XLII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2013 Fábrica de Negócios - Fortaleza - CE - Brasil 04 a 08 de agosto de 2013
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- Arthur Bayer Cabral
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1 XLII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2013 Fábrica de Negócios - Fortaleza - CE - Brasil 04 a 08 de agosto de 2013
2 CRESCIMENTO DE PLANTAS JOVENS DE PEQUIZEIRO COM E SEM O USO DE IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÃO Gustavo Xavier de LIMA 1, José Alves Jr. 2, Vitor Alves PEREIRA 1, Derblai CASAROLI. 2, Adão Wagner Pego EVANGELISTA³. ¹ Acadêmico do curso de Agronomia, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EA), Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia - GO, Fone: (62) , gxavierl_@hotmail.com ² Eng.Agrônomo. Dr. Professor adjunto, EA\UFG Goiânia-GO. ³ Eng. Agrícola. Dr. Professor adjunto, EA, UFG Goiânia-GO. Apresentado no XLII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA a 08 de Agosto de Fortaleza - CE, Brasil RESUMO: Dentre as espécies frutíferas nativas do Cerrado, uma que se destaca é o pequizeiro. Porém, um dos grandes problemas do cultivo desta espécie está no ciclo longo 7 a 10 anos, para colheita dos primeiros frutos. Acredita-se que o déficit hídrico e os solos pobres em nutrientes, característicos da região, sejam os grandes limitantes de seu cultivo. Assim, objetivou-se avaliar a resposta de plantas de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb) à irrigação e adubação, em latossolo vermelho distroférrico, em Goiânia-GO. O experimento foi conduzido em um pomar de 3 anos de idade, com plantas espaçadas 5x5m. Para irrigação foi utilizado um microaspersor por planta e para adubação foram utilizados: composto orgânico (10 kg/planta) e Yorim(1kg/planta). O experimento foi conduzido em arranjo fatorial duplo, em parcelas subdivididas, 4 tratamentos e 6 blocos (16 plantas por bloco). As plantas foram avaliadas quanto a altura, considerando o ápice caulinar de maior altura e perímetro do caule a dez centímetros do solo. Os resultados mostraram que as plantas não responderam a irrigação e adubação (p>0.05). Assim, o pequizeiro demostra ser uma planta bastante adaptada as condições edafoclimáticas do Cerrado, não respondendo em crescimento da parte aérea, dos 3 aos 4 anos de idade, à irrigação e a adubação aplicados. PALAVRAS-CHAVE: Caryocar brasiliense, déficit hídrico, frutas nativas. GROWTH OF YOUNG PLANTS OF SOUARI NUT WITH AND WITHOUT THE USE OF IRRIGATION AND FERTILIZATION ABSTRACT: Among the fruit species native Cerrado, the Souari nut is a very import crop to fruit production. However, a major problem to the cultive of this species is in the long cycle of 7 to 10 years to harvest the first fruits. It is believed that water deficit and nutrient-poor soils, characteristic of the region, are the major limiting its cultivation. The objective was to evaluate the response of plants Souari nut (Caryocar brasiliense Camb) to irrigation and fertilization in mesoferric dystrophic oxisol in Goiânia-GO. The experiment was conducted in an orchard 3 years of age, with plants spaced 5x5m. Was used for irrigation one emitter per plant were used for fertilization and compost (10 kg / tree) and Yorim (1kg/tree). The experiment was conducted in a factorial double split plot, 4 treatments and 6 blocks (16 plants per block). The plants were evaluated for height, considering the shoot apex of greater height and the girth to ten centimeter of soil. The results showed that the plants did not respond to irrigation and fertilization (p> 0.05). Thus Souari nut demonstrates to be a plant adapted to the soil and climatic conditions of the Cerrado, not responding in shoot growth, from 3 to 4 years of age, applied to irrigation and fertilization. KEYWORDS: Souari nut trees, growth of plants, water deficit. INTRODUÇÃO: O cerrado é o segundo maior bioma Brasileiro abrigando uma vasta biodiversidade. No entanto com o modelo de exploração adotado grande parte desta biodiversidade está se perdendo. Segundo Klink & Machado (2005) apenas 2,2% da área do cerrado encontra-se legalmente protegida. Dentre as cerca de espécies de plantas existentes no cerrado cerca de 4400 são endêmicas deste ambiente. As espécies frutíferas do Cerrado possuem grande potencial nutritivo em seus frutos.
