APLICAÇÃO DA POLÍTICA DOS 3R S NAS CAIXAS DE MADEIRAS UTILIZADAS NO TRANSPORTE DE HORTALIÇAS NO MUNICÍPIO DE LÁBREA-AM
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- Bárbara Cesário Valente
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1 APLICAÇÃO DA POLÍTICA DOS 3R S NAS CAIXAS DE MADEIRAS UTILIZADAS NO TRANSPORTE DE HORTALIÇAS NO MUNICÍPIO DE LÁBREA-AM INTRODUÇÃO Laura Lopes Brito De Souza 1 Antonia Neidilê Ribeiro Munhoz 2 Laura Rosa de Oliveira 3 O destino dos resíduos sejam eles hospitalares, domiciliares, industriais ou agrícolas, representa um dos problemas ambientais enfrentados pelas sociedades contemporâneas. Isso por que na maioria das vezes as coletas dos resíduos são feitas de forma inadequada ou indevida, o que acarreta a contaminação das águas pluviais urbanas bem como de lenções freáticos (HAMMER, 2003). Esse cenário é visualizado no município de Lábrea que não possui aterros sanitários e muitos menos o sistema de coleta seletiva. No entanto, um olhar direcionado para estudos econômicos voltados para geração e a gestão dos resíduos sólidos tem objetivado a busca de alternativas de incentivo a uma coleta mais cuidadosa desses resíduos (ZAPATA, 2002). Nesse sentido a prática que se aproxima da solução para esse gerenciamento dos resíduos sólidos provenientes de ações antrópicas, diz respeito às praticas de reduzir, reutilizar e reciclar (OLIVEIRA, 2002). Por isso, esta pesquisa preocupou-se em aplicar o conceito dos 3R s na coleta de caixas de madeiras utilizadas no transporte de hortaliças no município de Lábrea-Am, identificando os pontos onde são desprezadas as caixas de madeiras; Quantificando o numero de caixas que são desprezadas no municipio no periodo de final de semana, bem como confeccionando objetos ornamentais provenientes das caixas de madeiras. 1 Corroborando para o processo de construção da implantação de políticas 1 Discente do Curso Integrado em Agropecuária Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas IFAM Campus Lábrea, Bolsista da FAPEAM. laurimhalilika@hotmail.com 2 Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas IFAM Campus Lábrea, Mestra em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia UFAM. neidilemunhoz@yahoo.com.br 3 Docente da Universidade Federal do Maranhão, Doutora em Agroecologia. rosaflormorena@yahoo. com.br 63
2 públicas voltadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos do município de Lábrea- -Am. MÉTODO OU FORMALISMO A primeira etapa do projeto focou-se no levantamento bibliográfico. Na pesquisa de campo, foram entrevistados 2 (dois) caminhoneiros e 3 (três) feirantes da feira principal do município de Lábrea e 2 (dois) mercados. A entrevista foi realizada por meio de um questionário com perguntas abertas (Tabela 1), direcionadas ao proprietário e/ou representante de cada estabelecimento pesquisado. Tabela 1 Questionário de perguntas abertas para levantamento de dados dos entrevistados (caminhoneiros, feirantes e mercados). Foi realizada uma amostragem aleatória das caixas de madeiras, que foram descartadas pelos caminhoneiros, feirante e mercados pesquisados, para confecção dos produtos artesanais. Utilizou-se dos seguintes materiais e equipamentos para confecção dos produtos artesanais: máquina tico-tico de fita manual (modelo Skill 750 W), furadeira (modelo Skill 450 W), prego, serrote, martelo, lixas números 100 e 220, pincéis tipo trincha, látex brancos e diversos corantes a base de água, tinta óleo de cores variadas e cola branca. A máquina tico-tico e a furadeira utilizada foram necessárias para moldar as peças e dar forma geométrica às peças artesanais. Na padronização das dimensões das peças de madeira foram confeccionados moldes de papelão. Foram aplicadas as técnicas de tinta óleo e a base de água sobre madeira a mão de livre, nas peças confeccionadas com as caixas de madeira. Foram confeccionados estrutura de miniteatro para fantoches, vasos, mi- 64
