TEORES DE MACRONUTRIENTES EM GRAMA ESMERALDA CULTIVADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS APÓS ADUBAÇÃO QUÍMICA

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1 TEORES DE MACRONUTRIENTES EM GRAMA ESMERALDA CULTIVADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS APÓS ADUBAÇÃO QUÍMICA Santos, P. L. F. (1*) ; Castilho, R. M. M. (2*) ; Silva, D. B. F. (1*), (1) Discente; patricklfsantos@gmail.com; (2) Docente; castilho@agr.feis.unesp.br; *UNESP/FEIS Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira; Agronomia; ; Ilha Solteira/SP Introdução Os gramados tem assumido, em todo o mundo, lugar de destaque tanto pelo seu admirável valor estético como por suas diversas funcionalidades (CARRIBEIRO, 2010). O mercado de gramas ornamentais movimenta bilhões de dólares no mundo todo, principalmente nos EUA e Europa. No Brasil, com a valorização dos trabalhos paisagísticos, tem aumentado o mercado para produção e manutenção de gramados (GODOY et al., 2007). Com a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016, no Brasil, há uma expectativa do aumento do mercado, pela cadeia de produção de gramas, devido aos investimentos em infraestrutura necessários para os eventos esportivos (GODOY, VILLAS-BÔAS e BACKES, 2012). Uma espécie que vem se destacando no cenário nacional é a grama-esmeralda (Zoysia japonica Steud.). Originária do Japão é uma gramínea herbácea rizomatosa, reptante, perene e muito ramificada. A altura varia de 10 a 15 cm, sendo suas folhas estreitas e pequenas, dispostas em hastes curtas e densas, formando um perfeito tapete quando ceifada com frequência (LORENZI e SOUZA, 2001). Para que os gramados desempenhem todos seus benefícios é necessário que ele esteja adequadamente suprido com todos os elementos minerais essenciais, para que possa ter um bom crescimento e manter a qualidade. Como a maioria dos solos não possui os nutrientes numa quantidade suficiente para atender a demanda pelas gramas, é necessário aplicá-los via adubação (GODOY e BÔAS, 2003). Contudo, no Estado de São Paulo não há uma recomendação oficial de adubação para implantação e manutenção de gramados (GODOY, VILLAS-BÔAS, BACKES, 2012), sendo necessárias pesquisas para amenizar essa situação.

2 Um programa adequado de adubação exige emprego de ferramentas que permitam avaliar a fertilidade do solo associando com a diagnose foliar, a partir da análise química da planta, constituindo assim um método diagnóstico preciso. Portanto, a análise foliar em gramados segundo Plank e Carrow (2003) pode ser utilizada para confirmar a suspeita de sintomas visuais de deficiência; verificar toxicidades e revelar a deficiência pela fome oculta. Segundo Coan et al. (2008), embora a grama-esmeralda seja de grande interesse ornamental e comercial, ainda se têm muitas dúvidas em relação à velocidade de estabelecimento, pois existem poucas informações na literatura sobre os processos relacionados ao desenvolvimento dessa espécie. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo analisar teores de macronutrientes em folhas de grama esmeralda cultivadas em diferentes substratos após adubação de química. Material e Métodos O experimento foi conduzido a pleno sol, em área cimentada, na UNESP/ Campus de Ilha Solteira SP, do dia 15 de setembro a 23 de dezembro de Os tapetes foram recortados e implantados em contêineres de plástico preto (volume 8,46 L). O delineamento experimental utilizado foi um esquema fatorial de 5x3, com três repetições, sendo os tratamentos de substratos: T1- solo, T2- solo + areia (2:1), T3- solo + matéria orgânica (1:1), T4- solo + matéria orgânica + areia (2:1:1), T5- matéria orgânica + areia (3:1), Onde foram submetidos a adubações com Forth Jardim na dose de 150 g m -2, formulado NPK ( ), na dose de 60 g m -2 e uma testemunha (sem adubação). Foram determinados os teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, de acordo com a metodologia descrita por Sarruge e Hagg (1974). Sendo realizadas duas coletas para análise, nos dias 13 de Outubro e 22 de Dezembro de O solo foi o Latossolo Vermelho Distroférrico, (camada 0 0,20 m) retirado da Fazenda Experimental da UNESP/Ilha Solteira-SP, localizada no município de Selvíria-MS. O composto utilizado encontrava-se em decomposição há 1 ano, sendo formado das folhas de grama batatais e esterco de curral (1:1); a areia média lavada foi adquirida no comercio local. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANAVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade, utilizando-se do programa SISVAR para análise dos dados. A análise química dos substratos consta na Tabela 1, segundo método citado por Raij et al. (2001). Tabela 1: Análise química dos substratos. UNESP, Ilha Solteira SP, 2013.

