IMPLANTAÇÃO DE UMA CAPTAÇÃO
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- Sebastião Tuschinski Álvaro
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1 IMPLANTAÇÃO DE UMA CAPTAÇÃO PROSPECÇÃO HIDROGEOLÓGICA: Uma Metodologia Conjunto de estudos, operações e trabalhos que, desenvolvidos e analisados de forma integrada, permitem seleccionar o local mais favorável para a realização de uma obra de pesquisa (sondagem) que antecede a obra de captação. xxx Abordagem: simples e resumida; Baseada em: conhecimentos e experiência próprios cruzados e enriquecidos com consulta de outros autores.
2 JOSÉ MARTINS DE CARVALHO, 2005 Obra de referência Tese de doutoramento: as linhas metodológicas que, na sua perspectiva, devem guiar os estudos de prospecção hidrogeológica. CIÊNCIAS INCLUÍDAS NA METODOLOGIA DE PROSPECÇÃO -Geologia; -Geomorfologia; -Geologia estrutural; -Geofísica; - Hidrogeologia. COMO EVOLUIU A PROSPECÇÃO, Em Portugal Até meados dos anos sessenta: Câmaras ou reservatórios construídos sobre as emergências naturais, minas e poços; destaca-se FREIRE DE ANDRADE. Entre 1963 e meados dos anos setenta: Introduzida a prática de construção de furos; implantação próxima das captações pré-existentes e orientados, geralmente, por critérios simples, geológicos e estruturais: destaca-se HERTMURT SEIFERT.
3 Primeiros anos da década de oitenta: Inicia-se um NOVO CICLO é o nascimento da verdadeira prospecção hidrogeológica - com a introdução de Modelos Geológico-Estruturais, consistentes e profissionais, que servem de suporte físico aos Modelos Hidrogeológicos. No arranque do novo ciclo, , destacaram-se: PORTUGAL FERREIRA: na condição de Petrólogo e Estruturalista; LOPO MENDONÇA & MARTINS CARVALHO: na condição de Hidrogeólogos, que juntaram de forma muito significativa, as competências geológico-estrutural e hidrogeológica. Desenvolvimento do Novo Ciclo, ao Longo do Tempo Prospecção, pesquisa e captação, cada vez mais profunda e mais afastada. METODOLOGIA GERAL DE PROSPECÇÃO - Visita inicial ao terreno; - Pesquisa de informação técnico-cientifica, em arquivos e bases de dados; - Conhecimento de interpretações anteriores, reanálise e reaproveitamento dos dados; - Consulta de cartas temáticas, geológicas, geomorfológicas, estruturais; - Fotointerpretação geológica, a escalas intermédias; - Preparação de mapas e outras bases para trabalhos de campo; -Trabalhos de campo: geológicos, estruturais e hidrogeológicos; - Prospecção geofísica: técnicas adequadas; - Análise integrada de toda a informação e resultados obtidos.
4 VISITA INICIAL AO TERRENO Esta visita é essencial e indispensável: é o 1º Contacto com a realidade geológica e hidrogeológica; orientará a fase seguinte de pesquisa de informação técnica e ciêntífica; não raro, revela aspectos surpreendentes. PESQUISA, CONSULTA E COMPILAÇÃO DE DADOS -Arquivos das Concessionárias existem estudos, notas e informações técnicas que permitem uma primeira aproximação ao quadro geológico e hidrogeológico. -Direcção-Geral de Energia e Geologia (D.G.E.G.) possui um arquivo muito rico organizado por Concessões e Explorações, -Laboratório Nacional de Energia e Geologia (L.N.E.G.), antigo (I.G.M.); destaca-se pelo acervo de relatórios de sondagens hidrogeológicas (décadas de reunião) INTERPRETAÇÕES ANTERIORES i) Análise dos modelos hidrogeológicos anteriormente propostos. ii) Reanálise e reaproveitamento dos dados existentes; iii) Eventual reformulação dos modelos conceptuais. CONSULTA DE CARTAS TEMÁTICAS Para enquadramento regional das áreas a investigar, nos campos geológico, geomorfológico e estrutural. FOTOINTERPRETAÇÃO DE FOTOGRAFIAS AÉREAS: Gabinete Técnica de aplicação universal, indispensável em estudos de fracturação; i) Identificação de estruturas lineares: tem grande interesse hidrogeológico; 1º passo na identificação de falhas e grandes fracturas que condicionam os padrões regionais de fluxo. -ii) Identificação de corpos geológicos e estruturas geomorfológicas;.
5 MAPAS E BASES, PARA TRABALHOS DE CAMPO - Carta Militar de Portugal, à escala 1/ ; - Fotografias aérias (as da fotointerpretação); - Ortofotomapas (grandes escalas). Mapas e Bases GEOREFERENCIADAS, e toda a informação pontual a recolher no campo. TRABALHOS DE CAMPO -Inventário de pontos de água: ficha tipo; -Trabalhos de Geologia: reconhecimentos e cartografia; - Estudos de fracturação: às escalas regional e de afloramento. Arquitectura Geral de Uma Falha.
