TESTE DE ADAPTABILIDADE DE FESTUCA (Festuca arundinacea) NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

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1 TESTE DE ADAPTABILIDADE DE FESTUCA (Festuca arundinacea) NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SANTA CATARINA SOUZA, Danieli Cristina¹; PROENÇA, Flávia Maria Nunes²; ROSSA, Überson Boaretto 3 ; BIANCO, Elder 4. 1 Instituto Federal Catarinense, Araquari/SC; 2 Instituto Federal Catarinense, Araquari/SC; 3 Instituto Federal Catarinense, Araquari/SC; 4 Escola Agrícola Municipal Carlos Hans Funk, Joinville/SC. INTRODUÇÃO A região norte de Santa Catarina concentra grande parte dos produtores rurais do Estado, sendo que a maioria destes são considerados pequenos produtores e suas propriedades são caracterizadas pela diversificação de atividades, tendo como destaque criação de bovinos de leite e de corte, demandando a formação de pastagens que dêem aporte ao pastoreio. As espécies de forrageiras de clima temperado são de grande relevância para os sistemas agropastoris, principalmente no que tange ao suprimento de forragem para rebanhos nos meses de outono e inverno, identificar através da pesquisa seu potencial de uso se faz de suma importância para o desenvolvimento rural. De modo geral os produtores precisam adotar um manejo nutricional que garanta o fornecimento de grande volume de pastagem o ano todo, devido à carência alimentar, em determinadas épocas, sendo um dos pontos críticos para a pecuária regional. Desta forma o melhoramento de Campo Nativo, com construções, estruturas e práticas empregadas no manejo deste com o objetivo de maximizar a produtividade do sistema (FONTANELLI, 1986,186p) impulsiona o desenvolvimento para índices e parâmetros ideais de produtividade animal como um todo e ocasiona a oscilação da produção leiteira ficando abaixo da média neste período. Dessa forma, a utilização de forrageiras de gramíneas e leguminosas anuais de inverno e de verão em cultivo singular ou consorciado, consiste em uma alternativa utilizada na ¹ Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas 2 Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas 3 Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas 4 Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas Trabalho financiado com apoio do CNPq, PIBID e IFC

2 região, para fornecimento de volumoso de boa qualidade nos períodos críticos. Além do valor nutritivo das forragens, que é visto como resultado da combinação entre composição química e a digestibilidade, sendo esses fatores muito importantes para o desempenho dos animais, é necessário que a espécie apresente grande produtividade. Consistiu na implantação de parcelas experimentais onde foram semeadas as seguintes espécies: Capim Lanudo (Holcus lanatus L.), Azevém (Lolium multiflorum L.), Aveia Preta (Avena strigosa Schreb.), Festuca (Festuca arundinacea Schreb.). Entre as espécies estudadas, a de maior destaque foi a Festuca, que é uma gramínea perene de inverno a qual apresenta maior resistência às dualidades das condições climáticas nos requisitos umidade e temperatura, como o excesso de umidade e a tolerância ao frio, e por ser produtiva e persistente proporciona algum crescimento no verão (OLIVEIRA; MORAES, 1995) pelo fato de não possuir mecanismo de dormência neste período (FONTANELI et al., 2009). Contribuindo assim em sanar a extrema necessidade para a manutenção da exploração da atividade leiteira, o manejo nutricional adequado exerce uma influência significativa na produção, bem como o rendimento econômico atuando concomitante com os parâmetros fenótipos e genótipos do rebanho. O presente experimento visa analisar alternativas viáveis de espécies forrageiras para a região, tendo uma alternativa que garanta a sustentação das exigências alimentares do rebanho. Obtendo um melhor êxito no processo produtivo onde tem como ponto crítico a estacionalidade da produção de forragens que é reconhecida como um dos principais fatores responsáveis pelos baixos índices de produtividade da pecuária nacional. Existem épocas de estiagem, as quais se diferem de região para região em que ocorre acentuada redução no crescimento forrageira, resultando em menor disponibilidade de forragem, de baixo valor alimentício, afetando, assim, o desempenho dos animais mantidos a pasto. Deste modo o enfoque é para a variedade Festuca (Festuca arundinacea Schreb) a qual se busca o desenvolvimento regional pelas suas características vegetativas e pela necessidade de produção bibliografia sobre o tema, e é nestes pontos que se difere o referido projeto. Desta forma tem-se como principal objetivo analisar a produção de espécies de forrageiras, através da avaliação de biomassa produzida desenvolvimento germinativo, visando a recomendação de forrageira de maior produtividade para a propriedade rural. Diagnosticar uma nova opção na busca de contornar o déficit de forragens na região e então ter-se o potencial de disponibilizar materiais técnicos e didáticos específicos para a região. 2

