PROTOCOLO RESPEITANTE À UTILIZAÇÃO DO IMÓVEL SITO NA CALÇADA DA TAPADA, NÚMERO 64-A/66

Transcrição

1 PROTOCOLO RESPEITANTE À UTILIZAÇÃO DO IMÓVEL SITO NA CALÇADA DA TAPADA, NÚMERO 64-A/66 Entre: O MUNICÍPIO DE LISBOA, Pessoa Coletiva n.º , sedeado na Praça do Município, através do seu órgão executivo, Câmara Municipal de Lisboa, neste ato representada pelo seu Vice-Presidente, Arquiteto Manuel Sande e Castro Salgado, e pela Vereadora do Pelouro da Habitação e Desenvolvimento Social, Arquiteta Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, como PRIMEIRO OUTORGANTE, e Associação O NINHO, pessoa coletiva n.º , com sede na Rua Luciano Cordeiro, 59, 4.º, Lisboa, neste ato representado pela Diretora de Serviços, Dr.ª Maria Inês Gomes Rodrigues Fontinha, portadora do Cartão de Cidadão n.º , válido até 04/10/2016, adiante designado como SEGUNDA OUTORGANTE; Considerando que: a) O Ninho é uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos, que tem por objetivo a promoção humana e social de mulheres vítimas de prostituição, e de mulheres traficadas para fins de exploração sexual; b) Esta associação desempenha um papel extremamente relevante de apoio às vítimas da prostituição, desenvolvendo respostas e um trabalho conjunto com várias entidades nacionais e estrangeiras; c) No desenvolvimento desta atividade, O Ninho carece de novas instalações que permitam qualificar e ampliar a respetiva atividade; d) Nos termos do n.º 3 do artigo 23.º da Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, compete aos Município de Lisboa a participação, em cooperação com instituições de solidariedade social ( ), em programas e projetos de ação social de âmbito municipal, designadamente nos domínios do combate à pobreza e à exclusão social ; 1

2 É celebrado o presente PROTOCOLO DE UTILIZAÇÃO DE ESPAÇO, que se rege pelas cláusulas seguintes: CLÁUSULA PRIMEIRA (Objecto) O presente acordo tem por objecto fixar os termos da utilização, pela SEGUNDA OUTORGANTE, do prédio urbano sito na Calçada da Tapada, número 64-A/66, em Lisboa, descrito no registo predial sob o n.º 1976 da freguesia de Alcântara, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 1910, doravante designado por Prédio. CLÁUSULA SEGUNDA (Regime aplicável) 1. A utilização, pela SEGUNDA OUTORGANTE, do Prédio objeto do presente protocolo é feita a título precário nos termos do art.º 121.º do Código do Procedimento Administrativo, no limite dos direitos do PRIMEIRO OUTORGANTE, podendo cessar a qualquer momento ao abrigo do disposto no art.º 140.º, 1.ª parte do n.º 1, do referido Código, com respeito pelo estabelecido no presente acordo, não ficando, assim, em caso algum, sujeita às leis reguladoras do contrato de locação. 2. A SEGUNDA OUTORGANTE pagará anualmente ao PRIMEIRO OUTORGANTE a quantia de 1.954,44 (mil novecentos e cinquenta e quatro euros e quarenta e quatro cêntimos), liquidável em 12 prestações mensais no valor de 162,87 (cento e sessenta e dois euros e oitenta e sete cêntimos), pela cedência do Prédio. 3. O preço referido é actualizado anualmente, de acordo com o coeficiente fixado pelo Instituto Nacional de Estatística para a actualização de arrendamentos imobiliários não habitacionais. 2

3 CLÁUSULA TERCEIRA (Fim) 1. O Prédio referido destina-se a ser utilizado pela SEGUNDA OUTORGANTE para prossecução direta do seu objeto social, designadamente a promoção humana e social das mulheres vítimas de prostituição, não podendo ser utilizado para fins que contrariem o disposto no mesmo, designadamente comerciais. 2. A SEGUNDA OUTORGANTE acolherá no âmbito da sua intervenção as mulheres que possam ser encaminhadas pelo PRIMEIRO OUTORGANTE que se integram na problemática da prostituição, de acordo com os critérios de igualdade e prevalência aplicados pela SEGUNDA OUTORGANTE. CLÁUSULA QUARTA (Condições Gerais da Ocupação) 1. A SEGUNDA OUTORGANTE assume os riscos inerentes à utilização do Prédio, ficando responsável perante o PRIMEIRO OUTORGANTE relativamente aos prejuízos que este venha a sofrer. 2. A cedência é feita pelo prazo expectável de 6 anos, sendo a partir do termo desse prazo renovável sucessiva e automaticamente por períodos de 3 anos, sem prejuízo do previsto na cláusula 2.ª e das demais formas de cessação previstas no presente protocolo. CLÁUSULA QUINTA (Obras) 1. A SEGUNDA OUTORGANTE deverá manter o Prédio objeto do presente protocolo em perfeito estado de asseio, conservação e segurança. 2. Quaisquer obras serão sempre executadas por conta da SEGUNDA OUTORGANTE e carecem de autorização prévia do PRIMEIRO OUTORGANTE, à excepção das obras de conservação a ter lugar nos primeiros 6 meses da presente cedência, sem prejuízo da observância das disposições legais aplicáveis. 3

