ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DA ESPÉCIE FLORESTAL DO ASSACÚ (Hura creptans L.) NO MUNICÍPIO DE MANAUS - AM
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- Luciana Salvado Salgado
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1 Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DA ESPÉCIE FLORESTAL DO ASSACÚ (Hura creptans L.) NO MUNICÍPIO DE MANAUS - AM Felipe de Souza Ramos; Roberta Monique da Silva Santos; Blenda Naara da Silva; Cíntia Fernandes; Albejamere P. de Castro. fs_ramos@hotmail.com Realização Apoio
2 INTRODUÇÃO A importância da cadeia produtiva da madeira no amazonas pode ser constatada pela grande quantidade de indústrias florestais existentes no Estado. O estudo das cadeias produtivas inclui a localização das empresas, a quantificação da produção, as expectativas e objetivos dos agentes dos segmentos, a análise da sua estrutura de mercado, a análise do contexto organizacional e institucional onde ela se insere e a análise dos fluxos internos entre os segmentos em termos de custos, receitas, eficiência, limitações, oportunidades, ameaças e demandas. A cadeia da madeira reúne as atividades relativas à madeira e seus derivados. É caracterizada pelo conjunto de atividades que asseguram a produção, da colheita à transformação da madeira até o estágio onde esta última, por associação de seus derivados a outras matérias, perde a característica de constituinte essencial do produto (Selmany, 1993). A madeira de Assacú é leve, com densidade em torno de 0,4 g.cm³ e baixa resistência ao apodrecimento. Por estas características a madeira é empregada na construção civil, para forros, obras internas, confecção de cepas de tamancos, compensados, palitos de fósforo e caixotaria. Apresenta alto teor de fibras, podendo ser utilizada para produção de polpa celulósica. A árvore é bastante ornamental e produtora de ótima sombra, podendo ser empregada na arborização e no paisagismo. Pela rapidez de crescimento, é ótima para ser utilizada em plantios mistos de áreas ciliares degradadas, visando recompor a vegetação (Lorenzi, 2000). Tomando-se como base os conceitos apresentados, necessita-se conhecer a cadeia produtiva do Assacú (Hura creptans) que está em um grupo de relações que envolvem desde a obtenção de insumos (matéria-prima: madeira), passando pelo transporte e serrarias que fazem a transformação, tratamento, armazenamento e comercialização das madeiras dessa espécie florestal. OBJETIVOS Geral: Realizar o estudo da cadeia produtiva do Assacú no município de Manaus - AM. Específicos: Identificar a época de maior exploração e produção; Identificar as finalidades da madeira; Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 2
3 Identificar a viabilidade econômica dos produtos obtidos; Analisar a dinâmica de produção e mercado da espécie estudada. METODOLOGIA A metodologia utilizada para a presente análise foi a seguinte: revisão da literatura, coleta e uso de dados secundários, elaboração de diagramas de fluxo e consultas a atores representativos da cadeia. Para atingir os objetivos propostos nas análises de cadeias produtivas, o procedimento metodológico adotado baseia-se no Manual Metodológico para o SNPA - Prospecção de Demandas Tecnológicas, editado pela EMBRAPA (1995). Este procedimento estabelece a execução das seguintes etapas para a análise completa da cadeia produtiva: 1. Definição da localização e objetivos da cadeia produtiva; 2. Segmentação e detalhamento dos componentes da cadeia; 3. Análise do contexto organizacional e institucional; 4. Análise dos fluxos internos entre os componentes: custos, receitas; eficiência, limitações, oportunidades, ameaças e demandas; 5. Relatório final contendo medidas para consolidação e desenvolvimento da cadeia produtiva; RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto à origem da madeira: A madeira de Assacú é originada das áreas de várzea, principalmente do município de Manacapuru, próximo de Manaus. Quanto ao fornecedor da madeira: A madeira de Assacú é fornecida pelo município de Manacapuru via meio fluvial, já que ela é muito leve e bóia, e normalmente vem com outra madeira mais pesada como boiadeira. Quanto a época de maior abundancia da madeira: O Assacú tem maior abundancia no período da cheia, quando as toras flutuam e são transportadas para as serrarias. As toras vêm por meio fluvial, pois além dela flutuarem e transportarem toras mais pesadas consigo, elas não valem o custo de transporte rodoviário. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 3
