SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA AGRICULTURA FAMILIAR NA COMUNIDADE AMPARO DOURADOS/MS*
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- Isabel Bicalho de Mendonça
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1 SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA AGRICULTURA FAMILIAR NA COMUNIDADE AMPARO DOURADOS/MS* MOURA, Lais Valenzuela 1 ; GABRIEL, Andréa Maria de Araujo 2 ; OLIVEIRA, Euclides Reuter 2 ; MONÇÃO Flavio Pinto 5 ; RADAELLI, Solange Maria 3 ; RAMOS, Marisa Bento Martins 4, FORNASIERI, Jose Luiz 2 ; PEIXOTO, Paula Pinheiro Padovese 2 Palavras-Chave: assentados, produtividade, pequenos produtores Introdução A maioria das instituições de ensino e pesquisa tem desenvolvido projetos baseados no modelo linear de transferência de tecnologia, no qual a pesquisa gera o conhecimento, a extensão transfere, educa e aprende com o agricultor a lidar com as novas técnicas de produção. Isto se deve, principalmente, em função da insignificância dada aos valores locais dos agricultores, em detrimento dos processos em um contexto global (Ahrens et al., 2004). O estado do Mato Grosso do Sul, além das atividades de grande importância como: a pecuária de corte, milho e soja, se destaca pela forte presença e participação da Agricultura Familiar composta por assentados, pequenos produtores e quilombolas, que produz parcela significativa dos alimentos consumidos pela população. As propriedades com menos de 100 ha representam quase 55% dos proprietários e apenas 3% da área total do estado. Por outro lado, as propriedades com mais de ha estão sob o controle de pouco mais de 2% dos proprietários, representando 40% da área do Estado (Komori et al., 2007). * Resumo revisado por Andréa Maria de Araujo Gabriel. Tecnologias sustentáveis para a agricultura familiar na comunidade Amparo Dourados/MS - protocolo SIGPROJ , andreagabriel@ufgd.edu.br 1 Aluna de graduação em Zootecnia da UFGD/Dourados-MS e bolsista de extensão 2 Docente da Faculdade de Ciências Agrárias da UFGD/Dourados-MS 3 Engenheira Agrônoma e extensionista da AGRAER 4 Bolsista de Extensão do CNPq modalidade 3 5 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UNIMONTES e Bolsista da FAPEMIG UFGD/FCA Caixa Postal 533, Dourados MS, valenzuelamoura@bol.com.br;
2 Segundo levantamentos realizados pelo INCRA e pela AGRAER, Mato Grosso do Sul possui aproximadamente agricultores familiares tradicionais e agricultores assentados pela reforma agrária, perfazendo mais de 42 mil mil famílias (Komori et al., 2007). Em levantamento realizado por Comunello et al. (2003), verificou-se que a região sul do Mato Grosso do Sul concentra a maior parte dos assentamentos da Reforma Agrária, compreendendo o município da Grande Dourados que tem causado, em função da nova gestão, a oportunidade do aparecimento de fortes demandas de pesquisa e assistência técnica. A importância da agricultura familiar continua a ser destacada por estudiosos da agricultura de todos os países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento principalmente, que são os marcados pela forte desigualdade social. A pequena propriedade rural é de grande importância para o agronegócio brasileiro, principalmente os de características familiares, já que nestas propriedades é produzida grande parte dos produtos que compõe a cesta básica dos trabalhadores além de aumentar a fonte de renda com a venda do excedente (Fantin, 2007). A conservação do meio ambiente e o paradigma da sustentabilidade são considerações que devem direcionar a geração de tecnologias ambientalmente corretas. Além disso, há necessidade do desenvolvimento de tecnologias para a reutilização dos resíduos rurais e urbanos, a reciclagem de nutrientes e a disposição, ambientalmente correta, dos dejetos animais. Os termos do debate sobre a agricultura familiar brasileira e, conseqüentemente, sobre os rumos dos processos de promoção do desenvolvimento rural, foram influenciados, a partir de meados dos anos 80, por vários estudos que questionaram a idéia de que as diferenças entre tipos e formas de produção no campo poderiam ser simplificadas pelo critério do tamanho ou da escala de produção, opondo pequenos e grandes produtores (Abramovay, 1992). Assim objetivou-se, com este atividade, dar suporte e orientação técnica, além de capacitar os assentados no uso de técnicas apropriadas visando á sustentabilidade na produção animal e vegetal e na geração de renda.
