Expediente. Editorial. ABAPA e UPEVA, em busca de informações sobre como elas funcionam, se mantêm e como é possível ajudar.

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1 Gestos decisivos

2 Expediente Reitor Isidoro Zorzi Diretora do CECC Marliva Vanti Gonçalves Editorial Professora de Midia Impressa Alessandra Rech Coordenação Everton Amaro Portela Padilha Projeto Grafico e Diagramação Ana Paula Rafaeli Cecille Felippi Franciele Capeletti Leticia Cristofoli Suellen Zanetto Texto Caroline Ribas da Cruz Jéssica Souza de Souza Karina Spies Borsoi Lidia Battistin Lidiane Radavelli Marvin de Campos Nathalia Rech Magrin Paula Wegner Leite Suelen Cristina Biazuz Valdenia Souza de Araujo Fotografia Jéssica Garcia Samanta Damini A turma de Mídia Impressa do primeiro semestre de 2012, preocupada com a grande incidência de abandono de animais, escolheu como tema do informativo- -laboratório a divulgação de associações protetoras. O objetivo é que cães e gatos sejam adotados e tratados com carinho e cuidado. Para isso, várias associações da região foram visitadas, entre elas SOA- MA, AMOR VIRALATA, APAS, ABAPA e UPEVA, em busca de informações sobre como elas funcionam, se mantêm e como é possível ajudar. Destacamos o depoimento de quem teve a experiência de adotar um animal abandonado, mostrando o quanto é gratificante o carinho retribuído. Com uma lambidinha e um cheirinho não há quem não se deixe contagiar por um animal de Estimação... AU, AU... MIAU!!! 2

3 Castração sem mitos A Associação Amigos dos Animais (Soama) é uma entidade sem fins lucrativos que olha pelos cães e gatos abandonados da cidade de Caxias do Sul - RS. A cidade é a segunda maior cidade do Estado e tem um número muito grande de animais de rua e casos de maus-tratos. A Soama nasceu em 1998 no lugar da Associação Riograndense de Proteção aos Animais (Arpa). Nós temos um estatuto, uma sede cedida pela prefeitura, um pequeno grupo de voluntários apaixonados pela causa dos vira-latas, um site e muitos projetos. Mantemos nossa entidade com doações da comunidade e através de um convênio com a prefeitura. Estimação: O que é castração? Rosita: É uma cirurgia simples, onde torna o animal incapaz de se reproduzir através da retirada dos órgãos sexuais feita com anestesia geral, que dura em média uma hora das fêmeas deixam de entrar no cio (não ovulam) e os machos ficam impossibilitados de produzir espermatozóides. No caso dos machos, são retirados os testículos (castração) e nas fêmeas, os ovários (ovarioctomia) ou ovários e úteros (ovariohiterectomia). O animal não precisa ficar internado e leva em torno de uma semana para se recuperar totalmente. O maior cuidado do pós-operatório é evitar que bichinho remova os pontos pois ao cicatrizar eles coçam. Os pontos são retirados 10 dias depois. Ao passar o efeito da anestesia no dia da cirurgia, o animalzinho já está pronto para voltar para sua rotina, alguns ficam quietinhos no primeiro ou segundo dia, mas é normal. Procure um bom veterinário com estabelecimento adequado e experiência com esta cirurgia. Estimação: Em que consiste a cirurgia de castração? Rosita: Nas fêmeas é retirado o útero, ovários e trompas. Nos machos pode ser a vasectomia ou a retirada dos testículos. Estimação: Que tipo de doação recebem? E como se pode ajudar? Rosita: Todo tipo de doação - ração para cães e gatos, medicamentos, casinhas, cobertinhas, roupinhas. As pessoas podem ajudar adquirindo os produtos de Soama ou pagando através de carnê uma quantia mensal. Estimação: Como é seu funcionamento e quantos voluntários tem? Rosita: O trabalho de manutenção e limpeza da chácara é feito por empresa terceirizada e há somente um veterinário no local para cuidar de todos os animais. Nosso convênio com a Prefeitura paga os salários dos funcionários, do Médico Veterinário e parte da alimentação. Vacinas, medicamentos