Direito Penal Juvenil O Princípio Encarcerador do ECA.
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- João Pedro Jonathan Pinheiro Pinto
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1 Direito Penal Juvenil O Princípio Encarcerador do ECA. Docentes Eribelto Peres Castilho & Danielle Franco da Rocha. São Paulo, janeiro de
2 Proposta de Oficina Direito Penal Juvenil O Princípio Encarcerador do ECA Eribelto Peres Castilho & Danielle Franco da Rocha I Apresentação: A proposta de oficina ora apresentada, que tem por tema Direito Penal Juvenil O Princípio Encarcerador do ECA, busca contribuir para a capacitação continuada da equipe multiprofissional, de modo a favorecer e complementar a diversidade de seus conhecimentos, bem como proporcionar-lhes um importante e necessário momento de discussão e reflexão sobre a realidade social, econômica, jurídica e cultural vivenciada pela população que integra suas ações. Doutorando em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012), Mestrado em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2008), Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2004) e em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo FFLCH/USP (2009). Atualmente é professor do curso Formação e Desenvolvimento da Economia Brasileira ( ), promovido pela Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica PUC-SP. (link: /cogeae/curso/642) e de Direito Penal na Faculdade Zumbi dos Palmares. Pesquisador do Núcleo de Estudos de Historia: Trabalho, Ideologia e Poder (NEH-TIPO) e do Centro de Estudos de História Latino-Americana (CEHAL), ambos ligados ao Programa de Pós- Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Doutora em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009), Mestrado em Ciências Sociais pela mesma Universidade (2006) e Bacharel em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002). Atualmente é professora do curso O Movimento Operário no Brasil: Um Panorama Histórico na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (COGEAE) e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Historia: Trabalho, Ideologia e Poder (NETIPO) e do Centro de Estudos de História Latino-Americana (CEHAL), ambos ligados ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. 2
3 II Objetivo Geral da Oficina: O objetivo geral da presente proposta visa fomentar a discussão e reflexão da equipe multiprofissional sobre a constituição histórico-social do que denominamos Direito Penal Juvenil. Buscar-seá, a partir da exposição concreta do disciplinamento jurídico, dispensado historicamente aos adolescentes autores de ato infracional, estimular a problematização crítica frente o patente Princípio Encarcerador que ainda preside o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com vistas à produção e consolidação de um conhecimento teórico e prático que contribua para o aprimoramento constante do acompanhamento de adolescentes e jovens. III Detalhamento do da Oficina: A oficina será ministrada em seis módulos. No primeiro módulo, buscaremos apresentar a forte reação social ocorrida nos anos 1980 contra o tratamento menorista dispensado até então às crianças e adolescentes ditos em situação irregular, e o surgimento de todo um arcabouço legal (Constituição de 1988 e Estatuto da Criança e do Adolescente 1990) baseados na Doutrina de Proteção Integral e fundamentada na Declaração Universal dos Direitos das Crianças da ONU, bem como a recente aprovação da Lei de 18 de janeiro de 2012, que Institui o Sistema Nacional de Atendimento Sócio-educativo (SINASE). Num segundo buscaremos expor inicialmente a inflexão social e jurídica promovida pela Constituição Federal de 1988 (art. 227) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no tratamento à 3
4 infância no Brasil. Discutiremos, dentre outros temas, a adoção da doutrina da proteção integral, das diferenças da nova ordem legal frente à legislação menorista anterior, bem como o interesse prático e as consequências jurídicas da distinção entre criança e adolescente. No terceiro módulo, procuraremos expor a constituição das noções de Imputabilidade e Inimputabilidade Penal e como tais estão dispostas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Código Penal e na Constituição Federal. Discutiremos também como se deu a responsabilização penal das crianças e jovens ao longo da história brasileira, desde o Código Criminal de 1830 até o advento do ECA. No quarto módulo problematizaremos