6 Exemplo de arquitectura geral de uma falha Arquitectura de uma falha em rocha competente, não alterada.
7 Exemplo de arquitectura de uma falha em rocha competente, não alterada. ESTUDOS GEOFÍSICOS IDENTIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO E GEOMETRIA DO SUBSOLO, -Posição rigorosa de falhas e seu desenvolvimento em profundidade; - Morfologia de falhas e diversos corpos geológicos; -Localização e delimitação de corpos geológicos muito alterados; -Detecção de novas falhas, de zonas fracturadas e de contactos geológicos. HIDROGEÓLOGO: Apresenta ao GEOFÍSICO as questões que pretende confirmar, esclarecer ou aprofundar. GEOFÍSICO: Escolhe o método e interpreta os resultados. HIDROGEÓLOGO + GEOFÍSICO: Análise conjunta confronto entre modelo geológico pré-formulado e a interpretação geofísica; HIDROGEÓLOGO: Modelo enriquecido ou reformulado.
8 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PROSPECÇÃO GEOFÍSICA - Geoeléctricos; - Electromagnéticos; - Magnéticos; -Gravimétricos. MÉTODOS GEOELÉCTRICOS: TÉCNICAS -Sondagens eléctricas verticais (SEV); espessura de alteração de rochas; -Perfis de resistividade aparente e tomografias; Estruturas de falha (com diferentes inclinações), zonas de alteração, massas rochosas de resistividade muito contrastante, e as respectivas morfologias. -Dispositivos do tipo rectângulo ; Mapa de resistividades aparentes; definem-se alinhamentos de anomalias de baixo ou alto valor, indiciadoras de corpos e estruturas lineares notáveis. MODELO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL (ZONA DE DESCARGA DE ÁGUA MINERAL OU DE NASCENTE) -ELABORAÇÃO DO MODELO: análise integrada de todos os dados recolhidos; -CONTRIBUTO: Geologia ; Geomorfologia; Geologia estrutural, Geofísica e Hidrogeologia; -APRESENTAÇÃO DO MODELO: mapa global, complementado com perfis geológicos em escala adequada e georeferenciado;
9 MODELO HIDROGEOLÓGICO (ZONA DE DESCARGA DE ÁGUA MINERAL OU DE NASCENTE) A apresentação: sobre versão simplificada do mapa e dos perfis geológico-estruturais (modelo geológico-estrutural), Inclusão: dos elementos e parâmetros hidrogeológicos referentes à água mineral natural e à água comum. Definição: papel hidrogeológico de falhas, grandes fracturas, filões, contactos geológicos e zonas de alteração. MODELO HIDROGEOLÓGICO GLOBAL: zonas de recarga e de percolação, em circuito longo e profundo; -De qual direcção procede a água nobre? Simples/indefinição; IMPLANTAÇÃO DA SONDAGEM DE PESQUISA E EVENTUAL CAPTAÇÃO -Selecção de locais favoráveis: sobre o mapa hidrogeológico da zona de descarga, ordenados por prioridades; -Estruturas favoráveis: -Falhas e fracturas de grande extensão; -Locais de intersecção de falhas e grandes fracturas; - Filões competentes e fracturados; -Contactos geológicos do tipo tectónico; -Margens de Falhas de caixa larga; - Zonas de maior espessura de rocha-de-cobertura.
10 CONDICIONANTES DE IMPLANTAÇÃO Acessibilidades para máquinas de perfuração; Disponibilidade de terrenos; Envolvente ambiental; Risco das captações a desastres naturais: fenómenos de inundação; Outros. CASO DE ESTUDO ÁGUA MINERAL NATURAL GASO-CARBÓNICA NO NORTE DE PORTUGAL A)ESTUDOS ANTERIORES -Inventário hidrogeológico exaustivo; -Reconhecimentos geológicos e estruturais; -Geofísica geoeléctrica, em áreas próximas das nascentes tradicionais, e segundo direcções interessantes, em zonas mais afastadas. -Estabeleceu-se um modelo hidrogeológico da área de descarga; -Fizeram-se sondagens inclinadas de pesquisa, marcaram-se 2 captações; -Captações, furos verticais, com sucesso; - Em exploração experimental, mesmo a baixos caudais, a água de uma captação descaracterizou, a outra não, mas o caudal sustentável, reduziu-se demasiado.
11 B) NOVOS ESTUDOS Objectivo Captar afastado das nascentes tradicionais e furos existentes, - Leitura de interpretações anteriores dados e modelo hidrogeológico; - Fotointerpretação realizada por GEÓLOGO ESTRUTURALISTA; - Estudos de fracturação no terreno: classificação e descrição de falhas e fracturas, sugeridas pela fotointerpretação; - Confirmações de inventário e localização de novos pontos de água do tipo difuso, por indicação de naturais da terra. -Constrangimento: Zona disponível para pesquisar, em zona coberta; -Geofísica de superfície: Em função do constrangimento, foi decidido proceder a estudos geofísicos de superfície, realizados por GEOFÍSICOS.
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13 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos, operações e trabalhos de prospecção hidrogeológica devem ser assegurados por TÉCNICOS E CIENTISTAS ESPECIALIZADOS nas áreas da Geologia, Geologia Estrutural e Geofísica. AO HIDROGEÓLOGO COORDENADOR do programa de prospecção, compete definir o tipo e sequência dos trabalhos, e a requisição de especialistas. Nenhum programa de prospecção oferece garantia plena de sucesso: mas contribui para reduzir significativamente - o risco do investimento; A DEFINIÇÃO DE BONS MODELOS, tem vindo a possibilitar: - A captação de água nobre em locais muito afastados; - A captação a profundidades significativas; - Afirmação e valorização dos estudos de prospecção hidrogeológica.
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