Palavras-chave: Ensino em inclusão escolar, Educação especial, Formação dos professores.
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- Renato Soares Cabreira
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1 PERFIL SÓCIOECONÔMICO DOS PROFESSORES QUE ATUAM NAS SALAS DE RECURSOS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE FOZ DE IGUAÇU-PR FRENTE AO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ESCOLAR COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE) Leonardo Pereira Triaca (Apresentador) 1, Marieta Fernandes Santos (Colaborador) 2, Adriana Zilly (Orientador) 3 Curso de Enfermagem 1 (leo_triaca@hotmail.com); Curso de Enfermagem 2 (marieta_fs@yahoo.com.br); Curso de Enfermagem 3 (aazilly@hotmail.com) Palavras-chave: Ensino em inclusão escolar, Educação especial, Formação dos professores. Introdução A Educação especial vem ocupando lugar de destaque nas discussões nacionais e internacionais, sendo discutida principalmente a ampliação e qualidade da escolarização como proposta inclusiva para as pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) (PLETSCH, 2009). A educação especial no âmbito nacional restringe-se quase que exclusivamente ao processo de inclusão dos alunos que apresentam algum tipo de deficiência/nee, sendo que mesmo assim há uma contribuição para produção de conhecimento e pesquisa de diferentes autores relacionados com a educação especial em geral (PLETSCH, 2009; GLAT e BLANCO, 2007; OLIVEIRA, 2007; BUENO, 2008). No ano de 2004, o estado do Paraná obteve um conquista significativa, pois foi quando houve a inserção da Sala de Recurso na rede estadual de 5ª a 8ª série, sendo que a mesma já existia na rede municipal de 1ª a 4ª série (BERTUOL, 2010). Tais Salas de Recursos comuns atendem os alunos que apresentam: Deficiência Mental/Intelectual; Altas Habilidades/Superdotação; Transtornos Funcionais Específicos ou Transtornos Globais do Desenvolvimento, sendo que esse último necessita de uma sala de recurso exclusiva para atendimento desses alunos (BERTUOL, 2010). A educação especial por muito tempo foi vista como um processo de ensino-apredizagem anormal para aqueles que apresentam algum tipo de dificuldade, distúrbio ou deficiência e visualizando esse quadro, percebemos o quão importante é a instrumentalização por parte dos professores para atender as necessidades dos alunos (SANT ANA, 2005; GLAT, NOGUEIRA, 2003). Objetivos Definir o perfil social e profissional dos docentes que atuam nas Salas de Recursos de escolas municipais de Foz do Iguaçu/PR, enfatizando sua percepção para trabalhar com alunos portadores de NEE.
2 Materiais e métodos O trabalho foi direcionado a todos os 30 professores responsáveis pelas salas de recursos do município de Foz do Iguaçu/PR em março de Tratou-se de uma pesquisa quantitativa de estudo transversal, através de um questionário semi-estruturado dividido em 4 itens (itens A a D com 22 questões objetivas) aplicados aos professores e organizados em planilhas para análise descritiva através de números absoluto, percentuais e proporção. Em alguns casos aguardou-se o término do preenchimento no mesmo local de execução ou na maioria das entrevistas, o questionário foi recolhido em momento posterior a entrega atingindo a população total do estudo de 30 professores. Este estudo respeitou as normas da Resolução 196/96 de competência do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do MS (BRASIL, 1996), que estabelece diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Também respeita o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, regulamentado pela Resolução 311/2007 do CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Conforme a legislação da pesquisa com seres humanos, o desenvolvimento deste projeto foi implementado após a autorização da Secretaria Municipal de Educação do Município de Foz do Iguaçu/PR e posterior a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa/UNIOESTE, sendo que a coleta dos dados foi conduzida após o professor receber informações acerca deste estudo, aceitar participar e assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Resultados e Discussão O número de entrevistados nas 26 escolas municipais de foz do Iguaçu/PR alcançou a totalidade de 30 professores que aceitaram participar da pesquisa voluntariamente. Quanto ao perfil dos profissionais, 100% dos entrevistados eram do sexo feminino, e eram em sua totalidade todas profissionais com curso superior e pós-graduação em nível de especialização, sendo que 24 (80%) delas possuíam alguma especialização intitulada Educação Especial. O grupo de professoras que participou da pesquisa obteve uma média de idade de 45,06 anos e quanto ao tempo de atuação na docência, apresentou-se uma média de 21,53 anos, sendo que a grande maioria delas, 25 ou 83,33% trabalha somente em 01 escola. Quanto ao número de alunos por turma, 19 docentes (63,33%) possuíam em média de 21 a 30 alunos por turma, 06 (20%) possuía até 20 alunos por turma e 05 (16,66%) possuía de 31 a 40 alunos por turma. Quase a totalidade dos docentes não desempenhava atividade complementar (66,66%) sendo que 01 (3,33%) optou por não responder essa questão.