4 3. Finda a ocupação, a SEGUNDA OUTORGANTE não terá direito a qualquer indemnização ou compensação nem poderá alegar o direito de retenção em relação a obras ou benfeitorias que tenha executado. CLÁUSULA SEXTA (Outras obrigações da Segunda Outorgante) 1. A SEGUNDA OUTORGANTE compromete-se a avisar o PRIMEIRO OUTORGANTE sempre que tenha conhecimento de que algum perigo ameaça o Prédio ou que terceiros se arrogam direitos sobre ele. 2. A SEGUNDA OUTORGANTE obriga-se ainda a impedir a ocupação por terceiros de todo ou parte do Prédio, sem prejuízo da prossecução das suas atribuições. 3. A SEGUNDA OUTORGANTE responsabiliza-se pelo pagamento dos serviços de fornecimento de água, eletricidade, gás, telefone, Internet, segurança ou vigilância, limpeza e de outros serviços que venha a contratar, bem como das taxas relativas à utilização do Prédio objeto deste Protocolo. 4. A SEGUNDA OUTORGANTE obriga-se a contratar e manter, durante a vigência do presente protocolo, seguro que garanta o risco de incêndio e de destruição do Prédio por causas naturais ou ação humana. CLÁUSULA SÉTIMA (Cessação da utilização) 1. A utilização do imóvel pela SEGUNDA OUTORGANTE cessa nos termos previstos no presente protocolo. 2. A superveniência de interesse público devidamente fundamentado ou o incumprimento de qualquer das obrigações constantes do presente protocolo confere ao PRIMEIRO OUTORGANTE o direito de fazer cessar o presente acordo, com a inerente desocupação do espaço cedido. 3. O encerramento ou não utilização das instalações para os fins previstos no presente protocolo, por período igual ou superior a 180 dias, sem justificação fundamentada e aceite pelo PRIMEIRO OUTORGANTE confere, também, a este o direito de resolver o presente acordo e ordenar a desocupação, a executar nos termos do artigo 149.º e seguintes do Código do Procedimento Administrativo. 4

5 4. No caso previsto no número anterior, a SEGUNDA OUTORGANTE compromete-se a deixar o Prédio livre e desocupado de pessoas e bens no prazo de 60 dias úteis a contar da notificação para o efeito. 5. Cessando a utilização não assiste direito a qualquer indemnização à SEGUNDA OUTORGANTE. CLÁUSULA OITAVA (Disposições finais) 1. Na sequência da celebração do presente protocolo a SEGUNDA OUTORGANTE deverá proceder, no prazo de 90 dias, à desocupação das instalações da PRIMEIRA OUTORGANTE que atualmente ocupa. 2. O presente protocolo entra em vigor na data da sua assinatura. 3. A SEGUNDA OUTORGANTE deverá fornecer à PRIMEIRA OUTORGANTE toda a informação por esta solicitada relativamente à utilização do imóvel em causa, sem prejuízo da necessária salvaguarda das informações pessoais confidenciais. CLÁUSULA NONA (Comunicações) Todas e quaisquer comunicações entre as partes no âmbito do presente contrato devem ser enviadas por escrito, para a morada constante na identificação das partes, salvo se entretanto o seu destinatário tiver indicado, igualmente por escrito, endereço distinto. CLÁUSULA DÉCIMA (Arbitragem) 1. A resolução de todo e qualquer litígio emergente da interpretação, aplicação ou execução de qualquer das cláusulas anteriores, fica sujeito a um tribunal arbitral, com expressa renúncia a qualquer outro. 2. Para efeitos do disposto no número anterior, a tribunal arbitral será constituído ad hoc da seguinte forma: a) Cada Parte nomeará um árbitro e estes dois árbitros acordarão sobre a nomeação de um terceiro árbitro, que presidirá; 5

6 b) Os árbitros serão nomeados no prazo máximo de 15 dias a contar da data em que uma das Partes tenha notificado a outra da sua intenção de submeter o diferendo a um tribunal arbitral; c) O presidente será nomeado no prazo máximo de 30 dias a contar da data da nomeação dos restantes árbitros; d) Na ausência de acordo quanto à nomeação do Presidente, qualquer das partes poderá solicitar ao presidente do tribunal da Relação que proceda à respetiva nomeação; e) O tribunal arbitral determinará as suas regras de procedimento; f) O tribunal arbitral decide por maioria de votos e a sua decisão será definitiva e vinculativa; g) Cada Parte suportará os custos com o seu próprio árbitro e da sua representação no processo arbitral. Os custos relativos ao Presidente, bem como os demais custos, serão suportados em partes iguais por ambas as Partes. Feito em Lisboa, em... de... de 2012, em dois exemplares de seis páginas cada, de igual valor, todas devidamente rubricadas e a última assinada, ficando um exemplar na posse de cada outorgante. PELO PRIMEIRO OUTORGANTE PELO SEGUNDO OUTORGANTE O Vice-Presidente Manuel Sande e Castro Salgado A Directora de Serviços A Vereadora Maria Inês Gomes Rodrigues Fontinha Maria Helena da Costa Salema Roseta 6

7 7 ninho