3 Metodologia As atividades extensionistas, na comunidade Amparo, localizada na região da Grande Dourados-MS, iniciaram em janeiro de 2011e foi concluído em dezembro do mesmo ano. Foram executadas ações nas seguintes áreas: horticultura, fruticultura, apicultura e educação ambiental propostas no programa intitulado Tecnologias sustentáveis para a agricultura familiar na comunidade Amparo Dourados/MS. Programa este aprovado no edital PROEXT Edital n 05. Inicialmente foram realizadas reuniões participativas para planejamento da implantação e desenvolvimento das atividades dentro da comunidade e para formação de unidade demonstrativa para cada ação propostas no programa. As atividades foram desenvolvidas seguindo um cronograma. Para a execução das mesmas contou-se com suporte de recursos materiais como quadros brancos, data-show, folders, cartazes, vídeo-cursos e notebook. Contou-se também com apoio de instituições externas como a prefeitura Municipal de Dourados, EMBRAPA- Agropecuário Oeste e Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER), para o desenvolvimento das atividades e acesso na área rural. Resultados e discussão Foi ministradas palestras, mini-cursos, vídeos-curso e atividades no campo mostrando como desenvolver, na prática, os novos segmentos de produção. Observou-se o interesse na participação e aceitação dos novos modelos de produção pelos assentados, promovendo uma melhoria dos índices produtivos e na qualidade alimentar. O desenvolvimento do projeto de horticultura iniciou-se com a demarcação da área para implantar uma horta modelo. Foi feita a coleta de solo para análise e mediante os resultados foi realizada a calagem e posteriormente a adubação. Foi plantadas sementes de verduras e legumes e feito transplantes de algumas mudas de hortaliças. A horta está produzindo o suficiente para melhorar a alimentação dos pequenos produtores e o excedente da produção está sendo comercializado nas feiras das cidades próximas. Para o controle de pragas foram desenvolvidos produtos homeopáticos como Nosódio que é utilizado no controle de formigas. Há uma grande preocupação dos produtores em não usar produtos químicos no
4 controle de pragas das pastagens, pois estes buscam produzir de forma agroecológica. No projeto de fruticultura foram implantadas duas unidade demonstrativa (UD), pois na primeira teve-se problemas com manutenção das cercas e os bovinos tiveram acesso ocasionando perda de, aproximadamente, 70% das mudas. Assim optou-se por demarcar outra área e adquiriu-se novas mudas. Foram transplantadas 600 mudas de frutíferas do cerrado em cada unidade demonstrativa e nas entre linhas das frutíferas foram realizados culturas de ciclo curto como feijão de corda, mandioca, quiabo, batata doce e etc. Nesta atividade contou-se com a participação de 60 % dos produtores. O projeto apicultura iniciou-se com e mini-cursos, vídeos-curso e palestras e posteriormente com a instalação de 50 caixas de madeira na mata nativa. Foram implantadas métodos para captura das abelhas. O processo de colonização e produção do mel encontra-se em pleno desenvolvimento e já estão comercializando o excesso de mel produzindo. Esses resultados e procedimentos de implantação das caixas, foram os mesmos utilizados por Monção et al. (2010) que trabalharam no desenvolvimento de UDs na comunidade Quilombola e obtiveram êxito na implantação do apiário. No projeto educação ambiental foram realizados constantes palestras, minicursos e atividades lúdicas com as crianças e adolescentes. Algumas atividades foram desenvolvidas em margens de nascente e rios dentro da comunidade. Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de visita às nascentes de outros rios da região. Notou-se o interesse das crianças e jovens na participação e conscientização da recuperação e preservação dos solos, nascentes e rios. Peixoto et al. (2009) trabalhando com atividades lúdicas com crianças e adolescentes, constataram uma ampliação dos conhecimentos dos mesmos sobre os solos e meio ambiente, bem como da importância da conservação do solo e da água. Conclusão Com as atividades desenvolvidas, identificou-se a melhoria na alimentação com produtos provenientes das hortas implantadas e das culturas provenientes da
5 entre linhas das frutíferas e renda extra com a comercialização dos excedentes do mel. Daí a importância em dar continuidade aos trabalhos visando melhoria na qualidade vida e alimentar dos envolvidos. Fonte Financiadora Projeto financiado e apoiado pelo MEC/SESu e pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Federal da Grande Dourados. Referências Bibliográficas ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. São Paulo: HUCITEC/UNICAMP, 1992, 275 p. AHRENS, D.; et al. Reflexões sobre a pesquisa participativa. Anais: II Congresso Brasileiro de Agroecologia. Porto Alegre/RS COMUNELLO, E.; LAZZAROTTO, C.; NOVACHINSKI, J. R. Assentamentos em MS Disponível em: < Acesso em: 06 ago FANTIN, G.M. A importância da diversificação rural na agricultura familiar. Ano 2007, Disponível em Acesso em ago KOMORI, O. M.; et al. NÚCLEO DE AGROECOLOGIA DE MATO GROSSO DO SUL, Revista Brasileira de Agroecologia, v. 2, n. 1, fev MONÇÃO, F.P.; et al. Desenvolvimento de atividades alternativas na comunidade Quilombola Dourados/MS, 1º Encontro de Graduação, 3º Encontro de Pós- Graduação,4º encontro de Iniciação Científica, 4º Encontro de Extensão, ENEPE, Dourados-MS, CD-ROM, PEIXOTO, P.P.P.; et al. Resultados Finais do Projeto Preservação do Solo e da Paisagem: uma questão de Educação Básica?, 3ºEncontro de Extensão, 3º Encontro de Iniciação Científica e 2º Encontro de Pós-Graduação, Dourados- MS, 2009.
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