PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. I mill IIIH lllfllljniííjll li! IHII Dl

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Lívia Meneses Pinto
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1 ACÓRDÃO L V TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SAO PAULO ACÓRDÃO / DECISÃO MONOCRÂTICA I mill IIIH lllfllljniííjll li! IHII Dl Vistos, relatados e discutidos estes autos de AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI n /4-00, da Comarca de SÃO PAULO, em que é requerente o PREFEITO DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PIRES, sendo requeri do o PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PIRES: ACORDAM, em Órgão Especial do Tribunal de Jus tiça do Estado de São Paulo, por votação unânime, jul gar procedente a ação, de conformidade com o relatório e voto do Relator, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Participaram do julgamento os Desembargadores NIGRO CONCEIÇÃO (Presidente), LUÍS DE MACEDO, VISEU JÚ NIOR, GENTIL LEITE, DANTE BUSANA, PAULO SHINTATE, BOREL LI MACHADO, FLÁVIO PINHEIRO, GILDO DOS SANTOS, FORTES BARBOSA, VALLIM BELLOCCHI, SINÉSIO DE SOUZA, THEODORO GUIMARÃES, MENEZES GOMES, OLAVO SILVEIRA, PAULO FRANCO, BARBOSA PEREIRA, RUY CAMILO, MATTOS FARIA e CEZAR PELU SO. São Paulo, 11 de março de NIGRO CÒNpEIÇÃO Pressente LUIZ TÂMBARA Relator

2 1 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n SÃO PAULO - Voto n Colendo Órgão Especial Autor: PREFEITA DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PIRES Ré: PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PIRES EMENTA: Direito Constitucional e Administrativo.- Lei n" de 17 de novembro de do Município de Ribeirão Pires, que impôs ao Prefeito a obrieacâo de celebrar convênio com o Estado ou com instituição de estudo e pesquisa - InconstituçipnaJidade por ofensa ao principio da independência e harmonia entre os poderes - Afronta ao disposto no artigo 5 o da Constituição do Estado. A PREFEITA DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PIRES ajuizou a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, em face do PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PIRES, objetivando que seja declarada a inconstitucionalidade da Lei 4.468, de 17 de novembro de 2000, que dispõe quanto "a preservação e o tombamento do patrimônio histórico e cultural do 'casarão' existente na rua Kaetre Richers e dá outras providências. Afirma, com isso, que a Lei 4.468, COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL - Voto: LUIZ ELIAS TÂMBARA 1

3 2 de 17 de novembro de afronta a competência do Poder Executivo Municipal e a independência dos Poderes. Foi deferida a medida liminar de suspensão, com efeito "ex nunc", da Lei n 4.468, de 17 de novembro de O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PIRES prestou informações, argüindo preliminar de impossibilidade jurídica do pedido, e sustentando a constitucionalidade da questionada Lei. pela procedência do pedido. O ilustre PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA opinou É o relatório. Entendo que o pedido deve ser acolhido, para o fim de declarar a inconstitucionalidade da Lei 4.468, de 17 de novembro de 2.000, do Município de Ribeirão Pires, tendo em vista sua ostensiva antinomia como princípio consagrado no artigo 5 o da Constituição Paulista de independência e harmonia entre os Poderes. A preliminar de impossibilidade jurídica do pedido é rejeitada de plano. O ordenamento jurídico nacional admite o controle direto de constitucionalidade efetivado através da Ação Direta de Incosntitucionalidade, via processual eleita adequadamente pela Autora COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL - Voto: LUIZ ELIAS TÂMBARA 2

4 3 desta ação. Irrelevante que em sua fundamentação a Autora relate a existência de lei municipal anterior regrando a mesma matéria. É que a ação foi ajuizada por afronta à independência dos poderes refugindo, assim, à competência do Poder Legislativo legislar sobre a matéria constante da Lei impugnada. Note-se, mesmo, que em atendimento a despacho do Excelentíssimo Sr. Presidente do tribunal de Justiça, a Autora da ação juntou a petição de fls. 55/57 afirmando taxativamente que o ajuizamento da ação tinha por fundamento a lesão ao artigo 5 o, da Constituição Estadual. Logo, o pedido é juridicamente possível, razão pela qual, pelo meu voto, rejeito a preliminar. No mérito a ação é procedente. A Lei 4.468, de 17 de novembro de 2.000, do Município de Ribeirão Pires trata de tombamento de bem imóvel considerado patrimônio histórico e cultural. Cabe efetivamente à Câmara Municipal legislar sobre o tombamento de bem considerado de patrimônio histórico e cultural daquele Município. Não podia, entretanto, o Poder Legislativo impor, com base na Lei impugnada, conduta concreta. Ao obrigar o Poder Executivo à celebração de convênio com o Estado para a disposição de recursos técnicos financeiros para o levantamento de inventario, ou mesmo para a imposição de convênios e contratos com instituições de estudo e pesquisa, o legislativo municipal impôs conduta concreta ao executivo, quebrando, assim, o COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL - Voto: LUIZ ELIAS TÂMBARA 3

5 4 princípio da independência e harmonia entre os poderes, que encontra amparo no artigo 5 o, da Constituição Estadual. A lei geral, relativa ao tombamento, deve apenas traçar regras para sua efetivação. Não pode, sob pena de desrespeitar a independência e harmonia entre os poderes, impor ao executivo a criação de convênios, ainda que o fim desejado seja o tombamento de bem de valor afeto aquele fim. Na lição do saudoso Professor HELY LOPES MEIRELLES, mencionada pelo ilustre Procurador Geral de Justiça, "o tombamento em si é ato administrativo da autoridade competente, e não função abstrata da lei, que estabelece apenas as regras para sua efetivação" (Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros Editores, 26 a edição atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, 2001, pág. 536). Logo, ao atribuir valor ao "casarão" a ser tombado, e impor ao município a celebração de convênios públicos ou particulares, invadiu competência de outro poder, donde a inconstitucionalidade da lei em questão. Pelo exposto, pelo meu voto, julgo procedente o pedido para declarar a inconstitucionalidade da Lei n 4.468, de 17 de novembro de 2.000, do Município de Ribeirão Pires, comunicando-se a Câmara COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL - Voto: LUIZ ELIAS TÀMBARA 4

6 5 Municipal para a suspensão de sua execução, nos termos do artigo 90, 3 o, da Constituição Paulista, e do artigo 676, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo.. = Luiz Elias Tâmbara - COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL - Voto: LUIZ ELIAS TÂMBARA 5

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo fls. 84 Registro: 2015.0000629269 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Direta de Inconstitucionalidade nº 2121388-11.2015.8.26.0000, da Comarca de, em que é autor PREFEITO DO MUNICÍPIO