MELHORES PRÁTICAS 9 ANOS A IMPORTÂNCIA DA RENOVAÇÃO & DO LEGADO

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1 CODIM 9 ANOS A IMPORTÂNCIA DA RENOVAÇÃO & DO LEGADO 60 REVISTA RI Abril 2014

2 Em maio de 2014, o CODIM - Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado - completa 9 anos com uma novidade: a mudança na coordenadoria com a saída de Geraldo Soares, presidente do Conselho de Administração do IBRI e a entrada de Helmut Bossert, consultor e coordenador da Comissão de Novos Associados do IBRI. por ISABELLA ABREU Geraldo Soares, presidente do Conselho de Administração do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e Superintendente de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, finalizou ciclo de trabalho na coordenação do CODIM (Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado), após atuar por nove anos na coordenação do Comitê pelo IBRI. Em 2005, Soares participou da fundação do CODIM objetivando contribuir para as melhores práticas de divulgação. Para assumir a coordenação do CODIM, o IBRI nomeou Helmut Bossert, consultor e coordenador da Comissão de Novos Associados do IBRI. Bossert possui vasta experiência no mercado de capitais e na área de Relações com Investidores, tendo sido premiado como profissional de RI da Natura, empresa brasileira de cosméticos. GERALDO SOARES HELMUT BOSSERT Abril 2014 REVISTA RI 61

3 SOBRE O CODIM Iniciativa inédita no mundo, o CODIM iniciou sua atuação com oito entidades do mercado e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) como membro observador. Atualmente, o CODIM reúne 12 instituições do mercado de capitais, já emitiu 16 Pronunciamentos de Orientação, promoveu três workshops, publicou dois livros e participou de diversos eventos do mercado. A coordenação do CODIM é dividida entre o IBRI e a API- MEC, além da participação das entidades: ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas), ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar); ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ANEFAC (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade); AMEC (Associação dos Investidores no Mercado de Capitais), ANCORD (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias); BM&FBOVESPA, CFC (Conselho Federal de Contabilidade), IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), tendo ainda como membro observador a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O comitê procura orientar as companhias quando percebe que alguma delas não está atendendo as demandas dos seus públicos estratégicos do modo correto. Enviamos carta ao DRI comentando a forma como a sua companhia está se comportando em relação a um tipo específico de divulgação de informações, como o CODIM sugere que deva ser e indicamos o nosso PO (pronunciamento de orientação) que trata do assunto, nos colocando à disposição para maiores esclarecimentos, explica Haroldo Levy Neto, coordenador do CODIM pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais). O executivo afirma que a receptividade em relação às orientações tem sido muito boa, modificando efetivamente os hábitos das companhias. O comitê tem recebido elogios crescentes quanto a sua atuação e percebido uma maior divulgação entre as próprias empresas. Apesar disso, Neto acredita que é preciso ir além. Temos avançado bastante, mas temos muito ainda a fazer para que as melhores práticas de divulgação de informações estejam realmente na pauta das companhias brasileiras e também das estrangeiras que controlam brasileiras e muitas vezes ignoram o público no nosso país, ressalta. A seguir, confira os depoimentos de representantes das entidades participantes sobre a importância do trabalho desenvolvido pelo CODIM: GERALDO SOARES, presidente do Conselho de Administração do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores): Nos últimos nove anos atuei na coordenação do CODIM (Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado) pelo IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) junto com Haroldo Levy Neto pela APIMEC (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), além de ter sido um dos fundadores do Comitê, em Desde então, avançamos nas discussões sobre as melhores práticas de divulgação e também abrimos o debate para temas que causavam dúvidas no mercado e entre os profissionais. O CODIM iniciou suas atividades reunindo oito entidades do mercado de capitais e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) como membro-observador. Hoje contemplamos 12 instituições do mercado de capitais em uma iniciativa inédita no mundo e que já emitiu 16 Pronunciamentos de Orientação, promoveu três workshops, publicou dois livros e participou de diversos eventos e com ampla disseminação de conhecimento junto aos públicos de interesse do mercado de capitais e com destacado apoio da Imprensa. Apesar da forte identificação com o Comitê - acreditar na relevância e admirar os profissionais que participam desse trabalho - tenho a serenidade e a ponderação para saber o momento de encerrar um ciclo. Além disso, a renovação é muito importante para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo CODIM. Por isso, o IBRI indicou para a função de coordenador do Comitê, Helmut Bossert, que tem vasta experiência no mercado de capitais, inclusive na área de Relações com Investidores. Bossert é um profissional reconhecido no mercado e também de reputação ilibada. Agradeço ao apoio e expresso minha gratidão a todos que se empenharam com generosidade para os trabalhos do CODIM. Foi graças ao trabalho de todas as entidades que podemos nos orgulhar hoje de o CODIM estar consolidado e atuante como marco mundial em termos de autorregulação, tendo como objetivo buscar as melhores práticas no mercado de capitais. HAROLDO REGINALDO LEVY NETO, representante da APIMEC (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais): Depois de muitos anos de reflexão sobre o nosso Mercado de Capitais, nasceu o CODIM. Após algumas conversas realizadas em 2005, entre Geraldo Soares, então Superintendente de RI do Banco Itaú e Vice-presidente do IBRI, eu, que era Presidente da APIMEC SP e Conselheiro da APIMEC Nacional, e alguns outros dirigentes de entidades do mercado e de companhias abertas. Com a visão do Ge- 62 REVISTA RI Abril 2014

