CURSO BREVE. 12 de Novembro 27 de Novembro h 30m-20h 30m, Sextas-feiras 10h-13h e 14h 30m-17h 30m, Sábados

Transcrição

1 ANTÍGONA Livres e Iguais FDUNL CURSO BREVE Direitos Humanos dos Imigrantes e Refugiados 12 de Novembro 27 de Novembro h 30m-20h 30m, Sextas-feiras 10h-13h e 14h 30m-17h 30m, Sábados 1. Apresentação Geral Até há pouco tempo considerava-se que a regulação das migrações era um assunto que dizia respeito apenas às soberanias estaduais. Os poderes públicos possuíam a mais ampla liberdade de regulação: as opções do legislador eram consideradas prevalentemente de carácter político, e as decisões da administração eram consideradas puramente discricionárias e, por isso, dificilmente controláveis pelo poder judicial. A seguir à Segunda Guerra Mundial, começou a aceitar-se que os Estados se encontravam limitados pelo respeito pelos Direitos Humanos também na actividade de controlo das migrações. Após o Tratado de Amesterdão, a União Europeia empenhou-se na criação de uma política europeia de imigração comum, cujas opções estratégicas e normativas vinculam os Estados-membros na hora de delinearem os seus regimes em matéria de imigração. É a esta luz que hoje se devem encarar os regimes internos de imigração. As leis de imigração visam não só concretizar uma determinada política nacional, mas também respeitar um conjunto de normas de origem supra-estadual que se impõem ao legislador. O conhecimento destas normas tem uma importância capital. Primeiro, porque se as políticas de imigração nacionais podem ser conjunturais e mutáveis, elas terão sempre de respeitar aquele conjunto de normas e princípios vinculantes dos próprios poderes 1

2 públicos. Por outro lado, porque apenas se pode aplicar correctamente o Direito de imigração, especialmente quando estejam em causa situações de lacunas ou casos mais complexos, se se compreenderem as bases e fundamentos deste ramo do direito. Assim, por vezes, mesmo quando a lei não o refere, as normas de protecção internacional dos Direitos Humanos podem impor a proibição de expulsão de imigrantes, ou impor a obrigação de regularização dos mesmos, ou o reconhecimento de determinados direitos no país de acolhimento, independentemente da regularidade do seu estatuto. 2. Objectivo do Curso de Especialização Um curso de especialização em Direitos Humanos dos Imigrantes e Refugiados tem um interesse académico e dogmático inegável. A consciencialização de que os poderes públicos estão adstritos a determinadas vinculações supra-legais em matéria de controlo da imigração é recente, tem inúmeras implicações e carece de conhecimento mais aprofundado. No nosso ordenamento jurídico, um melhor conhecimento deste ramo jurídico justifica-se ainda por ser um Direito em desenvolvimento. Assim, afigura-se importante conhecer em profundidade as normas que limitam a actividade do legislador na escolha das opções em matéria de imigração. Para além disso, o curso de especialização tem inegável interesse prático. Portugal deixou de ser primordialmente um país de emigração, para se tornar também um país de imigração. O número de casos que surgem na nossa Administração e nos nossos tribunais aumentou exponencialmente. As instâncias internacionais têm vindo a desenvolver uma importante actividade no que toca à protecção dos direitos dos imigrantes e refugiados, que tem de ser conhecida e tida em conta pelos aplicadores do Direito. Um conhecimento puro e simples do Direito da Imigração não permite conhecer todas as demais formas de protecção dos direitos humanos dos imigrantes que são já afirmadas pelas instâncias internacionais. Um curso que aborde de forma transversal as várias normas jurídicas, de origem interna, europeia ou internacional que visam proteger os direitos humanos dos imigrantes poderá ser muito útil para vários destinatários. No que toca a muitos dos profissionais que lidam com o regime jurídico da imigração, nota-se que a sua formação incide primordial e quase exclusivamente sobre o regime jurídico actualmente em vigor, plasmado na lei de imigração, na lei do asilo e na lei de livre circulação de nacionais de Estados membros da UE. Não se abordam assim de forma sistemática as normas de 2

3 protecção dos direitos humanos dos imigrantes e refugiados, que a estes vários profissionais importa ter em conta. 3. Principal Público-Alvo O curso de especialização deverá ter como destinatários licenciados de várias áreas, revestindo especial interesse para os que trabalhem com o Direito da Imigração, como advogados, funcionários do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, funcionários de ONGs como o Conselho Português para os Refugiados, membros das próprias associações de imigrantes, entre outros. 4.- Estruturação do Curso O curso encontra-se estruturado em cinco módulos: I- Direitos Humanos em Processo Migratório (Doutoranda Ana Rita Gil, FDUNL) II- Direitos Humanos dos Imigrantes no território de acolhimento - A Integração de Imigrantes e o Acesso a Direitos no Território de Acolhimento (Dr. Duarte Miranda Mendes, ACIDI) - Acesso à Nacionalidade do país de acolhimento (Mestre Jorge Pereira da Silva, Faculdade de Direito da Universidade Católica) - Direito dos Imigrantes a observar a sua cultura e religião (Prof. Doutora Patrícia Jerónimo, Escola Direito da Universidade do Minho) III- Refugiados e Direito de Asilo (Prof. Doutora Andreia Sofia Pinto Oliveira, Escola Direito da Universidade do Minho) IV- Política Europeia de Imigração e Asilo - Política Europeia de Imigração (Prof. Doutor Nuno Piçarra, FDUNL) - Política Europeia de Asilo (Doutora Constança Urbano de Sousa, REPER - Portugal) Law) V- Imigração Irregular (Prof. Doutor Stephen Legomsky, Washington University School of 3