e o material necessário para a manutenção da chácara são adquiridos com o dinheiro da venda de nossos produtos (camisetas, chaveirinhos, etc.) e com as doações da comunidade. Existem alguns voluntários que se dedicam a causa em horário fora do trabalho, seja recolhendo animais, marcando castrações, cuidando de maus tratos, ajudando na manutenção dos animais abrigados, vendendo os produtos e ajudando no Brechó. Estimação: Qual a melhor idade para a cirurgia de castração? Rosita: A partir de dois meses de idade e antes do primeiro Cio para as fêmeas (6/7 meses). Para os machos a partir dos 02 meses de idade. Estimação: A cadela ou gata não precisa ter entrado no primeiro cio e ter tido uma ninhada? Rosita: Essa afirmação é uma inverdade, um mito. A cirurgia de castração precoce inibe em 95% o aparecimento de tumores mamários, metrite e piometra em cadelas e gatas e impede o aparecimento de hiperplastia prostática benigna no cão (macho) De forma alguma. A maioria dos cães e gatos torna-se mais dócil e permanece vivaz e brincalhão. O animal não engorda devido à castração e sim pela diminuição de suas atividades físicas, necessitando, portanto, de mais exercícios e um controle de peso que pode ser feito com exercícios e rações especiais. Os animais castrados não perdem o instinto de proteger seu território. Por outro lado, perde-se o indesejável costume de urinar em diversos cantos. Cabe ainda lembrar que animais castrados ficarão mais caseiros, deixando de se envolver em brigas na disputa de fêmeas. VANTAGENS Para os machos: Um macho esterilizado deixa de fugir tentando ir atrás de fêmeas no cio, tem menos necessidade de marcar território com urina, porém continua guardião da casa e da família. Para as fêmeas: Uma fêmea esterilizada deixa de atrair a legião de machos à sua porta, não tenta fugir para cruzar e não tem mais cio, ou seja, não menstrua mais. Além disso, ela estará se livrando da piometra (infecção no útero) que atinge em média 60% das cadelas não esterilizadas. Esterilize seu animal (macho ou fêmea) antes da puberdade. Não é necessário aguardar o primeiro cio de sua cadela ou gata para esterilizar. 3

4 Estimação: Como é a estrutura da instituição? Rosita: A chácara da Soama está localizada em São Virgílio da 6ª Légua, num terreno de 3 hectares cedido pela Prefeitura Municipal. Atualmente estamos com lotação esgotada, a estrutura é precária e muitos animais chegam todos os dias. Estes animais são abandonados por seus donos na chácara, são trazidos por pessoas que os encontraram na rua e muitos são recolhidos por nós e são vítimas de maus- tratos, atropelamento ou estão doentes. Neste caso são tratados e assim que ficam bons, estão prontos para serem adotados. É sempre bom lembrar que antes de adotar um animalzinho, é importante se informar das suas características e avaliar o impacto que essa adoção vai ter na nossa vida. Os cães e gatos abrigados aqui na Soama ficam em casinhas, gatis e canis e consomem aproximadamente 14 toneladas de ração por mês. O principal objetivo da cirurgia de castração é o controle de natalidade de cães e gatos. A superpopulação de filhotes gera abandono, sofrimento e disseminação de doenças. O cãozinho e o gatinho castrado precocemente permanecem joviais e alegres, e sua sobrevida aumenta, ao lado dos cuidados com a vacinação, alimentação e manejo! Torna-se um adulto mais dócil e caseiro e, com certeza, mais amigo. A afirmação é de Rosita Rech, voluntária da Sociedade Amigos dos Animais (Soama) e ajuda a desmitificar a castração, que, embora tão necessária, está cercada por tabus. Em entrevista ao Estimação, Rosita esclarece a importância da castração e do trabalho das voluntárias para oferecer qualidade de vida a cães e gatos abandonados em Caxias. 4

