LEVANTAMENTO DAS FORRAGENS EXISTENTES E ASSISTÊNCIA AS PROPRIEDADES LEITEIRAS DA REGIÃO DE GUARAPUAVA-PR
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- Leonor Branco Lobo
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1 LEVANTAMENTO DAS FORRAGENS EXISTENTES E ASSISTÊNCIA AS PROPRIEDADES LEITEIRAS DA REGIÃO DE GUARAPUAVA-PR Área Temática: Assistência Técnica. Autor(es): Rogério Raichert Junior 1 (UNICENTRO), Samantha Lais Santos Nunes 2 (PIBEX Fundação Araucária), Sebastião Brasil Campos Lustosa 3 (Orientador). RESUMO: A assistência técnica é fundamental para aprimorar a atividade leiteira, mas praticamente metade dos produtores não acessa esse serviço reduzindo a possibilidade de adoção de novas práticas tecnológicas por parte dos produtores. O conhecimento das condições da pastagem e da produção de forragens, como a determinação da taxa de crescimento e matéria seca, ajuda a definir a taxa de ocupação da pastagem e otimizar a produção de leite. O trabalho teve com objetivo levantar dados sobre as forrageiras produzidas e assessorar propriedades nos passos da atividade leiteira e promover a profissionalização, o fortalecimento e a competitividade da pecuária leiteira regional, possibilitando incrementos na produção e qualidade do leite nos diversos sistemas de produção. PALAVRAS-CHAVE: Produção forrageira; Pastagens; Bacia leiteira. 1. INTRODUÇÃO Tanto no desempenho econômico como na geração de empregos permanentes que auxiliam a movimentar a economia de pequenas e médias cidades, a atividade leiteira no País tem uma importância incontestável (ZOCCAL et al. 2011). O Brasil tem apresentando aumento gradativo na produção leiteira, sendo que de 2002 a 2012 a produção cresceu quase 50% (SEAB, 2014). No meio rural brasileiro uma das atividades mais tradicionais é a pecuária leiteira e de acordo com censo agropecuário existem no Brasil aproximadamente 5,2 milhões de estabelecimentos rurais dos quais 25%, aproximadamente 1,35 milhões produzem leite, envolvendo cerca de cinco milhões de pessoas (IBGE, 2006). No Estado a produtividade média diária das vacas supera a média nacional, atingindo 10,9 litros. Porém, existe importante diferenciação conforme o porte dos produtores, variando de 7,1 litros/vaca/dia, para os pequenos, a 18,5 litros/vaca/dia, para os maiores produtores (IPARDES e EMATER, 2009). Fundamental para o aprimoramento da atividade leiteira, a assistência técnica acaba não atingindo praticamente metade dos produtores na área. Dessa forma, o programa realizou visitas técnicas, participou em eventos destinados a produtores de leite da região de Guarapuava, sendo de diversas formas, as reuniões e visitas foram semanais nas comunidades participantes e em sua maioria as reuniões nas propriedades em um sistema de rodizio usando como modelo para discussão a leiteria e as pastagens do local da reunião. Abrangeu 27 famílias produtoras que foram monitoradas, realizando verificação no desenvolvimento das pastagens e evolução da produção de leite diária. Embora não seja o 1 Acadêmico da Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO. 2 Acadêmica da Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO. 3 Professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO.
