UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO FELIPE RAMON AUGUSTO

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1 UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO FELIPE RAMON AUGUSTO O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO São Caetano do Sul 2016

2 FELIPE RAMON AUGUSTO O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Monografia apresentada para conclusão do Curso de Direito da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientador: Me. Robinson Nicácio de Miranda São Caetano do Sul 2016

3 UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO FELIPE RAMON AUGUSTO O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Data de Aprovação: / /. Nota: Área de concentração: Direito Internacional Público BANCA EXAMINADORA: Professor Me. Robinson Nicácio de Miranda Universidade Municipal de São Caetano Do Sul Professor (a) Universidade Municipal de São Caetano Do Sul Professor (a) Universidade Municipal de São Caetano Do Sul

4 REITOR DA UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL Prof. Dr. Marcos Sidnei Bassi PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO Prof. Me. Marcos Antonio Biffi GESTOR DA ESCOLA DE DIREITO Prof. Dr. Robinson Henriques Alves

5 Dedicatória A Deus pela fé concedida em todos os momentos, e aos meus familiares, namorada, amigos pelo apoio incondicional e orientador pelos conselhos dados.

6 Agradecimentos Inicialmente а Deus, qυе em toda a minha vida tem olhado para mim e tem sido meu real ajudador, permitindo qυе eu alcançasse mais esta vitória. À minha mãe Débora, à minha irmã Beatriz, à minha namorada Camila e amigos, os quais têm me fortalecido em todos estes anos, com muito apoio, carinho, companheirismo e amor. Aos professores, por proporcionarem algo que não é palpável, e que só se alcança através deles, o conhecimento. Ao meu orientador Ms. Robinson Nicácio, pela paciência e sabedoria apresentada. A todos que me acompanharam e ajudaram no decorrer deste curso.

7 A história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem. (Jean-Luc Godard 1930 cineasta franco-suiço)

8 Resumo O Tribunal Penal Internacional é considerado uma grande vitória da sociedade no âmbito internacional, pois, diferentemente dos antigos Tribunais ad hoc, foi criado de forma permanente e complementar às jurisdições nacionais, assim respeitando o princípio da complementaridade, mas não deixando de imputar a responsabilidade criminal de agentes que cometem crimes contra os direitos humanos. A grande questão reside na compatibilidade das normas previstas no Estatuto de Roma com a Constituição Federal brasileira, as quais, em algumas hipóteses, aparentemente contrastam com nosso ordenamento jurídico. Palavras-chave: Tribunal Penal Internacional. Estatuto de Roma. Tribunais ad hoc. Direitos Humanos. Constituição Federal brasileira de Ordenamento jurídico brasileiro.

9 Abstract The International Criminal Court is considered a great victory for society at the international level because, unlike the old ad hoc tribunals, was established permanently and complementarily to national jurisdictions, thus respecting the principle of complementarity, but not failing to impute criminal liability agents who commit crimes against human rights. The big issue is the compatibility of the rules laid down in the Rome Statute with the Brazilian Federal Constitution, which, in some cases, apparently contrast with our legal system. Key-words: International Criminal Court. Rome Statute. ad hoc tribunals. Human rights. Brazilian Federal Constitution of Brazilian Legal system.

10 Sumário 1 INTRODUÇÃO ANTECEDENTES HISTÓRICOS Caso Peter von Hagenbach Primeira Guerra Mundial Segunda Guerra Mundial Tribunal de Nuremberg Tribunal de Tóquio Tribunal ad hoc para a antiga lugoslávia Tribunal ad hoc para Ruanda CRIAÇÃO E ESTRUTURA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL Estrutura do Tribunal PRNCÍPIOS QUE REGEM O ESTATUTO DE ROMA PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Princípio da irretroatividade e imprescritibilidade Princípio da cooperação Princípio da complementariedade JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL Crimes de competência do Tribunal Penal Internacional Crime de genocídio Crimes contra a humanidade Crimes de guerra Crime de agressão A RATIFICAÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL PELO BRASIL IMPACTO DO ESTATUTO DE ROMA NO DIREITO INTERNO BRASILEIRO Os (aparentes) conflitos entre o Estatuto de Roma e o texto constitucional brasileiro A entrega de nacionais ao Tribunal Penal Internacional A pena de prisão perpétua Imunidades e foro por prerrogativa de função... 36

11 7.5 Reserva legal Respeito à coisa julgada material EFICÁCIA INTERNA DAS DECISÕES E SENTENÇAS PROFERIDAS PELO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL Falta de competência do STJ para homologar as sentenças proferidas pelo TPI Competência para a execução de decisões do TPI no Brasil CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXO ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL... 45

12 13 1. INTRODUÇÃO Há tempos que a sociedade sonhava com a instituição de uma justiça penal em caratér internacional, com competência para investigar e julgar proporcionalmente os assoladores da dignidade humana. Já se vislubrou a instituição de um Tribunal, de caráter permanente e com jurisidição universal desde a época que os primeiros atentados aos direitos humanos começaram a surgir no mundo. Contudo, neste momento, este sonho se tornou realidade. Foi a base de muito sangue inocente e sofrimento, porém finalmente conseguiu-se criar uma Justiça Internacional, com o nascimento em 1998, do Tribunal Penal Internacional, regido pelo Estatuto de Roma, foi um marco histórico no Direito Inernacional e das Relações Internacionais. O presente estudo pretende analisar os principais aspectos e as características predominantes do Tribunal Penal Internacional que foi criada a partir da aprovação, em 17 de julho de 1998, do Estatuto de Roma. Ainda que existam algumas recusas isoladas por motivos individuais, esse Estatuto contou com grande aceitação da comunidade internacional e, em um curto espaço de tempo, alcançou as 60 ratificações necessárias para sua entrada em vigor. É de suma importância compreender o processo de criação, a estrutura, a jurisdição, a competência, o funcionamento em si do Tribunal Penal Internacional, contudo, a análise não pode ficar condicionada restritivamente as implicações desse, ou seja, devemos compreender as implcações do Tribunal dentro do ordenamento jurídico dos Estados-partes, qual no caso será do ordenamento jurídico brasileiro. Quando tratamos de direito internacional penal não se pode enxergar as normas da mesma forma como se pensa em se tratando de direito interno, pois muitos dos conceitos podem não serem totalmente compreendidos e assim não se alcançando o objeto do Tribunal, ou seja, a punição dos responsáveis pelo cometimento dos crimes mais bárbaros contra o ser humano. O entusiasmo que circundou os primeiros momentos de existência do Tribunal refletiram a importância de sua criação e os anseios de toda a humanidade na salvaguarda dos direitos mais básicos ao ser humano.