4 PROGRAMA I - DIREITOS HUMANOS EM PROCESSO MIGRATÓRIO 1. O Estrangeiro como sujeito de direitos à luz do Direito Internacional da protecção diplomática à protecção internacional dos Direitos Humanos; 2. O reconhecimento de um Direito Humano a Emigrar e a Inexistência de um Direito Humano a Imigrar ; 3. Jurisprudência dos organismos internacionais sobre protecção dos direitos humanos em caso de recusa de entrada ou de expulsão do território: 3.1. Direito à Unidade Familiar; 3.2. Direito a não ser sujeito a detenção / prisão arbitrária; 3.3. Direito a não ser sujeito a tratamentos desumanos ou degradantes 4. Jurisprudência constitucional portuguesa sobre a protecção reflexa dos direitos fundamentais do imigrante II A INTEGRAÇÃO DE IMIGRANTES E O ACESSO A DIREITOS NO TERRITÓRIO DE ACOLHIMENTO 1. A Integração de Imigrantes no território de acolhimento 2. O acesso a direitos no território de acolhimento 2.1. O direito ao trabalho 2.2. O direito à segurança social 2.3. O direito à educação 2.4. O direito à saúde 2.5. O direito acesso à justiça 3. O acesso à nacionalidade do país de acolhimento 4. Direito dos Imigrantes a observar a sua cultura e religião 4

5 III REFUGIADOS E DIREITO DE ASILO 1. O asilo como um direito humano fundamental 1.1. A protecção do asilo no Direito Internacional 1.2. O direito ao non-refoulement na Convenção de Genebra 1.3. A protecção contra o refoulement noutros instrumentos internacionais de protecção dos direitos humanos. 2. O asilo na Constituição Portuguesa 3. O estatuto de refugiado e a autorização de residência por razões humanitárias 4. O direito de asilo e outras figuras afins IV POLÍTICA EUROPEIA DE IMIGRAÇÃO E DE ASILO 1. A política de imigração da UE : 2.1. De Schengen a Lisboa: surgimento de uma política de imigração e asilo da UE Principais instrumentos adoptados pela política de imigração e sua transposição. 2. A política de asilo da UE. V IMIGRAÇÃO IRREGULAR 5

6 CALENDÁRIO - 12 de Novembro, Sexta-feira: 17h30-20h30 Direitos Humanos em Processo Migratório (Doutoranda Ana Rita Gil, FDUNL) - 13 de Novembro, Sábado: 10h-13h Direitos Humanos em Processo Migratório (cont.) (Doutoranda Ana Rita Gil, FDUNL) 14h 30m-17h 30m Integração e Acesso a Direitos no Território de Acolhimento (Dr. Duarte Miranda Mendes, ACIDI) - 19 de Novembro, Sexta-feira: 17h30-20h30 - Direito e Política Europeia de Imigração (Prof. Doutor Nuno Piçarra, FDUNL) - 20 de Novembro, Sábado: 10h-13h Direito dos Imigrantes a observar a sua cultura e religião (Prof. Doutora Patrícia Jerónimo, Escola Direito da Universidade do Minho) 14h 30m-17h 30m 17h30-20h30 Refugiados e Direito de Asilo (Prof. Doutora Andreia Sofia Pinto Oliveira, Escola Direito da Universidade do Minho) - 26 de Novembro, Sexta-feira: Acesso à Nacionalidade do País de Acolhimento (Mestre Jorge Pereira da Silva, Faculdade de Direito da Universidade Católica) - 27 de Novembro, Sábado: 10h-13h Direito e Política Europeia de Asilo (Doutora Constança Urbano de Sousa, REPER-Portugal) 14h 30m-17h 30m Irregular Immigration (sessão dada em língua inglesa) (Prof. Doutor Stephen Legomsky, Washington University School of Law) 6

7 INFORMAÇÕES PRÁTICAS Número total de horas: 27 Diploma de presenças: 75% de presenças obrigatórias Propinas: 150 Euros Inscrições e informações: Drª Isabel Falcão ifalcao@fd.unl.pt tel Nota: A ficha de inscrição encontra-se disponivel em A mesma deverá ser preenchida e enviada para ifalcao@fd.unl.pt ou por correio para: Dra. Isabel Falcão Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Campus de Campolide, Lisboa Inscrições abertas de 1 a 31 de Outubro de