de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

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1 Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia ASPECTOS GERAIS DA COMERCIALIZAÇÃO DO TUCUMÃ NAS FEIRAS DA CIDADE DE MANAUS, AMAZONAS Álefe Lopes Viana; Cristiane Santos do Carmo Ribeiro de Souza; Ivinne Nara Lobato dos Santos; Jenna Gomes de Souza; Albejamere Pereira de Castro alefe.viana@gmail.com Realização Apoio

2 INTRODUÇÃO A Amazônia tem participação significativa na riqueza de produtos naturais que o Brasil dispõe. O Amazonas é um dos estados que possui tradição em explorar da floresta produtos não madeireiros para subsistência em muitas comunidades ribeirinhas, dentre esses produtos, o tucumã (Astrocaryum aculeatum G. Mey.) é bastante explorado. A árvore pode ser usada para arborização, as folhas para a extração de fibras, o estipe duro e resistente, fornece matéria-prima para fabricação de móveis e decorações, do fruto, a polpa é usada principalmente na culinária, o óleo pode ser extraído para produção de sabão e o endocarpo para a confecção artesanal. Conhecer a comercialização do tucumã nas feiras de Manaus AM é o principal foco deste trabalho que consiste em visitas às feiras e entrevistas aos comerciantes que têm o tucumã como seu produto de subsistência. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 2

3 OBJETIVOS Descrever a comercialização da cadeia do Tucumã (Astrocaryum aculeatum G. Mey.) nas principais feiras de Manaus AM; Identificar a origem da matéria prima comercializada na cidade de Manaus- AM; Identificar os atores sociais envolvidos no processo de comercialização do tucumã; Analisar a viabilidade econômica do produto. METODOLOGIA Visto que o interesse deste trabalho foi conhecer a comercialização do tucumã nas principais feiras na cidade de Manaus visitando as seguintes feiras: Manaus moderna (Zona Sul), Produtor (Zona Leste), Panair (Zona Sul), Compensa (Zona Oeste) e Santo Antonio (Zona Oeste) as quais serviram como amostragem para esta pesquisa. As visitas às feiras consistiram em entrevistas com aplicação de questionários aos comerciantes de tucumãs. Foram entrevistados ao todo dezesseis comerciantes, a fim de obter informações quanto à origem (comunidade e/ou município), vendedor (regatão, produtor, comunitário), quantidade comprada e vendida (quilo, saca, litro, dúzia e cento) e custo benefício. Por fim, foi feita a análise dos dados obtidos durante as visitas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base na entrevista e a aplicação do questionário feita aos comerciantes de tucumã nas feiras mencionadas, verificou-se que os tucumãs vêm das seguintes localidades: Autaz Mirim, Autazes, Barreirinha, Cacau Pireira, Coari, Fonte Boa, Iranduba, Itacoatiara, Lago do Limão (Iranduba), Manacapuru, Manicoré, Novo Remanso (Itacoatiara), Paraná da Eva, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Madeira, Rio Preto da Eva, Tefé, Terra Preta e Urucará. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 3

4 Figura 01 Localização dos municípios fornecedores de tucumã às feiras de Manaus-AM. Observa-se que, de acordo com o gráfico 01, o município que mais fornece tucumã às feiras pesquisadas é Rio Preto da Eva, seguido de Itacoatiara e Autazes. Grafico 01 Porcentagem de contribuição dos municípios fornecedores. Os comerciantes geralmente compram de 5 a 10 sacas contendo aproximadamente 900 tucumãs em cada uma. No entanto, na feira da Panair, os comerciantes compram entre 15 a 30 sacas por semana. Os preços de cada saca variam de trinta a setenta reais cada. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 4