13 14 Em continuidade, serão estudados a estrutura do Tribunal, o procedimento, para, então, realizar a análise entre o Estatuto de Roma e a Constituição Federal brasileira, buscando apresentar eventuais conflitos e incompatibilidades, sobretudo no tocante à entrega de nacionais, à pena de prisão perpétua, às regras de imunidades, à reserva legal, à eficácia interna das decisões e sentenças proferidas pelo Tribunal. Esses conflitos acabaram surgindo em virtude da coexistência de normas, com idêntica natureza, que aparentemente conferiram tratamentos jurídicos diversos às mesmas situações de fato. É importante lembrar que o Estatuto de Roma possui a natureza jurídica de convenção de direitos humanos, pois, ao estabelecer o procedimento para a apuração e punição dos crimes de transcendência internacional, visa principalmente proteger todos os seres humanos e evitar o cometimento de novas atrocidades. Por outro lado, o ordenamento jurídico brasileiro, ao estabelecer, no 2º do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que os direitos e garantias nela expressos não excluem outros decorrentes dos tratados internacionais que a República Federativa do Brasil seja parte, passou a reconhecer os tratados internacionais de direitos humanos como normas constitucionais. Assim, tendo em vista o reconhecimento, pela Constituição Federal brasileira, da natureza constitucional das normas expressas no Estatuto de Roma é que nos cabe analisar a compatibilidade de suas regras com nosso ordenamento jurídico brasileiro.

14 15 2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS Mesmo antes da criação de um Tribunal Penal Internacional existem relatos que demonstram que os criminosos de guerra são julgados desde os tempos da Grécia antiga, ou até mesmo antes desta época, pois estas sociedades tinham consigo a ideia de que devem existir padrões de respeito ao ser humano, mesmo em situações extremas de guerra. (SCHABAS, 2001) 2.1. Caso Peter von Hagenbach O primeiro julgamento legitimamente internacional foi estabelecido em 1474 em Breisach, Alemanha, onde 28 juízes do Sacro Império Romano julgaram e condenaram Peter von Hagenbach, à época governador da cidade de Breisach, por violações das leis de Deus e do homem, pois este permitia que seus soldados cometessem estupros, saques, assassinatos etc. (BASSIOUNI, 1991) Após a retomada da cidade, Peter Von Hagenbach foi condenado pelos crimes que haviam sido cometidos, o que significou a sua decapitação. (JAPIASSÚ, 2004) 2.2. Primeira Guerra Mundial Com a I Guerra Mundial, a humanidade teve de passar por um conflito que nunca havia conhecido antes. A inovação de técnicas de combates, equipamentos e artifício de destruição em massa, conduziram todos os lados envolvidos no conflito a uma degradação sem precedentes. Os crimes de guerra passaram a ter grande amplitude a partir deste conflito. (GONÇALVES, 2004) Um dos grandes acontecimentos referentes ao Direito Penal Internacional ocorreu logo após o término da Primeira Guerra Mundial, quando as potências

15 16 vencedoras, Grã-Bretanha e França, revelaram o anseio de punir os responsáveis pelos atos contra as leis da humanidade que levaram à morte mais de 15 milhões de pessoas pelo uso indiscriminado de armamentos letais e de destruição em massa. (KEEGAN, 1995, p. 370) Com tantas mortes e sofrimento, os aliados, vencedores da guerra, se dispuseram levar a julgamento o imperador da Alemanha (Kaiser Wilhelm II), e até mesmo conseguiram incluir o Art. 227 no Tratado de Versalhes, com o intuito de punir de uma forma eficaz o Imperador: "As potências aliadas e associadas acusam Guilherme II de Hohenzollern, ex-imperador da Alemanha, por ofensa suprema contra a moral internacional e a autoridade sagrada dos tratados. Um tribunal especial será formado para julgar o acusado, assegurando-lhe garantias essenciais do direito de defesa. Ele será composto por cinco juízes, nomeados por cada uma das potências, a saber: Estados Unidos da América, Grã-Bretanha, França, Itália e Japão. O tribunal julgará com motivos inspirados nos princípios mais elevados da política entre as nações, com a preocupação de assegurar o respeito das obrigações solenes e dos engajamentos internacionais, assim como da moral internacional. Caberá a ele determinar a pena que estimar que deve ser aplicada. As potências aliadas e associadas encaminharão ao governo dos Países Baixos uma petição solicitando a entrega do antigo imperador em suas mãos para que seja julgado." Assim foi criado um Tribunal para julgá-lo por tantas mortes e atrocidades cometidas contra a humanidade. Porém, o imperador somente foi condenado ao pagamento de uma indenização, a qual nunca foi paga integralmente. (BAZELAIRE e CRETIN, 2004) 2.3. Segunda Guerra Mundial A 2ª Guerra Mundial é vista como a mais cruel sob todos os aspectos, mas principalmente referente à violação dos direitos humanos. O crescimento da intolerância ideológica realizada pela Alemanha Nazista no período da guerra, onde não havia respeito à dignidade da pessoa humana, barbáries e atrocidades cometidas a milhares de seres humanos acabaram dando causa a ideia da criação de uma instância penal internacional capaz de julgar os criminosos que cometeram tantas crueldades. (MAZZUOLI, 2004) A devastação ocorrida fez com que as potências vencedoras buscassem meios de responsabilizar individualmente os criminosos de guerra nazistas. Em 1943,