3 Frutíferas como: araticum, jatobá, pequi, mangaba, cagaita e buriti, entre outras, constituem importantes fontes de fibras, proteínas, vitaminas, minerais, ácidos saturados e insaturados presentes em polpas e sementes; possuem, ainda, enraizamento profundo, permitindo um aproveitamento mais eficiente da água e dos minerais do solo (Abramovay, 2005). O pequizeiro (Caryocar spp.) é um exemplo destas espécies com potêncial econômico, podendo ser empregada com sucesso em programas de revegetação de áreas em degradação (Leão et al., 2012). O extrativismo é a realidade atual da espécie, que ainda se encontra em estado silvestre na natureza, em quantidade insuficiente para atender a demanda, o que tem despertado interesse de agricultores para o seu cultivo (Pozo 1997). Pesquisadores como Alvin & Silva (1978) sustentam que o fator limitante a produção agrícola nos solos do cerrado é a disponibilidade hídrica. A água é fator limitante à produção agrícola, sendo necessária ao pleno crescimento e desenvolvimento da cultura (Alvarenga et al., 2012). O presente trabalho objetivou avaliar o crescimento de plantas jovens de pequizeiro dos 3 aos 4 anos de idade irrigados comparadas ás de sequeiro, conduzidas com e sem adubação. MATERIAL E MÉTODOS: O projeto foi desenvolvido na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás (EA/UFG), em Goiânia-Go, em um pomar com 120 plantas espaçadas 5m x 5 m, com 36 meses de idade.o delineamento experimental utilizado foi em blocos completos casualisados com parcelas subdividas e seis repetições (Figura 1). Cada repetição constituída de dezesseis plantas sendo oito irrigadas e oito de sequeiro, estabelecendo assim as parcelas. Cada subparcela foi constituída por quatro plantas com e outras quatro sem adubação de cobertura. A adubação de cobertura foi realizada no período chuvoso (Novembro de 2011), utilizando composto orgânico e Yoorin. A dosagem utilizada foi de (10 kg planta 1 ) de composto orgânico e yorin (1 kg planta 1 ). O sistema de irrigação utilizado foi microaspersão o qual foi utilizado durante o período seco do ano e no período chuvoso quando necessário. Figura 1: Croqui da Área experimental com destaque para o arranje estatístico da pesquisa: 6 blocos, em parcela subdividida em 4 tratamentos: T1-irrigadocom adubo, T2-irrigado sem adubo, T3-não irrigado com adubo e T4-não irrigado sem adubo. Com 4 plantas subparcela. A quantidade de água a ser aplicada em cada irrigação foi estimada com base na evapotranspiração de referência (ETo) estimada pelo método de Penman Monteith, utilizando dados da estação
4 Agrometeorologica EA, UFG e o coeficiente de cultura (Kc) utilizado foi de 0,9. O crescimento das plantas foi avaliado mensalmente com base na altura da planta utilizando uma mira topográfica; e o diâmetro do caule a 10 cm acima do solo utilizando uma fita métrica. Os dados de cada tratamento foram analisados para avaliar os efeitos da irrigação e da adubação de cobertura no crescimento das plantas, e para isso uma análise estatística foi realizada utilizando o programa computacional ASSISTAT versão 7.6. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os tratamentos não diferem entre si (p>0,05). De acordo com a Figura 1 a interceptação entre os tratamentos de cada mês pela barra de desvio padrão reflete o desempenho semelhante entre os mesmos. Segundo Santana & Naves (2003) as plantas do cerrado são bastante adaptadas ao ambiente, especialmente o pequizeiro, que ocorre em áreas de baixo nível de fertilidade. Oliveira (1988) afirma que a espécie Caryocar brasiliense, utilizada no presente experimento se adapta a uma maior variedade de ambientes, do tropical ao subtropical. Este fato e evidenciado