A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS REFUGIADOS NO BRASIL Marcelo Fernando Quiroga Obregon 1 Jennyffer Novaes de Morais 2

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1 Derecho y Cambio Social A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS REFUGIADOS NO BRASIL Marcelo Fernando Quiroga Obregon 1 Jennyffer Novaes de Morais 2 Fecha de publicación: 01/07/2017 Sumário: Introdução. 1. Escorço histórico do instituto do refúgio. 2. Análise da legislação nacional e internacional. 3. A proteção dos direitos humanos dos refugiados no Brasil. Considerações Finais. Referências. Resumo: O instituto do refúgio surgiu no início do século XX, com a Liga das Nações, em virtude do grande número de pessoas perseguidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A Lei nº 9.474/97 estabelece a condição jurídica do mesmo. Os refugiados são titulares dos direitos e liberdades fundamentais assegurados pelos instrumentos internacionais de direitos humanos, de modo que a organização dos refugiados foi criada com o intuito de devolver os direitos mínimos às pessoas que sofrem perseguição. Portanto, o presente artigo busca analisar a proteção dos direitos humanos dos refugiados no Brasil. Para isso, analisou-se o que traz sobre o tema, a doutrina e a legislação nacional e internacional. Por fim, temos que diante da atual situação de crise dos refugiados e do caráter 1 2 Doutorando em direitos e garantias fundamentais na Faculdade de Direito de Vitório FDV. Mestre em Direito internacional e Direito Comunitário pela PUC-MG. Especialista em Política Internacional pela Fundação Escola de Sociologia Política de São Paulo, vinculado à Faculdade de Direito de Vitória FDV. Coordenador da Pós Graduação em Direito Marítimo e Portuário da FDV. mfqobregon@yahoo.com.br Graduanda em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória FDV. jnm.morais@gmail.com ISSN: Depósito legal:

2 humanitário do instituto, é imprescindível que os direitos e garantias fundamentais sejam garantidos aos refugiados. PALAVRAS-CHAVE: Refúgio; Direito internacional; Direitos humanos. ISSN: Depósito legal:

3 INTRODUÇÃO O instituto do refúgio surgiu no início do século XX, com a Liga das Nações, em virtude do grande número de pessoas perseguidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A situação política e econômica do país levou às fugas, especialmente no que se refere à Revolução Bolchevique, com o colapso das Frentes antibolcheviques, fome e fim da resistência dos russos oposicionistas ao comunismo. Diante do grande número de pessoas, a assistência que antes era oferecida pela Cruz Vermelha, passou à Liga das Nações e, o instituto do asilo era insuficiente ante sua característica de individualizar os indivíduos. Com isso, seria necessária uma qualificação coletiva assegurando a proteção internacional daquelas pessoas e, com o fim da Segunda Guerra Mundial, motivo pelo qual surge a Convenção de Tanto a Convenção de 1951 como o Protocolo de 1966 e a Lei nº 9.474/97 trazem definições de refugiado, sendo que esta última estabelece que será reconhecido como refugiado todo indivíduo que a) devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; b) não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; c) devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. Os refugiados são titulares dos direitos e liberdades fundamentais assegurados pelos instrumentos internacionais de direitos humanos, de modo que a organização dos refugiados foi criada com o intuito de devolver os direitos mínimos às pessoas que sofrem perseguição. Com isso e, considerando as várias violações de direitos humanos ocorridas no mundo, o presente artigo busca analisar a proteção conferida aos direitos humanos dos refugiados no Brasil e, para tanto, analisou-se o que traz sobre o tema, a doutrina e a legislação nacional e internacional. ISSN: Depósito legal:

4 No primeiro tópico faremos uma abordagem histórica sobre o instituto do refúgio, demonstrando como surgiu a necessidade de se positivar a prática de acolhimento de pessoas perseguidas, com o nascimento do direito de asilo e, posteriormente, o refúgio. No tópico seguinte, analisaremos a legislação nacional e internacional de proteção dos refugiados que, irão estabelecer o tratamento a ser dispensado aos refugiados no Brasil. Após, o tópico 3º trará um estudo sobre a proteção dos direitos humanos dos refugiados no Brasil, de modo a verificar a efetivação de tal proteção no país. Por fim, temos que diante da atual situação de crise dos refugiados e do caráter humanitário do instituto, é imprescindível que os direitos e garantias fundamentais sejam garantidos aos refugiados. 1. ESCORÇO HISTÓRICO DO INSTITUTO DO REFÚGIO O acolhimento de pessoas perseguidas por motivos de raça, religião, opiniões políticas, nacionalidade ou grupo social é uma característica da raça humana identificada há muito. Durante toda a história da humanidade é possível verificar a concessão de proteção a essas pessoas reiteradamente, de modo que tal característica pode ser identificada como um costume internacional. 3 Não obstante o acolhimento de pessoas perseguidas ser amplamente praticada, foi necessária a positivação desta prática, com vistas a aumentar a eficácia dessa proteção internacionalmente. A partir desta positivação, foi estabelecido o direito de asilo lato sensu, abrangendo o asilo diplomático e territorial e o refúgio. 4 O refúgio é um instituto do Direito Internacional mais recente e, por ser categoricamente tipificado, não consiste em um ato discricionário do Estado, tendo em vista que a concessão do status de refugiado é vinculada aos dispositivos legais bem delimitados. 5 O instituto do refúgio surgiu no início do século XX, com a Liga das Nações, em virtude do grande número de pessoas perseguidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A situação política e econômica do país JUBILUT, Liliana Lyra. O Direito internacional dos refugiados e sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro. São Paulo: Método, Disponível em: < rnacional_dos_refugiados.pdf>. Acesso em: 05 nov p. Ibidem. 36 p. Ibidem. 42 p. ISSN: Depósito legal:

5 levou às fugas, especialmente no que se refere à Revolução Bolchevique, com o colapso das Frentes antibolcheviques, fome e fim da resistência dos russos oposicionistas ao comunismo. Diante do grande número de pessoas, a assistência que antes era oferecida pela Cruz Vermelha, passou à Liga das Nações e, o instituto do asilo era insuficiente ante sua característica de individualizar os indivíduos. Com isso, seria necessária uma qualificação coletiva assegurando a proteção internacional daquelas pessoas. 6 Desse modo, a Liga das Nações criou, em 1921, o Alto Comissariado para os Refugiados Russos, iniciando-se assim, a proteção internacional aos refugiados. O Alto Comissariado, porém, tinha competência limitada a pessoas de origem russa e, cada vez mais pessoas de outras nacionalidades e etnias começaram a necessitar da mesma proteção jurídica internacional de refugiados. 7 Desse modo, em 1926 a competência deste Alto Comissariado foi ampliada para outros povos, possibilitando a proteção de refugiados armênios, que sofrera o primeiro genocídio de toda a história. Em 1927, a competência foi novamente ampliada, em virtude do contexto internacional, passando a atender, também, os refugiados assírios, assírioscaldeus, turcos e montenegrinos. 8 No ano de 1930, a Liga das Nações criou um órgão descentralizado, sob sua direção, chamado Escritório Nansen para os Refugiados, para tratar da questão humanitária dos refugiados. Tal órgão elaborou a Convenção de 1933, que possibilitou o início da positivação do Direito Internacional dos Refugiados, prevendo, inclusive o princípio do non-refoulement. 9 Ao mesmo tempo, passou a surgir o nacional-socialismo na Alemanha, provocando assim, a criação de um novo grupo de pessoas (judeus alemães) perseguidas em razão de status civil, que também necessitavam da proteção oferecida aos refugiados. Posteriormente foi necessário criar um órgão de proteção específico para os judeus alemães, tendo em vista que a Alemanha, membro da Liga das Nações, era contrária ao reconhecimento dos judeus alemães como refugiados. Dessa forma, em Ibidem p. Ibidem. 74 p. JUBILUT, Liliana Lyra. O Direito internacional dos refugiados e sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro. São Paulo: Método, Disponível em: < rnacional_dos_refugiados.pdf>. Acesso em: 05 nov p. Ibidem. 76 p. ISSN: Depósito legal:

6 1936 nasceu o Alto Comissariado para os Refugiados Judeus provenientes da Alemanha, que passou a proteger também, judeus oriundos da Áustria em Contudo, em 1938 a Liga das Nações cessou as atividades do Escritório Nansen para os Refugiados e do Alto Comissariado para os Refugiados Judeus provenientes da Alemanha, criando o Alto Comissariado da Liga das Nações para Refugiados, unificando o tratamento dos refugiados. 11 Com o advento da Segunda Guerra Mundial e a crise de legitimidade e poder da Liga das Nações, o Alto Comissariado da Liga das Nações para Refugiados tornou-se ineficaz, sem conseguir executar suas atribuições, tendo em vista os mais de 40 milhões de refugiados resultantes da guerra e, foi extinto em Em 1938 também foi criado o Comitê Intergovernamental para os Refugiados, sob influência dos Estados Unidos. Esse Comitê atuava de forma complementar ao Alto Comissariado da Liga das Nações para Refugiados, de modo que com a extinção de tal Alto, o Comitê assumiu suas funções. Todavia, em 1947o Comitê Intergovernamental para os Refugiados também foi extinto, de modo que a proteção internacional dos refugiados passou à Comissão Preparatória da Organização Internacional para Refugiados, junto da ONU. 13 Nos mesmo moldes dos organismos de proteção dos refugiados anteriores, a Organização Internacional para Refugiados (que começou a atuar em 1948), possuía um termo final de atuação, sendo o seu previsto para 30 de junho de 1950, no entanto, somente encerrou suas atividades em 28 de fevereiro de 1952, em virtude da necessidade de se preparar o estabelecimento de um novo organismo para continuar as atividades. 14 Com isso, nasceu o órgão da ONU, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), passando a exercer a proteção dos Ibidem p. Ibidem. 77 p. JUBILUT, Liliana Lyra. O Direito internacional dos refugiados e sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro. São Paulo: Método, Disponível em: < rnacional_dos_refugiados.pdf>. Acesso em: 05 nov p. Ibidem. 78 p. Ibidem. 79 p. ISSN: Depósito legal:

7 refugiados a partir de 1950 e, sendo o órgão que atualmente continua a exercer tal proteção, tendo em vista que seu mandato tem sido renovado a cada cinco anos, em virtude da crise dos refugiados ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL Uma vez examinada a linha histórica do instituto, convém explorar agora as normas internas e internacionais de proteção dos refugiados que, irão estabelecer o tratamento a ser dispensado aos refugiados no Brasil. Inicialmente, merece realce a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados 16, de 1951, e seu Protocolo de Tais dispositivos constituem textos magnos dos refugiados no plano universal 18, tendo em vista as disposições essenciais e definições previstas em seus textos. A Convenção de 1951 foi promulgada no Brasil pelo Decreto nº /1961 e, segundo seu artigo 1º, refugiado é qualquer pessoa que [...] em conseqüência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em conseqüência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele. (grifos nossos) Observa-se a existência de uma limitação temporal no texto do supracitado artigo, restringindo a condição de refugiado aos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de Ademais, há também que se indicar que o artigo 1º da Convenção de 1951 também estabelecia uma limitação geográfica, ao passo que dizia que apenas pessoas vindas da Europa poderiam requerer o refúgio em outros países. Ocorre que, tais limitações não correspondiam aos interesses da sociedade internacional, razão pela qual a definição de refugiado foi Ibidem p. ONU. ACNUR. Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951). Disponível em: < statuto_dos_refugiados.pdf>. Acesso em: 07 nov ONU. ACNUR. Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados (1966). Disponível em: < Acesso em: 07 nov MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. ISSN: Depósito legal:

8 ampliada pelo Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de Tal protocolo foi promulgado no Brasil pelo Decreto nº /1972 e, segundo seu artigo 1º, refugiado é qualquer pessoa que se enquadre na definição dada no artigo primeiro da Convenção, como se as palavras "em decorrência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e..." e as palavras "...como conseqüência de tais acontecimentos" não figurassem do parágrafo 2 da seção A do artigo primeiro. Além disso, o mesmo artigo estabelece que o Protocolo será aplicado pelos Estados Partes sem nenhuma limitação geográfica, de modo que tanto a limitação temporal como a geográfica, presentes na Convenção de 1951 foram abandonadas pelo Brasil. Acresça-se, porém, que no Brasil, a limitação geográfica apenas foi abandonada em 19 de dezembro de 1989, com o Decreto nº /1989, pois, apesar da ratificação do Protocolo de 1966, foi mantida a limitação geográfica, por reserva 19. Como visto, a concessão do status de refugiado se dá em virtude de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social, opinião política. Além disso, instrumentos regionais, como a Declaração de Cartagena sobre Refugiados, podem ampliar os motivos do refúgio, de modo a abranger a ameaça generalizada, agressão interna e a violação massiva de direitos humanos 20. Os refugiados no Brasil são detentores dos mesmos direitos que um cidadão normal e, se sujeitam aos mesmos deveres que um estrangeiro em território nacional, devendo acatar as leis, regulamentos e demais atos do Poder Público que visam a manutenção da ordem pública, conforme estabelecido no artigo 2º da Convenção de A mencionada Convenção estabelece, ainda, o princípio da não discriminação dos refugiados, quanto à raça, religião ou país de origem e, determina que o Estado conceda aos refugiados tratamento favorável ou não desfavorável ao que é concedido, nas mesmas circunstancias, aos estrangeiros, referente à aquisição de bens móveis ou imóveis e a outros direitos referentes à tais propriedades. 19 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 20 Ibidem. 742 p. ISSN: Depósito legal:

9 Ademais, o artigo 16 designa o direito ao livre e fácil acesso aos tribunais, de modo que o refugiado tem direito ao mesmo tratamento que um nacional, em relação ao acesso aos tribunais, tendo, inclusive, direito à assistência judiciária gratuita. Quanto às profissões assalariadas, a Convenção determina que os refugiados receberão o mesmo tratamento que os nacionais de um país estrangeiro. A imposição de medidas restritivas aos estrangeiros para a proteção do mercado nacional do trabalho não será aplicada aos refugiados que já estavam dispensados pelo Estado, na data da entrada em vigor da Convenção ou, que preencham uma das seguintes condições: já estejam há 3 anos com residência no país; tenham cônjuge brasileiro; tenham filho brasileiro. Da mesma forma, relativamente às profissões não assalariadas e às profissões liberais, os refugiados também receberão o mesmo tratamento dado aos estrangeiros em geral. A Convenção de 1951 também determina que os refugiados serão tratados como nacionais no que diz respeito a possíveis racionamentos de recursos, ao acesso ao ensino primário, ao acesso à assistência pública, à legislação do trabalho e previdência social. E estabelece que os refugiados serão tratados como os estrangeiros em geral, no que diz respeito a alojamentos, ao ensino além do primário e à liberdade de movimento. Ademais, aos refugiados também são assegurados documentos de identidade e, o artigo 28 da Convenção institui o Documento de Viagem, garantindo a proteção internacional aos refugiados, de modo que permitelhes viajar fora do território que se encontrem, desde que observadas a segurança nacional e a ordem pública. Os refugiados não serão submetidos a direitos, taxas, impostos, maiores do que os que são submetidos os nacionais em igual situação e, no que concerne à transferência de bens, os Estados Contratantes devem permitir que os refugiados transfiram os bens que trouxeram para o seu território, para o território de outro país no qual foram admitidos com o intuito de nesse se reinstalarem (art. 30). No que tange aos refugiados em situação irregular no país de refúgio, a estes não serão aplicadas sanções penais, desde que se apresentem sem demora às autoridades e lhes informe motivos aceitáveis para sua entrada ou presença irregulares. Para que um refugiado regular seja expulso do território nacional, é preciso que haja motivação fundada na segurança nacional ou ordem pública, respeitado o devido processo legal. ISSN: Depósito legal:

10 O artigo 33 da Convenção de 1951 traz o princípio do nonrefoulement, que consiste na proibição da expulsão ou rechaço dos refugiados para fronteiras dos territórios em que sua vida ou liberdade esteja ameaçada por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas. Tal proibição, porém, não se aplica aos refugiados que sejam considerados um perigo para a segurança do país no qual se encontre, por motivos sérios, ou que, houver sido condenado definitivamente por crime ou delito grave, constituindo ameaça para a comunidade nacional. A Convenção de 1951 ainda determina que os Estados Contratantes deverão facilitar a assimilação e naturalização dos refugiados, esforçandose para acelerar o processo de naturalização e reduzir as taxas e despesas envolvidas nesse processo. Em âmbito nacional, o Brasil editou a Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, definindo os mecanismos para a efetivação da Convenção de Tal legislação interna representa a primeira lei nacional a efetivar um tratado de direitos humanos no Brasil. Ademais, consiste na primeira norma brasileira a fazer referência direta à Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, utilizando tal Declaração como seu referencial ético de interpretação 21. O artigo 1º da Lei nº 9.474/ dispõe que será reconhecido como refugiado todo indivíduo que, I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. Acrescenta o artigo 2º que os efeitos da condição dos refugiados serão extensivos ao cônjuge, ascendentes, descendentes e demais membros do 21 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 22 BRASIL. Lei n , de 22 de julho de Disponível em: < Acesso em: 07 nov ISSN: Depósito legal:

11 grupo familiar que dependerem do refugiado economicamente, desde que se encontrem em território nacional. Destaque-se que o conceito de refugiado previsto pela lei nacional é mais amplo que o anteriormente estabelecido pela Convenção de 1951, de modo que permite a concessão do refúgio devido a grave e generalizada violação de direitos humanos. A lei supramencionada cria o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), que consiste em um órgão de deliberação coletiva, no âmbito do Ministério da Justiça (art.11) e, é o órgão responsável por analisar o pedido sobre reconhecimento da condição de refugiado. O CONARE é composto por um representante de cada um dos seguintes Ministérios: da Justiça, das Relações Exteriores, do Trabalho, da Saúde, da Educação e Desporto. Também fará parte da composição do CONARE, um representante do Departamento de Polícia Federal, um representante do ACNUR e um representante de organização não governamental, que se dedique a atividades de assistência e proteção aos refugiados no país. O artigo 7º da Lei nº 9.474/1997 dispõe que o estrangeiro que chegar ao Brasil poderá informar que deseja o reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre na fronteira e, o CONARE, como dito acima, irá fazer a análise. O processo de refúgio tem seu procedimento regulado pelos artigos 17 ao 28 da lei nacional em comento e, o artigo 29 determina que caso o CONARE decida negativamente, tal decisão precisa ser fundamentada e caberá recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no prazo de 15 dias. Desse modo, e nos termos do artigo 31 da lei, a decisão do Ministro de Estado da Justiça não é passível de recurso. No entanto, isso não significa dizer que tal decisão possa ser arbitrária ou ilegal, afinal o reconhecimento da condição de refugiado é ato vinculado aos requisitos que estão taxativamente previstos na lei 23. Com a concessão do status de refugiado, o solicitante fica amparado pelo Estatuto dos Refugiados de 1951, principalmente no que se refere ao princípio do non-refoulement, que proíbe a devolução sem justo motivo do refugiado para país onde este já sofreu ou possa sofrer perseguição capaz de ameaçar ou violar seus direitos MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. Ibidem. 744 p. ISSN: Depósito legal:

12 Acresça-se que o artigo 33 da Lei nº 9.474/1997 estabelece que o reconhecimento da condição de refugiado impede o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão do refúgio. Além disso, determina o artigo 34 que a solicitação de refúgio suspende qualquer processo de extradição pendente, baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio. Por fim, uma observação tem de ser feita, é que apesar do disposto nos artigos 33 e 34 da lei, o Supremo Tribunal Federal pode declarar nula a decisão do Ministro da Justiça que concede o status de refugiado, pois tal decisão também se submete ao controle de legalidade desempenhado pelo STF, de modo que este poderá analisar o pedido de extradição A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS REFUGIADOS NO BRASIL Os refugiados são titulares dos direitos e liberdades fundamentais assegurados pelos instrumentos internacionais de direitos humanos, de modo que a organização dos refugiados foi criada com o intuito de devolver os direitos mínimos às pessoas que sofrem perseguição. Dentro os diversos direitos humanos que são aplicáveis aos refugiados, destacam-se o direito à vida, proteção contra a tortura e os maus tratos, direito à nacionalidade, direito à liberdade de circulação, direito a deixar qualquer país, direito a regressar ao seus país e o direito de não ser forçado a regressar. Tais direitos são reconhecidos para todas as pessoas, cidadãos ou não, na Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e no Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (formando a Carta Internacional dos Direitos Humanos). No entanto, existem outros importantes direitos dos refugiados que não se encontram na Carta Internacional dos Direitos Humanos, como é o caso do direito de não ser forçado a regressar, ou de não ser expulso para lugar que ameaça sua vida ou liberdade. Tal direito encontra-se positivado através do princípio do non-refoulement, no artigo 33 da Convenção de MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. ISSN: Depósito legal:

13 Ademais, a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes 26 também expressa o princípio do non-refoulement, na medida em que seu artigo 3º determina que, Artigo 3 1. Nenhum Estado Parte expulsará, devolverá ou extraditará uma pessoa para outro Estado quando houver fundados motivos para se acreditar que, nele, ela poderá ser torturada. 2. Com vistas a se determinar a existência de tais motivos, as autoridades competentes levarão em conta todas as considerações pertinentes, inclusive, quando for o caso, a existência, no Estado em questão, de um quadro de graves, maciças e sistemáticas violações dos direitos humanos. As violações dos direitos humanos são uma das principais causas de emigração de pessoas e, embora existam esforços para resolver essa questão em sua origem, é primordial analisar as dificuldades que os refugiados enfrentam depois de deixarem seus países. Dentre tais dificuldades está a tendência de se fechar as portas aos requerentes de refúgio, na medida em que alguns Governos, introduzem medidas restritivas dificultando o acesso aos seus territórios. Essas medidas costumam impor requisitos complexos e burocráticos para a obtenção de vistos por nacionais de certos países. 27 Sobre este aspecto, uma notícia do jornal brasileiro R7.com informou que Estrangeiros que viajaram a seus países de origem não conseguem mais vistos para retornar. De acordo com a reportagem, estrangeiros de Senegal, Gâmbia, Guiné Bissau, Togo, entre outros, relataram que foram impedidos de retornar ao Brasil depois de viajarem aos seus países de origem, pelos mais diversos motivos, de modo que alguns deles correm risco de morte NAÇÕES UNIDAS. Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Disponível em: < Acesso em: 07 nov ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS DIREITOS HUMANOS. Fichas informativas sobre direitos humanos: direitos humanos e refugiados. Nº 20. Genebra, Disponível em: < Acesso em: 07 nov p. ZÚNICA, L; SABOYA, E. Manobra do governo Temer barra entrada de refugiados no Brasil. 07 nov Disponível em: < Acesso em: 08 nov ISSN: Depósito legal:

14 De acordo com o jornal brasileiro, o problema iniciou-se quando em 21 de setembro de 2016 o Ministério da Justiça publicou a Nota Informativa 09/2016 da Divisão de Política de Imigração, estabelecendo a obrigatoriedade de visto a portadores de protocolo de solicitação de refúgio, que viajam ao exterior. Com isso, um grupo de refugiados ficou retido durante dias no Conector do aeroporto de Guarulhos, em condições precárias, ao desembarcarem no Brasil e serem surpreendidos com a nova norma. Após a repercussão negativa do acontecido, o grupo foi liberado e, em 03 de outubro, o CONARE informou, via que a mencionada resolução só será válida a partir de 1º de janeiro de A notícia acima narrada ilustra claramente a já mencionada tendência para se fechar as portas aos requerentes de refúgio, de modo que a medida imposta pelo Governo brasileiro dificulta o acesso ao território nacional, com a criação de requisitos complexos e burocráticos. Além disso o alojamento em condições precárias, configura maus tratos aos requerentes do refúgio, o que viola o direito à dignidade da pessoa humana. Aliás, outra dificuldade enfrentada é exatamente os maus tratos a requerentes de refúgio, ao passo que a repulsão nos aeroportos e fronteiras, prejudicam muito alguns requerentes de refúgio. Essa repulsão, às vezes, é feita de forma desumana, assim como o regresso forçado ao país de origem, o que ameaça suas vidas, liberdade e segurança. Barcos apinhados de requerentes de asilo chegam a ser desviados e obrigados a regressar, e os seus ocupantes morrem de fome ou servem de presa fácil a piratas e tubarões quando tentam desembarcar em certas costas. 29 Os problemas enfrentados pelos refugiados no Brasil representam apenas uma pequena parcela das dificuldades enfrentadas por essas pessoas, tendo em vista que ao redor do mundo podem ser observados muitos outros problemas aos quais os requerentes de refúgio podem ser submetidos, tais como, agressões físicas, denegação de direitos, ataques, abusos, agressões xenófobas e racistas, dentre outros. Todas essas medidas que tendem a dificultar a concessão de refúgio devem ser combatidas, de modo que os Estados acolhedores devem receber e proteger os refugiados, afastando a intolerância e garantindo seus direitos 29 ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS DIREITOS HUMANOS. Fichas informativas sobre direitos humanos: direitos humanos e refugiados. Nº 20. Genebra, Disponível em: < Acesso em: 07 nov p. ISSN: Depósito legal:

15 humanos. Ao mesmo tempo, devem também ser combatidas, as causas que levam aos fluxos de refugiados, desde a pobreza até a própria violação de direitos humanos nos países de origem. CONSIDERAÇÕES FINAIS O crescente número de pessoas perseguidas por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social, opiniões políticas ou grave e generalizada violação de direitos humanos requer uma cooperação entre os povos de modo a possibilitar o acolhimento e proteção dessas pessoas. Todas elas são sujeitos de direitos e deveres e, à elas devem ser assegurados os direitos humanos a que toda pessoa humana pode invocar. Desse modo, devem ser combatidas as medidas restritivas de acesso do refugiado ao território dos Estados Partes, bem como os maus tratos, a denegação de direitos, as violações dos direitos à vida, liberdade e segurança, as agressões xenófobas e racistas, e toda e qualquer violação aos direitos humanos dos refugiados. Os refugiados não são simples estrangeiros querendo ingressar no território nacional, mas sim pessoas que ao viver no exílio e depender de outros para sobreviver, precisam lidar com as mais variadas dificuldades. Por isso, diante do caráter humanitário do instituto, o Estado precisa, no mínimo, garantir a proteção dos direitos humanos dos refugiados no Brasil. REFERÊNCIAS ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS DIREITOS HUMANOS. Fichas informativas sobre direitos humanos: direitos humanos e refugiados. Nº 20. Genebra, Disponível em: < Acesso em: 07 nov BRASIL. Lei n , de 22 de julho de Disponível em: < Acesso em: 07 nov JUBILUT, Liliana Lyra. O Direito internacional dos refugiados e sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro. São Paulo: Método, Disponível em: < s/2013/o_direito_internacional_dos_refugiados.pdf>. Acesso em: 05 nov ISSN: Depósito legal:

16 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, NAÇÕES UNIDAS. Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Disponível em: < Acesso em: 07 nov ONU. ACNUR. Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951). Disponível em:< Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf>. Acesso em: 07 nov ONU. ACNUR. Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados (1966). Disponível em:< umentos/refugiados66.htm>. Acesso em: 07 nov ZÚNICA, L; SABOYA, E. Manobra do governo Temer barra entrada de refugiados no Brasil. 07 nov Disponível em: < Acesso em: 08 nov ISSN: Depósito legal:

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