2 único meio de acesso às informações sobre a atividade leiteira, a falta de assistência técnica reduz a probabilidade de adoção de novas práticas tecnológicas, sobretudo nas pequenas e médias propriedades (IPARDES e EMATER, 2009). O conhecimento sobre as condições da pastagem e da produção forrageira, como a determinação de matéria seca e taxa de crescimento, pode auxiliar a definir a taxa de ocupação da pastagem. A estimativa da produção da forragem é feita pela coleta de amostras do capim da área de pastagem a ser avaliada, e devem ser coletadas de forma que represente a área como um todo, uma das formas que mais se utiliza é o método do quadrado, onde ao final uma subamostra é seca e pesada se obtém o peso seco e a determinação da amostra e posteriormente transformada para hectare (SALMAN, 2006). 2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES As atividades consistiram em visitas às propriedades leiteiras da região de Guarapuava, em que foram feitas orientações sobre manejo de pastagem, participação em eventos como dias de campo e cursos direcionados a produção, recuperação, escolha e manejo de pastagens para melhoria da produção de leite a pasto e um levantamento sobre as pastagens feito através de conversas e questionário. Esse questionário foi respondido por setenta e dois[n=72] produtores dos municípios de Campina do Simão, Candói, Goioxim, Guamiranga, Guarapuava, Morro Grande, Nova Laranjeiras, Palmeirinha, Pinhão e Turvo. O questionário consistia em uma folha impressa frente e verso de papel sulfite, que contava com adequada identificação da universidade, setor e laboratório responsável e seus respectivos logos. Para identificação do responsável pela propriedade foi pedido nome, CPF, município e localidade/comunidade. Em seguida eram apresentadas trinta(30) nomes vulgares de espécies forrageiras, para que se assinalasse com um X quais constavam na propriedade, seguida de sua área correspondente, em hectare ou alqueire. Os dados obtidos foram padronizados em hectare e tabelados. 3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO Verifica-se a existência de um grande número de estabelecimentos que desenvolvem a atividade leiteira no País, mas numa condição ainda precária. Há produtores com produção muito pequena, que praticam um tipo de exploração muito distante do que é a expectativa de um sistema de produção sustentável e eficiente, mesmo que no País existam tecnologias desenvolvidas e adaptadas às condições climáticas, capazes de mudar a situação para esse tipo de produtor (ZOCCAL et al. 2011). O papel do projeto de extensão foi de atender e assessorar os produtores que tem potencial de produção mesmo em pequenas áreas, a maior necessidade estava na forma correta de manejo de suas pastagens visto que o principal alimento do rebanho leiteiro na região de Guarapuava são constituídos por elas, através também do levantamento das forragens existentes, como mostra o Gráfico 1. Dentro da evolução da produção de leite no Brasil, o sistema de exploração a pasto tem provado que alguns de seus conceitos antigos, que devidamente revistos e avaliados, podem se transformar na opção mais moderna e eficiente para assegurar ganhos econômicos e de produtividade na exploração (CORREA et.al., 2011).
3 Durante a execução das atividades pode-se observar um total de 3733,512 hectares de pastagens no total das propriedades, sendo que desses, 23,28% eram destinados à Avena strigosa, que geralmente era servida no cocho, seguida de Lolium multiflorum, com 21,14%, que era normalmente ofertada a pasto. Ocorrendo a busca pastagens que se convertam em altos volumes de leite, porém não ocorre o planejamento alimentar ao longo do ano e nem planejamento direcionado ao solo, desta forma foi orientado a implantação de análise de solo e interpretações. A fertilidade do solo é a razão de obtenção de pastagens de altas produções. Visando conservá-lo e melhorá-lo a utilização de certas praticas devem ser e entrar na rotina da exploração pecuária em principal da leiteira. O êxito da formação de uma pastagem com a introdução de espécies novas, numa determinada região, dependerá do estudo de uma série de parâmetros que evitarão no seu todo ou em parte que se proceda à introdução de plantas inadequadas ao solo (ALCÂNTARA et. al., 1951). A coleta de amostras do solo, análise, avaliando componentes principais de atributos físicos, químicos e mineralógicos, acaba auxiliando identificar em que elementos necessitam reposição e correção. As características intrínsecas de cada espécie vegetal, determinam qual será exigências quanto a fertilidade do solo. As forrageiras dividem-se em grupos para exigência de fertilidade do solo, plantas exigentes, plantas mediamente exigentes e plantas pouco exigentes. Dentre as forragens de preferência dos produtores da região encontram-se Tifton 85, Aruana, poucos aderem ao uso de Milheto porém é encontrado em algumas propriedades como principais forragens de verão e durante o período de inverno aproveitam a área onde se plantou milho para silagem e usam o