3 MATERIAL E MÉTODOS Os canteiros experimentais foram instalados dia 24 de julho de 2014, nas dependências da Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke, no município de Joinville/SC, localizadas entre as coordenadas 26º18'16" S e 48º50'44"W. A classificação do clima, segundo a Köppen é Cfa (clima temperado úmido com verões quentes) sendo característica temperaturas médias de 21.1 C, com pluviosidade média anual de 1706 mm. O delineamento experimental, foi o inteiramente casualizado constituindo-se por 4 tratamentos e 3 repetições em canteiros experimentais de 12 m², subdivida em 12 parcelas de 1 m². Cada tratamento constitui-se por uma espécie de forrageira distinta com 3 repetiçoes. As sementes foram adquiridas da estação experimental da Epagri de Lages/SC e de Mafra/SC. A quantidade de distribuição de sementes em cada parcela caracterizou-se pela semeadura á lanço segundo indicações da Epagri, para forrageiras de clima temperado para o Estado de Santa Catarina (ROSA; PRESTES 2008), sendo que para o Capim Lanudo (Holcus lanatus L.) utilizou-se 1,8 g/m², Azevém (Lolium multiflorum Lam.) 3 g/m², Aveia Preta (Avena strigosa Schreb) 7g/m², Festuca (Festuca arundinacea Schreb) 1,2g/m². Para o preparo dos canteiros experimentais foi utilizado enxada rotativa em uma profundidade de 25 cm. Foi realizado adubação de base, conforme recomendação técnica, TEDESCO et. al. (2004). Após 30 dias da semeadura, realizou-se a medição de altura das plantas através do uso da régua, e posteriormente realizado o primeiro corte para avaliação da produtividade de cada espécie através da analise da Biomassa Fresca da Parte Aérea (BFPA) e da Biomassa Seca da Parte Aérea (BSPA). O método de coleta de amostras foi delimitado a partir do SENAR (2010, p. 390), incluindo a utilização de balança analítica e proporção perante a temperatura conforme a porcentagem de amostra. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados de produção de biomassa das quatro espécies de forrageiras, que possibilitam a analise da produtividade de cada uma delas estão apresentadas na Figura I. Pode-se inferir que entre as espécies estudadas a Festuca (Festuca arundinacea Schreb) foi a que apresentou resultados mais promissores com 131,433 g.m -2 de BFPA e 111,758 g.m -2 de BSPA. Tendo em vista que os resultados avaliados são do primeiro corte, faz-se necessário observações futuras considerando novo rebrote e desenvolvimento da 3

4 forrageira em épocas de maior incidência de luz e medias de temperatura mais elevadas típicas do verão, pois a época de semeadura aconteceu em um período atípico da espécie e este fator pode influenciar na produção de biomassa para a mesma. As menores produções de BFPA e BSPA foram de 22,550 g.m g.m -2 respectivamente apresentadas pelo Azevém. FIGURA I GRÁFICO DE PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE QUATRO ESPÉCIES DE FORRAGEIRAS DE CLIMA TEMPERADO. Capim Lanudo Festuca Aveia Preta Azevém 131, ,758 76,512 65,561 39,750 22,550 35,162 19,126 BFPA (g.m -2 ) BSPA (g.m -2 ) * Dados elaborados pelos autores, submetidos a um programa estatístico de médias. A Aveia Preta apresentou produções de 76,512 g.m -2 de BFPA e 65,561 g.m -2 de BSPA, sendo que para o Capim Lanudo apresentou produções de 39,750 g.m -2 de BFPA e 35,162 g.m -2 de BSPA. CONCLUSÕES A forrageira Festuca, dentre as quatro espécies estudadas, foi a que apresentou maior produtividade, inferindo-se que apresenta uma adequada adaptabilidade na região norte do Estado de Santa Catarina, podendo ser recomendada para plantio em propriedades rurais desta região. REFERENCIAS FONTANELLI, R. S. Melhoramento de Pastagem natural: introdução, ceifa, queima diferimento e adubação p. Dissertação (Mestrado em Agronomia), UFRS, Porto Alegre; 4

5 FONTANELI, R. S.; FONTANELI, R. S.; SANTOS, H. P. dos.forrageiras para integração-lavoura-pecuária-floresta na região sul-brasileira. Passo Fundo: EMBRAPA, 2009, p ; MACHADO, Alexandre, et al. Manual de bovinocultura de leite/ LK Ed.; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG. Embrapa Gado de Leite, p. :Il; OLIVEIRA, J. C. P.; MORAES, C. O. C. Cadeia forrageira para a região da Campanha. In: FEDERACITE. Cadeias forrageiras regionais. Porto Alegre, p ; TEDESCO, M. J.; et al. A Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo dos estados do RS e SC. In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO, 1.Pelotas: SBCS Núcleo Regional Sul/UFPel Faculdade de Agronomia,