DIREITOS HUMANOS CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO EXTRADIÇÃO
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- Rui Barros
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1 DIREITOS HUMANOS CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO EXTRADIÇÃO I. Espécies: A. Ativa: do ponto de vista do Estado que solicita a extradição de um indivíduo que está em outro Estado. Verificada a partir do Estado solicitante, ou seja, aquele que encaminha o pedido de extradição para outro país. B. Passiva: do ponto de vista do Estado no qual o individuo a ser extraditado se encontra. Visualizada a partir do Estado que recebe de outro um pedido de extradição. C. Voluntária: quando o indivíduo, de livre e espontânea vontade, entrega-se à jurisdição do Estado requerente no caso de um pedido de extradição. D. Compulsória: quando o extraditando é encaminhado para o Estado requerente após a conclusão e o deferimento do pedido de extradição, sem que se entregue espontaneamente. II. Competência: A. Administrativa - DRCI - SNJ: o recebimento do pedido de extradição se dá pelo Ministério das Relações Exteriores que, por sua vez, encaminhará a instrução documental da solicitação para o departamento de recuperação de ativos e cooperação jurídica internacional da Secretaria Nacional de Justiça. B. Judicial STF: após instrução executiva, é competente para decidir sobre o pedido de extradição o plenário do STF, contra decisão do qual não haverá recurso. Caso o Supremo entenda haver indícios de motivação política no pedido de extradição, a decisão final caberá ao Presidente da República. III. Tramitação: se em 60 dias o processo não for concluído, o individuo será colocado em liberdade mas todos os seus documentos que o possibilitariam de sair do território nacional serão apreendidos. Se o Estado requerente entender haver motivos o suficientes para isso, poderá pedir a prisão dele pela INTERPOL. Necessariamente, este sujeito deverá estar representado pelo advogado que o assistirá no processo de extradição, que deverá buscar os requisitos para desconsiderar o pedido de extradição 1
2 em si. Neste meio tempo, o MPF, na pessoa do PGR deverá se manifestar. E, se o STF pedir a manifestação do presidente, o AGR também deverá se manifestar. Durante o curso do processo de extradição, o indivíduo deverá estar representado por advogado e poderá ser colocado a disposição da Justiça Brasileira, através da prisão preventiva. Necessariamente haverá o pronunciamento do Ministério Público Federal e, se a decisão final couber ao Presidente da República, a Advocacia Geral da União também se pronunciará. Se a extradição for negada, o indivíduo será imediatamente liberado e novo pedido sobre o mesmo fato não será apreciado; se aceito o pedido, o extraditando será colocado à disposição, se recusado, será ele posto em liberdade. IV. Princípios: A. Nacionalidade: o Brasil não extraditará brasileiro nato. B. Legalidade: o Brasil não extraditará se o crime não for tipificado como crime na legislação nacional. Não será concedida a extradição se o delito motivador não for tipificado como tal no Brasil, ou se tipificado, a pena for alternativa ou punida com sanção inferior a 2 anos de prisão. C. Devido Processo Legal: o Estado requerente deve se comprometer a seguir todas as fases processuais penais, especialmente no que tange à ampla defesa. Todas as garantias processuais deverão ser asseguradas ao extraditando pelo Estado requerente. D. Juiz Natural: uma decorrência lógica é a garantia de que o indivíduo extraditando não será submetido a juízo marcial ou corte de exceção pelo Estado requerente E. Reciprocidade: por este princípio, seja via prévio Tratado de extradição entre as partes, seja via compromisso diplomático apresentado expressamente no momento do pedido de extradição, somente se procederá com encaminhamento do indivíduo se houver compatibilidade jurídica das penas aplicáveis no Brasil e no outro Estado; se habitualmente, não houver tal compatibilidade, deverá haver o compromisso de comutação das penas aplicáveis, no sentido de compatibilizá-las com a mais branda. F. Territorialidade: garantia para o extraditando que somente deverá ser submetido à jurisdição do Estado requerente, princípio pelo qual se proíbe o instituto da reextradição. G. Tipicidade: o extraditando não poderá, no Estado requerente, ser processado por delito distinto daquele que fundamentou o pedido de extradição. EXPULSÃO Para que se possa proceder com uma expulsão, sem o prejuízo da pena aplicável pelo crime que cometeu, é um agravamento maior para que seja expulso. Se cometeu 2
3 crime comum, restritiva de liberdade superior a 2 anos, ele poderá ser expulso depois de cumprir pena; o que não prejudicará os benefícios de cumprimento. Por este instituto, o sujeito não poderá voltar a ingressar no território brasileiro por um período a ser determinado pelas autoridades. Medida administrativa segundo a qual o estrangeiro condenado no Brasil por crime comum e com trânsito em julgado, com pena não inferior a 2 anos de prisão, ou ainda, condenado por crimes contra a humanidade à luz do Estatuto de Roma, é coercitivamente banido do território nacional após o cumprimento da pena (no primeiro caso) ou antes da entrega ao TPI (no segundo caso). I. Impeditivos: A. Família: Não poderá ser expulso o indivíduo que tiver filho brasileiro que esteja sob a sua guarda, sua dependência socio-economica e socio-afetiva, ou sob regime de tutela; que tiver cônjuge brasileiro reconhecido pela justiça brasileira, sem discriminação em virtude da modalidade familiar. B. Residência: Se houver fixado