16 17 Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética denunciaram os massacres perpetrados pelos nazistas e sinalizaram que os grandes criminosos, seriam punidos por decisão conjunta dos aliados. (SCHABAS, 2001) Marco importante para a concepção de uma instância penal internacional que julgasse os criminosos de guerra foi a criação da Declaração de Moscou publicada por Estados Unidos, URSS e Reino Unidos, a qual estabeleceu princípios para à serem adotas pelas Nações unidas para julgar os criminosos: (...) ao acordar qualquer armistício com qualquer governo que possa ser estabelecido na Alemanha, os oficiais e praças alemães e membros do Partido Nazista que sejam responsáveis pelas atrocidades, massacres e execuções descritas acima ou nelas tomarem parte consentânea, serão reconduzidos aos países onde seus abomináveis atos foram cometidos, a fim de que possam ser julgados e punidos conforme as leis destes países libertados e dos governos livres que ali sejam estabelecidos. Esta Declaração é feita sem prejuízo dos casos dos principais criminosos de guerra, cujos delitos não tenham definição geográfica particular e que serão castigados por decisão comum dos governos aliados. (GONÇALVES, 2004) Após o término da guerra, os três países mencionados acima, mais a França, firmaram, em agosto de 1945, a Carta do Tribunal de Nuremberg 1, com o propósito de julgar e punir os causadores de tantas brutalidades. No documento, se instituíram os parâmetros de atuação e foram definidos os crimes sob que seriam julgados Tribunal de Nuremberg A partir dos acontecimentos cruéis ocorridos na Segunda Guerra nasce a ideia do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, o qual neste momento adquire um caráter indispensável para os Aliados na obtenção de reais punições aos criminosos nazistas. Expõem Jean-Paul Bazelaire e Thierry Cretin o funcionamento do Tribunal Militar de Nuremberg: O tribunal assim constituído é composto por quatro membros. Cada país aliado envia um titular e um suplente com a missão de garantir um processo e uma punição justos e rápidos para os principais criminosos de guerra nazistas. Os juízes não são contestáveis e cabe a cada signatário dos acordos substituir o juiz e o seu suplente no caso de problemas de saúde. A 1 Carta do Tribunal de Nuremberg: (acessado em 20/10/2015)

17 18 presidência é assegurada sucessivamente pelas quatro potências, seja por acordo interno no tribunal, seja por voto da maioria de pelo menos três juízes. As decisões são tomadas pela maioria e, no caso de empate, o voto do presidente é decisivo. (BAZELAIRE e CRETIN, 2004, p. 21) Nos termos do Estatuto, artigo 6º a competência do Tribunal estava limitada a três crimes, a saber: os crimes contra a paz, os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade: Art. 6º. (...) os atos a seguir, ou qualquer um deles, são os crimes submetidos à jurisdição do Tribunal e levam a uma responsabilidade individual: a) os crimes contra a paz: isto é, a direção, a preparação, o desencadeamento ou a continuidade de uma guerra de agressão, ou de uma guerra violando tratados, garantias ou acordos internacionais, ou a participação em um plano orquestrado ou em um complô para o cumprimento de qualquer um dos atos anteriores; b) os crimes de guerra: isto é, as violações das leis e costumes de guerra. Essas violações compreendem, entre outras, o assassinato, os maus tratos e a deportação para trabalhos forçados ou com qualquer outro objetivo das populações civis nos territórios ocupados, o assassinato ou os maus tratos dos prisioneiros de guerra ou das pessoas no mar, a execução dos reféns, a pilhagem dos bens públicos ou privados, a destruição sem motivo das cidades e dos vilarejos ou a devastação que não se justifiquem pejas exigências militares; c) os crimes contra a humanidade: isto é, o assassinato, o extermínio, a escravização, a deportação e qualquer outro ato desumano cometido contra qualquer população civil, antes ou durante a guerra ou as perseguições por motivos políticos, raciais ou religiosos, quando esses atos ou perseguições, quer tenham constituído ou não uma violação do direito interno do país onde foram perpetrados, tenham sido cometidos em decorrência de qualquer crime que faça parte da competência do Tribunal, ou estejam vinculados a esse crime. Em outubro de 1945, 24 (vinte e quatro) réus foram levados julgamento. Um ano depois foram finalizados com a condenação de 19 (dezenove) dos acusados, e imposição de pena de morte em 12 (doze) casos. (SCHABAS, 2001) 2.5. Tribunal de Tóquio Com a mesma lógica do Tribunal de Nuremberg, foi criado em 1946 um Tribunal Penal Internacional para o Extremo Oriente, com sede em Tóquio, onde 28 (vinte e oito) criminosos de guerra japoneses que são julgados de um total de oitenta detidos na época. (BAZELAIRE e CRETIN, 2004)

18 19 Apenas foram levados ao Tribunal de Tóquio os japoneses que haviam cometidos crimes contra a paz, enquanto os que haviam cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade foram julgados por Tribunais Militares de vários outros países. (LIMA, 2006) 2.6. Tribunal ad hoc para a antiga Iugoslávia Seguindo neste contexto, o Conselho de Segurança, principal órgão executivo das Nações Unidas, em face das competências dispostas no Capítulo VII da Carta da ONU 2, enxergou a possibilidade de atuar como instituição com autoridade suficiente para perseguir e punir os responsáveis por violações contra os direitos humanos. O Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia ( TPIY ) foi criado pelo Conselho de Segurança, com o objetivo de julgar os responsáveis por graves violações do Direito Internacional Humanitário, principalmente a prática de limpeza étnica, cometidas no território Iugoslavo entre janeiro de 1991 até alcançada a paz. (LIMA, 2006) O referido Tribunal possuía capacidades para julgar, violações de leis e costumes de guerra, graves violações à Convenção de Genebra, genocídio e crimes contra a humanidade. (DELGADO e MARTINEZ, 2001) Diferente dos demais tribunais internacionais até então existentes, ressalta Kittichaisaree: O TPIY considerou-se o primeiro tribunal internacional verdadeiramente instalado pelas Nações Unidas para determinar a criminalidade penal individual dentro do direito humanitário, enquanto os Tribunais de Tóquio e Nuremberg eram considerados multilaterais em natureza, representando apenas parte da comunidade mundial. (KITTICHAISAREE, 2001) 2 A Carta encontra-se disponível no site da ONU em