4 raldo como RI e minha como Profissional de Investimentos decidimos o Comitê como uma nova e importante frente de trabalho para o desenvolvimento da melhor prática de comunicação no mercado de capitais. Estávamos muito preocupados com o preparo das companhias que já existiam e mais ainda com as que esperávamos que viessem a mercado. Para que a iniciativa tivesse sucesso nós acreditávamos, e isto se mostrou muito acertado, que precisaríamos contar com as mais relevantes entidades de mercado envolvidas com este tema da comunicação das companhias com os seus públicos estratégicos. Neste sentido convidamos: ABRASCA; ANBID (hoje ANBIMA); ANCOR (hoje ANCORD); ANIMEC (extinta); BOVESPA (hoje BM&FBOVESPA) e IBGC. Lembro sempre, que temos legisladores, reguladores, auto reguladores e o CODIM se caracteriza como um AUTO ORIENTADOR, pois não tem poder legal, mas tem o poder de mercado, ou seja, estamos emitindo as melhores práticas exigidas pelos principais públicos estratégicos dessa companhias, portanto, se não houver a implementação dessas orientações, pode haver perda de valor para a companhia. O que fortalece muito a nossa posição é que nenhum pronunciamento é emitido sem a aprovação de todas as entidades-membro. Além disso, temos a CVM como observadora, ou seja, não vota, mas participa ativamente das discussões. A autarquia tem colocado nos seus Ofícios Circulares a recomendação a todas as companhias abertas da leitura dos Pronunciamentos de Orientação do CODIM. EDINA BIAVA, representante da ABRASCA (Associação Brasileira de Companhias Abertas): O CODIM nasceu de uma necessidade do mercado de capitais com o objetivo de debater e recomendar as melhores práticas para a divulgação das informações das Companhias Abertas para os stakeholders. Iniciamos os trabalhos no CODIM com muita garra e uma equipe de seletos profissionais de diferentes áreas e entidades do mercado de capitais com excelente bagagem. Mas, realmente não vislumbrávamos chegar tão longe. Os pronunciamentos elaborados pela equipe do CODIM se transformaram em referência de consulta e respaldo para as Companhias Abertas e de recomendação pelos órgãos reguladores. Sem dúvidas, conseguimos um avanço importante para o disclosure das Companhias junto aos seus investidores. Representar as Companhias Abertas - Abrasca no CODIM me permitiu transferir conhecimentos importantes da bagagem de 30 anos de mercado de capitais. Mas, também me proporcionou muita ciência, de aprendizado com a experiência dos colegas de outras instituições um time ímpar - que dedicou noites e finais de semana do seu escasso tempo para agregar no processo de melhorias das práticas de divulgação. Destaco especificamente o pronunciamento de melhores práticas para preparação e divulgação dos Relatórios Anuais e de Sustentabilidade - conseguimos um Os pronunciamentos elaborados pela equipe do CODIM se transformaram em referência de consulta e respaldo para as Companhias Abertas e de recomendação pelos órgãos reguladores. Sem dúvidas, conseguimos um avanço importante para o disclosure das Companhias junto aos seus investidores. marco nas boas práticas de prestação de contas aos investidores, especialmente para as empresas que já incorporam o GRI - Global Reporting Initiative e se preparam para a divulgação do Relato Integrado. Um grande avanço especialmente pela recomendação de que essas informações devem estar disponíveis aos públicos de interesse da Companhia com um mês de antecedência a Assembleia Geral Ordinária. ALBERTO WHITAKER, conselheiro de administração do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa): Para o IBGC, integrar o Comitê de Orientação para Divulgação de Informação ao Mercado está associado à missão do Instituto, a de ampliar e aprofundar a disseminação das melhores práticas de Governança Corporativa para as organizações. Ao elaborar pronunciamentos e orientações, o CODIM incentiva e dá diretrizes para as empresas listadas e seus agentes quanto aos melhores instrumentos na busca pela transparência. Princípio este fundamental para a boa Governança, que unido à equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, compõe a base de uma organização preocupada em criar valor para as partes interessadas e com o desenvolvimento do mercado. As orientações do CODIM sinalizam a sintonia e o profundo debate gerado pelas suas doze entidades participantes, corroborando o esforço coletivo para o aperfeiçoamento do mercado de capitais. Acreditamos que esta é mais uma relevante iniciativa de autorregulação. Abril 2014 REVISTA RI 63