3 Tratamento ph Ca Mg K Al H + Al SB CTC P MO V CaCl mmol c dm mg dm -3 g dm -3 % T1- S 4, , ,9 39, T2- S+A (2:1) 4, , ,6 63, T3- S+MO (1:1) 6, T4- S+MO+A (2:1:1) 6, , , T5- MO+A (3:1) 7, , ,2 144, Método de ensaio: método da resina citado por Raij et al. (2001). Resultados A Tabela 2 apresenta os valores médios da análise foliar de macronutrientes após a adubação de manutenção. Tabela 2 - Teores de macronutrientes, após de manutenção de gramado de Zoysia japonica Steud., UNESP, Ilha Solteira, Tratamento N P K S Ca Mg (g kg -1 ) T1 14,48 a 3,78 b 17,50 a 1,46 a 2,34 a 0,76 a T2 13,19 a 3,97 b 17,25 a 1,51 a 2,28 a 0,81 a Testemunha T3 14,85 a 5,31 ab 17,50 a 2,16 a 2,37 a 0,84 a DMS T4 14,88 a 4,99 ab 17,33 a 1,76 a 2,37 a 0,87 a T5 16,15 a 6,20 a 17,67 a 2,06 a 1,95 a 0,92 a T1 14,37 b 3,85 b 17,42 a 2,58 a 2,32 a 0,75 b T2 15,75 ab 4,08 ab 17,58 a 2,57 a 2,16 a 0,80 ab NPK T3 16,03 ab 5,58 a 17,92 a 2,61 a 1,93 a 0,93 ab ( ) T4 14,82 ab 5,62 a 17,00 a 2,55 a 2,64 a 1,00 a DMS T5 18,43 a 5,50 ab 17,25 a 2,55 a 2,22 a 0,93 ab T1 16,21 ab 4,84 ab 17,58 a 2,23 a 2,06 a 0,86 ab T2 13,22 b 3,40 b 16,67 a 2,22 a 2,27 a 0,72 b Forth T3 16,28 ab 5,17 a 17,50 a 1,93 a 2,33 a 1,01 a

