O CONSULTOR, VINTE ANOS DEPOIS ÁLVARO CARMO VAZ ADMINISTRADOR, CONSULTEC
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- Otávio Pais Bergler
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1 O CONSULTOR, VINTE ANOS DEPOIS ÁLVARO CARMO VAZ ADMINISTRADOR, CONSULTEC
2 2 Que fazer quando o socialismo se desmorona? Vamos ser consultores Criar uma empresa de consultoria era uma boa alternativa porque exigia pouco investimento Quase não havia empresas de consultoria em 1989 COTOP, Hidrogest, Projecta (estatais), Sogel, EGC (privadas) O crescimento da consultoria moçambicana dá-se nas últimas duas décadas Os três mosqueteiros que criaram a Consultec em 1989 ficaram reduzidos a dois em vez de passarem a quatro
3 Anos difíceis até 1996 Contínuo crescimento, acelerado na última década graças aos investimentos em infraestruturas (estradas, construções hospitalares e educacionais, águas, energia), surgimento da área ambiental, surgimento de clientes do sector privado Reinvestir na empresa prioridade antes dos lucros 2008, o ano das incertezas Que impacto em Moçambique da crise económica mundial? O boom dos recursos minerais permitiu a Moçambique passar incólume pela crise, com proveito para a actividade de consultoria
4 4 Taxa de crescimento anual do PIB entre 7 e 8% nos últimos anos, devendo subir ligeiramente (análise do FMI, Julho de 2013) mas não esquecer a muito fraca base de partida Investimentos de milhares de milhões de USD no gás natural e no carvão, com reflexos directos e indirectos no trabalho de consultoria Desenvolvimento de novas infra-estruturas Turismo Imobiliário Reassentamentos
5 5 Graças à crise na Europa, possibilidade de recrutamento de bons profissionais (sobretudo em Portugal) em áreas onde somos carentes As empresas estão mais consolidadas As cheias são uma desgraça para o país mas um bónus para os consultores (por outro lado, também há desvantagens em coisas reconhecidas como muito boas) O mercado da consultoria está a crescer muito
6 Instabilidade no país uma situação imprevisível há seis meses Impactos da insegurança e dos raptos na nossa actividade? Trabalho de campo nas zonas onde há ataques Dificuldade de recrutar na Europa Projectos que fazem um compasso de espera 6 Impactos ainda não são sensíveis mas é importante que a situação melhore rapidamente
7 Fluidez nas regras do jogo 7 Moçambique distinguia-se de outros países da região por ter regras bem definidas e seguí-las (influência dos doadores?) Ultimamente, as regras parece terem perdido rigidez, por conveniências pouco esclarecidas Aumento dos ajustes directos sem justificação Incumprimento dos procedimentos regulamentares Avaliações tortuosas Reacção dos consultores? Ninguém quer ficar na lista negra dos clientes.
8 8 Degradação da qualidade do cliente Estado O Estado é o nosso Cliente mais importante Há uma visível perda de qualidade no interlocutor Estado Termos de referência com indefinições e contradições Documentos de concurso com erros grosseiros Prazos e custos inviáveis irrealistas Dificuldade em obter dados de arquivo e estudos anteriores Opção pela modalidade concepção-construção sem estudo prévio Relatórios de consultoria que não são lidos Exigências desnecessárias para pessoal técnico Haverá muitas explicações para isto mas torna mais difícil o trabalho do consultor
9 Perda de qualidade do Estado como prestador de serviços A burocracia aumenta, a resposta dos serviços piora Documentos com validade curta Quanto custam as garantias bancárias? O mercado da consultoria está a crescer mas também a concorrência A crise na Europa e o crescimento económico de Moçambique aumentaram o apetite das empresas europeias pelo nosso país 9
10 10 Grandes empresas privadas (mineradoras e não só) colocam exigências muito altas em termos de prazos, documentação de qualidade, seguros, forma de apresentação de relatórios, ao mesmo tempo que esmagam os preços Grandes investidores trazem as empresas do seu grupo, pequenos investidores trazem as empresas dos amigos
11 11 Concorrência das empresas consultoras estrangeiras Concorrência é saudável se o campo de jogo estiver nivelado Algumas empresas, sobretudo portuguesas, vieram ocupar nichos de mercado (topografia, geotecnia), são complementares Há empresas que veem escoradas em financiamentos dos seus países Há empresas que fazem o trabalho à distância, com mínima participação local Empresas estrangeiras estão sujeitas a menos restrições do que as moçambicanas (p.exº recrutamento de técnicos estrangeiros))
12 Recrutar jovens graduados e mantê-los na empresa 12 Problema mais sentido nas áreas técnicas Formam-se poucos engenheiros, biólogos, geólogos, agrónomos, ambientalistas, que têm muitas oportunidades (com melhores salários) bom para eles, mau para as empresas Situação tende a piorar Solução: roubemos (quadros) uns aos outros
13 13 Maior envolvimento com as universidades locais Insistir por um maior envolvimento obrigatório de empresas de consultoria moçambicanas nos projectos do Estado ou nos projectos de grande investimento estrangeiro Obter e divulgar estatísticas sobre o mercado de consultoria e sobre capacidades das empresas de consultoria moçambicanas
14 14 Depois de anos de algum apagamento, renasceu com a actual Direcção e com o dinamismo da sua presidente Alguns progressos (relacionamento com a UFSA) Mesmo assim: Tem pouco peso (numérico) Tem pouco peso (político) Conferência do GAMA pode ser muito importante E como se dizia: A LUTA CONTINUA!
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