22 a 24 de março de 2017 CECULT/UFRB Santo Amaro, BA. Maria Cristina dos Santos Pechine (Universidade Federal da Bahia)

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1 22 a 24 de março de 2017 CECULT/UFRB Santo Amaro, BA Eu vou/ eu vou/ vestido a francesa/ o jacaré é uma beleza: modernidade e patrimônio na Casa Branca 1 Voy/Voy/ a vestir a la francesa /el cocodrilo es una belleza: la modernidad y el patrimonio en la Casa Blanca Maria Cristina dos Santos Pechine (Universidade Federal da Bahia) Resumo Este trabalho tem o objetivo analisar a festa do Jacaré, realizada no Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho da Federação, Salvador, na perspectiva da modernidade e patrimonialização. O Jacaré é uma festa que comemora o final do ciclo anual religioso do Terreiro, normalmente no início de dezembro. Ao longo do tempo, a festa vem sofrendo modificações que sinalizam diferenças entre o modo de viver da comunidade no passado e no presente. A transformação do trajeto da festa foi uma adaptação necessária às novas condições socioeconômicas e ambientais. Nesse sentido, parece interessante considerar a ideia de que a cidade transformou a festa. O Terreiro da Casa Branca incluiu Palavras-chave: candomblé; modernidade, patrimônio imaterial Palabras claves: candomblé; modernidad; patrimonio inmaterial Introdução Este trabalho tem o objetivo analisar a festa do Jacaré, realizada pelo Ilê Axé Iyá Nassô Oká, Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho da Federação, Salvador, hoje conhecido como simplesmente Terreiro da Casa Branca ou Casa Branca, na perspectiva da modernidade e patrimonialização. O candomblé é uma religião afro-brasileira, resultante da diáspora africana no Brasil cujas matrizes religiosas são africanas. Além da função espiritual, o candomblé também constituiu, ao longo de séculos, consolidação de afirmação de identidades para os negros brasileiros diante da diáspora africana. Os terreiros são espaços sagrados de referência nos quais se pratica o candomblé. Eles se constituem, em geral, em celebração de cultos, moradia de Orixás e os adeptos da religião. 1 Trabalho apresentado no GT 6 - Diálogos interdisciplinares: memória, espaço e culturas.

2 Uma das características fundamentais dessa religião é essencialmente um culto à natureza, no qual o próprio orixá representa essa força elementar: a água doce representa Oxum, o mar Iemanjá, a mata e a floresta são domínio de Oxossi, Ogum e Ossaim. Assim as árvores, folhas, fontes são elementos sagrados fundamentais para os rituais. Todos esses elementos formam as paisagens dos terreiros e, portanto, carregam consigo o simbolismo que consolida as identidades dos praticantes da religião. O Terreiro também é um espaço que promove cidadania, cultura, saúde e educação, em benefício das populações afro-descendentes. Os terreiros têm grande influência sociocultural na cidade de Salvador. O seu valioso papel no processo histórico de ocupação urbana contribui na conformação de diversos bairros populares em Salvador, tais como Engenho Velho da Federação, Curuzu e Mata Escura, entre outros. O Terreiro da Casa Branca está situado na Av. Vasco da Gama, 463, no bairro do Engenho Velho da Federação. O Engenho Velho possui uma economia centralizada nos serviços, porém, com diversas marcas da exclusão no seu território visíveis na análise da paisagem contemporânea onde ocupações de alta renda fazem vizinhança com áreas paupérrimas (ANDRADE; BRANDÃO, 2009). Sua população é composta majoritariamente de negros, que além da Casa Branca possui inúmeros terreiros de candomblé. O bairro possui os seguintes limites espaciais, ao norte, a Avenida Vasco da Gama e o Alto do Sobradinho; ao sul, o conjunto residencial Santa Madalena; a leste, mais uma vez, a Avenida Vasco da Gama; já a oeste, possui como limites a Avenida Cardeal da Silva e a Rua Henriqueta Catarino (SANTOS, 2011, p. 33). O bairro possui área de ,92m², sendo um bairro de pequenas dimensões e de densidade em torno de hab/km², uma das mais altas do município (RAMOS, 2013, p.158). O Engenho Velho tem como bairros limítrofes a Federação, o Rio Vermelho, Brotas, Acupe e o Engenho Velho de Brotas. (ver Figura 1). O espaço sociocultural do Terreiro O Terreiro da Casa Branca é uma das Casas de Culto dos Orixás mais antigas e respeitadas, conhecida e venerada em todo o país. Foi o primeiro templo religioso não católico e o primeiro monumento negro a ser tombado como patrimônio histórico do Brasil