residência no território nacional antes de completados 12 anos de idade, contar com mais de 70 anos, ou encontrar-se no brasil há pelo menos 10. II. Procedimentos: Após as devidas conclusões judiciais em sede penal, o indivíduo será notificado administrativamente pelo Ministério da Justiça após comunicação da autoridade policial ou judicial para se manifestar à luz do contraditório e da ampla defesa em até 60 dias, findos os quais, sem manifestação ou sem configuração de um ou mais impeditivos será o indivíduo expulso do território nacional. DEPORTAÇÃO O sujeito não cometeu nenhum delito, mas está com a documentação irregular; será notificado para que regularize sua situação em até 60 dias ou deixe o território. Deverá constituir advogado e, caso não haja possibilidade, terá direito a um defensor dativo. Medida aplicada sobre estrangeiro que se encontrar em situação documentalmente irregular no território nacional. I. Procedimentos: Após constatada a irregularidade do indivíduo, será ele notificado pelo departamento de polícia federal a apresentar defesa ou voluntariamente deixar o território no prazo de 60 dias, findos os quais, será ele retirado do território nacional. 3
4 ASILO POLÍTICO Medida individual de proteção destinada a indivíduos que estejam sofrendo perseguição política em seus países de origem ou mesmo em outros Estados. Apenas de se tratar de um princípio vetor da República Federativa do Brasil e do Direito Internacional como um todo, sua concessão é um ato discricionário. Não poderão ser beneficiados com o instituto, indivíduos que tenham incidido em crimes contra a humanidade, de acordo com as previsões da Convenções de Genebra. A perseguição política deste instituto é individualizada, seria o caso do Lula, por exemplo. TPI. O instituto da entrega não pode ser prejudicado pelo instituto do asilo político Asilo diplomático: medida de proteção conferida nos limites de uma embaixada de determinado Estado que esteja disposto a conceder tal proteção. Neste caso, o instituto mantém-se à luz da inviolabilidade da embaixada. Se dá por vontade do chefe da missão diplomática. Asilo territorial: neste caso, o status de asilado é usufruído nos limites do território do Estado. O pedido é protocolado junto ao departamento da Polícia Federal, que, por sua vez, instruirá a solicitação e a encaminhará para pareceres do Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Justiça. Após, o pedido será apreciado em caráter irrecorrível, pelo próprio Presidente da República e a AGU. REFÚGIO Medida individual ou coletiva concedida a indivíduos que estejam sofrendo efetiva ou fundado temor de perseguição baseada em motivos previstos no artigo 1º da Convenção de Genebra de 1951: motivos étnicos, políticos, religiosos, de gênero Também poderá solicitar o status de refugiado o individuo ou grupo que, embora não sofrendo perseguição, esteja em situação de quadro generalizado de grave violações de direitos humanos. A perseguição política deste instituto é direcionada a um grupo de indivíduos. Não existe refugio diplomático, apenas territorial. Princípio do non-refoulement: enquanto durar o status de refugiado {4 anos no Brasil} ou dependendo do caso concreto, depois que encerrar o status desse refugiado, é proibida a repatriação deles em virtude de serem protegidos em sua integridade física e moral. Nem a titulo de extradição o individuo poderá ser retirado. É protocolado junto ao departamento da Polícia Federal, que, por sua vez, instruirá a solicitação para análise e decisão do CONARE, que é um comitê especial do Ministério da Justiça para os refugiados. Caso a decisão do CONARE seja negativa, o individuo terá 4
5 15 dias para apresentar recurso ao Ministro da Justiça, que decidirá em instância final a questão. DIREITO HUMANITÁRIO Envolve os direitos fundamentais frente a situações de extrema vulnerabilidade. Idealizado com o intuito de criar limitações jurídicas à pratica do conflito armado, na lógica tanto de suprimir a conduta ofensiva dos combatentes, quanto de limitar o sofrimento humano no campo de batalha. As Convenções de Genebra e os seus Protocolos Adicionais são normas de jus cogens, eis que é uma situação extrema de direitos humanos. Sendo assim, poderá ser levada eventual denúncia ao TPI {que é a Corte responsável por tratar desse assunto}. Ainda, é por isso que não puderam ser feitas reservas na assinatura desses instrumentos. I. Convenções de Genebra: nascem de interesse do setor privado, por mais que sejam instrumentos de direito público. A. Primeira Convenção: a primeira Convenção trouxe regras limitadoras e protetivas concernentes a combustão de conflitos armados em campanha terrestre. B. Segunda Convenção: datada de 1909 e versa sobre a condução de conflitos armados em campanha marítima. C. Terceira Convenção: datada de 1929 e regulamenta sobre as regulamentações de conflitos armados no tocante ao tratamento que deve ser conferido a combatentes capturados e detidos por seus oponentes. D. Quarta Convenção: celebrada em 1949 {neste ano, todas elas sofrem significativas emendas em função da WWII}. O foco de preocupação foi conferir regras limitadoras para a condição do conflito armado e ainda proteção para os civis vitimas do conflito armado, que são os mais vulneráveis, dados os acontecimentos assoladores da WWII. II. Protocolos adicionais: A. Primeiro: datado de 1977 e determina a aplicação das quatro Convenções de Genebra ao conflitos armados internacionais. B. Segundo: determina a aplicação das quatro Convenções de Genebra ao conflitos armados internos {guerras civis}. 5
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