3 Das 09 professoras (30%) que afirmaram exercer alguma atividade complementar, apenas 05 (16,66%) especificou qual era essa atividade, sendo que 01 realiza apoio permanente a um deficiente físico, 01 realiza atividade de coral e musicalização dentro da escola, 01 é arquiteta, 01 é pedagoga e a última atua como professora do 3º no ensino regular. Quando questionadas se acreditam que estão capacitadas profissionalmente para trabalhar com crianças portadoras de deficiências/necessidades educacionais especiais (NEE), 24 (80%) das entrevistadas responderam que sim, 04 (13,33%) responderam que não, 01 (3,33%) respondeu não sei e 01 (3,33%) optou por não responder. Diante dos resultados obtidos, verificou-se a preocupação entre os docentes na capacitação profissional. Segundo Bueno (2008), sendo as atuais políticas nacionais de educação especial um fator decisivo na formação, é preciso analisar de acordo com os princípios e requisitos a formação desses professores. É preciso que o professor saiba lidar com uma diversidade de NEE, sendo um fator determinante para que possa atender a cada criança. Segundo Mantoan (1997), a criança deve ser acolhida de acordo com suas potencialidades para que possa ser inserida na sociedade. Sendo assim a educação inclusiva é considerada de fundamental importância para a reinserção da criança na sociedade. O estudo define que os profissionais permeiam claramente a mesma perspectiva abordada no estudo de Glat, Nogueira (2003) apud Bueno (1999) onde afirma-se que um ensino de qualidade para crianças com necessidades especiais não depende somente de professores generalistas do ensino regular, mas também de professores especialistas. Mesmo sabendo que 100% dos professores possuem pós-graduação, é importante destacar que, de acordo com o estudo de Fontes (2007), os profissionais apresentam alguns aspectos que dificultam seu desempenho, sendo uma deles a formação dos professores de Educação Especial, e os quais, em sua maioria não estão preparados para atender aos alunos de classe comum, muito menos trabalhar em conjunto com o professor do ensino regular, contudo, 80% dos entrevistados acreditam estar capacitados para tal atividade e devemos considerar que são profissionais com muita experiência em docência (média de mais de 20 anos de trabalho), o que é um fator positivo para a rede municipal de ensino. Na busca de melhoria do serviço prestado, muitos profissionais buscam implementação de mudanças em suas práticas pedagógicas (SANT ANA, 2005), e pelo fato da maioria trabalhar em apenas uma escola, a dedicação e o cuidado para com os alunos NEE, deve ser maior. Considerações Finais De acordo com o pleno desenvolvimento em que se encontra nosso país, e toda a importância que se tem dado ao tema da inclusão, inclusive o apoio realizado pelas salas de recursos no sistema público educacional, percebeu-se com essa parte inicial de nossa pesquisa que o perfil
4 sócioeconômico dos professores e a percepção sobre o processo ensinoaprendizagem dentro da sala de recursos se enquadra perfeitamente nos critérios de política pública referente ao tema no nosso município. Assim o perfil socioeconômico identificado demonstra que existe uma preocupação em nível de políticas publicas sobre a perspectiva da inclusão, que fica evidente em relação à formação dos professores, onde a totalidade já conclui algum curso de pós-graduação relacionado ao tema respondendo a requisitos exigidos pelo próprio sistema educacional, e de acordo com suas percepções, a grande maioria afirma estar preparada para trabalhar com esses alunos portadores de NEE e desempenhar suas atividades pedagógicas dentro da sala e recursos. A identificação dos profissionais que atuam nas salas de recursos do município de Foz do Iguaçu/PR foi uma das etapas de nosso projeto, já estamos trabalhando na fase seguinte, que fará o levantamento de NEE atendidas e como a relação aluno-professor se estabelece. E numa fase posterior, faremos a identificação dos profissionais da saúde, com enfoque ao enfermeiro, que atuam junto a estas crianças com NEE. Referências BERTUOL, Claci de. Salas de recursos e salas de recursos multifuncionais: apoio especializado a inclusão escolar de alunos com Deficiência/Necessidades Educativas Especiais no município de Cascavel-PR. 2010, 58 f. Monografia (Especialista em História da Educação Brasileira) Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, BUENO, José Geraldo Silveira. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e aformação de professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 3. n.5, 7-25, BUENO, José Geraldo Silveira. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas? Rev. bras. educ. espec. [online]. 2008, vol.03, n.05, pp FONTES, Rejane de Souza. O desafio da Educação Inclusiva no município de Niterói: das propostasoficiais às experiências em sala de aula f. (Tese de Doutorado em Educação) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro GLAT, Rosana; BLANCO, Leila. Educação especial no contexto da educação inclusiva. In.: GLAT, Rosana (org.). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007, p
5 GLAT, Rosana; NOGUEIRA, Mario Lucio de Lima. Políticas Educacionais e a Formação de Professores para a Educação Inclusiva no Brasil. Rio de Janeiro OLIVEIRA, Romualdo Portela de. Da universalização do ensino fundamental ao desafio da qualidade: uma análise histórica. Revista Educação e Sociedade, v. 28, nº 100, Edição Especial, p , MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Ser ou Estar: eis a questão explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997, p PLETSCH, Márcia. Repensando a inclusão escolar de pessoas com deficiência mental: diretrizes políticas, currículo e práticas pedagógicas. 2009, 254f. Dissertação (Doutorado em Educação) Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, SANT ANA, Izabella Mendes. Educação Inclusiva: Concepções de Professores e Diretores. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 2, p , mai./ago Agradecimentos Gostaríamos de agradecer o apoio da Secretaria Municipal de Educação do município de Foz do Iguaçu/PR.
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