CONTRIBUIÇÕES DO PIBID PARA A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UMA NARRATIVA SOBRE VIVÊNCIAS DE BOLSISTAS
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1 Eixo Temático: Formação de professores CONTRIBUIÇÕES DO PIBID PARA A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UMA NARRATIVA SOBRE VIVÊNCIAS DE BOLSISTAS Ana Claudia Ferreira FERNANDES IGCE/UNESP SP (aninha_fera@hotmail.com) Marianna Capani DOMINGUES IGCE/UNESP SP (macapani@yahoo.com.br) Raphaela COSTA IGCE/UNESP SP (raphaelacosta_mat@hotmail.com) Resumo: O presente texto relata a experiência dos dez bolsistas na escola parceira e as atividades realizadas com os alunos, onde essas são trabalhadas em sala de aula atuando junto com o professor. Trabalhamos a história da matemática com o intuito de estimular os alunos a aprendizagem da matemática com uma abordagem diferente, dentre outras atividades em sala, e atividades extraclasses em contraturno do horário das aulas, como por exemplo preparação para a Olimpiada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas, preparação para as provas do ENEM e dos vestibulares, grupo de apoio onde os alunos vão para tirar suas dúvidas sobre quaisquer assuntos matemáticos. O grupo também realiza uma visita dos alunos da escola parceira à Unesp, com o objetivo de estes obterem maior contato com a universidade. As atividades realizadas com os alunos tem nos mostrado como desenvolver o potencial desses, trabalhar suas dificuldades, e também aprendermos no processo de preparação dessas atividades. A experiência de estar no ambiente escolar como bolsista Pibid, nos permite um amadurecimento com relação ao papel da educação na vida das pessoas e uma maior reflexão sobre a profissão do professor. Os bolsistas participam de oficinas e palestras oferecidas por professores e colaboradores do Pibid, como sobre o uso de calculadoras gráficas, matemática financeira, matemática aplicada e mini-curso de cabri 3D, incluindo também a base teórica construída a partir de leituras orientadas, e a participação em eventos onde propiciam aos bolsistas uma grande troca de
2 2 conhecimento. Todas essas atividades e realizações tem nos ajudado a nos tornarmos professores mais bem sucedidos e diferenciados. Palavras chaves: Formação inicial de professores, Educação Matemática, Pibid. Introdução Este texto pretende relatar algumas de nossas experiências, como bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da licenciatura em Matemática do IGCE, Unesp, Rio Claro. O contato com a escola parceira, tanto com os alunos quanto com os funcionários, professores, diretores, coordenadores, tem sido muito importante e nos propiciado muitas experiências. As atividades realizadas com os alunos tem nos mostrado como desenvolver o potencial desses, trabalhar suas dificuldades, e também aprendermos no processo de preparação dessas atividades. Antes de realizarmos as atividades de intervenção, tivemos o primeiro contato com a escola parceira, E.E. Professor Marciano de Toledo Piza à partir de um período de reconhecimento desta, através das observações de aulas, da participação no HTPC (horário de trabalho pedagógico coletivo), reuniões de pais e conselhos de escola, a fim de identificar as dificuldades dos alunos e as metodologias utilizadas pelos professores, além de possíveis necessidades da escola. Ao considerar tais aspectos, nosso objetivo é fazer com que os alunos se sintam mais interessados pela Matemática, tenham um melhor desempenho nessa disciplina e também sanem suas dúvidas em relação a determinados conteúdos, o que para nós muitas vezes torna-se um desafio promover tudo isso. A partir da elaboração das atividades a serem realizadas na escola, nós alunas da graduação, iniciamos o pensar como professores e assim, passamos a nos preocupar com o objetivo de cada atividade, o método mais eficaz de ensino, formas diferenciadas de avaliação, buscando vincular teoria e prática. Por outro lado, conseguimos refletir do ponto de vista dos alunos, buscando formas atrativas e lúdicas para aplicação de cada atividade proposta.