3 niarmários de cozinha, mini carrinho de mão, mini banco. RESULTADOS E DISCUSSÕES A reciclagem constitui-se como uma das três formas de otimizar o gerenciamento dos resíduos sólidos. Essa prática é desenvolvida desde a década de 60, no entanto ganha notoriedade internacional a partir da década de 80 quando é apontada por muitos como sendo a solução para a problemática da gestão de resíduos sólidos na sociedade. No final do século XX, a média percentual dos reciclados estava próximo de um terço dos materiais e resíduos. A prática não era apenas uma opção para a população e sim parte da vida e muitas vezes um dever cívico da população, afirmavam seus defensores (GLENN, 1999). Segundo Eigenheer (1999), a uma tendência generalizada pelos responsáveis diretos da coleta e destinação (municípios e prefeituras entre outros) está baseada mais na coleta do que na destinação final. O mesmo autor afirma que o destino final dá-se pouca atenção de minimização dos recursos, como isso se constata a falta de atenção sobre a qualidade do material que é separado como fator fundamental para que a prática de reciclagem e reuso sejam implementados. Observou-se até o presente momento que as pessoas estão começando a utilizar as caixas para transporte de mercadorias dos mercadinhos e para guarda objetos de diversos tipos. No levantamento sobre o total de caixas de madeira descartadas, e obteve- -se o seguinte resultado: As caixas com hortaliças trazidas pelos caminhões que vem de outros Municípios e/ou Estados, em sua grande maioria são distribuídas para o comércio em geral e algumas ficam com os caminhoneiros para a comercialização ambulante pelas ruas do município de Lábrea; Uma vez realizada a venda total desses produtos, os caminhoneiros retornam às suas cidades fazendo assim o descarte dessas caixas as margens das estradas; Alguns feirantes que compram as caixas com hortaliças desses caminhoneiros após a venda diária as depositam nas lixeiras públicas. As mesmas muitas vezes são recolhidas pela população que geralmente as utilizam para fazer pequenos canteiros, e em algumas vezes são utilizadas como lixeiras, dentre outras formas de uso, as que estão em más condições são levadas pelo serviço de limpeza pública; 65
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A quantificação do numero de caixas que são desprezadas no município no período de final de semana, não foi possível se obter um total exato de quantas caixas são descartadas, pois geralmente os vendedores não comercializam todos os produtos de uma mesma caixa em apenas um dia, na maioria das vezes os produtos são vendidos durante vários dias, e em relação aos caminhoneiros também não se obteve um valor exato, pois estes só fazem o descarte após a venda total dos produtos e geralmente essas vendas não são semanais. No entanto, com as caixas que foram recolhidas para confecção dos utensílios observou-se que é possível a fabricação de objetos artesanais (ver anexo) que podem ser perfeitamente comercializados, e que com incentivos provenientes de projetos de extensão ou do próprio município proporcionar renda para população que se encontra em vulnerabilidade social e dessa forma oferecer a comunidade mais uma alternativa de renda, além é claro da contribuição que será dada a construção do processo de desenvolvimento sustentável do município. AGRADECIMENTOS Agradecemos a FAPEAM pelo financiamento da pesquisa e ao IFAM- Campus Lábrea por tornar possível esta pesquisa. REFERÊNCIAS GLEEN, J. The State of Gabage in America. Byocicle, volumes 1, 8 de abril de OLIVEIRA, A. D.; MARTINS, E. P.; SCOLFORO, J. R. S.; REZENDE, J. L. P. Viabilidade econômica de serrarias que processam madeiras de florestas nativas o caso no município Jaru, estado de Rondônia. CERNE, Lavras, v.9, n.1, p , 2003; REMADE. Estudo sugere uso de serragem como insumo. Revista da Madeira, Curitiba, v.12, n.66, p , ago
5 ANEXO Figura 1 Descanso de Panelas Figura 2 Exposição de objetos confeccionados com caixas de madeira Figura 3 mini banquinho de madeira 67
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