BULLYING HOMOFÓBICO NO PRIMEIRO CICLO DE ENSINO
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- Kátia Canejo Casado
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1 BULLYING HOMOFÓBICO NO PRIMEIRO CICLO DE ENSINO INTRODUÇÃO Carlos Eduardo Maia da Silva 1 Carina Aparecida Lima Nunes 2 Ana Claúdia da Silva Rodrigues 3 O trabalho foi desenvolvido por meio da observação do ambiente escolar, em especial do intervalo para recreação. A sala a ser observada era composta por 19 alunos, entre eles meninos e meninas, com faixa etária entre 8 e 12 anos. Objetivou-se com este trabalho discutir o Bullying homofóbico no 1 ciclo de ensino, buscando identificar a forma como se manifesta nas escolas e o que é feito para erradicar esse problema das mesmas. De acordo com estudos os sinais da homossexualidade são perceptíveis na infância. Segundo Pedrosa (2010) é possível notar a homossexualidade na criança a partir dos 5 anos. Homossexuais assumidos relatam que se descobriram desde sua infância. As manifestações da sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são respostas habituais dadas por profissionais da escola, baseados na ideia de que a sexualidade é assunto para ser lidado apenas pela família (BRASIL, 1998, p. 291). Com isso surge a homofobia na escola, desde cedo crianças são submetidas a varias formas de descriminação. Para Diaz e Souza (2010): Destaca-se também que a discriminação sofrida por alunos considerados homossexuais por parte dos colegas, ocorre principalmente de forma velada, por meio de referências preconceituosas. É recorrente o uso de linguagem pejorativa, com o intuito de humilhar, discriminar, ofender, isolar, tiranizar e ameaçar. A atitude dos professores merece destaque, pois eles tanto silenciam sobre a homofobia, quanto reproduzem ativamente a violência 1 Graduando em Licenciatura em Pedagogia, UFPB, carloseduardolimoeiro8@gmail.com; 2 Graduanda em Licenciatura em Pedagogia, UFPB, carina.lima05@gmail.com; 3 Orientadora, Professora do curso de Licenciatura em Pedagogia na UFPB Campus III Bananeiras.
2 sendo coniventes ou minimizando a discriminação. (DIAZ; SOUZA, 2010, p.2-3). Bullying é um termo da língua inglesa (bully = valentão ) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder (CAMARGO, 2010). Homofobia é o termo usado para chamar qualquer tipo de discriminação e/ou aversão aos homossexuais, assim, o bullying homofóbico é sim um ato de homofobia, mesmo que seja cometido por crianças ou adolescentes [...] o papel do professor é extremamente importante na ruptura das agressões e na manutenção do respeito dentro e fora da sala de aula. Trazer a diversidade para dentro da escola e fazê-la ser respeitada é indispensável à manutenção dos direitos humanos. (RAFAELA, 2012). É preciso destacar, ainda, que o trabalho não acaba com a simples distribuição de um livro didático ou com a criação de uma disciplina que trate do assunto. Um trabalho eficaz, capaz de diminuir o preconceito à homossexualidade de modo a ultrapassar os muros da escola, deve permear todo o currículo e as situações de gestão de conflitos. (QUEEN, SOARES, 2012). Não há formula para eliminar com o preconceito na escola, é preciso empenho dos professores e da gestão escolar, para repassar aos alunos conteúdos sobre orientação sexual. É preciso antes de tudo conscientizar, sem conscientização na infância a criança crescerá com suas cresças obtidas no cotidiano, achando que ser heterossexual é a única orientação sexual válida, conscientização está que deve ser feita por meio da informação, incutida no projeto político pedagógico das escolas. METODOLOGIA
3 O trabalho foi realizado no terceiro ano do 1 ciclo, em uma escola de ensino fundamental, a sala composta por 19 alunos com idades entre 8 e 12 anos. Situada na zona urbana do município de Solânea - PB. Por meio da observação do intervalo para recreação, podemos perceber que no decorrer do mesmo encontramos vários momentos de Bullying homofóbico entre os alunos, foi perceptível que ocorria isoladamente com um determinado aluno, o mesmo do sexo masculino com 9 anos de idade. A princípio era perceptível que o aluno durante o intervalo não interagia com as demais crianças, sempre pegava seu lanche e se isolava no pátio ou ia para sala de aula. Não demonstrava nenhum interesse em se juntar aos outros alunos para lanchar, e nem mesmo para brincar. É importante ressaltar que os outros alunos também não demonstravam interesse em chama-lo para brincar, principalmente os meninos. O convívio com as outras crianças, quando havia, era notável que na sua maioria era com as meninas. O aluno mostrava interesse nas brincadeiras praticadas pelas meninas no pátio, dentre elas podemos citar a Adoletá, brincadeira utilizada pelas meninas para recreação. No aluno salientava alguns trejeitos que muitos denominam como femininos: a fala delicada e o gosto pela companhia das meninas ao invés dos meninos. O Bullying homofóbico se dava mais forte no momento em que as outras crianças o apelidavam de: viadinho, fresco, boiola, mulherzinha. Neste momento eles agrediam e o constrangia diante de todos os outros alunos da escola, essa agressão partia de ambos os sexos, sendo que prevalecia por parte dos meninos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da observação mostram que desde cedo nos deparamos com atitudes homofóbicas no ambiente escolar, lugar este com papel transformador que deveria ser justo, livre de preconceitos e de discriminação. A escola em destaque caracteriza-se como lugar de opressão para o aluno, revela também que pouco se tem feito para diminuir tal problema na escola analisada.