5 Um amor incondicional Site do Amor Vira Lata é um sucesso na facilitação da adoção Composto por um pequeno grupo, de cerca de 15 pessoas, o site do Amor Vira Lata, criado em 2010, é o primeiro e único banco de dados de animais para adoção, achados e perdidos da Serra gaúcha. Poucas ONGs no país possuem sites com mecanismos de buscas e filtros de anúncios desse nível. Mais de 2,5 mil animais já foram anunciados até o final de 2011, tornando o site do Amor Vira Lata um sucesso na facilitação de adoção e na ajuda a encontrar donos de cães e gatos perdidos. De acordo com a voluntária Rosita Rech, o banco de dados hoje é considerado de utilidade pública, um serviço gratuito à disposição de todos os caxienses e cidades próximas, sendo divulgado diariamente nos anúncios dos classificados do jornal Pioneiro e demais mídias, como o programa Amigo Bicho, no canal 20 da Net. Também divulgamos o site do Amor Vira Lata através das camisetas que vendemos e ajudamos a custear as castrações daquelas pessoas que não têm nenhuma condição de colaborar financeiramente com a cirurgia afirma Rosita. O Amor vira lata é uma entidade sem fins lucrativos criada em 2009, em Caxias do Sul, por um grupo de apaixonados por animais e que atuavam individualmente na luta pela proteção dos animais abandonados. Resolveram então juntar forças e formar um grupo de voluntários para ajudar diversos abrigos de animais da região, fazendo campanhas de adoção, estimulando a posse responsável e recolhendo doações de ração e medicamentos. Rosita explica que alguns voluntários ficam responsáveis pela marcação de castrações, outros pela liberação dos anúncios, outros recolhem as doações e cuidam da venda das camisetas. Além disso, a ONG tem um voluntário que cuida de toda a parte de funcionamento do site. Posse responsável A ONG tem seu trabalho voltado à conscientização das pessoas quanto à posse responsável e amenização do problema de superpopulação de animais nas ruas, através de castração com baixo custo. Campanhas de adoção com parcerias de pet shops, arrecadação de ração e medicamentos para serem distribuídos nos abrigos e encaminhamento de animais para adoção através de lista de s e anúncios do site. COMO AJUDAR A Amor Vira Lata recebe qualquer tipo de doação. Principalmente ração - para cães e gatos, cobertas, remédios, roupinhas que são repassadas para as casas de passagem e também para os protetores que têm muitos animais em casa em geral pessoas com poucas condições. Os contatos podem ser feitos através do site e pelo site@amorviralata.com.br. Os voluntários se comprometem a buscar a doação. 5

6 Conscientizar para não remediar Sem sede própria, voluntários da Abapa focam seus esforços na luta contra o abandono de animais A Associação Barbosense de Proteção aos Animais (Abapa) não recolhe animais abandonados, ela tem como objetivo amenizar o sofrimento dos animais, conscientizando a população para não largar seus animais. Segundo a presidente da associação, Liane Magagnin, a Abapa trabalha para a construção de uma sede própria e com melhores recursos, a fim de melhorar o atendimento e fazer com que haja, cada vez menos, animais abandonados e mau tratados e ampliar o projeto de castração e vacinação em bairros carentes da cidade. Como a associação ainda não tem local fixo para abrigar os animais, conta com o apoio de lares provisórios de voluntários que possuem espaço físico para abrigá-los temporariamente. Enquanto os animais aguardam adoção, os voluntários registram com fotos os animais abandonados e divulgam nas redes sociais, jornal da cidade e em cartazes no comércio diz Liane. A prefeitura de Carlos Barbosa ajuda com uma verba de R$ 10 mil por ano, porém o valor é insuficiente para os gastos que a associação tem com os animais. Este dinheiro é usado em cirurgias e recuperação da saúde de animais que são recolhidos. Para a Abapa, o ideal seria ser feito um levantamento para saber quantos animais cada família