4 Quanto ao valor de venda do assacú: O Assacú é vendido a valores entre R$ 75,00 a 120,00 reais a dúzia de tábuas de azimbre de 5 metros. A tora inteira normalmente é vendida como bóia a valores em torno de R$ 100,00 a 150,00 reais. Quanto ao público alvo da madeira e os produtos utilizados a partir da madeira de assacú: A madeira de Assacú é muito visada para a produção de azimbre junto com outras madeiras brancas vendidas na cidade de Manaus. Também é vendida para o consumo em geral no meio civil urbano e a tora inteira é usada como bóias para flutuantes para quem mora próximo à rede hidrográfica. A madeira de Assacú apesar de ser bem explorada, não é valorizada. Esse fato pode ser atribuído as finalidades da tora que é de boiadeira para toras mais pesadas e valiosas e aos baixos investimentos na área de armazenamento e secagem da madeira, pois a ausência ou baixa eficiência dos mesmos acarretam em desvalorização do produto final. E de acordo com Bliska & Gonçalves (1998), a produção de um determinado produto reflete a complexidade do valor atribuído a ele. Os custos de produção, neste caso equivalem desde a retirada da matéria prima até seu estágio de armazenamento, são essenciais para determinar a eficiência com que a atividade é realizada e sua correspondente viabilidade econômica. Castro (1998) explica que a dificuldade de atribuir um valor a um produto ocorre devido a existência de uma competição entre os elementos da cadeia produção de naturezas diferentes, mas que essa competição deveria acontecer apenas entre os elementos de mesma natureza, e assim originando cadeias coordenadas, que consigam suprir o mercado consumidor de forma competitiva e sustentável. Fluxograma Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 4
5 Figura 01: Pilhas de azimbre de assacu. Fonte: Fernandes, 2010 (Dados da Pesquisa). Figura 02: Serrador da serraria F. Alves Fonte: Fernandes, 2010 (Dados da Pesquisa). Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 5
6 CONCLUSÕES O Assacú (Hura sp.) está em um grupo de relações que envolvem desde a obtenção de insumos (matéria-prima: madeira), passando pelo transporte a serrarias que fazem a transformação, tratamento, armazenamento e comercialização das madeiras dessa espécie florestal. A madeira de Assacú é utilizada principalmente como boiadeiras ou para confecção de azimbre, sendo que para o meio urbano é para azimbre juntamente com outras madeiras brancas. A madeira não tem um grande controle dos órgãos governamentais, pois a madeira apesar de ser bem explorada não é valorizada graças ao uso principal dela como boiadeira, o que a torna um produto de baixo custo, além do que outro produto que é extraído desta matéria prima é o azimbre, que também tem um custo final reduzido no mercado. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 6
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLISKA, F.M.M. e GONÇALVES, J.R. Estudo da cadeia produtiva de carne bovina no Brasil, in Cadeias produtivas e sistemas naturais. EMBRAPA, Brasília BOTELHO, J. B. L. R. Perfil e potencial do arranjo produtivo de fitoterápicas de Manaus. SEBRAE/AM. Manaus, AM. Brasil CASTRO, A. M. G. Cadeias produtivas e sistemas naturais. Brasília. EMBRAPA SPI. 16p CASTRO, A. M. G. Análise da competitividade de cadeias produtivas. Disponível em: < Acesso em 20 de janeiro de DIAS, R. Sociologia aplicada ao comércio exterior. Editora Alínea. Campina- SP. Brasil p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Plantarum, v. 1, 368 p. PIMENTEL, M.; Matias, E. Arranjos produtivos locais Aplicação no Estado do Amazonas. T&C Amazônica, 4: SANTANA A. C. e Amin, M. A. Cadeias produtivas e oportunidades de negócio na Amazônia. UNAMA. Belém, PA p. SELMANY, Y.. Analyse Des Flux Physique De Bois À L interieur De La Filiére-Bois. Nancy. ENGREF p. Tese. Doutorado. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 7
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