5 ANTONIO CARLOS MACHADO, representante da ANEFAC (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade): O CODIM é uma organização composta por 12 renomadas entidades brasileiras e seu papel é o de atuar na disseminação das melhores práticas de comunicação das empresas e companhias junto ao mercado em geral. É uma entidade não normativa, mas o nível de qualidade de seus pronunciamentos e a própria questão de ser formado por entidades respeitadas, que abrangem diversos grupos de profissionais, faz com que o mercado adote tais pronunciamentos de maneira espontânea. Em nossas reuniões mensais, já tivemos citados casos de companhias que divulgaram informações baseadas nos pronunciamentos do CODIM, o que é uma grande satisfação para nós que participamos de suas preparações e encaminhamento ao público em geral. A ANEFAC em breve participará diretamente da elaboração, como redator, de um pronunciamento de orientação. Será uma grande oportunidade para contribuirmos com a missão do CODIM. Eu estou no meu segundo ano de representação da ANEFAC no comitê e continuarei ajudando no que estiver ao meu alcance sempre que for possível. MAURO RODRIGUES DA CUNHA, presidente da AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais): O CODIM é uma iniciativa única no mundo. O fato de convergir sugestões de doze entidades do mercado de capitais brasileiro, e a CVM como observadora, implica em contemplar as melhores práticas de governança corporativa com imparcialidade. Portanto, já em sua origem reside o compromisso de ser uma ferramenta relevante de trabalho para o aperfeiçoamento do mercado. A entidade não possui papel regulador, mas suas orientações são indicadas pela CVM às companhias abertas, inclusive através do oficio circular SEP 01, que todo ano transmite às companhias as orientações mais importantes do regulador. Fazer parte desse grupo é uma honra para a Amec. Buscamos trabalhar com severidade para contribuir com as orientações às companhias abertas, profissionais de relação com investidores, analistas de investimentos, investidores, administradores de recursos, dentre outros, a respeito das alternativas mais adequadas de divulgação de informações para um público que é bastante diversificado e deve exigir cada vez mais qualidade, transparência, tempestividade, acessibilidade, e detalhamento das informações. RI CODIM PRONUNCIAMENTOS DE ORIENTAÇÃO ( Teleconferências PO n 01 Geraldo Soares (IBRI) e Haroldo Reginaldo Levy Neto (APIMEC) 05/out/2005. Apresentações Públicas Periódicas - PO n 02 Lígia Montagnani (APIMEC) e Eduardo Lobo Fonseca (ANCORD) 13/ jul/2007; e Reuniões Restritas - PO n 03 Hélio Garcia (IBRI) e Edina Biava (ABRASCA) 26/nov/2007; Guidance - PO n 04 Geraldo Soares (IBRI) e Edna Holanda (BM&FBOVESPA) 17/abr/2008; Ato ou Fato Relevante - PO n 05 Edison Garcia (AMEC) e Marcos Sanches (IBRACON) 27/Nov/2008; Release - PO n 06 Hélio Garcia (IBRI) e Alexandre Oliveira (CFC) 05/mar/2009; Período de Silêncio antes da Divulgação Pública das Demonstrações Contábeis - PO n 07 Haroldo Reginaldo Levy Neto (APIMEC) e Marco Antonio Muzzili (IBRACON) 22/set/2009; Melhores Práticas de Divulgação de Resultados Periódicos - PO n 08 Alexandre Queiroz de Oliveira (CFC) e Lígia Silva Leite Montagnani (APIMEC) 17/fev/2011; Instruções Preparativas para o Formulário de Referência - PO n 09 Charles Holland (IBGC) e Haroldo Reginaldo Levy Neto (APIMEC) 27/abr/2011; Comunicação Eletrônica Website de Relação com Investidores (RI) PO n 10 Hélio Garcia (IBRI) e Edison Garcia (AMEC) 5/out/2011; Período de Silêncio em Ofertas Públicas de Distribuição de Valores Mobiliários Manifestação na Mídia - PO n 11 Carlos Alberto Rebello (BM&FBOVESPA) e João Carlos Gonçalves Silva (ANBIMA) 11/jan/2012; Comunicação Eletrônica - PO n 12 Edison Garcia (AMEC) e Helio Garcia (IBRI) 17/mai/2012; Melhores Práticas para a Elaboração e Divulgação do Relatório Anual PO n 13 Edina Biava (ABRASCA) e Marco A. Muzilli (IBRACON) 15/jun/2012; Melhores Práticas de Divulgação de Informações sobre Sustentabilidade - PO n 14 Geraldo Soares (IBRI) e Haroldo Reginaldo Levy Neto (APIMEC) 4/set/2012; Código de Conduta das Companhias PO n 15 Carlos Alberto Rebello (BM&FBOVESPA) e Alberto Whitaker (IBGC) 14/nov/2012; Informação Relevante não Divulgada ao Mercado PO n 16 Geraldo Soares (IBRI) e João Carlos Gonçalves da Silva (ANBIMA) 31/out/ REVISTA RI Abril 2014