possui, assim ficaria mais fácil controlar a população dos mesmos. A castração é feita apenas nas fêmeas, pois a associação não possui verba para castrar todos os animais. Quanto às vacinas, o custo é elevado, por isso não são feitas. A Abapa promove pedágios nos principais pontos da cidade, rifas e também conta com sócios que pagam uma anuidade de R$ 90. Também foi criada uma camiseta que é vendida com o objetivo de ajudar nas despesas. E conta, principalmente, com a ajuda de pessoas que doam ração, roupinhas e dinheiro para ajudar. Hoje, a associação conta com oito voluntárias fixas, e outras que ajudam com lares provisórios. Quando alguém deseja adotar um animal, primeiramente deve entrar em contato com os integrantes da associação. Como não há uma sede, os voluntários mostram as fotos dos animais para adoção e a pessoa escolhe o animal que mais lhe agrada. Então a pessoa é indicada a procurar o lar provisório onde o animal se encontra. Os voluntários procuram indicar os animais que estão há mais tempo no lar, porém muitas pessoas buscam animais de porte pequeno e de preferência os filhotes. Com isso, os animais de médio e grande portes acabam ficando mais tempo nos lares provisórios lamenta. COMO AJUDAR Os que quiserem ajudar devem fazer depósito de qualquer quantia na seguinte conta: Banco Bradesco Agência: C/C: Mais informações através dos contatos: abapa1@hotmail.com Fone: (54) com Liane Magagnin (Presidente da Associação) CURIOSIDADE: Em parceria com a Accarte Associação de Cinema, Cultura e Arte de Carlos Barbosa- todo o valor arrecadado na sessão de cinema do filme Marley & Eu,,do dia 03 de março de 2011, foi destinado a fundos para futuras campanhas da ABAPA para conscientização. Não deixe esta ideia morrer. 6

7 Foco nas casas de passagem Sopran esteriliza e doa animais abandonados em São Marcos com apoio voluntário Com cerca de 20 mil habitantes, São Marcos, cidade situada a pouco mais de 30 quilômetros de Caxias do Sul, vem enfrentando um problema que assola as mais diversas cidades do mundo: o abandono de animais domésticos. Quase que diariamente, cães e gatos são largados à própria sorte na porta de pet shops, ruas e estradas do interior do município. Com o objetivo de amparar estes animais, cuidar e dar a eles um lar foi fundada em agosto de 2006 a Sociedade Protetora dos Animais de São Marcos (Sopran). A finalidade era promover o bem-estar dos animais abandonados e encaminhá-los para esterilização e adoção explica Ana Camila Molon, recepcionista da prefeitura de São Marcos e presidente da Sopran. Atualmente, 16 pessoas seis integrantes da diretoria da entidade, juntamente com mais 10 voluntários, são os responsáveis por todo o trabalho realizado pela Sopran, que consiste na recepção aos bichinhos (muitos deles chegam doentes e machucados), tratamento, castração e doação. Muitos foram atropelados ou estão doentes, então nós tratamos e encaminhamos para doação. É preenchido um termo de responsabilidade e agendada a castração, conta Ana Camila. Apesar de existir há quase seis anos, a Sopran não tem um espaço próprio para atender os animais. Os voluntários os acolhem em suas residências, denominadas casas de passagem, onde permanecem até serem adotados. Se tu tens um abrigo de animais no município, não demoraria muito e viraria uma Soama (entidade de Caxias do Sul que já reúne dois mil cães e gatos) e não queremos isso. O lema da Sopran é castrar o maior número de animais possíveis, pois só assim se evita o abandono, declara Camila. Na data da reportagem, dez cães e 15 gatos esperavam por um lar na casa dos voluntários. Segundo a presidente da Sopran, Ana Camila Molon, em 2011 foi firmado com a prefeitura de São Marcos um repasse mensal de R$ 1 mil para esterilização dos animais abandonados. Com esse valor, em média, são realizadas 20 castrações por mês. A alimentação e demais custos (medicamentos, por exemplo) são pagos com dinheiro arrecadado em rifas, brechós, venda de camisetas personalizadas pela entidade, além de donativos oferecidos pela população são-marquense. Conforme explicou Camila Molon, toda a verba mensal repassada pela prefeitura é utilizada nas castrações, cabendo ao futuro dono de cada animal adotado o pagamento de uma taxa. A pessoa que adota paga uma taxa de R$ 40 a R$ 50. Nos casos em que não há controle da natalidade animal, a entidade castra esses bichinhos, porém não podemos estender o benefício para todos, pois o dinheiro repassado é pouco, aponta a presidente da entidade. No verão, quando o número de animais adotados sobe para 25 por semana, fica inviável esterilizar todos informa Camila. COMO AJUDAR Você pode ajudar a Sopran adquirindo camisetas personalizadas comercializadas pela entidade, comprando rifas, cedendo roupas, calçados e utensílios domésticos para os brechós promocionais, doando ração e apadrinhando castrações. Entre em contato conosco através do camila040409@yahoo.com.br (com Ana Camila Molon). As doações também podem ser feitas através da conta na Caixa Econômica Federal ou diretamente nos pet shops locais KL, Grife dos Bichos e Patinhas. 7

8 União pela vida animal ameaçada Com ajuda voluntária, ONG recolhe cada vez mais animais, mas pode perder seu espaço Mais de 200 animais estão ameaçados de despejo na Chácara da União Pela Vida Animal (Upeva), em Flores da Cunha. A ONG, que sobrevive graças a serviços voluntários e enfrenta dificuldades desde a sua fundação, há cinco anos, está prestes a perder uma de suas conquistas básicas, seu terreno, por não ter condições de arcar com o aluguel, que até a gestão anterior era custeado pela prefeitura. Cachorros e gatos abandonados, mal tratados e doentes são recolhidos por uma equipe de voluntários que os encaminha para a chácara e até mesmo, leva os bichos para as suas casas. Hoje, dois voluntários abrigam cerca de 190 animais, além dos 200 recolhidos na sede, proporcionando a eles espaço, alimentação e cuidados médicos. Os bairros Pérola e Granja União são locais onde mais são encontrados animais abandonados e feridos. E conforme afirma a voluntária Neura Calgaro, o maior problema enfrentado pela entidade está relacionado ao processo de castração, já que a Upeva não dispõe de nenhum auxílio público. Os procedimentos estão sendo realizados graças a ações beneficentes e à comercialização de materiais institucionais como camisetas, canecas, chinelos, almofadas, bolsas e outros acessórios para pets junto à comunidade. A entidade possui dívidas junto às clínicas veterinárias da cidade por não dispor de orçamento suficiente não só para as castrações, mas também para a compra de remédios e realização de outros procedimentos cirúrgicos. A chácara tem à frente três voluntárias que atuam todos os dias visitando os bairros, buscando parcerias e recolhendo os animais. A presidente, Justina Salvador, destaca que há a promessa de uma nova sede para a ONG, onde poderão ser reunidos todos os animais, entre cães e gatos. A Upeva aguarda ações consistentes da prefeitura de Flores da Cunha. A secretária de Saúde do município, Olga Baggio Sandri, afirma que o projeto para construção do espaço está em andamento, mas sem previsão de entrega. Segundo ela, se está vendo a viabilidade de um credenciamento para castrações até que a nova sede esteja finalizada. A expectativa das voluntárias é de que, quando os animais estiverem já em sua nova casa, haja o repasse de verba não só para a compra de ração, mas também para a esterilização. COMO AJUDAR Você pode ajudar adotando um cãozinho carente. Ou ainda, adquirindo os materiais institucionais que podem ser encontrados na Agrobichos, na Agropecuária e Pet Shop Agromix, na Bicho Mania e no mercado Monte Belo, em Flores da Cunha. Colabore também denunciando maus tratos pelos fones e , com Justina e Neura. Para mais informações, acesse: Desde abril a Upeva está recebendo o apoio da Candoo Comunicação e Branding. A parceria firmada visa a fortalecer a identidade visual da entidade e criar ações de conscientização mais efetivas perante o público. Várias surpresas estão pintando por aí para a bicharada. A campanha tem objetivo de envolver toda a sociedade na resolução de um problema que é de saúde pública também. 8