3 (Processo número T-82, Inscrição número 93, Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, fls. 43, e Inscrição número 504, Livro Histórico, fls. 92. Data: 14. VIII. 1986). Foi também tombado como patrimônio cultural de Salvador. A prefeitura tombou a Casa e depois o tornou Área de Preservação Cultural e Paisagística deste município, em (Decreto Municipal de , publicado em 08/08/82; Lei Municipal número 3.591, de 16/12/85). Figura 1 Mapa do bairro do Engenho Velho da Federação Fonte - Google Maps O terreno que encerra os seus principais templos foi desapropriado pelo órgão e doado à Associação ao Jorge do Engenho Velho, que representa sua comunidade civil. (DIAS, 2003). Posteriormente, o Governo do Estado desapropriou também, para o mesmo efeito, a chamada Praça de Oxum, que integra o conjunto monumental deste famoso Terreiro. Um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer serviu de base para a restauração da Praça de Oxum. O terreno do Ilê Axé Iyá Nassô Oká é consagrado a Oxossi e a sua principal edificação a Xangô, tendo como símbolo dominante a Coroa de Xangô. Sua comunidade de culto isto é, o grupo de culto formado pelos iniciados e iniciandos do Ilê Axé Iyá Nassô Oká o Egbé Iyá Nassô segue o rito nagô e se auto-identifica como um candomblé ketu, ou de nação ketu. Consagrado a Oxossi e Xangô, este Ilê Axé (templo), tem raízes em dois grandes centros da civilização iorubana, as cidades sagradas de Ketu e Oió. Diz o seu lema: Aquele que faz o

4 bem, faz bem a si mesmo; aquele que faz mal, faz mal a si mesmo. Se a tua consciência é pura, o mal não há de te alcançar. (SERRA, 2000). Segundo Silveira (2015), o Terreiro teve sua primeira implantação na Barroquinha, fundado pelos nagôs de Keto, teria sido assentado em um terreno arborizado, situado logo atrás da igreja e arrendado em data desconhecida. Em um primeiro momento, o culto teria funcionado na casa de uma mãe-de-santo africana residente nas imediações da Ladeira do Berquó e da Rua do Curriachito, que contornavam a igreja pelo lado norte e pelos fundos de onde se transferiu, ainda nos primeiros anos do século passado, para o sítio onde hoje se encontra (SILVEIRA, 2015). Estudos recentes apontam que a fundadora Ilê Iyá Nassô Oká, Francisca da Silva, a africana liberta Iyá Nassô, teria retornado à África junto com uma filhade-santo, Marcelina da Silva (Obatossi). Após sete anos na África, elas teriam retornado para a Bahia, para fundar o candomblé (CASTILLO; PARÉS, 2007). Conta à tradição oral que também participaram de sua fundação duas grandes sacerdotisas, Iyá Acalá e Iyá Adetá e famosos sacerdotes como Bamboxê Obitikó, Babá Oburô e Babá Assipá, entre outros. Sua atual Ialorixá é a Venerável Altamira Cecília dos Santos, Oxum Tominwá. Para Capone (2005), as tradições dos Orixás no Brasil constrói a identidade dos afro-descendentes, com religiosos e pesquisadores do culto, ao longo do tempo, através do apego constante ao seu passado mitológico e histórico, durante o processo de reafricanização. O Ilê Axé Iyá Nassô Oká desenvolve inúmeras atividades sócio-culturais, tais como: lançamentos de livros, desfiles de moda e arte dos terreiros, a edição dos vídeos Dia de Festa e Intolerância Religiosa Ameaça a Paz. Este último uma referência no combate à intolerância religiosa. Sua divulgação nacional ocorreu em escolas públicas, Universidades, seminários, candomblés, igrejas, televisões (TV UFBA, TV Educativa). Além da realização de projetos de preservação e memória como o Projeto Fontes da Vida e o Berçário do Samba A trajetória de Tia Ciata e a origem do samba. Projeto Fontes da Vida teve o objetivo de conservar e recuperar a infraestrutura das fontes sagradas existentes em dez Terreiros de Candomblé da Bahia. Por sua vez, o Berçário do Samba a finalidade foi exercer o direito à memória, restabelecer traços esgarçados pelo tempo, através da ligação existente entre instituições como o Ilê Axe Iyá Nassô Oká, a Velha Guarda da Mangueira e a Irmandade da Boa Morte. O projeto buscou documentar a narrativa de trajetórias de vidas, além de iluminar fatos precariamente assinalados envolvendo pessoas de destaque nas origens do fenômeno samba, hoje presente na cultura popular e na cultura de massa. Uma das personalidades ligadas às origens do samba, como ele hoje se manifesta, é D.