19 20 Desta forma, resta demonstrado quão grande foi a importância da criação do TPIY por parte do Conselho de Justiça, em relação a punibilidade dos indivíduos e a criação de precedentes a partir do caso Tribunal ad hoc para Ruanda Pouco após a constituição do TPIY, como consequência de um processo similar, novamente o Conselho de Segurança da ONU interviu, e criou o Tribunal Penal Internacional para Ruanda ( TPIR ), em resposta ao genocídio ruandense, que tinha mais uma vez ideologia de ódio étnico. (KITTICHAISAREE, 2001) Buscando alcançar a reconciliação nacional e a contribuição para o restabelecimento e a manutenção da paz, TPIR ficou encarregado de julgar as pessoas responsáveis pelas graves violações de Direito Internacional Humanitário, cometidas no território de Ruanda e Estados vizinhos, entre 1º de janeiro e 31 dezembro de (FERNANDES, 2006) Mais de setenta pessoas foram acusadas, das quais cinquenta detidas e transferidas. Além disso, nove casos foram julgados, oito condenados e um absolvido, onde englobam penas de prisões perpétuas e até mesmo à morte. (APTEL, 1997) Após o TPIR se viu maior a necessidade da criação de um Tribunal permanente com competência internacional para o julgamento de crimes contra a ordem humanitária, e desta forma, como abordaremos mais a frente, o TPIR foi um precedente para a criação do Tribunal Penal Internacional.

20 21 3. CRIAÇÃO E ESTRUTURA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL De fato, a ideia de se criar uma Tribunal Penal Internacional com propriedade de julgar e punir os autores de tantas atrocidades no âmbito de combates internacionais, já havia sido sugerida pelas Nações Unidas desde o fim dos anos 40, já que em 1947 a Assembléia Geral solicitou à Comissão de Direito Internacional que analisasse a possibilidade de se criar um órgão judiciário penal para julgar autores de genocídios e de outros crimes relevantes. (LIMA, 2006) A busca por justiça, e mais precisamente pela punição dos responsáveis de tamanhas barbáries cometidas durante os conflitos mundiais, visto a impunidade de criminosos de guerra, os quais se viam livres de quaisquer sanções, juntamente com o anseio da sociedade internacional, no sentido de se criar uma corte criminal de competência internacional, finalmente veio à tona a criação do Tribunal Penal Internacional, regido pelo Estatuto de Roma de (MAZZUOLI, 2009) A Conferência de Plenipotenciários Sobre o Estabelecimento do Tribunal Penal Internacional iniciou em Roma, em 1998, com o intuito de discutir e criar formalmente a instituição. Ao final da conferência, e acordadas as principais divergências sobre os procedimentos, foi aprovado em 17 de julho de 1998, o Estatuto de Roma. (MIRANDA, 2011) Todavia, para a entrada em vigor do Estatuto de Roma eram necessárias 60 ratificações, conforme exposto no artigo 126 do próprio Estatuto: Art O presente Estatuto entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao termo de um período de 60 dias após a data do depósito do sexagésimo instrumento de ratificação, de aceitação, de aprovação ou de adesão junto do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. As 60 ratificações necessárias foram alcançadas somente em abril do ano de 2002, fazendo assim que o Estatuto de Roma entrasse em vigor em julho do mesmo ano. (FERNANDES, 2006) Desta forma, em julho de 2002 alcançava-se a consolidação de um Tribunal Penal Internacional permanente e garantidor de um sistema de justiça, e não de vingança, preenchendo um vácuo legal do sistema internacional com a investigação e julgamento dos responsáveis de violações dos direitos humanos em combates, bem como inibindo a realização de crimes futuros.

21 Estrutura do Tribunal O Tribunal Penal Internacional é considerado uma entidade totalmente independente da Organização das Nações Unidas, com sede em Haia, nos Países Baixos, conforme art. 3º do Estatuto. 3 O Estatuto do Tribunal Penal Internacional é composto por 128 artigos, contendo um preâmbulo e outros 13 capítulos, os quais versam acerca da criação do Tribunal; competência, admissibilidade e direito aplicável; princípios gerais de direito penal; composição e administração do Tribunal; inquérito e procedimento criminal; julgamento; penas; recurso e revisão; cooperação internacional e auxílio judiciário; execução da pena; assembleia dos Estados-partes; financiamento e cláusulas finais. De acordo com o Capítulo IV do Estatuto, o qual trata da Composição e Administração do Tribunal, esse será composto por quatro diferentes órgãos: a Presidência, as Seções, o Gabinete do Promotor e a Secretaria. Sendo que todos os referidos órgãos são independentes, mas integram uma estrutura comum, compondo a base sobre a qual se assenta todo o funcionamento do TPI. (LIMA, 2006) Cumpre esclarecer que a Presidência e as Seções operam como órgãos de natureza judicial, o Gabinete do Promotor (denominado pelo Estatuto de Procurador ) como órgão acusador e a Secretaria como administrativo. (MAZZUOLI, 2004) 3 Art. 3º. A sede do Tribunal será na Haia, Países Baixos ("o Estado anfitrião").