9 Apas Caxias, a ONG de um homem só Flávio Dias cuida praticamente sozinho de centenas de cães e gatos A ONG Apas Caxias surgiu no ano de 2001, mas o trabalho em prol dos animais realizado pelo responsável da entidade. Flávio Dias, 65 anos, começou muito antes. Na infância, já brigava com delegados e juízes para defender os animais de maus tratos e abandono. Hoje em sua residência no bairro Jardim Embaixador mantêm um terreno onde cuida de cerca de 300 animais entre cães e gatos que, em sua maioria, foram abandonados ou atropelados e não receberam nenhum tipo de socorro até que Flávio chegasse na vida desses bichos. Ele conta que já enfrentou problemas até dentro de sua própria casa pois, inicialmente, a família era contra. Mesmo assim Flávio sempre deu prioridade aos bichos. Antes de se dedicar inteiramente à ONG, Flávio foi caminhoneiro, supervisor de empresa e até microempresário. Flávio diz que fundou a ONG por amor e por pensar que cachorro não sabe o que está acontecendo a sua volta, por isso não sabe se defender como nós, seres humanos. Ele atende animais de rua e também pessoas que o procuram em função de seus conhecimentos. Durante essa entrevista ele recebeu um morador do bairro e realizou uma consulta, medicou a cadela prenhe e com princípio de pneumonia. Dentro do universo da Apas, cada animal tem uma história única. Dentre elas podemos destacar a de B um cão da raça São Bernardo que foi encontrado no bairro Cruzeiro no final do ano passado; a do cão Alegria, nome dado por Flávio ao animalzinho quando chegou porque, apesar de estar bastante assustado, já que estava abandonado no meio do mato e amarrado, nunca perdeu seu jeito festeiro e alegre de agir, além de inúmeras outras. Em entrevista à revista Estimação, Flávio respondeu as perguntas a seguir: Estimação: Hoje em dia a proteção animal virou um modismo. Muita gente acha bacana dizer que é Protetor dos animais. Mas o que é realmente ser um? Flávio: Um verdadeiro protetor doa animais, tem que ter dedicação 24 horas, muito amor e principalmente atitude. Eu mesmo já abri mão de pagar contas da minha própria casa em benefício dos animais. Lembro também do dia em que não tinha ração e utilizei todo rancho da minha família para dar de comer aos animais. Estimação: Está em discussão a reforma do Código Penal Brasileiro, e há notícias de que no novo código os crimes contra os animais possa se transformar em meras infrações administrativas, cujo as punições serão apenas multas. Qual a sua opinião? Flávio: Não concordo. Se o governo investisse mais em Educação e na Agricultura, tudo seria muito melhor. A solução é investir mais em escolas do que em cadeias para que a população se conscientize do cuidado e respeito que devem ter com os animais. Estimação: Quais são as principais dificuldades enfrentadas pela ONG? Flávio: São inúmeras, principalmente o estoque de alimentos para os bichos, que é escasso devido à entidade não receber nenhuma ajuda do governo ou empresas e termos um custo fixo mensal de cerca de R$ 1,5 mil só em ração. Além disso, faltam medicamentos e um médico veterinário voluntário. COMO AJUDAR A APAS recebe doações de ração, arroz ou dinheiro, com busca, se necessário. fones: ou