5 Hilária Batista de Almeida, mais conhecida como tia Ciata, baiana de nascimento e, em vida, pertencente à Irmandade da Boa Morte e ao Terreiro da Casa Branca onde se iniciou no sacerdócio. É, ainda, figura destacada nas origens da Escola de Samba da Mangueira. Silveira (2016) acredita que provavelmente foram essas mulheres que fundaram o candomblé da Barroquinha, essa linhagem de mulheres pode ter dominado às vezes ao mesmo tempo a sociedade secreta feminina Geledés, a Irmandade da Boa Morte e a religião dos orixás, o que ampliaria ainda mais seu poder. Para a realização dessas atividades, a Casa Branca estabelece parcerias com diversas organizações governamentais e não governamentais, Universidades, e outros Terreiros de candomblé, a exemplo do Grupo Hermes de Cultura e Promoção Social, Koinonia Presença Ecumênica, Espaço Cultural Vovó Conceição, Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro Brasileira INTECAB, entre outras. Eu vou eu vou na Festa do Jacaré Além das atividades sócio-culturais e educativas expostas acima, o Terreiro comemora a Festa do Jacaré, no fim do ciclo de festas dedicadas aos Orixás. A festa de Oxum do Barco é última festa do calendário religioso, normalmente é realizada no início de dezembro. A festa é denominada Oxum do Barco porque parte das celebrações acontecem na Praça de Oxum, onde está localizado o Barco - monumento construído em dezembro de A festa do Jacaré ocorre na segunda-feira seguinte a festa de Oxum do Barco (Fig. 2). A festa do Jacaré tem a participação dos filho/filhas de santo, ogãs, equedes, amigos da Casa, moradores e toda criançada. Vestidos de roupa de ração diária - roupa típica usual no candomblé, de murim ou algodão, branco ou colorido, composta de saia rodada, camisu de tecido de algodão branco; pano da costa tecido de dois metros colocado em volta do peito; ojá da cabeça e do peito, faixa branca ou colorida de tecido de algodão - folhas ornamentando a cabeça e um maço de folhas na mão direita, como alegoria, portando a bandeira do jacaré, os participantes desfilam e cantam pelo Terreiro, ao som da marchinha: Eu vou/ eu vou/ vestido a francesa/ o jacaré é uma beleza.