o que denominamos de Princípio Encarcerador do ECA, debatendo como esta questão fora tratada ao longo da história brasileira, bem como a evidente equivalência procedimental entre Justiça da Infância e Juventude e a Justiça Criminal, explicitada pela incoerência entre a adoção do princípio da inimputabilidade penal e a condição de réu do adolescente. No quinto módulo, realizaremos num primeiro momento a projeção dos filmes Juízo e Os Esquecidos: FEBEM, Menores Infratores e a Violação dos Direitos Humanos, documentários que procuram expor como se estrutura atualmente o funcionamento das Varas Especiais da Infância e Juventude, bem como a execução das medidas sócio-educativas. Já no segundo momento, a partir da análise fílmica, procuraremos problematizar o tratamento dispensado aos jovens infratores, buscando debater a evidente falência da tão difundida até mesmo nos dias atuais, opção pela expansão da intervenção penal e a consequente criminalização como solução ao problema social da criminalidade juvenil, opção que apenas contribuiu para legitimar a seletividade, o estigma e a violência no enfrentamento dessa problemática social. 4
5 No sexto e último módulo, prosseguindo nossa problematização, discutiremos, a partir de casos concretos, os indícios do Princípio Encarcerador do ECA. Veremos como o estigma, a seletividade e a repressão se insinuam quando o adolescente tornase autor de ato infracional, equiparando-o social e juridicamente ao adulto que responde penalmente. Cada módulo será ministrado em 1 (um) encontro de 3 (três) horas cada, totalizando seis encontros (18 horas). Tratar-se-ão de apresentações dialogadas 1, pautadas por debates coletivos dos temas ministrados, bem como pelas discussões orientadas com a equipe multiprofissional. IV Conteúdo Sistematizado dos Módulos: 1º Módulo 1. A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente: 1.1. A Constituição Federal de O Estatuto da Criança e do Adolescente 1.3. A Estrutura do Estatuto da Criança e do Adolescente Lei de 18 de janeiro de 2012, que Institui o Sistema Nacional de Atendimento Sócio-educativo (SINASE). 1 A proposta de apresentações dialogadas pauta-se na pertinente definição metodológica presente no estudo O Mundo do Trabalho e o Desafio da Inclusão Social: Relato de Uma Experiência no centro de São Paulo donde os autores observam que: Acreditamos que o que se deve buscar é o diálogo capaz de relacionar teorias de natureza distinta: aquelas que vem da pesquisa acadêmica e aquelas que vem do trabalho profissional cotidiano. Assim, podemos dizer que DIÁLOGO é a palavra mais forte para caracterizar nossa metodologia (...). BOCK, Ana Mercês Bahia; CRUZ, Myrt Thânia Souza (Orgs.). O Mundo do Trabalho e o Desafio da Inclusão Social: Relato de Uma Experiência no centro de São Paulo. 1ª Ed. Santos/SP: Editora Brasileira,
6 2º Módulo 1. A CF/88 e o ECA Uma Inflexão Social e Jurídica no Tratamento da Infância Adoção da Doutrina da Proteção Integral Diferenças da nova ordem legal frente à legislação menorista Interesse Prático da distinção jurídica entre Criança e Adolescente. 3º Módulo 1. A Inimputabilidade Penal das Crianças e Adolescentes O Conceito de Imputabilidade Penal no Código Penal e no ECA A Responsabilização Penal das Crianças e Adolescentes na História brasileira. 4º Módulo 1. O Princípio Encarcerador do ECA: 1.1. A Equivalência entre a Justiça da Infância e Juventude e a Justiça Criminal A incoerência entre a adoção do princípio da inimputabilidade penal e a condição de acusado do adolescente. 6
7 5º Módulo Tema Geral: Introdução Crítica à História Sócio-Jurídica da Política Antidrogas Brasileira. 1. Projeção dos documentários: Juízo e Os Esquecidos: FEBEM, Menores Infratores e a Violação dos Direitos Humanos. A partir da análise fílmica, procuraremos problematizar a problematizar o tratamento dispensado aos jovens infratores, buscando debater a evidente falência da tão difundida até mesmo nos dias atuais, opção pela expansão da intervenção penal e a consequente criminalização como solução ao problema social da criminalidade juvenil, opção que apenas contribuiu para legitimar a seletividade, o estigma e a violência no enfrentamento dessa problemática social. 4º Módulo 1. O Princípio Encarcerador do ECA: 1.1. Apresentação e Discussão de Casos Problematização dos indícios da Equivalência entre a Justiça da Infância e Juventude e a Justiça Criminal. 7
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