22 23 4. PRINCÍPIOS QUE REGEM O ESTATUTO DE ROMA Neste capítulo analisaremos brevemente alguns princípios que orientam a atuação do Tribunal Penal Internacional, como a legalidade, a complementaridade, o ne bis in idem, o juiz natural, a independência, a irrelevância da função oficial, a responsabilidade penal individual, a imprescritibilidade, a irretroatividade da lei penal e a anterioridade da lei. O art. 21 do Estatuto de Roma expõe que existem duas fontes secundárias de princípios, sendo primeiramente os Princípios de Direito Internacional e, na falta desses, os Princípios Gerais de Direito. 4 A fonte principal de direito aplicável ao Tribunal Penal Internacional é o próprio Estatuto de Roma, sendo uma lei positivada e promulgada Princípio da Legalidade O princípio legalidade é considerado uma das bases do Estado de direito, e também de todo Direito Penal que aspire à segurança jurídica. Esse princípio garante a todos os cidadãos que tais não serão submetido a coerção penal diferente daquela prevista em lei. (BATISTA, 2001, p. 67) Um dos princípios basilares do Estatuto de Roma é o da legalidade, também visto como pacta sunt servanda, o qual está previsto no art. 26 da Convenção de Viena de 1969, e salienta que: todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé. 4 Art. 21. O Tribunal aplicará: a) Em primeiro lugar, o presente Estatuto, os Elementos Constitutivos do Crime e o Regulamento Processual; b) Em segundo lugar, se for o caso, os tratados e os princípios e normas de direito internacional aplicáveis, incluindo os princípios estabelecidos no direito internacional dos conflitos armados; c) Na falta destes, os princípios gerais do direito que o Tribunal retire do direito interno dos diferentes sistemas jurídicos existentes, incluindo, se for o caso, o direito interno dos Estados que exerceriam normalmente a sua jurisdição relativamente ao crime, sempre que esses princípios não sejam incompatíveis com o presente Estatuto, com o direito internacional, nem com as normas e padrões internacionalmente reconhecidos.

23 24 O referido artigo, em poucas palavras, revela o caráter vinculante dos tratados, o que significa dizer que aqueles países que ratificarem o Estatuto de Roma ficam obrigados a cumpri-lo Princípio da Irretroatividade e Imprescritibilidade Se tratando de conflito de leis penais no tempo, a irretroatividade da lei penal é regra predominante, já que tal proporciona segurança ao princípio já citado, o da legalidade. (FERNANDES, 2006) O princípio da Irretroatividade vem exposto no art. 24, I do Estatuto de Roma, o qual traz a definição que o tribunal só terá competência para investigar e/ou jugar crimes ocorridos após a entrada em vigor do Tribunal Penal Internacional. Em sentido conexo a este princípio, o Estatuto determina ainda, em seu art. 29, que os crimes de competência do Tribunal não prescrevem. Este fundamento está baseado na gravidade dos crimes previstos pelo Estatuto. Portanto, podemos afirmar que não há perda do direito de punir do Tribunal pelo decurso de tempo em relação aos crimes abrangidos por esse Princípio da Cooperação Observando o princípio da legalidade, maiormente a sua característica de pacta sunt servanda, o Estado que ratificar o Estatuto de Roma fica obrigado a cumprir o que dispõe o tratado, e deste princípio nasce a característica da cooperação. O princípio da cooperação vem expresso no Art. 86 do Estatuto, o qual trata da obrigação geral de cooperar. Tal princípio é muito importante para a efetividade das decisões e para o exercício da jurisdição do Tribunal, já que esse não possui

24 25 polícia própria e depende dos Estados para a apuração dos casos, a detenção dos acusados e o cumprimento de suas decisões. 5 Este princípio compreende o dever assumido pelos Estados-Partes de atender a todos os pedidos formulados pelo Tribunal Princípio da Complementaridade O princípio da complementaridade, qual está disposto no artigo 1º do Estatuto de Roma pode ser apontado como a mais importante característica do Tribunal Penal Internacional. 6 De acordo com o princípio da complementaridade, a responsabilidade primária para a resolução dos conflitos é conferida aos Estados. A jurisdição do Tribunal é exercida apenas subsidiariamente, em caso de clara incapacidade ou falta de disposição do Estado para o processamento dos crimes. Também cabendo quando a tamanha gravidade do crime justifique o exercício da função pelo Tribunal Penal Internacional. (LIMA, 2006) Por conta disso, o artigo 18, 1º, do Estatuto de Roma obriga o Procurador a notificar o Estado, a título confidencial, sempre que entender presentes os fundamentos para a investigação de um caso perante o Tribunal. 7 Assim, o Tribunal Penal Internacional somente realizará investigações em casos de ocorrência de omissão do Estado, por sua incapacidade ou por falta de 5 Art. 88. Os Estados Partes deverão, em conformidade com o disposto no presente Estatuto, cooperar plenamente com o Tribunal no inquérito e no procedimento contra crimes da competência deste. 6 Art. 1º. criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional ("o Tribunal"). O Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais. A competência e o funcionamento do Tribunal reger-se-ão pelo presente Estatuto. 7 Art. 18, 1º. Se uma situação for denunciada ao Tribunal nos termos do artigo 13, parágrafo a), e o Procurador determinar que existem fundamentos para abrir um inquérito ou der início a um inquérito de acordo com os artigos 13, parágrafo c) e 15, deverá notificar todos os Estados Partes e os Estados que, de acordo com a informação disponível, teriam jurisdição sobre esses crimes. O Procurador poderá proceder à notificação a título confidencial e, sempre que o considere necessário com vista a proteger pessoas, impedir a destruição de provas ou a fuga de pessoas, poderá limitar o âmbito da informação a transmitir aos Estados.

25 26 vontade, ou até mesmo pela gravidade dos crimes ocorridos. Esse mecanismo, que institui uma ordem de preferência no julgamento dos crimes de competência da Corte, tem a finalidade de evitar a sobreposição do Tribunal internacional aos órgãos nacionais. 5. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL De acordo com o disposto no Artigo 1º do Estatuto de Roma, a competência do Tribunal em relação às jurisdições de seus estados partes é subsidiária, ou seja, o TPI não pode interferir indevidamente nos sistemas judiciários nacionais, os quais permanecem com a responsabilidade primária de investigar e processar os crimes cometidos por seus habitantes. Contudo, se esses Estados não demonstrarem vontade de punir estes criminosos ou se mostrem incapazes de puni-los, o TPI tem competência para fazêlo. (MAZZUOLI, 2009) O Tribunal possui personalidade e capacidade jurídica internacional, o que lhe permite exercer seus poderes e funções em qualquer Estado Parte, ou por acordo especial no território de qualquer outro Estado, conforme exposto no art. 4º do referido Estatuto Crimes de competência do Tribunal Penal Internacional A competência internacional do TPI é o elemento que irá definir o momento e as circunstâncias sob as quais este Órgão exercerá a jurisdição que lhe foi atribuída. (LIMA, 2006) 8 Art. 4º. 1º. O Tribunal terá personalidade jurídica internacional. Possuirá, igualmente, a capacidade jurídica necessária ao desempenho das suas funções e à prossecução dos seus objetivos. 2º. O Tribunal poderá exercer os seus poderes e funções nos termos do presente Estatuto, no território de qualquer Estado Parte e, por acordo especial, no território de qualquer outro Estado.