6 Figura 2 Barco na Praça de Oxum Fonte: Arquivo Pessoal A marcha canta e saúda as casas dos Orixás e dos moradores da comunidade, convidando-os a participar da folia, além de arrecadar dinheiro comida, cachaça e outras doações para a festa. No final da tarde, a marcha, ao subir as escadas da Casa Branca, canta Na subida da ladeira/eu caio eu derrubo/na subida da ladeira eu caio eu derrubo. No barracão, o samba começa a tocar e o Bacalhau a Martelo salada de bacalhau assado na brasa, acompanhado com farofa - é servido aos participantes e moradores. É o carnaval do candomblé, segundo um ogã do Terreiro, entusiasta da festa. São dimensões tangíveis da festa a bandeira do jacaré e o bacalhau a martelo. A bandeira do jacaré é guardada durante o ano, por uma filha de Oxum, que ajuda na organização da festa e porta a bandeira, puxando o cortejo. Outra filha de Oxum é responsável pela preparação do bacalhau martelo. O ogã mais velho da Casa conta que o erê Dr. Cecílio, a criança sagrada do Orixá Obaluaiê, pediu que ela fizesse o bacalhau a martelo, dando instruções de como devia prepará-lo. Com o falecimento dessas ebomis de Oxum, a festa vem sendo organizada pelos seus descendentes e familiares, equedes de Oxum. Ao longo do tempo, a festa vem sofrendo modificações que sinalizam diferenças entre o modo de viver da comunidade no passado e no presente. As mudanças diretas nas práticas ritualísticas transfiguram o imaginário da própria religião. Hoje, o itinerário percorrido pelos participantes ficou reduzido ao espaço do Terreiro. Antigamente, conforme a

7 descrição da Equede Sinha, (BRANDÃO, 2015) o percurso saía pela atual Baixa da Casa Branca, passava pela Vasco da Gama, sentido Rio Vermelho, subindo a Rua da Palmeiras até o final de linha do ônibus do Engenho Velho, descendo a ladeira Manoel Bonfim, retornando pela Av. Vasco da Gama, chegando ao Terreiro pela Baixa da Casa Branca (Fig.3). Figura 3 Trajeto do Cortejo da Festa do Jacaré Fonte Google Maps Os participantes afirmam que a principal razão da mudança do trajeto foi à violência que assola o Engenho Velho, devido ao intenso tráfico de drogas e as brigas entre as gangues locais. Os conflitos daí originados acabam por afligir a vida de bairro no Engenho Velho. Reflexo desta guerra, segundo Carvalho (2016), no bairro foram 39 homicídios dolosos de 2012 a O Engenho Velho ocupa a 53 lugar no ranking dos bairros com piores taxas de homicídio, a frente de bairros como Santa Cruz e o Nordeste de Amaralina (20 e 18 ocorrências, respectivamente). A violência interfere, logicamente, nas práticas espaciais as experiências vividas no seio do bairro. Vale dizer, no entanto, que apesar da violência ter atingido a vida de bairro, a grande interatividade do lugar, algumas práticas permanecem. Nos finais de semana (e, em menor medida, também durante a semana) os bares ficam tomados em vários pontos do Engenho Velho. Os bares do lugar apresentam uma confluência com a rua: é sobre ela que estão dispostas as cadeiras, são nelas que muitos dos moradores se agrupam enquanto tomam

8 uma cerveja. Esta é, sem dúvida, a prática mais perceptível do bairro e alimenta a sociabilidade entre os moradores (CARVALHO, 2016). Além da violência, outros fatores interferem na transformação do trajeto da festa. Com a urbanização da cidade uma adaptação foi necessária às novas condições socioeconômicas e ambientais. Com a construção de empreendimentos imobiliários uma nova paisagem é desenhada e a Casa Branca, antes instalada num ambiente favorável, encontra agora dificuldades para a realização de seus rituais. Para Velho (2006), um dos problemas fundamentais que afetam e caracterizam a grande cidade contemporânea quando se trata de proteção, preservação e patrimônio é a questão imobiliária. No próprio caso do Terreiro da Casa Branca, havia interesse da indústria de construção civil na ocupação de seu terreno. Essa pressão de ocupação do solo urbano, até certo ponto inevitável no desenvolvimento do capitalismo, é o centro das principais dificuldades e polêmicas na política de proteção e preservação cultural e ambiental. Nesse sentido, parece interessante considerar a idéia de que a cidade transformou a festa. Ramos (2015) assinala que as transformações da festa também podem nos oferecer pistas interessantes para compreender relações entre religião, cidade e modernização. Reis (2011), ao analisar os terreiros de Candomblé situados na região metropolitana de Goiânia, evidencia que, às pressões externas, a supervalorização imobiliária provocada pelo povoamento denso dos centros urbanos influncia nas formas em que os praticantes de religiões de matriz africana sofrem a descaracterização e mudanças nas práticas ritualísticas que são essenciais, transfigurando o imaginário da própria religião. Ao comparar a manutenção da festa de Iemanjá e o desaparecimento da Lavagem da Pituba, a autora considera como hipótese a forma como a ocupação urbana se deu nesses dois bairros. Giumbelli e Tavares (2015) assinalam a importância dos estudos da religião, pois oportunizam variadas elaborações analíticas, que permitem relacioná-las a dimensões culturais e sociais. Para os autores, um caminho interessante para compreender as formas pelas quais as religiões são visibilizadas é explorar sua transformação em patrimônio imaterial (através da cultura local). Neste estudo, uma manifestação de caráter religioso converte-se em cultura imaterial, como parece ser o caso da festa do jacaré. A salvaguarda patrimônio imaterial dos Terreiros A Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, estabeleceu que o patrimônio cultural brasileiro é composto de bens de natureza material e imaterial, incluídos aí os modos