segundo as pesquisas de Ramos (2012) que afirma que a espécie Caryocar Brasiliense apresenta grande quantidade de tricomas em toda a nervura principal e na epiderme da face abaxial de seus folíolos. Essa relação da quantidade de tricomas encontrados nas folhas pode ser caracterizada como uma estratégia de conservação de água em folhas de plantas que ocorrem em ambientes xéricos, pois os tricomas auxiliam na reflexão dos raios solares, além da diminuição da temperatura foliar, evitando a perda excessiva de água pela transpiração (BOEGER et al., 2008). O pequizeiro adapta bem as condições do cerrado através de vários mecanismos. Segundo Naves (1999) o pequizeiro possui raízes profundas e pivotantes com grande capacidade de se desenvolver horizontalmente, principalmente em solos rasos. Figura1: Gráfico de Barras ilustrando a altura média das plantas dos diferentes tratamento durantes os meses com os respectivos desvios padrões de cada tratamento: Trat A - Irrigado e adubado; Trat B - Irrigado e não adubado; Trat C - Não irrigado e Adubado; Trat D - Não irrigado e não adubado. CONCLUSÃO: O pequizeiro não respondeu em crescimento à irrigação e adubação orgânica utilizados, dos três aos quatro anos de implantação em campo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRAMOVAY, R. Preservar para lucrar com o Cerrado. Disponível em: < fields=q&num=20&q=mangaba&submit.x=7&submit.y=6> Acesso em: 22 mai ALVARENGA, I. C. A.; LOPES, O. D.; PACHECO, F. V.; OLIVEIRA, F. G.; MARTINS, E.R. Fator de resposta do alecrim-pimenta a diferentes lâminas de irrigação. Pesquisa Agropecuária Tropical. Goiânia, v.42, n.4 p out-dez ALVIM. P. de T.; SILVA. J. E. da.variações no crescimento do tronco de plantasdo Cerrado em funções da disponibilidade de água no solo. In: CON GRESSO LATINOAMERICANO DE BOTANICA. 2.; CONGRESSO NACIONAL DE BOTANICA Brasília. DF. Resumos dos trabalhos. Brasília: Sociedade Botânica do Brasil p BOEGER, M.R.T.; GLUZEZAK, R.M.; PIL, M.W.; GOLDENBERG, R.; MEDRI, M. Variabilidade morfológica foliar de Miconiasellowiana(D.C) Naudin (Melastomataceae) em diferentes fitofisionomias no Estado do Paraná. Rev. Brasileira de Botânica, v.31, n.3, p KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do cerrado brasileiro. Megadiversidade, Belo
5 Horizonte, v.1, n.1, p , LEÃO, E. F.; PEIXOTO, N.; MORAIS Jr, O. P. Emergência de plântulas de pequizeiro em função da planta matriz e uso de ácido giberélico. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 42, n. 4, p , out-dez NAVES, R. V. Espécies frutíferas nativas dos Cerrados de Goiás: caracterização e influência do clima e dos solos Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás. Goiânia. NAVES, R.V.; NASCIMENTO, J.L.; SOUZA, E.R. Pequi. Série Frutas Nativas do Cerrado. Funep. Jaboticabal p. OLIVEIRA, S. de. Pequi. Globo Rural, São Paulo, v. 4, n.38, p , nov./dez POZO, O. V. C. O pequi (Caryocar brasiliense): uma alternativa para o desenvolvimento sustentável do Cerrado no norte de Minas Gerais f. Dissertação (Mestrado em Administração Rural) Universidade Federal de Lavras, Lavras, RAMOS, Variabilidade fenotípica em frutos e caracterização anatômica e histoquímica em folhas de pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess) em diferentes fitofisionomias do Cerrado f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Ecótonos) - Universidade Federal do Tocantins, Porto Nacional, SANTANA, J.G & NAVES, R.V. Caracterização de ambientes de cerrado com alta densidade de pequizeiros (Caryocar brasiliense Camb.) na região sudeste do estado de 38 Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.1, n.33, p.1-10, 2003.
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