26 27 O TPI, dentro de seu escopo, é competente para julgar, com caráter independente e permanente, os crimes graves que afetam a sociedade internacional dos Estados e que ultrajam o direito humanitário. (MIRANDA, 2011) Todavia, é importante frisar que conforme o princípio da irretroatividade, a competência do Tribunal em relação aos referidos crimes só se aplica aos crimes cometidos depois da entrada em vigor do Estatuto. Desta forma, conforme exposto no Art. 5º, o TPI tem competência para investigar e julgar, os seguintes crimes: crime de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão, crimes os quais deve-se salientar que não prescrevem Crime de Genocídio O termo genocídio, em sua essência significa o extermínio consciente de um grupo nacional ou étnico-religioso. (COMPARATO, 1999) O crime de genocídio sempre foi considerado uma das principais preocupações dos defensores dos direitos humanos, principalmente após o período pós Segunda Guerra, o que levou ao entendimento de ser o genocídio um crime de caráter internacional e a mais grave espécie de crime contra a humanidade. (SCHABAS, 2001) Tal crime vem expresso no art. 6º do Estatuto de Roma, onde entende-se por "genocídio", o ato praticado com intenção de destruir (física ou culturalmente), no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso Crimes Contra a Humanidade A primeira definição de crimes contra a humanidade de modo conciso e articulado ocorreu no Estatuto do Tribunal de Nuremberg, e posteriormente seguido pelo Estatuto do Tribunal Militar Internacional de Tóquio. (MAIA, 2001)

27 28 Entretanto, para serem considerados como crimes contra a humanidade esses deveriam ser conexos aos crimes contra paz e crimes de guerra, assim os tornando simplesmente uma figura complementar em relações aos dois crimes descritos. (MIRANDA, 2011) A aplicação definitiva deste delito foi determinada no Art. 7º do Estatuto de Roma, onde fica estabelecido que os crimes contra a humanidade são aqueles praticados no âmbito de um ataque generalizado ou sistemático contra qualquer população civil, incorporando qualquer ação que envolva a prática dos atos referidos no parágrafo 1º do artigo em questão. O termo amplo significa que os referidos atos deverão ser cometidos por um certo número de pessoas ou sobre um amplo território; já o termo sistemático significa que deve haver planejamento e organização no ataque. (CHOUKR e AMBOS, 2000) Em suma crimes contra a humanidade nos remete a quaisquer atrocidades e violações de direitos humanos cometidos em larga escala, perpetrada contra grande número de pessoas Crimes de Guerra Já não é de hoje que os crimes cometidos em tempos de guerra trazem preocupações para os povos, tanto que até mesmo o Código de Manu 9, o qual foi escrito entre os séculos II a.c. e II d.c., já continha normas relativas aos prisioneiros de guerra. E apesar da sua antiga caracterização, a regulamentação do crime de guerra no âmbito internacional é recente, e o Estatuto de Roma, dedicou o seu art. 8º para abordar tal violação. (LIMA, 2006, p. 115) 9 Escrito em sânscrito, língua clássica da Índia antiga, constituiu-se na legislação do mundo indiano no período compreendido entre os séculos II a.c. e II d.c.

28 29 Em sua obra, Cassese define o crime de guerra como: sérias violações de guerra costumeiras ou, quando aplicáveis, de regras pactuadas que dizem respeito às leis internacionais humanitárias de conflitos armados. (CASSESE, 2003, p. 47) Kittichaisaree, seguindo a mesma linha de Cassese, define o delito como: crimes cometidos em violação de leis internacionais humanitárias aplicáveis durante conflitos armados. (KITTICHAISAREE, 2001, p. 129) Cumpre ressaltar que da mesma forma que os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra também figuraram no Tribunal de Nuremberg. Os crimes de guerra estão expressos no art. 8º do Estatuto de Roma, o qual em primeiro momento restringe o exercício de sua competência para julgar os casos mais significativos, ou seja, atos identificados com um plano ou de uma política, ou quando praticados em larga escala. É de suma importância salientar que o art. 8º do Estatuto de Roma traz em seu texto um rol exemplificativo dos crimes de guerra previstos Crime de Agressão O quarto e último crime do rol de crimes de competência do Tribunal Penal Internacional é crime de agressão, o qual diferente dos crimes demonstrados anteriormente não tem uma definição expressa da sua caracterização. A inexistência de um significado para o crime de agressão que fundamentasse a responsabilidade penal internacional dos agentes dificultou a incorporação deste crime ao Estatuto de Roma. (MAZZUOLI, 2009, p. 65) Contudo, ainda havia o desejo em assegurar a punição do crime, porém nas negociações para a inserção deste crime no Estatuto de Roma não foi possível chegar a um acordo no sentido de se definir a agressão cometida por indivíduos, muito menos seus elementos constitutivos ou condições que seria empregada a jurisdição do Tribunal Penal Internacional com relação ao crime. (LIMA, 2006, p. 123) Se mostra claramente evidenciada uma lacuna no texto do art. 5º do Estatuo de Roma, pois em seu parágrafo 2º, determina que o exercício de