4 Jardim T4 14,90 ab 5,39 a 17,17 a 1,90 a 1,97 a 0,78 ab T5 18,33 a 5,91 a 17,58 a 2,00 a 2,05 a 0,88 ab DMS Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si à 5% de significância pelo teste Tukey. Discussão e Conclusões Observa-se que as concentrações de N encontradas nas lâminas foliares da grama Esmeralda mostraram-se inferiores às recomendações de Mills e Jones (1996), que consideram como valores ideais aqueles compreendidos entre 20 e 24 g kg-¹, entretanto, encontram-se dentro da faixa considerada ideal (14 a 25 g kg -1 ) por Godoy e Villas Boas (2010). Os teores de fósforo foram superiores aos verificados por Carribeiro (2010) (1,4 a 1,9 g kg -1 ) e também aos valores encontrados por Godoy (2005), (1,7 a 2,0 g kg -1 ) e aqueles recomendados por Godoy e Villas Boas (2010) (1,7 a 2,0 g kg -1 ), além do mais, encontram-se acima da faixa considerada como ideal (2,0 a 2,4 g kg -1 ) por Mills e Jones (1996). A concentração média de K em todos os tratamentos estão muito próximos do valor extremo do intervalo proposto por Carribeiro (2010) de 8,9 a 17,8 g kg -1, porém vem a se diferir aos valores obtidos por Godoy (2005) em seus tratamentos de adubação (13 a15 g kg -1 ) e também daqueles considerados como adequados para grama Esmeralda de acordo com Godoy e Villas Boas (2010) (11 a 15 g kg -1 ). Em relação ao enxofre, as concentrações estão próximas do intervalo encontrado por Carribeiro (2010) (2,0 a 2,7 g kg -1 ) e abaixo dos obtidos por Mills e Jones (1996) (3,2 a 3,7 g kg - 1 ) e por Godoy e Villas Boas (2010) (4,1 a 5,0 g kg -1 ). As concentrações médias de Ca obtidas estão dentro do intervalo requerido por Godoy e Villas Boas (2010) em lâminas foliares de grama Esmeralda (2 a 5 g kg -1 ), e mais próximas ainda das concentrações encontradas por Clemson (2004) (1,5 a 2,5 g kg -1 ). Para os teores de Mg, Godoy e Villas Boas (2010) em experimentos de adubação para produção de gramas encontrou em grama esmeralda, intervalos de 0,9 a 1,2 g kg -1, assim somente T5 sem adubação, T3, T4 e T5 Adubado com NPK ( ) e T3 adubado com Forth Jardim estariam dentro do intervalo proposto. Assim, a Testemunha, NPK ( ) e Foth Jardim apresentaram resultados bem semelhantes, mostrando que as adubações não influenciaram os teores de macronutrientes nas folhas de grama esmeralda cultivadas em diferentes substratos. Referências CARRIBEIRO, L. S. Potencial de água no solo e níveis de compactação para o cultivo de grama esmeralda Dissertação (Mestrado em Agronomia/Irrigação e Drenagem) FCA / UNESP, Botucatu, 2010.

5 CLENSOM UNIVERSITY. Guidelines for sampling and interpreting results. Clensom: Agricultural Service Laboratory, Plant Tissue Analysis, Clemson Extension, Disponível em: < Acesso em: 21 jan COAN, R. M. C.; PIVETTA, K. F. L.; TURCO, J. E. P.; MATHEUS, C. de M. D A. Desenvolvimento da grama-esmeralda (Zoysia japônica Steud.) em bacia Hidrográfica Experimental. In: SIGRA SIMPÓSIO SOBRE GRAMADOS, 4., 2008, Botucatu. Anais... p GODOY, L.J. G. et al. Doses de nitrogênio e potássio na produção de grama esmeralda. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.31, n.5, p , GODOY, L. J. G. Adubação nitrogenada para produção de tapetes da grama Sto. Agostinho e Esmeralda Tese (Doutorado em Agronomia/Agricultura) FCA / UNESP, Botucatu, GODOY, L. J. G. de; VILLAS BÔAS, R. L.; BACKES, C. Produção de tapetes de grama Santo Agostinho submetida a doses de nitrogênio. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 5, p , set./out GODOY, L. J. G.; VILLAS BÔAS, R. L.Tecnologias para auxiliar o manejo da adubação na produção de gramas In: SIMPÓSIO SOBRE GRAMADOS, 5.,2010, Botucatu. Tópicos atuais em gramados II: Anais... Botucatu: UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas, p GODOY, L.J.G.; VILAS BÔAS, R. L. Nutrição de gramados. In: SIMPÓSIO SOBRE GRAMADOS SIGRA, 1. Botucatu: Departamento de Recursos Naturais, (1 CD-ROM). LORENZI, H.; SOUZA, H.M. Plantas ornamentais do Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3. Ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, p. MILLS, H. A.; JONES, J. B. Jr. Plant analysis handbook II: a practical sampling, preparation, analysis and interpretation guide. Athens: MicroMacro, p. PLANK, C.O.; CARROW, R.N. Plant analysis: an important tool in turf production. University of Georgia, College of Agriculture and Environmental Sciences, 2003.

6 RAIJ, B. Van; ANDRADE, J. C.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A. Análises químicas para avaliação da fertilidade de solos tropicais. Campinas: IAC/FUNDAG, 2001, 285p. SARRUGE, J. R.; HAAG, H. P. Análises químicas em plantas. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, p.