4 Foi possível identificar o comportamento homofóbico nos alunos com idades entre 8 a 12 anos, os mesmo talvez não tenham consciência da dimensão do constrangimento que causam com suas zombarias ao aluno observado. Muitas das atitudes dos alunos são prováveis que sejam apenas imitação do comportamento de seus pais, irmãos ou parentes, mas o que não é aceitável que os mesmo cresçam com tais comportamentos. Ao se observar o comportamento diferenciado dos alunos dos primeiros ciclos, veem-se inúmeras situações que dizem respeito à questão dos gêneros. No primeiro ciclo, geralmente ocorre o agrupamento espontâneo das crianças por sexo, sendo mais dificultado o relacionamento entre meninos e meninas. Esse movimento pode e deve ser respeitado, desde que não implique a desvalorização do outro. Trata-se de um movimento que se relaciona com a construção da identidade de cada criança, em que primeiramente é preciso afirmar-se como menino ou como menina a partidas semelhanças e afinidades de interesse típicas da idade e sexo [...] (BRASIL, 1997). A expressão corporal, a delicadeza e sensibilidade do aluno se caracterizam para os colegas de classe como atitudes femininas, sendo ele alvo de descriminação pelo fato de não está dentro dos padrões estabelecidos pela sociedade, sendo alvo de zombaria e comentários, vindo a sofrer varias formas de violência provavelmente durante toda sua vida escola, e como reação a essa situação o mesmo se afasta dos demais alunos, vindo a se isolar dos colegas em todos os ambientes da escola para não sofrer bullying. Notamos também que na escola onde observamos os funcionários (auxiliar de serviços gerais, merendeira, porteiro) não possuem capacitação para trabalhar o tema em questão ou até mesmo intervir nos momentos de bullying homofóbico. Os mesmos sempre intervinham apenas pedindo para as crianças pararem de ofender a outra, nunca havia um momento de reflexão sobre o ato ocorrido junto aos alunos. Enfim, acredita-se que a escola não muda totalmente uma sociedade, contudo por meio dela o homem pode ser transformado. Nesse sentido, a escola é o espaço da diversidade e do cidadão de direitos. Por isso a sua função é também social e por isso deve promover ações para uma educação sem homofobia. (MONKEN et al., 2014). CONCLUSÃO
5 Concluímos com este trabalho que o bullying homofóbico está presente deste cedo no cotidiano escolar, e que o mesmo acontece através do uso de expressões verbais que tem por finalidade humilhar, constranger e intimidar todos e quaisquer alunos que os demais consideram ser homossexual. Como resposta a essa agressão, os alunos agredidos começam a se tornarem mais retraídos e menos sociáveis. É notável também que as escolas pouco se preocupam em trabalhar este tema durante o ano letivo, que muitas vezes o bullying homofóbico acaba passando despercebido ou é acobertado pelos professores, muitos deles não possuem e não buscam capacitação adequada para lidar com este assunto em sala de aula. A gestão escolar deveria capacitar todos os seus profissionais da educação, não só os professores, de maneira que qualquer profissional do âmbito escola se torne capaz de no ambiente escolar discutir questões de orientação sexual. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais 1ª a 4ª Séries: Volume Orientação Sexual Desenvolvido por Ministério da Educação. Disponível em: < parametros-curriculares-nacionais-1o-a-4o-series>. Acesso em: 18 nov BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental II: Orientação sexual. Brasília: MEC/SEF, p. 292, 311, Disponível em: Acesso em: 18 nov CAMARGO, Orson. "Bullying". Brasil Escola (Online). Disponível em < Acesso em: 16 nov DIAZ, Gabriela Andrea; SOUZA, Mériti de. Bullying homofóbico: um nome diferente para a violência? In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO O GÊNERO, 09., 2010, Florianópolis, Sc. Anais.... Florianópolis, SC: Instituto de Estudos de Gênero, Disponível em: < Acesso em: 17 nov
6 MONKEN, Eliane Maria Freitas et al. Educação sem homofobia: um olhar para a diversidade. Pós em Revista, Belo Horizonte, v. 9, n. 1, p.1-1, 20 nov Semestral. Disponível em: < Acesso em: 10 dez PEDROSA, João Batista. "É possível notar a homossexualidade na criança a partir dos 5 anos", diz psicólogo Pedrosa Diana C. Disponível em: < Acesso em: 18 nov QUEEN, Mariana; SOARES, Wellington. A escola na luta contra a homofobia: Data internacional e Seminário LGBT ressaltam a importância da instituição no combate à discriminação contra os homossexuais Disponível em: < Acesso em: 20 nov RAFAELA (Ed.). O Bullying Homofóbico Disponível em: < Acesso em: 17 nov
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