3 3 Ser bolsista do PIBID exige responsabilidade, persistência e vontade de fazer a diferença na educação. Apesar de o nosso projeto ser desenvolvido desde o início na mesma instituição de ensino, pudemos acompanhar diversas turmas do ensino fundamental II e Ensino Médio, de modo a percebermos mudanças entre alunos e professores, com relação ao nosso trabalho. Experiência vivida A vivência na escola ocorreu durante o ano de 2010 e no final desse período, a partir dos dados coletados, foi possível o planejamento de atividades para o ano seguinte. Ainda nesse ano, houve participação do grupo nos eventos: Congresso Paulista de Extensão Universitária - COPEX, X Encontro Paulista de Educação Matemática EPEM, II Encontro Núcleos de Ensino da Unesp e I Encontro PIBID, XXX Semana de Estudos de Matemática da Unesp câmpus Rio Claro, Seminário de Matemática e Educação Matemática. E foi desenvolvida na escola a Oficina para as Olimpíadas de Matemática, que devido ao retorno positivo, teve continuidade no ano de Além disso, em 2011 foram desenvolvidas atividades em sala de aula utilizando tratamento da informação e geometria espacial, e atividades extraclasses com o grupo de resolução de problemas e a oficina de Excel e matemática financeira. Iniciamos também, o projeto intitulado Matemático por um dia no qual os alunos dos 3º anos foram levados a universidade e participaram de diversas atividades como a apresentação do curso de matemática com palestras em forma de aulas, dadas por professores da graduação, passeio pelo câmpus, incluindo visita aos museus de geologia e biologia e ao jacarezário, tendo por fim as oficinas de caleidoscópios e simetrias, jogos e dominó, todas no laboratório de ensino de matemática, ministradas pelos bolsistas. Com o sucesso deste projeto, decidimos repeti-lo neste ano, agora intitulado Atividades matemáticas na Unesp e com algumas alterações, tornando-o mais objetivo. E então, assim como no ano anterior, houve participação em eventos tais como: III Seminário Internacional de Educação Matemática III SIEMAT, III Fórum de Educação IFSUL de Minas, Semana da Ciência e Tecnologia FEG. Neste ano de 2012, planejamos e desenvolvemos atividades em subgrupos na escola, para Ensino Fundamental e Médio, além de atividades como a criação de uma
4 4 página na rede social Facebook, contendo informações, curiosidades matemáticas, vídeos educativos e materiais de interesse matemático em geral; a elaboração da agenda do grupo, com datas de eventos, relato de reuniões e sugestões de leituras; organização das fichas de acompanhamento dos bolsistas, montagem de um mural na universidade com curiosidades matemáticas, desafios, problemas e materiais diversos ligados à educação e a matemática, projeto que foi levado para a escola, no qual será acrescentado um painel de apresentação do grupo, juntamente com informativos de cada subgrupo atuante e seus respectivos horários e objetivos das atividades oferecidas. Dentre as atividades extraclasses, temos o grupo de estudos do ensino fundamental, subdividido em preparação para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas OBMEP, aprofundamento para os interessados em estudar mais matemática e preparação para vestibulinhos; há também o GAMA, grupo de apoio à Matemática, para 9º s anos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio; o grupo de resolução de problemas do ENEM e vestibulares; e o grupo da OBMEP para o Ensino Médio. As intervenções em sala de aula, efetivas ou planejadas, incluem a aplicação de sequências didáticas, jogos, abordagem de conteúdos utilizando história da matemática, atividades com o software geogebra e tratamento da informação, este utilizando o tema atual, o das eleições para prefeito. Ainda como atividade extraclasse, aconteceu o projeto Atividades matemáticas na Unesp, para alunos do 2º ano do Ensino Médio, mantido o passeio pelo câmpus, a apresentação do curso e desenvolvendo as oficinas de simetria, dominó e como novidade a matemágica. Uma das atividades que apresentamos no primeiro semestre deste ano para os alunos do Ensino Médio, e que pretendemos continuar ao longo do segundo semestre, foi a História da Matemática, ocorreu da seguinte forma: conversamos com o professor responsável pela turma qual seria o próximo conteúdo a ser ensinado, então pesquisamos em sites, vídeos, livros e com orientação de professores preparamos uma pequena apresentação, e uma aula antes do professor dar início ao novo conteúdo,introduzimos o assunto historicamente apresentando uma pequena introdução do mesmo, explicando de onde vieram os principais nomes, quais foram os principais matemáticos que estudaram determinado assunto, explicando um pouco de onde