4 consorcio de Aveia e Azevém como alimentação animal. Poucos relatam o uso de leguminosas, porém encontrou-se em algumas propriedades a presença de Trevo Branco e alguns produtores estavam aderindo a implantação de Alfafa. Havendo escolha direcionadas das pastagens por parte dos produtores, o papel do projeto foi de auxiliar a melhor forma de manutenção delas em cada propriedade. A partir de análise do solo a orientação foi de adubação correspondente a cada espécie de planta e necessidade especifica de cada solo. As plantas absorvem do solo, sem muita discriminação, os elementos essenciais, benéficos e os que podem trazer a sua morte. É considerado como essencial o elemento que estabelece dois critérios, o direto ou o indireto ou ambos. Direto o que participa de algum composto ou de alguma reação, sem qual não há estabelecimento da planta. Indireto a planta não completa o seu ciclo e não pode ser substituído (MALAVOLTA et. al., 1997). Diante das orientações e adesão dos produtores, até a finalização do projeto pode-se alcançar aumento da produção diária de leite, aumento da área de cobertura de forragem, controle dos animais na entrada e saída certas na pastagem pelo controle de sua altura. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante que os produtores tenham acesso a assistência técnica, mesmo quando o grau de escolaridade deles é reduzidos, temos que nos adequar em nossa metodologia para alcança-los. São detalhes que tornam a produção rentável, visto que são pequenas propriedades familiares e que dessa provém a maior parte do seu rendimento, então é necessário otimizar a produção e seu custo benefício. Os produtores demonstraram necessidade de ajuda para manejar as pastagens, não costumam planejar as necessidades alimentares ao longo do ano, porém todos entendem o papel importante que a pastagem representa na propriedade, é unânime dentre os produtores o desejo por pastagens com alto teor de proteína, embora muitas vezes o déficit seja causado por falta de energia. Com relação ao solo é novidade o uso da análise, pois não é o costume a adubação das pastagens e quando foi feita eram sem critérios. As pastagens presentes não apresentam modificações entre as propriedades, sendo uso comum das mesmas e adesão de silagem de milho no inverno. Foi demonstrativo como avaliar a produção da pastagem para a organização alimentar ao longo do ano. Os dias de campo são de extrema importância na opinião doa produtores, no entanto todos solicitam e reforçam a necessidade do acompanhamento técnico. REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, P. B. BUFARAH G. Plantas Forrageiras. São Paulo, p. CORRÊA, M. N. RABASSA, V. R. GONÇALVES, F. M. HALFEN, S. PEREIRA, R. A. SCHNEIDER, A. Série NUPPEC Produção Animal Bovinocultura de Leite. Pelotas: Copias Santa Cruz, 2011, 208 p. FONSECA, D. M. MARTUSCELLO, J. A. Plantas Forrageiras. Viçosa: Editora UFV, 2010, 537 p. IBGE. Estatísticas da Produção Pecuária. Brasília, IPARDES e EMATER. Caracterização socioeconômica da atividade leiteira no Paraná: sumário executivo / Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social e Instituo Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural. Curitiba: IPARDES, p.
5 MALAVOLTA, E. VITTI, G. C. DE OLIVEIRA, S. A. Avaliação do Estado Nutricional das Plantas princípios e aplicações. Piracicaba; POTAFOS, 1997, 319 p. SALMAN, A. K. D. Determinação de matéria seca. Embrapa. Porto Velho, SEAB. Análise da Conjuntura Agropecuária 2013/2014. Curitiba, ZOCCAL, R.; ALVES, E.R. ; GASQUES, J.G. Diagnóstico da Pecuária de Leite Nacional: Estudo Preliminar Contribuição para o Plano Pecuário Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, MALAVOLTA, E. VITTI, G. C. DE OLIVEIRA, S. A. Avaliação do Estado Nutricional das Plantas princípios e aplicações. Piracicaba; POTAFOS, 1997, 319 p. SALMAN, A. K. D. Determinação de matéria seca. Embrapa. Porto Velho, SEAB. Análise da Conjuntura Agropecuária 2013/2014. Curitiba, ZOCCAL, R.; ALVES, E.R. ; GASQUES, J.G. Diagnóstico da Pecuária de Leite Nacional: Estudo Preliminar Contribuição para o Plano Pecuário Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2011.
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