5 Gráfico 02 Valor médio da Saca comprada pelos feirantes. De acordo com o gráfico 02 observa-se que o valor médio que os feirantes adquirem uma saca gira em torno de R$ 65,00 na feira do Santo Antônio e cerca de R$ 38,75 na feira da Panair. E essas são vendidas por regatões, produtores rurais e agricultores que utilizam canoas, rabetas, barcos, balsas e caminhões como transporte até as feiras. Gráfico 03 Tipo de fornecedor e sua contribuição (%) às feiras. Pode-se afirmar que a maioria dos tucumãs vendidos nas feiras em estudo são fornecidos por agricultores (46%), seguido dos marreteiros (27%), que vão até às comunidades, compram e atravessam os tucumãs. Nas feiras os comerciantes vendem os tucumãs por dúzias custando dois ou três reais e cinco reais duas dúzias em alguns casos. Quando beneficiado, extrai-se apenas a polpa encarecendo para vinte reais o quilo, e fora de época chega a custar quarenta reais o quilo. Gráfico 04 Valor médio da dúzia vendida do tucumã nas feiras em estudo. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 5

6 Nas sacas existe uma diversidade de tucumãs com aspecto morfológico variado (tamanho, cor, rigidez da casca, sabor, volume da polpa). O tucumã é vendido como alimento para a maioria dos consumidores que freqüentam as feiras. No caso da feira do Santo Antonio, há um consumidor que após utilizar a polpa do tucumã na culinária aproveita o caroço para a produção de adubo, em alguns casos é feita a extração do óleo e fabricação de carvão. Para seu Jorge (feirante) esse consumidor é algum pesquisador. Segundo Lorenzi (2004), o mesocarpo do tucumã do amazonas (Astrocaryum aculeatum G. Mey.) é consumido em grande quantidade pela população amazonense. A amêndoa (endocarpo) é um resíduo em que é possível extrair o óleo (Cavalcante, 1996) como fonte de matéria-prima que satisfazem os critérios de sustentabilidade para a produção de óleos vegetais para as indústrias de alimentos, farmacêutica, de cosméticos e de biodiesel (Figliuolo e Silva, 2009). Na feira da Manaus Moderna é comum os feirantes venderem as sementes de tucumã a artesãos para confecção de biojóias e artesanatos. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 6

7 CONCLUSÃO Nas feiras visitadas durante a pesquisa deste trabalho, verificou-se que a maioria dos feirantes costumam comprar tucumã de várias espécies (em sacas) de localidades ao redor do município de Manaus. Normalmente não é feito beneficiamento do fruto uma vez que agrega maior valor aos compradores. A comercialização do tucumã nas feiras visitadas inicia-se com a coleta do fruto que em seguida é negociado entre fornecedores (regatões e coletores) e compradores (feirantes) até os consumidores que atribuem ao tucumã diversas finalidades predominando o uso na culinária e em alguns casos como: extração de óleo, biodiesel e biojóias. Considera-se importante maiores estudos com o uso do tucumã como matéria-prima para a indústria farmacêutica e cosméticos, agronegócio (adubo) e pecuária (ração) para o uso racional dos resíduos provenientes do tucumã contribuindo assim, o combate ao desmatamento e consequentemente o aquecimento global, agregando valores a floresta, promovendo a sustentabilidade ecológica e econômica. Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 7

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACELAR, C. G.; PESSONI, L. A. Estrutura populacional do tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) na Estação Ecológica de Maracá, RR. In: 3º Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. Anais. Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus p (Embrapa Amazônia Ocidental. Documentos, 7). CAVALCANTE, P.B. Frutas comestíveis da Amazônia; coleção Adolfo Ducke, 6ª edição, Belém Pará p FIGLIUOLO, R.; SILVA, J. D. DA. Cadeia Produtiva Sustentável e Integral do Tucumã do Amazonas: do lixo à produção de cosméticos e biodiesel. 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química GENTIL, D. F. O. & FERREIRA, S. A. N. Morfologia da plântula em desenvolvimento de Astrocaryum aculeatum Meyer (Arecaceae). Acta Amazônica, VOL. 35(3) Pg , Manaus AM. LORENZI, H., SOUZA, H.M., CERQUEIRA; L.S.C.; COSTA, J.T.M.; FERREIRA, E. Palmeiras Brasileiras e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, p. 44. SOUZA, A. G. C.; SOUSA, N. R.; SILVA, S. E. L.; NUNES, C. D. M.; COUTO, A. C.; CRUZ, L. A. A. Fruteiras da Amazônia. Embrapa - SPI/Embrapa CPAA, Brasília p. (Biblioteca Botânica Brasileira, 1). Resumo dos Anais do I Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 8