5 5 apareceram determinadas fórmulas e quais as principais ideias envolvidas. Foi uma breve introdução para não tomarmos muito tempo da aula, mas pensamos que essa abordagem pode ser uma forma de os alunos perceberem que a Matemática não é infalível e foi inventada em contextos específicos. Como justificam os PCN (1997): Ao revelar a Matemática como uma criação humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer comparações entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver atitudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento matemático. Em muitas situações, o recurso à História da Matemática pode esclarecer idéias matemáticas que estão sendo construídas pelo aluno, especialmente para dar respostas a alguns porquês e, desse modo, contribuir para a constituição de um olhar mais crítico sobre os objetos de conhecimento. (p ) Pretendemos continuar com essa atividade no segundo semestre, e também preparar algo para a participação dos alunos, algumas questões, fichas de atividades. A experiência que essa atividade nos trouxe foi muito interessante: primeiramente o contato com os materiais, pois pudemos conhecer alguns livros de Ensino Médio que trabalham com essa parte histórica da Matemática como, por exemplo, Smole & Diniz e Dante, e a busca em sites e vídeos nos proporcionou uma visão mais interativa e uma complementação no assunto, por exemplo utilizamos o site: e também tivemos uma ajuda extra com alguns livros envolvendo especificamente o tema da história da matemática, como o livro Contando a História da Matemática. Nesse primeiro semestre foi realizada também a atividade OBMEP, trabalhada em dois grupos, um para o Ensino Fundamental e outro para o Ensino Médio. No trabalho com o Ensino Médio, com alunos do período matutino e noturno, propusemos uma atividade com as questões de provas dos anos anteriores, auxiliando os alunos conforme a necessidade de cada um, além de resolvermos cada questão passo a passo, tirando as dúvidas que apareceram. Como as Olimpíadas tratam de todo o conteúdo de Matemática, os alunos que estão no primeiro e segundo anos do Ensino Médio ainda não viram todo o conteúdo abordado na prova, por isso não apresentamos só os métodos de resolução, mas também explicamos alguns conteúdos.
6 6 A experiência de estar no ambiente escolar como bolsista Pibid, nos permite um amadurecimento com relação ao papel da educação na vida das pessoas e uma maior reflexão sobre a profissão do professor. O contato direto com os alunos e funcionários da escola, abrem caminhos para a compreensão das necessidades dos alunos de modo geral, uma vez que eles tornam-se mais próximos de nós do que dos professores, já que não nos enxergam como tais. Por outro lado, os professores nos acolhem como futuros profissionais, ampliando o entendimento sobre a profissão e seus desafios diários. Além da vivência na escola e as discussões e reflexões em grupo, tivemos algumas oportunidades de aprender mais com oficinas e palestras oferecidas por professores colaboradores do Pibid, sobre o uso de calculadoras gráficas, matemática financeira, matemática aplicada e mini-curso de cabri 3D, acrescentando também a base teórica construída a partir de leituras orientadas. Essa proximidade com o ambiente escolar e seus membros através do Pibid, desenvolve o pensamento crítico e construtivo, preparando os futuros professores de modo realista, visando sanar as dificuldades e barreiras de cada metodologia de ensino. Também o contato direto com os alunos durante a graduação, permite que sejam identificadas características específicas de grupos de alunos, o que facilita a aproximação professor-aluno, além da busca por caminhos e ideias acessíveis a todos em sala de aula, evitando a exclusão de alunos com algum tipo de deficiência de aprendizagem e outras. O planejamento de atividades, aulas e oficinas tornam-se exequíveis com a prática proporcionada pelo projeto, tais como o trabalho em grupo e o uso de diversos materiais didáticos. Enfim, todas as atividades que realizamos na Escola parceira com o Pibid, tem sido importante para nós bolsistas acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática, desde o simples fato de observamos as aulas até a intervenção que fazemos ao lado de professores em serviço, pois apenas a experiência e contato obtidos via o curso de graduação é muito pouco, e não temos tanta liberdade na escola quanto temos por sermos bolsistas Pibid, além, também, de termos tempo nas nossas reuniões do grupo, para discutirmos os assuntos da escola, as leituras de textos, entre outros assuntos. Todas essas atividades e realizações tem nos ajudado a nos tornarmos professores mais bem sucedidos e diferenciados.
7 7 Referências BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, GUELLI, Oscar. Contando a História da Matemática: dando corda na trigonometria. Editora ártica,1993 Dante,L.R. Matemática Contexto & Aplicações. Editora ática. Vol.1,2007 Smole & Diniz, Matemática Ensino Médio. Editora saraiva; Vol.1 História da Trigonometria: Um Pouco da História da Trigonometria. Disponível em: < Acessado em: 28 ago.2012 Noé, M. Trigonometria. Disponível em: < em: 25 ago Rizzato,F. O início da Trigonometria. Disponível em: < Acessado em: 27 ago.2012.
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