29 30 competência do Tribunal em relação ao crime se dará somente com a estipulação de conceito do crime, bem como das condições de aplicação da jurisdição pelo Tribunal. 10 Ou seja, dos quatro crimes expostos no Estatuto de Roma o único ainda não foi tipificado é o crime de agressão. Contudo, a definição foi postergada a uma etapa posterior, conforme os arts. 121 e 123 do Estatuto. Ou seja, o preenchimento dos requisitos necessários para a definição do crime poderá ocorrer por emenda (art. 121) 11 ou por revisão (art. 123) 12. (MAZZUOLI, 2004, p. 66) Resta neste momento a tipificação do crime de agressão, para que assim tenhamos de vez a caracterização plena do crime. 10 Art. 5º, 2º. 2. O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de agressão desde que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma disposição em que se defina o crime e se enunciem as condições em que o Tribunal terá competência relativamente a este crime. Tal disposição deve ser compatível com as disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas. 11 Art Expirado o período de sete anos após a entrada em vigor do presente Estatuto, qualquer Estado Parte poderá propor alterações ao Estatuto. O texto das propostas de alterações será submetido ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, que o comunicará sem demora a todos os Estados Partes. 12 Art Sete anos após a entrada em vigor do presente Estatuto, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas convocará uma Conferência de Revisão para examinar qualquer alteração ao presente Estatuto. A revisão poderá incidir nomeadamente, mas não exclusivamente, sobre a lista de crimes que figura no artigo 5º. A Conferência estará aberta aos participantes na Assembléia dos Estados Partes, nas mesmas condições.

30 31 6. A RATIFICAÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL PELO BRASIL Preliminarmente, cumpre ressaltar que o Estatuto de Roma tem natureza jurídica de convenção internacional de direitos humanos. Isso porque, como bem ressaltado por André de Carvalho Ramos, esse instrumento legal não se resume apenas ao conjunto de regras materiais e processuais relativos à Corte Internacional Criminal, pois, como o próprio preâmbulo revela, há também grande preocupação do Estatuto com a proteção das vítimas dos crimes considerados como de maior gravidade na história da humanidade. (RAMOS, 2013) Nesse sentido, é que o Estatuto em seu preâmbulo estabeleceu que os Estados signatários, conscientes de que todos os povos estão unidos por laços comuns e de que suas culturas foram construídas sobre uma herança que partilham, e preocupados com o fato deste delicado mosaico poder vir a quebrar-se a qualquer instante, bem como tendo presente que, no decurso deste século, milhões de crianças, homens e mulheres têm sido vítimas de atrocidades inimagináveis que chocam profundamente a consciência da humanidade, decidiram garantir o respeito duradouro pela efetivação da justiça internacional, criando o Tribunal Penal Internacional com caráter permanente e independente, no âmbito do sistema das Nações Unidas, e com jurisdição sobre os crimes de maior gravidade que afetem a comunidade internacional no seu conjunto Portanto, resta inegável que as disposições contidas no Estatuto de Roma visam proteger os seres humanos, buscando evitar que as atrocidades cometidas no passado, venham a ser novamente praticadas. Como já observado, o Estatuto de Roma é o tratado multilateral que criou o Primeiro Tribunal Penal internacional de caráter permanente. O documento entrou em vigor em julho de 2002, porém no Brasil passou a vigorar a partir de setembro do mesmo ano. (MIRANDA, 2011) Desta forma, neste capítulo abordaremos o processo de ratificação do Estatuto de Roma junto ao ordenamento jurídico brasileiro. Acerca do tema ressalta Mazzuoli que o corpo diplomático brasileiro, que já participava, mesmo antes da Conferência de Roma de 1998, de uma Comissão Preparatória para o estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional, teve

31 32 destacada atuação em todo o processo de criação do Tribunal. (MAZZUOLI, 2009, p. 40) E podemos afirmar que isto foi devido, em grande parte, em virtude do que expõe o art. 7º dos Atos das Disposições Transitórias, da Constituição brasileira de 1988, que declara que o Brasil propugnará pela formação de um tribunal internacional dos direitos humanos. Foi em setembro do ano de 2000 que o Brasil assinou o tratado internacional referente ao Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o qual foi aprovado pelo Parlamento brasileiro, por meio do Decreto Legislativo 112, de junho de 2002, e posteriormente promulgado pelo Decreto presidencial de setembro de 2002, momento em que o Brasil passou a se tornar Estado-parte do referido tratado. (LIMA, 2006, p. 152) A partir deste marco, e por força do art. 5º, 2º da Constituição de 1988, que salienta que Os direitos e garantias expressas nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte, o Estatuto de Roma integrou-se ao ordenamento jurídico brasileiro com status de norma constitucional. (MAZZUOLI, 2002, p. 233) No mesmo sentido, a autora Flávia Piovesan afirma que a Constituição assume expressamente o conteúdo constitucional dos direitos constantes dos tratados internacionais dos quais o Brasil é parte. Ainda que esses direitos não sejam enunciados sob a forma de normas constitucionais, mas sob a forma de tratados internacionais, a Carta lhes confere o valor jurídico de norma constitucional, já que preenchem e complementam o catálogo de direitos fundamentais previsto pelo Texto Constitucional, sendo que os direitos internacionais integram o chamado bloco de constitucionalidade, densificando a regra constitucional positivada no 2º do art. 5º, caracterizada como cláusula constitucional aberta. (PIOVESAN, 2011) Em razão disso, por força do disposto no artigo 5º, 2º, da Constituição Federal, os tratados internacionais de direitos humanos possuem natureza materialmente constitucional, sendo que os demais têm natureza supralegal. E foi a partir de dezembro de 2004, em virtude da entrada em vigor da Emenda Constitucional 45, foi acrescido o 4º no art. 5º da Constituição Federal de

