o de baixo C E constante 77
78 PROJETO Tensão admissível é a tensão à qual a peça está submetida em sua aplicação. Normalmente, CS=2 ou mais!
79 DIMENSIONAMEN TO DE EIXO
80 DIMENSIONAMENTO DE EIXO σ e = S y = limite de escoamento CS = N f = coeficiente de segurança
81 DIMENSIONAMENTO DE EIXO S ut = limite de resistência à tração Em ambos os casos, a tensão admissível deve ser reduzida em relação àquela da temperatura ambiente, quando a peça está exposta à fluência (alta temperatura).
82 Propriedades Exercício Realizar em Casa 1) Um aço carbono tratado termicamente (têmpera e resfriamento na água) foi submetido ao ensaio de tração (quadro abaixo). O diâmetro original da amostra era 12,5 mm e o diâmetro final 11,6 mm. Usando um instrumento de medida de 50 mm, obtiveram-se os seguintes dados: Determine: Carga Alongamento Carga Alongamento (kn) (mm) (kn) (mm) 25,9 0,051 88,6 0,508 36,0 0,071 93,4 0,711 46,6 0,092 98,8 1,016 54,4 0, ,2 1,524 70,8 0, ,5 2,032 74,8 0, ,5 2,541 80,5 0, ,0 3,048 85,0 0, ,3 3,560 (a) Diagrama tensão x deformação de engenharia e verdadeiro (b) Determinar o limite de escoamento convencional a 0,2%. (c) Determinar o módulo de elasticidade (d) Determinar o limite de ruptura (e) O %RA e o %AL O material exibe comportamento dúctil? (f) Resiliência (g)tenacidade a tração 82
83 2 Os dados a seguir foram obtidos com uma série de ensaios de impacto Charpy em quatro tipos de aço, cada um deles com um teor de manganês distinto. Trace o gráfico utilizando papel milimetrado de energia absorvida-temperatura e determine: (a) a temperatura de transição em função do teor de manganês definida pela média das energias absorvidas nas regiões dúctil e frágil; (b) a temperatura de transição em função do teor de manganês definida como a temperatura correspondente a 50 J de energia absorvida. (c) Qual seria o teor mínimo de manganês para que o aço pudesse ser empregado em uma peça usada a 0 o C? Tabela 2 Energia absorvida de um aço para diferentes teores de Mn. Energia Absorvida (J) Temperatura de teste ( C) 0,30%Mn 0,39%Mn 1,01%Mn 1,55%Mn
84 FIM 84
85 Lista Energia Absorvida (J) Temperatura de teste ( C) 0.30% Mn 0.39 %Mn 1.01% Mn 1.55% Mn ,30% Mn 0,39% Mn 1,01% Mn 1,55% Mn
86 Lista E2 E2E2 E ,30% Mn 0,39% Mn 1,01% Mn 1,55% Mn 50 E1 E
87 Lista 04 E trans = E2 + E1 2 + E1 0,30% Mn E1= 2 J E2= 130 J 0,39% E1= 5J Mn E trans = E 2 trans = E2= 135 J + 5 E trans = 68 J E trans = 75 J 1,01% Mn E1= 5 J E2= 135 J 1,55% E1= 15 J E2= 140 J Mn E trans = E trans = E trans = 75 J E trans = 92,5 J
88 Lista , ,30% Mn 0,39% Mn 1,01% Mn 1,55% Mn
89 Lista ,30% Mn 0,39% Mn 1,01% Mn 1,55% Mn
90 Lista 05 90
91 Lista 05
92 Lista 05 Q7 Os valores de P e Δl estão dados na tabela abaixo e correspondem a parte inicial do gráfico de ensaio de tração para liga de alumínio 7075 T651. O diâmetro inicial de ensaio foi de 9,07mm e o comprimento inicial L 0 era 58,8mm. (a) Desenhe o gráfico tensão-deformação de engenharia e verdadeiro. (b) Determine a tensão de escoamento para uma deformação de 0,002. (c) Qual a força necessária para causar escoamento para uma barra fabricada com a mesma liga porém com diâmetro inicial de 20 mm. Compare os valores e explique a diferença em função do diâmetro das barras (9,07 e 20mm). P (N) l (mm) , , , , , , , , , ,622