9 de criar, fazer e viver dos grupos formadores da sociedade brasileira. Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas e nos lugares, tais como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas. A conseqüente implementação de uma política nacional para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no Brasil ampliou significativamente o âmbito e o alcance das políticas de preservação cultural (OLIVEN, 2009). Com o objetivo de criar instrumentos adequados ao reconhecimento e à preservação de bens culturais imateriais, o IPHAN coordenou os estudos que resultaram na edição do Decreto 3.551, de 04 de agosto de 2000, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. Nesse mesmo ano, o IPHAN também consolidou o Inventário Nacional de Referências Culturais. O Inventário Nacional de Referências Culturais é um instrumento para conhecer e documentar bens culturais de qualquer natureza, como também para conhecer o valor atribuído pelos grupos sociais a esses bens. Assim, ao inventariar, um bem, ao mesmo tempo, esta se documentando e identificando problemas e soluções para a salvaguarda das manifestações culturais. Esses registros documentais de uma manifestação cultural são importantes porque uma dança, um canto, um jeito de se vestir vai se transformando com o passar do tempo. Às vezes, uma expressão cultural pode deixar de existir porque tudo aquilo que fazia com que ela existisse se transformou, foi destruído ou esquecido. Assim, ter uma manifestação cultural documentada (por meio de descrições textuais, fotos, vídeos, desenhos, entre outros) pode servir a diversos fins: como fonte de pesquisa, como referências do passado para que possamos entender quem somos hoje, como memória de uma manifestação cultural que não mais ocorre, mas que permanece viva na memória das pessoas e que pode vir a ser reorganizada (BRAYNER, 2007). Outro instrumento de que se dispõe para a preservação do patrimônio cultural é o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. O Registro se efetiva por meio da inscrição do bem em um ou mais de um dos seguintes Livros: o Livro do Registro dos Saberes (para o registro de conhecimentos e modos de fazer); o Livro das Celebrações (para as festas, os rituais e os folguedos); o Livro das Formas de Expressão (para a inscrição de manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas) e o Livro dos Lugares (destinado à inscrição de espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas) (IPHAN, 2006, SANT ANNA, 2009).