32 , momento em que o Brasil passou a reconhecer formalmente o a jurisdição do Tribunal Penal Internacional em seu ordenamento IMPACTO DO ESTATUTO DE ROMA NO DIREITO INTERNO BRASILEIRO 7.1. Os (aparentes) conflitos entre o Estatuto de Roma e o texto constitucional brasileiro Uma leitura não detalhada do Estatuto de Roma, em relação as regras penais e procedimentos, pode pressupor ao leitor algumas incompatibilidades com o direito constitucional brasileiro, mais especificamente acerca dos seguintes tópicos fundamentais: a entrega de nacionais ao Tribunal; a pena de prisão perpétua; a imunidades e o foro por prerrogativa de função; a reserva legal; e a coisa julgada. Esta matéria está ligada ao que se denomina no Direito dos Tratados de inconstitucionalidade intrínseca dos tratados internacionais, e Mazzuoli afirma que: Esta tem lugar quando o trato, apesar de formalmente ter respeitado todo o procedimento constitucional de conclusão estabelecido pelo direito interno, contém normas violadoras de dispositivos constitucionais(...) (MAZZUOLI, 2009, p. 75) Contudo, pode-se afirmar de antemão, que tal inconstitucionalidade é meramente aparente, conforme será demonstrado nos tópicos abaixo. 13 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

33 A entrega de nacionais ao Tribunal Penal Internacional O primeiro conflito aparente entre o Estatuto de Roma e a Constituição Federal de 1988 advém do disposto no art. 89 do Estatuto, o qual prevê a prerrogativa de o Tribunal encaminhar pedidos de detenção e entrega de indivíduos a qualquer Estado em que esse se encontrar, e ainda, utilizando-se do princípio da cooperação, solicitar ao Estado-parte a detenção do agente e a entrega de tal indivíduo, respeitando as disposições do Estatuto e os procedimentos internos. Contudo, a Constituição brasileira em seu art. 5º, LI e LII 14, veda a extradição de nacionais, sendo que tal disposição está inserida no Título dos Direitos e Garantias Fundamentais. Ressaltando que os direitos fundamentais estão acobertados pelo art. 60, 4º, IV, 15 da Carta Magna. O Estatuto de Roma, levando em consideração disposições semelhantes de vários textos constitucionais, distingue claramente o que se entende por entrega e por extradição em art. 102, alíneas a e b. Sendo que se entende por entrega, o ato do Estado entrega um indivíduo ao tribunal nos termos do presente Estatuto, e por extradição, entende-se a entrega de uma pessoa por um estado a outro Estado. Em razão disso, as normas constitucionais relativas à extradição não podem ser aplicadas aos casos de entrega requeridas pelo Tribunal Penal Internacional. Ademais, o fundamento para a previsão da não extradição de nacionais nas Constituições contemporâneas reside no fato de que um tribunal estrangeiro 14 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 15 Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - os direitos e garantias individuais.

34 35 poderia agir sem imparcialidade, realizando um julgamento injusto, o que não ocorre no Tribunal Penal Internacional, pois este possui normas processuais que garantem a imparcialidade nos julgamentos. (CACHAPUZ DE MEDEIROS, 2000, p. 14) Diante do exposto, a previsão de entrega disposta no Estatuto de Roma não incide em desconformidade com a Constituição Federal de 1988, assim não havendo nenhum tipo de inconstitucionalidade neste sentido A pena de prisão perpétua Outra questão que gerou dúvidas acerca da incompatibilidade foi a previsão, no Estatuto de Roma, da possibilidade de imposição de pena de prisão perpétua. O Estatuto de Roma, diferentemente dos Tribunais de Nuremberg e de Tóquio, trouxe o elemento de não estabelecer a pena de morte, e instituir em seu art. 77 a pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 anos ou a pena de prisão perpétua apenas para os casos mais graves, ou seja, para os condenados pelos crimes previstos em seu artigo 5º, os quais são o genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e agressão. No entanto, como a Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XLVII, alínea b, veda expressamente, a imposição de pena de prisão perpétua em nosso ordenamento jurídico. Por outro lado, ressalta-se que o art. 80 do Estatuto de Roma previu importante regra de interpretação, ao dispor que suas normas em nada prejudicarão a aplicação, pelos Estados, das penas previstas em seus respectivos direitos internos ou a aplicação da legislação de Estados onde não haja a previsão das penas referidas no Estatuto. Portanto, a previsão constitucional de vedação de pena de prisão perpétua dirige-se somente ao legislador interno brasileiro, não alcançando os legisladores estrangeiros como também os legisladores internacionais, ou seja, não há afronta ao Estatuto de Roma. (CACHAPUZ DE MEDEIROS, 2000, p. 15)

35 36 Desta forma, pode-se afirmar que não há qualquer incompatibilidade a ser declarada também nesse tópico Imunidades e o foro por prerrogativa de função Outro conflito que pode surgir é referente às imunidades em geral e às prerrogativas de foro por exercício de função. No ordenamento jurídico brasileiro essas regras são aplicadas, por exemplo, ao Presidente da República, seus Ministros de Estado, Deputados, Senadores, etc. Contudo, deve-se salientar que tais imunidades e privilégios são de ordem interna e variam de Estado para outro. (MORAES, 2005) Os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional, são na maioria das vezes cometidos por indivíduos que se ocultam atrás de imunidades e privilégios que são conferidas por seus ordenamentos jurídicos. (MAZZUOLI, 2009, p. 85) Visando inibir essa atitude, o Estatuto de Roma em seu art. 27, trata da irrelevância da qualidade/cargo daqueles que cometem os crimes por eles abordados, segundo o qual expõe: Art O presente Estatuto será aplicável de forma igual a todas as pessoas sem distinção alguma baseada na qualidade oficial. Em particular, a qualidade oficial de Chefe de Estado ou de Governo, de membro de Governo ou do Parlamento, de representante eleito ou de funcionário público, em caso algum eximirá a pessoa em causa de responsabilidade criminal nos termos do presente Estatuto, nem constituirá de per se motivo de redução da pena. 2. As imunidades ou normas de procedimento especiais decorrentes da qualidade oficial de uma pessoa; nos termos do direito interno ou do direito internacional, não deverão obstar a que o Tribunal exerça a sua jurisdição sobre essa pessoa. Assim, como o Estatuto de Roma visa proteger a dignidade humana, ao garantir a efetiva punição aos agentes que cometem os crimes expressos em seu texto, afasta qualquer possibilidade de invocação de imunidade e prerrogativas jurisdicionais.

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