10 A amizade que cura Animais são utilizados em terapias para os mais diversos males humanos A importância dos animais vai muito além do que muitas pessoas pensam. Eles auxiliam a polícia, guiam deficientes visuais e possuem um poder terapêutico por muitos desconhecido. Estudos comprovam que a terapia com animais, tem apresentado grande repercussão e importância para o bem-estar social e psicológico das pessoas. A terapia com animais tem sido muito utilizada em asilos e hospitais, proporcionando para as pessoas uma diminuição (mesmo que momentânea) de dores e sofrimentos, acréscimo de autoestima e diminuição do estresse. A terapia com animais pode ser feita também em clínicas especializadas, auxiliando no tratamento de diversas patologias, como paralisia cerebral, problemas neurológicos e ortopédicos, comprometimentos mentais, síndrome de down, autismo, Alzheimer, distúrbios de atenção e hiperatividade. Segundo Fabiana Maria Kintschner, proprietária do Equocenter Centro de Equoterapia, especializada em terapias com animais na cidade de Caxias do Sul, a equoterapia (terapia com cavalos) é o tratamento mais procurado nessa área atualmente e visa, por meio da equitação, promover reabilitações motoras e o desenvolvimento biopsicossocial. Auxílio de cães na motivação O Equocenter também trabalha com cães como motivadores terapêuticos. Fabiana destaca que o tratamento pode ser feito com pessoas de qualquer idade, O Equocenter tem praticantes de dois anos a 82 anos. O tratamento precisa ser feito com profissionais preparados como fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos e instrutores de equitação (no caso da equoterapia). Quando estamos na presença de animais, aumenta a endorfina no corpo, essa substância é uma espécie de calmante natural, que influencia no sistema imunológico deixando o paciente mais forte e auxiliando em sua recuperação, afirma Fabiana, e cita Darwin (1876): O relacionamento entre o Homo Sapiens e alguma outra espécie animal é tão antigo quanto à história da evolução da espécie humana. 10

11 A alegria do ambiente familiar Dos 51 anos de Leonel, vários foram dedicados aos cuidados com os animais Estimação: Como surgiu este gosto por animais? Leonel: Nasci em Vacaria, interior do RS, e quando pequeno sempre convivi com animais. Morava em um sítio com a minha família, meu pai tinha criação de gados e outros animais, sempre quis ter animais em casa, acredito que eles alegram o ambiente familiar. Quando vim para Caxias quis ter o contato com os animais da mesma forma que tínhamos no campo, mas isso era inviável por tratar-se da cidade. Tive várias espécies ao longo do tempo, gansos, patos, pavões e vários cachorros. Minha casa parecia um zoo, até que tive que me desfazer de quase todos porque, nas férias, gostava de viajar e ficou bem difícil de cuidar. Estimação: Que recado você deixaria para os que se interessam pela causa e para os que ainda não desenvolveram uma atitude responsável em relação aos animais? Leonel: Se eu tivesse condições hoje adotaria vários outros, mas temos que ter a noção de que eles têm vida como nós, também sentem fome, frio, tristeza, precisam de carinho, de companhia... Mas os animais realmente são os melhores companheiros. Cuide bem dos animais, mesmo que você não tenha tanta afinidade com eles, ou que não sejam seus. Eles merecem respeito e um bom amigo. Estimação: Após a infância, como retomou esse contato? Leonel: O tempo passou e tive contato com a Soama (Sociedade Amigos dos Animais). Gostei muito do trabalho deles por ser um programa não lucrativo e de puro amor aos cães e gatos que eles cuidam. Adotei quatro (Maia, Jade, Pirata e Mia). Foi muito bom, levo eles ao campo para correr e brincar, tomar banho de rio, e eles se divertem como se fossem crianças em um parque de diversões, gosto de ver eles soltos, vivendo bem, vejo felicidade nos olhos destes animais, e não mais a tristeza de quando eles chegaram na minha casa. 11

12 A vida é valor absoluto. Não existe vida menor ou maior, inferior ou superior. Olympia Salete