10 O Terreiro da Casa Branca busca que a Festa do Jacaré, que uma manifestação cultural concorra ao registro, para tanto incluiu no seu Plano de Salvaguarda incluiu no processo recomendações para a sua salvaguarda daquele patrimônio, ou seja, indicações do que precisa ser feito para que aquele bem cultural seja preservado. O plano de salvaguarda do Terreiro indica de que forma o IPHAN e o Terreiro poderão agir, para preservar as condições que permitem a continuidade da manifestação cultural. O Plano de salvaguarda do Terreiro da Casa Branca foi elaborado em 2016, ao final do I Curso de Extensão em Gestão e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Integrado dos Terreiros Tombados. O curso teve por objetivo o aprofundamento das reflexões acerca da salvaguarda compartilhada do patrimônio cultural, tendo como eixos de formação as noções de territorialidade, gestão do patrimônio, sustentabilidade e a construção de planos de salvaguarda. Contou com os representantes de terreiros tombados pelo IPHAN e do IPAC, quais sejam: Ilê Axé Iyá Nassô Oká- Terreiro Casa Branca, Ilê Axé Omin Iamassê -Terreiro do Gantois, Manso Banduquenque -Terreiro Bate Folha, Ilê Oxumaré Araká Axé Ogodô - Casa de Oxumaré, Terreiro Tumba Junsara, Terreiro do Ntumbesi, Ilê Axé Opô Afonjá, Ilê Maroialaji Terreiro Alaketu, Terreiro do São Jorge da Goméia, Omo Ilê Agboulá -Terreiro de Baba Agboulá, Ilê Odô Ogé - Terreiro Pilão de Prata e o Nzo Nguzo Za Nkisi Dandalunda Ye Tempo -Terreiro Mokambo e os técnicos do IPHAN e IPAC. A coordenação do curso teve a parceria do Centro Interdisciplinar em Desenvolvimento e Gestão Social (CIAGS) da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia UFBA e o IPHAN. Em conclusão Vimos que as transformações da cidade alteram os ritos e celebrações dos terreiros de candomblé. É fundamental a patrimonialização da festa do jacaré, porque a preservação do patrimônio cultural das religiões de matriz africana significa, principalmente, cuidar dos bens aos quais esses valores são associados, ou seja, cuidar de bens representativos da história e da cultura do povo negro proveniente da diáspora africana. Assim sendo, entre os principais desafios que se colocam para as comunidades afrobrasileiras na salvaguarda e valorização do patrimônio cultural material e imaterial é a participação efetiva nas instâncias de decisão do Estado, no âmbito da cultura, além do desenvolvimento de programas de educação patrimonial e elaboração e execução de planos de

11 salvaguarda, de modo a estimular mobilizações reivindicatórias em prol da implementação de políticas públicas preservacionistas capazes de garantir a profusão de manifestações culturais populares e criar condições para sua sustentabilidade. Para tanto, o Terreiro da Casa Branca encaminhou uma moção ao Presidente do IPHAN solicitando a representação das comunidades de terreiros assento no Conselho Consultivo de Cultura, instância de decisão sobre a política patrimonial brasileira. Referências ANDRADE, Adriano Bittencourt; BRANDÃO, Paulo Roberto Baqueiro. Geografia de Salvador. 2. ed. Salvador, EDUFBA, BRANDÃO, G. E. S. Equede: a mãe de Todos. Salvador: Barabô, BRAYNER, Natália Guerra. Patrimônio cultural imaterial: para saber mais. Brasília: IPHAN, CAPONE, Stefania. A busca da África no candomblé: Poder e tradição no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, CARVALHO, Caê Garcia. Entre práticas e representações: o bairro do Engenho Velho da Federação segundo candomblecistas (do Terreiro do Cobre) e evangélicos (da Igreja Universal). Dissertação (Mestrado), Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, CASTILLO, Lisa Earl; PARÉS, Luis Nicolau. Marcelina da Silva e seu mundo: novos dados para uma historiografia do candomblé ketu. Afro-Ásia, n.36, 2007, pp GIUMBELLI, E.; TAVARES, F. (Orgs.). Religiões e temas de pesquisas contemporâneos: diálogos antropológicos. Salvador: EDUFBA: ABA PUBLICAÇÕES, IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O registro do Patrimônio imaterial: Dossiê final das atividades da Comissão e do Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial. Fundação Nacional de Arte, Brasília, dezembro de OLIVEIRA, Frederico Lacerda Couto de. Desafios no reconhecimento dos monumentos negros do Brasil: a importância dos atores sociais nos processos de tombamento do patrimônio nacional. Dissertação (Mestrado em Administração), Universidade Federal da Bahia, Escola de Administração, Salvador, RAMOS, Cleidiana. O fim da festa e a chegada da modernização. In: GIUMBELLI, E.; TAVARES, F. (Orgs.). Religiões e temas de pesquisas contemporâneos: diálogos antropológicos. Salvador: EDUFBA: ABA PUBLICAÇÕES, 2015.

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