93 Lista 05 Tensão-deformação de Engenharia (Convencional) σ c = P A 0 ε c = l l 0 Tensão-deformação Verdadeiro (Real) σ R = σ c 1 + ε c ε R = ln 1 + ε c Q7 Os valores de P e Δl estão dados na tabela abaixo e correspondem a parte inicial do gráfico de ensaio de tração para liga de alumínio 7075 T651. O diâmetro inicial de ensaio foi de 9,07mm e o comprimento inicial L 0 era 58,8mm. A 0 = π D o 2 2 A 0 = π 9, A 0 = 64,61 mm² l 0 = 58,8 mm
94 l 0 = 58,8 mm Lista 05 A 0 = 64,61 mm² P (N) l (mm) σ c ε c 1 + ε c σ R ε R σ c = P A , , , , , , , , , , ,994 ε c = l l 0 σ c = 0,000 P A 0 111,74 221,94 325,96 414,80 490,64 527,78 541,71 557,19 564,93 571,12 575,76 ε c = 0,000 l l 0 0, , , , , , , , , , ,03391 σ R = σ c 1 + ε c 1, , , , , , , , , , , ,03391 σ R = 0,000 σ c 1 + ε c 111,90 222,56 327,67 416,97 493,81 532,12 547,37 565,94 577,22 586,87 595,28 ε R = 0,000 ln 1 + ε c 0, , , , , , , , , , ,03335 ε R = ln 1 + ε c
95 Lista Engenharia Verdadeira ,01 0,02 0,03 Deformação (mm/mm)
96 Lista ~538 ~532 Engenharia Verdadeira ,01 0,02 0,03 Deformação (mm/mm)
97 Lista 05 Cálculo do módulo de Elasticidade (E) E = tan α = σ ε E = 414,80 0 0, E = ,30 MPa E = 79,16 GPa Limite de ruptura σ r = 575,76 MPa Módulo de Resiliência U r = σ LP 2 2E = σ Y 2 2E U r = Ver Gráfico Ver Tabela U r = 1,78 N mm/mm³
98 Lista 05 Alongamento percentual %AL %AL = 100 L f L 0 L 0 %AL = ,79 58,80 58,80 %AL = 3,38 % Redução de área percentual %RA (Foi adotado Df=8,9mm) %RA = 100 A o A f A 0 %RA = ,61 62,21 64,61 %RA = 3,71 % Ver Gráfico Ver Tabela
99 Lista 05 Módulo de tenacidade U t U t = σ Y + σ r 2 ε f U t = ,76 2 U t = 18,78 Nmm/mm³ 0,03391 Parâmetros k e n (região plástica curva tensão realdeformação real) σ R = kε R n 547,37 = k 0,01038 n 595,28 = k 0,03335 n n 0,072 k 760 MPa Ver Gráfico Ver Tabela
100 Lista ~538 ~532 Engenharia Verdadeira ,01 0,02 0,03 Deformação (mm/mm)
101 l 0 = 58,8 mm Lista 05 A 0 = 64,61 mm² P (N) l (mm) σ c ε c 1 + ε c σ R ε R , ,1636 0, ,74 221,94 0,000 0, , , , , , ,90 222,56 0,000 0, , , ,96 0, , ,67 0, , ,80 0, , ,97 0, , ,64 0, , ,81 0, , ,78 0, , ,12 0, , ,71 0, , ,37 0, , ,19 0, , ,94 0, , ,93 0, , ,22 0, , ,12 0, , ,87 0, , ,76 0, , ,28 0,03335
102 Bibliografia Ciência e Engenharia de Materiais uma Introdução, Willian D. Callister, Jr. LTC 5. edição. The Science and Engineering of Materials, 4 th ed Donald R. Askeland Pradeep P. Phulé. Dieter, G.E. Metalurgia Mecânica 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos, Fundamentos teóricos e práticos. 5º. Edição. Sérgio Augusto de Souza AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E8M- 01A (2001). Standard test methods of tension testing of metallic materials. Metric. Philadelphia. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E9-89a00 (2000). Standard Test Methods of Compression Testing of Metallic Materials at Room Temperature 103
103 OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!! 104
Ensaios Mecânicos dos Materiais
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